por: Mac Dominick
Pragmatismo na Igreja – Uma Religião Orientada Para Resultados: Uma Apostasia com Propósitos
Vivendo em um Tempo de Mudança de Paradigma
Sinopse: à medida que a sociedade adota as filosofias pós-modernas, o conceito de verdade absoluta torna-se mais reduzido na mente das pessoas. Esse processo é chamado de “Mudança de Paradigma”. Em oposição a essa mudança de mentalidade, a igreja cristã precisa se posicionar contra as mudanças que atacam a Palavra de Deus como verdade absoluta. Entretanto, a Igreja do Novo Paradigma busca justamente atrair aqueles que têm uma mentalidade pós-moderna por meio da aceitação da cultura pós-moderna. À medida que este manuscrito se aprofunda nas origens da metodologia usada no Movimento de Crescimento de Igrejas “com propósitos” e “sensível aos que procuram”, as descobertas tornam-se não somente surpreendentes, mas também absolutamente chocantes. Este capítulo expõe a origem da metodologia, a fonte do financiamento e o trágico impacto da Religião Orientada Para Resultados do Novo Paradigma.
O que é uma “mudança de paradigma”? Melhor ainda, o que é um paradigma? O termo “mudança de paradigma” foi cunhado por Thomas Kuhn, em seu livroThe Structure of Scientific Revolutions, publicado em 1962; e, de acordo com Marilyn Ferguson, as ideias de Kuhn “aumentam a compreensão do surgimento de novas perspectivas e analisam as causas da resistência às novas mudanças sistêmicas”. (1) A própria Marilyn Ferguson então descreve a definição de Kuhn da palavra “paradigma” da seguinte maneira:
“Uma estrutura de pensamento (do grego paradigma, “padrão”). Um paradigma é um esquema para a compreensão e explicação de certos aspectos da realidade… “uma mudança de paradigma” é um modo completamente novo de pensar sobre antigos problemas.” (2).
(O contexto dos comentários da autora Ferguson é tirado de seu famoso livro A Conspiração de Aquário, publicado em 1980. Esse livro tornou-se conhecido como “a Bíblia da Nova Era” e está estruturado dentro de uma cosmovisão panteísta que dita que “tudo é deus”. A autora Ferguson tornou-se bem conhecida como uma mestra da Nova Era.).
É dentro dessa estrutura que a Igreja do Novo Paradigma e a Religião Orientada Para Resultados emergiram. A Igreja do Novo Paradigma reavaliou o cristianismo baseado na Bíblia e desenvolveu um “novo modo de pensar” sobre os velhos princípios da Palavra de Deus. A reação inicial a esses novos métodos discutidos até este ponto neste manuscrito podem ser candidamente resumidos como um afastamento dos “antigas veredas” da Palavra de Deus. Esse afastamento coloca em questão um conceito crítico da doutrina bíblica o fato que o próprio Deus é imutável Ele não muda. Deus não se adapta à cultura pós-moderna, de modo que por que deveriam se adaptar aqueles se afirmam serem seus seguidores? Deus nunca desenvolveu “um novo modo de pensar”; por que então deveriam Seus filhos adotar essas metodologias? Se a Palavra de Deus é inspirada, infalível e inerrante, por que deveriam os filhos de Deus acreditar que precisam desenvolver uma nova mentalidade quando na realidade possuem a “velha história”? Em essência, esse afastamento pode ser chamado de apostasia, mas o termo bíblico é infidelidade.
A ascensão da infidelidade espiritual dentro da Igreja do Novo Paradigma é apenas outro exemplo da incapacidade da humanidade de aprender com as lições ensinadas nas Escrituras do Velho Testamento. O Velho Testamento registra explicitamente a infidelidade espiritual da nação de Israel, que resultou no seu distanciamento de Deus e a adoração aos falsos deuses da cultura cananita. A Igreja do Novo Paradigma imita essas ações freqüentemente condenadas, distanciando-se da metodologia e dos padrões bíblicos de modo a abraçar a cultura pós-moderna atual. Portanto, a ênfase da Religião Orientada Para Resultados do novo paradigma pode ser resumida como uma transição das “antigas veredas” delineadas e determinadas pela Palavra de Deus para os “novos modos” detalhados na filosofia pós-moderna.
