A Adoração

O Ministério da Verdadeira Adoração

por: Ronaldo Bezerra

“O Pai está a procura de verdadeiros adoradores, aqueles que o adorem em espírito e em verdade…” João 4: 23

Você já é um verdadeiro adorador? O que é adoração? Em João 4: 23, podemos observar três coisas:

1 – Todos nós somos adoradores.

Todos nós temos um objeto de adoração que pode ser a música, o dinheiro, pessoas, bens materiais, etc. O que temos adorado? Temos adorado a Deus ou estamos colocando em primeiro plano outras coisas em nossa vida? Em Mateus 6: 24 diz: “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um, e amar ao outro; ou se devotará a um e desprezará ao outro…”.

Deus não divide o seu “espaço” com nada e ninguém, Ele está a procura de pessoas que o adore acima de qualquer coisa. O problema não é o dinheiro, não é a música, não são os bens materiais, etc; o problema somos nós! Muitas vezes temos colocado estas coisas em primeiro lugar em nossa vida, e Deus não tem compromisso com este tipo de adoração (Is. 42: 8).

2 – Deus está a procura de verdadeiros adoradores.

Isto quer dizer que existem falsos adoradores, ou seja, aqueles que não o adoram em espírito e em verdade.

3 – A Adoração deve ser em espírito e em verdade.

Em espírito, é o aspecto místico, as nossas orações, os louvores, o meditar da Palavra, etc. Em verdade, é o aspecto prático, que é o nosso estilo de vida diário, ou seja, quem somos em casa, no trabalho, na igreja, etc. Deus se utiliza das coisas místicas para produzir as práticas, e vice-versa. este princípio é presente e constante na adoração.

É o que nos ensina o adorador Davi – Pv. 21: 15 (prático) e Sl. 24: 3- 5 (místico e prático).

Muitas vezes, pensamos que ao estarmos nos cultos de nossa igreja cantando os cânticos, levantando as mãos, orando, isso é a verdadeira adoração. Pasme você, isso não é a real adoração! É claro que tudo isso faz parte do “pacote”. Adoração não tem nada a ver propriamente com música ou com nossa “performance” durante as reuniões.

Adoração é um estilo de vida que agrada a Deus, uma vida de obediência, renúncia e submissão à vontade dEle. A música e os cânticos são apenas uma das maneiras entre tantas outras de como podemos expressar adoração à Deus. Ele não precisa de músicos, pastores, missionários, etc, em sua obra, mas sim, verdadeiros adoradores!

1 – O Ministério do Santuário no Tempo de Ezequiel

No texto do profeta Ezequiel 44, somos levados a descobrir alguns tipos de adoração e adoradores que devemos considerar com atenção. Deus fala com o profeta seriamente sobre as condições das pessoas que ministram na Sua Casa. Haviam três grupos distintos:

– Incircuncisos de coração e de carne – Quebraram a aliança, desobedientes.
– Invalidavam a aliança – Rebeldes, sem compromisso.
– Cometiam abominações – Pecado.
– Não guardavam as ordenanças – Não guardavam (obedeciam) a Palavra de Deus.
– Estavam misturados com o povo – Tinham comunhão com os ímpios.

CIRCUNCISÃO: Operação mediante a qual se corta o prepúcio. Esse costume era praticado por vários povos antigos do Oriente Próximo. Entre os israelitas, tinha um significado altamente religioso: era o sinal externo e visível da aliança de Deus com Israel, mediante o qual o circuncidado era formalmente reconhecido como pertencente ao povo de Deus e sinal de purificação (Gn. 17: 10- 12).

Adoração Impossível

Aqui temos a descrição de um grupo de pessoas que não podiam adorar a Deus porque não eram verdadeiros adoradores. Eles eram estranhos, estrangeiros, incircuncisos de coração e carne, demonstravam a figura do homem carnal que não discerne espiritualmente nada por estar morto em seus delitos e pecados (Rm. 2: 29; Cl. 2: 11; I Co. 2: 14; Ef. 2: 1-3; Mt. 22: 32; Sl. 115: 17). O objeto da adoração dessas pessoas era o pecado, a rebeldia e o egocentrismo.

É impossível a adoração verdadeira para aquele que não nasceu de novo, que não é uma nova criatura e que não tem o Espírito Santo. A verdadeira adoração só é possível para os filhos de Deus, os que já “não são mais estrangeiros, mas concidadãos dos santos, e da família de Deus” (Ef. 2: 19).