É esse processo de transição que é considerado uma mudança de paradigma, e essa mudança de paradigma está ocorrendo bem diante dos olhos da igreja professa. Essa mudança na consciência não foi disparada por algum evento cataclísmico, mas está ocorrendo em “passos de bebê” um pequeno passo de cada vez. A despeito dessa implementação gradual, a transição não está ocorrendo sem oposição, pois muitas vozes dentro dos círculos fundamentalistas e até mesmo no círculo evangélico estão clamando para fazer soar o alarme. Entretanto, os números do novo movimento estão crescendo como uma onda gigante que potencialmente abafa essas vozes até o nascer da próxima geração. Como disse o físico Max Planck: “Uma nova verdade científica (ou uma mentira autor) não triunfa convencendo seus oponentes e fazendo-os ver a luz, mas, ao contrário, por que seus oponentes eventualmente morrem, uma nova geração cresce que está familiarizada com ela.” (3) Para interpretar esse comentário em um contexto bíblico, pode-se certamente acrescentar este exemplo: “… e outra geração após ela se levantou, que não conhecia ao SENHOR, nem tampouco as obras que ele fizera a Israel.” [Juízes 2:10].
A Educação Progressiva e a Religião Orientada Para Resultados
A mudança de paradigma que habilita a transição do passado para o futuro, das velhas estruturas para a nova, e de antigas crenças para novas cai nos ouvidos como ecos dos princípios que estão sendo promovidos pelos educadores progressivos há quase três quartos de século. Como os paralelos encontrados nas metodologias da Igreja do Novo Paradigma e a Educação Progressiva (Baseada em Resultados) têm sido referenciados diversas vezes neste manuscrito, é preciso lembrar que a mais fundamental de todas as similaridades é o objetivo central de ambos os movimentos a transição. Como na Religião Orientada Para Resultados, a Educação Progressiva tem como objetivo principal uma completa transição do “antigo” para o “novo”. O diagrama a seguir foi tirado de um relatório feito para a Secretaria da Educação da Carolina do Sul, propondo um plano de educação pragmática para as escolas estaduais. Ele ilustra muito sucintamente os dogmas básicos da pedagogia da educação progressiva como o veículo para levar o aluno a fazer a transição para um novo paradigma: (4).
Este documento é uma forte evidência do desejo de produzir uma mudança sistêmica completa nas atitudes e valores do aluno de modo a prepará-lo para um futuro percebido. O termo técnico para isso é “Educação Progressiva Transformacional”, conforme promovido pelo marqueteiro da educação progressiva William Spady. O processo implementado para obter essa transição está baseado no estabelecimento de uma série de objetivos (ou resultados) a serem alcançados por meio de um esforço cooperativo (dinâmica de grupo) por uma série de grupos pequenos (ou equipes) de alunos com o professor (o agente de mudança) funcionando como facilitador. O facilitador não ensina nada ao grupo pequeno, mas o influencia a alcançar um consenso predeterminado introduzindo situações emocionais ou afetivas em conflito com conceitos cognitivos para alcançar o resultado especificado. Esse processo dialético de dinâmica de grupo é replicado na Religião Orientada Para Resultados por aqueles que querem obter o crescimento da igreja por meio da criação da assim chamada meta-igreja, formada por grupos pequenos que podem ser facilitados por meios pragmáticos para o status de uma mega-igreja.
A Conexão Drucker / Deming
Como a Educação Progressiva e a Religião Orientada Para Resultados compartilham aquilo que parece ser um número desproporcional de similaridades, é preciso questionar a origem desses princípios e buscar uma fonte comum para essas similaridades, ou então consigná-las à mera coincidência. Entretanto, não existem coincidências, porque a fonte desses pontos em comum pode ser prontamente descoberta e a busca inicia olhando-se para as vidas de dois homens, Edward Deming e Peter Drucker. Deming (já falecido) e Drucker (com aproximadamente 95 anos) estão entronizados como especialistas renomados internacionalmente na administração empresarial e como gurus da metodologia da administração. Esses dois indivíduos estavam entre os membros principais de um grupo seleto de americanos (embora Drucker seja um cidadão americano, ele na verdade nasceu na Áustria) que são louvados como parte do esforço quase sobre-humano que desenvolveu filosofias de administração baseada em sistemas que começaram a ganhar reconhecimento público no Japão após a Segunda Guerra Mundial. A história popular é que americanos desenvolveram uma metodologia empresarial avançada que foi rejeitada pelas empresas ocidentais, mas que foi avidamente adotada pelos japoneses. Quando essas filosofias foram postas em prática no Japão, o país derrotado se ergueu como a mitológica fênix de sua morte, devastação, desmoralização e destruição para se tornar um gigante industrial em pouco mais de uma década.
Embora essa história seja parcialmente verdadeira, a realidade é que a abordagem de Deming está baseada principalmente em “processo” e “melhoria contínua do processo”, e a “Administração Por Objetivos”, de Peter Drucker, é inteiramente baseada em resultados. Entretanto, embora a abordagem dessas metodologias originem-se de um ponto-fonte diferente, as filosofias orientadas para resultados de Drucker podem ser mapeadas com os mesmos princípios de processos incorporados por Deming. Por exemplo, o tema de Drucker de “construir comunidades” com “trabalhadores do conhecimento” é precisamente equivalente à busca de Deming para implementar um “espírito de equipe” de modo a “cultivar a lealdade corporativa e uma identidade compartilhada”. (5) Essencialmente, Deming é menos baseado em resultados, mas Drucker incorpora processos que imitam ou são idênticos àqueles propostos por Deming para alcançar o resultado predeterminado. Portanto, a busca precisa continuar para uma origem comum desses métodos, pois os pontos filosóficos em comum são óbvios demais para serem apenas coincidências. Essa busca, entretanto, levará a pessoa para o lado mais tenebroso da administração empresarial.
A “Administração por Objetivos” de Peter Drucker não foi uma ideia original, mas emanou de dentro das fileiras da filosofia esotérica alemã do século XIX. Os conceitos sistêmicos e orientados para resultados podem ser rastreados diretamente aos ensinos de Hegel, Marx, Nietzsche, Wellhausen, Blavatsky, e outros que foram fortemente influenciados pelo paganismo alemão. Por sua vez, esses mesmos princípios foram depois adotados pelos socialistas fabianos no início do século XX e facilmente comunicados a tipos como John Dewey, o “Pai da Educação Progressiva” (daí a origem do termo Educação Baseada em Resultados). (6) De forma muito preocupante, um exame mais profundo dos dogmas básicos desse sistema revela influências esotéricas e muito tenebrosas. Isto não é segredo nem mesmo para as fontes seculares da administração, que têm a coragem de fazer uma avaliação honesta do sistema. Por exemplo, em um artigo publicado pelo The Journal of Organizational Change Management, David M. Boje e Robert D. Winsor tratam do Gerenciamento da Qualidade Total (TQM, do acrônimo em inglês) o ímã da metodologia de Deming / Drucker:
“A tese deste artigo é que como um fenômeno econômico, a Administração da Qualidade Total tem sido posicionada como um conjunto cuidadosamente criado de modificações dos processos tecnológicos que objetivam levar a níveis avançados de qualidade do produto ou a custos menores e, dessa forma, fornecem a capacidade de alcançar e sustentar uma vantagem competitiva global. Entretanto, para alcançar esses objetivos, TQM direta e encobertamente altera os valores, a cultura e as mentalidades dentro de uma organização. Como resultado, e em paralelo com essas modificações tecnológicas, TQM estabelece um programa cuidadosamente integrado de engenharia social e psicológica que é crítico para sua implementação “bem-sucedida” e que tem um impacto significativo no comportamento e na consciência dos gerentes e dos funcionários.” (7).
Observe a frase que inicia no meio da citação, “… TQM direta e encobertamente altera os valores, a cultura e a mentalidade… um programa integrado de engenharia social e psicológica…”. Esse mesmo artigo diz, “TQM busca aperfeiçoar os sistemas de controle que produzem e impõem a uniformidade dentro dos produtos, componentes, trabalhadores, fornecedores e todo o sistema geral de produção. O problema é que uma maioria desse controle, em linha com os princípios de Taylor (1911), está direcionado aos corpos, almas e espíritos dos trabalhadores.” (8) Compare essa observação de mudança sistêmica com o diagrama mostrado no início deste capítulo e que retrata a Educação Progressiva Transformacional. Esse aspecto da metodologia de Drucker / Deming busca os mesmos resultados uma mudança de paradigma uma mudança da mente do velho para o novo, do passado para o futuro, do individualismo para a dinâmica de grupo, e do nacionalismo para o globalismo. Em seu livro de 1959, Landmarks of Tomorrow, Drucker estende-se longamente para descrever o que ele via com uma “mudança do sistema cartesiano linear de causa e efeito”. (9) Ele não chama isso de “mudança de paradigma”, pois Kuhn somente cunhou essa expressão em 1962. Entretanto, o dogma básico desse mesmo conceito é engenhosa e deliberadamente expresso nas filosofias de Drucker pré-1962. Por outro lado, o aspecto esotérico desta questão vem à frente quando se começa a dirigir os princípios da administração para o corpo, alma e espírito. Essa metodologia cruza o limiar do secular para o religioso; e uma vez que a pessoa mergulhe em arenas religiosas com metodologias humanistas, a situação transiciona-se rapidamente do mundano para os níveis esotéricos.