2 – Levitas desviados (vs. 10 – 14)

Características:
– Haviam se transviado – Estavam desviados, caminhos tortuosos
– Tinham ídolos – coração dividido (Is. 2: 17- 18).
– Prestavam serviços – tinham serviços na Casa de Deus.
– Serviam de tropeço ao povo – Fizeram o povo pecar por causa de culto à seus ídolos.
– Não tinham intimidade com o Senhor – Não tinham acesso as coisas sagradas, não tinham comunhão com Deus.

Adoração falsa

Agora estamos diante de um outro tipo de pessoa. São aquelas que representam os religiosos sem uma real experiência com Deus – são os chamados “crentes carnais”, inclinados para suas próprias paixões e concupiscências, buscando a sua própria glória, com quem Deus não tem nenhum compromisso (Rm. 8: 4- 13; Gl. 5: 24).

Os levitas eram aqueles que tinham a responsabilidade de servir ao povo, e suas atividades eram desenvolvidas no pátio do templo. Havia muita competição entre eles, para saber quem era o melhor, quem tinha a “fila” maior, etc. A motivação era o reconhecimento do homem e não a exaltação à Deus. Quantas das nossas atividades muitas vezes não visam à realização pessoal e o orgulho de ser o melhor ou o maior? (Jo. 12: 43).

E os cultos que exaltam a personalidade humana e o “estrelismo” de líderes ou de músicos? Deus não tem compromisso com esse tipo de glória, pois ela expressa a falsa adoração (Mt. 23: 1- 36; Mt. 6: 2, 16- 18). Lá “fora” no pátio se vê a glória do homem, mas é “dentro do templo” que está a glória de Deus.

O vinho da glória dos homens é muito embriagador e revela motivações erradas do coração corrupto do homem carnal (Jr. 17: 9).

Se ele não nascer de novo, ganhando um novo coração, continuará fora do Reino de Deus sem expressar a verdadeira adoração (Ez. 36: 26- 27; II Co. 5: 14,15,17). Vejamos dois exemplos bíblicos:

Lv. 10:1-2: O exemplo de Nadabe e Abiú é desafiador! Eles trouxeram fogo estranho que o Senhor não havia ordenado, porque estavam embriagados, e como resultado, morreram.

At. 5:1-11: O exemplo de Ananias e Safira também é interessante. Este casal resolveu mentir ao Espírito Santo. Eram crentes carnais que estavam embriagados com vinho da glória pessoal e por isso foram mortos. Eles ficaram impressionados com a oferta de Barnabé que era legítima, e movidos de inveja tentaram imitá- lo, porém, não tinham natureza regenerada para andar na verdade.

3 – Os descendentes de Zadoque (vs. 15- 30)

Zadoque – Sacerdote fiel as ordenanças de Deus (II Sm. 15:24).

Características:

– Guardavam a aliança – Eram praticantes e obedientes a Palavra de Deus.
– Serviam diante do Senhor a sua mesa – Tinham intimidade com Deus.

-Vestiam- se com linho fino (Ap. 19:8) – tinham vida reta e eram justos, corretos.
– Asseio pessoal e vestuário adequado (vs.18)
– Vida sentimental ajustada (vs. 22) (Pv. 19:14) – Não tinham relacionamentos problemáticos. Eram casados com pessoas corretas e santas diante de Deus.
– Ensinavam ao povo (vs.23) – Ensinavam mediante a Palavra.
– Aptos para julgarem as questões entre o povo (vs.24) – Eram pacificadores, solucionavam problemas entre as pessoas.
– Tinham o Senhor como herança (vs.28) – Razão da vida.
– Tinham um verdadeiro chamado de Deus em suas vidas. Quando Deus chama, Ele capacita provendo todas as nossas necessidades (I Ts. 5:24).

A Verdadeira Adoração

Aqui temos a figura do verdadeiro adorador o que adora ao Pai em espírito e em verdade. Não é aquele que possui todos os dons e talentos, mas é aquele que tem um coração novo, disponível, ungido, sensível, obediente, inspirado, etc.

Ele está preocupado em mostrar primeiro a vida, depois as obras. Primeiro a vida e depois a adoração aceita por Deus. Somente quem foi transformado em filho de Deus, pelo poder regenerador da Palavra, é que consegue adorar ao Senhor verdadeiramente.

Reflexão: Observando tudo o que aprendemos, em qual dos três grupos de ministros adoradores você se encaixa?

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