(Nos anos 50s, o público americano não estava exatamente entusiasmado em adotar o “druckerismo” ou o “demingismo”. Na verdade, as bases esotéricas mencionadas anteriormente foram componentes críticos para a rejeição dos métodos de Drucker pelos magnatas da indústria americana. Entretanto, os mistérios esotéricos estavam no centro das religiões orientais, de modo que esses aspectos foram mais um incentivo do que um obstáculo para a mentalidade japonesa. Portanto, Deming tornou-se o pai de um novo paradigma empresarial que floresceu no Japão vinte anos antes de dar grandes passos no Ocidente, mas a sorte estava lançada para trazer o Ocidente a bordo também. Com o sucesso de TQM e da “Administração Por Objetivos” no Oriente, a General Motors abriu suas portas para Peter Drucker e a implementação de seu plano. Uma vez que as primeiras portas se abriram, as comportas foram abertas em seguida. Hoje, a pouca base industrial que resta nos EUA luta sob a maldição das filosofias de Drucker / Deming, e essas mesmas filosofias contribuíram grandemente para o êxodo maciço dos empregos industriais americanos para os pólos de mão de obra barata nos países do Terceiro Mundo e do Sudeste Asiático.).
Na realidade, existe uma explicação muito lógica para a natureza esotérica da metodologia de Drucker / Deming. Esses indivíduos basearam suas metodologias na “Teoria Geral dos Sistemas” (TGS). A TGS foi originalmente proposta pelo biólogo húngaro Ludwig von Bertalanffy, em 1928. Ele propôs que “um sistema é caracterizado pelas interações de seus componentes e a não-linearidade dessas interações.” (10) Kuhn, o criador da expressão “mudança de paradigma” aplicou a TGS à cultura e à sociedade, e via as culturas como subsistemas de interligação de uma sociedade planetária mais ampla. (11) Em 1980, o cosmólogo Stephen Hawking então expandiu o pensamento sistêmico para a plataforma global introduzindo a “Teoria do Caos” (12), que afirma a “interconectividade de todas as coisas” (isto é, a batida das asas de uma borboleta na Ásia pode afetar o curso dos furacões no Atlântico). Como resultado, a Teoria Geral dos Sistemas tornou-se muito esotérica quando levada às suas conclusões lógicas:
- TGS é sintomática de uma mudança na nossa cosmovisão. Não vemos mais o mundo em um jogo cego de átomos, mas ao invés disso, como uma grande organização.” (13).
- De acordo com a TGS, nada pode ser compreendido em isolamento, mas precisa ser visto como “parte de um sistema.” (14).
- Se a pessoa aceitar a teoria que o mundo é um sistema holístico interconectado e interdependente (e dentro desse sistema há uma infra-estrutura que é análoga de um sistema para outro), deverá logicamente concluir que a Hipótese de Gaia é verdadeira.
- “A Hipótese de Gaia, de James Lovelock, apareceu em 1979 e evoluiu para se tornar um livro Gaia: A New Look at Life on Earth, publicado pela Oxford Press em 1982. A Hipótese de Gaia defende a posição que a própria Terra é um organismo vivo, a fonte de toda a vida, que tem a capacidade de regular-se, ou curar a si mesma sob condições “naturais”. A posição de Lovelock é que a espécie humana desenvolveu a tecnologia para sobrepujar a capacidade de Gaia de “curar” a si mesma, e está, portanto, condenada à destruição, a não ser que a espécie humana interrompa esse assalto tecnológico.” (15).
- Essencialmente, a Hipótese de Gaia não é nada mais do que a antiga adoração da deusa Mãe-Terra do paganismo antigo e da feitiçaria moderna.
Com base em tudo o que foi dito acima, pode-se concluir que a Teoria Geral dos Sistemas é um sistema de crenças esotérico baseado em uma fusão de darwinismo e do misticismo oriental muito similar ao que agora é chamado de “Nova Era”. A TGS afirma que o homem está se movendo para o próximo nível de evolução, mas para alcançar esse patamar mais elevado, a humanidade precisa adotar uma consciência universal e comum, ou sistema de crenças (“as velhas crenças” precisam fazer a transição para “novas crenças”). Peter Drucker confirmou sua adesão a esse conceito por meio do desenvolvimento do modelo do “banquinho de três pernas”. As pernas representam o sistema empresarial, o estado e o “setor privado”. O assento do banquinho representa o alcance daquilo que ele chama de “comunidade”, ou consenso, desses três setores separados (ou subsistemas) da sociedade. Drucker gastou a última metade de sua vida concentrando-se nesse “setor privado” (igrejas e organizações não-lucrativas) porque esse segmento oferece a plataforma para o consenso dialético para unir toda a humanidade para produzir o “fenômeno do salto” (16) para o próximo nível de “evolução social”. De acordo com a Teoria Geral dos Sistemas e a Hipótese de Gaia, o “antigo sistema” precisa ser quebrado para que o “novo sistema” possa irromper.
À medida que alguém se aprofunda nesse cenário, a ênfase de Drucker no setor não-lucrativo deve vir sem qualquer surpresa especialmente se a pessoa compreender o que Barry Goldwater compreendia. Em seu livro, With no Apologies, o senador Goldwater descreveu a estratégia da Comissão Trilateral, o Conselho das Relações Exteriores, e outras entidades globalistas em uma tentativa de controlar os “Quatro Cantos do Poder” para fazer a transição do mundo para o modelo planetário que eles imaginavam. Ele descreveu esses “quatro cantos” como os campos político, econômico, teológico e intelectual; e defendeu a posição que aqueles que controlam os Quatro Cantos do Poder controlam o mundo. (17) O modelo do “Banquinho de Três Pernas” de Drucker simplesmente combina os cantos teológico e intelectual de poder na perna “setor privado / não-lucrativo”, exatamente como o modelo de Drucker para alcançar a “comunidade” fará surgir uma nova sociedade. Contudo, o fato é que o setor não-lucrativo e a igreja evangélica em particular representa a maior ameaça para alcançar a síntese da “comunidade” ou pelo menos representava até que Bill Hybels, Bob Buford, Rick Warren e Cia. Ltda. começaram a levar os membros das igrejas para a transição às centenas de milhares para uma posição de se alinhar com o modelo dos sistemas completos.
Peter Drucker & Cia. Ltda. na Igreja do Novo Paradigma
Para trazer esses conceitos de volta ao contexto da Igreja do Novo Paradigma, o nome “Peter Drucker” aparece muitas vezes quando se investiga as fontes para a metodologia desse novo movimento religioso híbrido. De acordo com a revista Christianity Today, Drucker declarou à revista Forbes, “… as mega-igrejas pastorais são certamente o fenômeno social mais importante na sociedade americana nos últimos trinta anos.” (18) No mesmo artigo, Drucker descreveu “administração” como um ministério para salvar nossa sociedade e assim direcionou os líderes de igrejas a adotarem suas filosofias da “Administração Por Objetivos” essencialmente, a Religião Orientada Para Resultados. Entretanto, conforme o artigo da Christianity Today continuou, tornou-se muito aparente que o autor do artigo simplesmente não entendeu nada.
Ele afirmou que Drucker fez todas as tentativas de prover “comunidade” por meio da implementação de seus princípios no local de trabalho mas esses esforços fracassaram. Ele então admitiu que uma tentativa “de fornecer comunidade” dentro da estrutura do estado também fracassaria. Entretanto, Drucker conclui que “As organizações não-lucrativas são a comunidade americana”. (19). Ele também afirmou que “uma nova forma de sociedade está tentando emergir”, e as igrejas e as organizações não-lucrativas precisam representar um novo e central papel:
“O pastor, como gerente, tem de identificar suas forças e especializações (os líderes na igreja), posicioná-los, equipá-los para o serviço e habilitá-los para trabalhar no todo harmonioso e produtivo conhecido como corpo de Cristo.” (20).
No contexto da plataforma da TGS do Peter Drucker, esse artigo da Christianity Today pode ser comparado com uma maravilhosa refeição temperada com arsênico. Ele exalta Drucker por seu reconhecimento da importância da igreja e o coloca em um pedestal como um “bom cristão” interessado nos negócios do reino. Entretanto, a falta de compreensão de Stafford das verdadeiras definições da terminologia de Drucker e sua falta de pesquisa no sistema de crenças de Drucker fazem com que ele negligencie completamente o fato que a ênfase de Drucker na igreja e nas organizações não-lucrativas não é nada mais que uma afirmação que dentro do contexto da igreja pode ser alcançado o consenso dialético para conceber a nova sociedade emergente. Esse processo é descrito pelos globalistas como “Transição do Sistema Inteiro”, e essa transição está sendo realizada pela “quebra do sistema” do sistema existente para iniciar a “ruptura do sistema” para um novo sistema e uma nova sociedade planetária. O artigo de Tim Stafford na Christianity Today ingenuamente confirmou esse fato quando disse: “Drucker vê uma nova forma de sociedade lutando para sair de sua crisálida, com as igrejas e as organizações não-lucrativas representando um novo e central papel.” (21) Quando se lê Uma Igreja com Propósitos, de Rick Warren, e Transição Conduzindo Sua Igreja na Mudança, de Dan Southerland à luz desses princípios, novas realizações vêm à frente tão distintamente quanto a observação da explosão de uma supernova.
A dissertação acima na verdade não é suficiente para igualar Rick Warren e companhia com o Dr. Drucker. As similaridades estão lá, mas existe alguma prova sólida que Warren modelou sua metodologia com base na de Peter Drucker? Essa é realmente uma boa pergunta, mas antes de apresentar uma resposta é preciso voltar ao Capítulo 12 e ver novamente a Galeria da Fama do Novo Paradigma. O indivíduo na Galeria da Fama que precisa ser tratado ao se discutir Peter Drucker é Bob Buford, o fundador da Rede de Liderança, uma fundação privada com a função principal de identificar, criar redes e capacitar os ministérios e equipes das congregações com 1.000 membros ou mais. Buford também é o presidente e fundador da Junta de Diretores da Fundação Peter F. Drucker Para a Administração Não-Lucrativa. No prefácio de seu livro, A Arte de Virar o Jogo no Segundo Tempo da Vida, Buford refere-se a Drucker como “o homem que formou minha mente”. (22) A Organização de Bob Buford, então, identifica-se com Drucker e trabalha de mãos dadas com ele com esforços de fazer a transição da igreja para trazer as igrejas existentes para o modelo do novo paradigma. De acordo com o artigo referido daChristianity Today, a Rede de Liderança de Bob Buford “convidou Drucker para falar em conferências de líderes de grandes igrejas e o tem ligado a muitos pastores que buscam orientações.” Esse artigo também diz que Drucker interagiu com “muitas igrejas ‘pastorais’. Essas igrejas incluem mega-igrejas, como a Igreja da Comunidade de Willow Creek, de Bill Hybels, e a Igreja da Comunidade de Saddleback, de Rick Warren.” (23).
Portanto, de acordo com a Christianity Today, Rick Warren e Bill Hybels foram educados na metodologia de Drucker, conforme promovida por Bob Buford. Na verdade, Drucker já chamou Rick Warren de “o inventor do reavivamento perpétuo” (24), mas isso somente não confirma que Warren tem feito interface diretamente com Drucker. Entretanto, em um artigo escrito por Warren no espaço virtual da The Southern Baptist Press na Internet, ele próprio diz: “Uma vez perguntei a Peter Drucker, o pai da administração moderna, com que freqüência uma organização crescente precisa se reestruturar…” (24). O Dr. Warren também faz referências de ter recebido Peter Drucker em sua residência. Quando se começa a somar esses incidentes e avaliar suas totais implicações, o quadro começa a se tornar muito claro. Esses flautistas de Hamelin evangélicos estão utilizando os métodos de homens cuja cosmovisão holística permeia seus estilos de administração e todos os demais aspectos de suas filosofias pessoais. Uma vez que eles começam a utilizar essa metodologia para criar ou fazer a transição de uma igreja, essa igreja cai direto nas mãos dos engenheiros globalistas de sistemas que estão procurando uma avenida para fazer a ruptura do sistema e estabelecer a Igreja da Mudança de Paradigma. Como foi explicado anteriormente neste manuscrito, após somente uma geração de tal manipulação generalizada, a igreja não terá absolutamente nenhuma semelhança com a igreja daqueles que lutaram contra o modernismo, contra a infidelidade espiritual e contra o ecumenismo aberto nos anos 1960. O efeito da Teoria Geral dos Sistemas nesses líderes evangélicos fica ainda mais evidente pela própria terminologia usada pelo Dr. Warren em seu espaço virtual na Internet, www.Pastors.com. Observe as seguintes afirmações de Dr. Warren no artigo “Como Pensar Como um Cristão de Classe Mundial” (esse artigo é um excerto de seu livro Uma Vida com Propósitos):
- O subtítulo inicial, “mudança do pensamento autocentrado para centrado nos outros” esta seção utiliza frases tais como “uma difícil mudança mental”, “mudança de paradigmas”, e fala de “orações com a respiração”.
- O próximo subtítulo é “Mudança do pensamento local para o global”. Aqui ele diz, “Deus é um Deus global”, diz que a maior parte do mundo já “pensa globalmente” e menciona conglomerados multinacionais. Ele então diz, “Estamos mais conectados do que percebemos.”.
- Ele também diz, “As pessoas são mais receptivas a Deus quando estão são sob tensão e transição.” (26).
Todos esses pontos contêm certa dose de verdade, mas o leitor deste manuscrito precisa agora exercer o discernimento para analisar criticamente essas afirmações com o total conhecimento do que foi apresentado até aqui. Como um modo de revisão, os pontos para avaliação são como seguem:
- A frase “mudança de paradigma” foi cunhada por Thomas Kuhn, um subscritor da Teoria Geral dos Sistemas. A TGS, quando executada em suas conclusões lógicas, leva a pessoa a uma jornada para as crenças esotéricas e até ocultistas da deusa Mãe-Terra.
- Marilyn Ferguson, autora do livro A Conspiração de Aquário (juntamente com outros aderentes da Nova Era) popularizou o conceito de “mudança de paradigma” e a ruptura para um novo sistema que sinalizará o fim da Era de Peixes, a aurora da Era de Aquário e a vinda do novo nível de evolução humana, o homo noeticus.
- Peter Drucker baseia suas filosofias na TGS e utiliza o Processo Dialético Hegeliano na formulação de suas teorias da “comunidade” (consenso ou síntese). A abordagem holística dele dos princípios da administração deram origem ao seu sistema de “Administração Por Objetivos” um modelo baseado em resultados que utiliza os processos de Edward Deming (outro discípulo da TGS) que mudam os valores e a cosmovisão daqueles que estão envolvidos no modelo holístico.
Com essas considerações em mente, no mínimo deve-se questionar o intento do Dr. Warren em fazer afirmações tão permeadas com implicações sistêmicas. Por exemplo:
- Todas as referências à mudança, transição, e mudança de paradigma do pensamento autocentrado para o centrado nos outros faz alguém pensar exatamente o que ele tem em mente. Se o Dr. Warren está realmente falando de missões mundiais e trabalhando para o plano bíblico de Deus, ele certamente poderia ter escolhido a terminologia bíblica, em vez de uma terminologia holística e pós-moderna.
- Ao recomendar “orações de respiração”, o Dr. Warren está se aventurando em um terreno perigoso. A oração de respiração incorpora uma oração de uma frase simples que é repetida com o ritmo da respiração. A técnica para isso é descrita como segue:
“Sente-se calado e repita a frase calmamente em sua mente por vários minutos. Permita que a oração tome o formato de sua respiração para que as palavras acompanhem sua respiração. Faça uma caminhada, repetindo a oração enquanto você se mover. Observe como a oração molda suas percepções. Permita que a oração acompanhe o ritmo de seus passos e da sua respiração… os instrumentos da oração contemplativa são usados somente para ajudar a nos guiar a uma experiência de união com Deus…” (27).
O artigo citado acima também mostra fotografias de adolescentes caminhando em um labirinto enquanto entoam essas orações repetitivas. Embora isso possa parecer ser muito espiritual, uma rápida leitura de revistas e boletins ocultistas de nova era mostram esses mesmos labirintos e falam de atingir os estados alterados de consciência via meditação transcendental. Essa é uma técnica utilizada por aqueles que desejam contactar os “espíritos-guia” em seus “lugares seguros”. A “oração” repetitiva e a entonação originam-se nas religiões ocultistas, e não têm lugar na prática cristã. Não há absolutamente dúvida da natureza ocultista desses métodos quando se percebe o significado da afirmação, “ajudam a guiar-nos a uma experiência de união com Deus.” Esse não é um conceito cristão, mas, ao contrário, é um princípio panteísta. O cristão nunca será “um com Deus”. Somente Jesus Cristo é ou pode ser um com o Pai. Esse ensino está baseado nas religiões orientais e em ensinos ocultistas. Todavia, esse princípio está no espaço virtual da Igreja Presbiteriana dos EUA, e Rick Warren promove e apóia “as orações com a respiração” em seu livro Uma Vida com Propósitos. O próprio Jesus Cristo advertiu que os cristãos não devem usar de “vãs repetições nas orações, como fazem os gentios” [Mateus 6:7], pois compreendeu perfeitamente os perigos envolvidos nessa prática. Todavia, o Dr. Warren defende isso que Jesus condenou claramente.
- Sim, Deus ama a todos os indivíduos no mundo. Sim, Deus mandou os cristãos irem a todo o mundo e pregarem o evangelho. Sim, os cristãos devem ter a mente em missões e sentir amor pelos perdidos. Entretanto, dizer que “Deus é um Deus global” implica que Deus é favorável à ascensão do globalismo político e religioso tão proeminentemente exibido na cultura pós-moderna. Se a pessoa ignora o treinamento que Rick Warren recebeu de Peter Drucker até poderia lhe dar o benefício da dúvida.
- Pode-se até acusar este autor de estar forçando demais em um ou dois desses pontos, e francamente, talvez o Dr. Warren mereceria que “déssemos um tempo” nessas questões se não fosse pela próxima afirmação que revela seus verdadeiros intentos. A afirmação dele, “Estamos mais conectados do que percebemos” oferece evidência suficiente para acusá-lo de adotar a filosofia da TGS, e circunstancialmente diz que ele engoliu a filosofia de Drucker “vara, anzol e linha”. No mínimo, essa afirmação condena o Dr. Warren de tornar-se um inocente útil para as filosofias de “ruptura do sistema” de forças luciferianas em todo o mundo.
- Finalmente, essa afirmação de as pessoas se tornarem mais receptivas a Deus sob tensão ou transição contém algumas sementes de verdade… MAS… as filosofias da Teoria Geral dos Sistemas ensinam que a evolução ocorre em tempos de contestação e maciça agitação, e tanto a contestação quanto a maciça agitação precisam estar presentes para a próxima fase da evolução social ocorrer.
Como observado anteriormente, Rick Warren, Bob Buford, Dan Southerland, Bill Hybels, e outros, agora já treinaram centenas de milhares de pastores na Religião Orientada Para Resultados. Muitos que verdadeiramente sentem amor e uma responsabilidade pelos perdidos têm sido sugados para dentro desses programas, e outras igrejas estão adotando muitos dos aspectos individuais dessa filosofia de modo a atrair os “sem-igreja” e construir seus ministérios. Entretanto, as filosofias holísticas e pós-modernas estão vindo para a igreja por influência das mega-igrejas e de seus seminários de treinamento e, infelizmente, as questões não param com essas preocupações elas se tornam piores.
Siga o Rastro do Dinheiro
Uma igreja autônoma geralmente não é iniciada com muito dinheiro no banco. Na verdade, algumas mega-igrejas informam em seus históricos que seus fundadores começaram a trabalhar com pouco ou nenhum dinheiro. (Alguns exemplos mais notáveis disso são Robert Schuller e Jerry Falwell.) Embora algumas igrejas sem afiliação possam começar como um programa missionário de outra igreja, ou grupo de igrejas, essas doações tendem a prover somente uma pequena parte dos recursos necessários para o sustento de um pastor em tempo integral. Muitos pastores de obras independentes e menores mantêm um emprego secular até que a igreja tenha condições financeiras de sustentá-los em tempo integral.
O dinheiro é um tópico muito discutido na igreja local, e é também discutido com certa extensão na Palavra de Deus. Freqüentemente, é também um motivo de disputa quando envolve as questões da separação bíblica. Por exemplo, uma igreja firmada nas Escrituras não aceitará dinheiro de fontes abertamente hostis ao evangelho ou até mesmo de fontes questionáveis. Essa é uma questão até com alguns grupos conservadores, como a Convenção Batista do Sul, pois os seminários batistas sulistas que são membros da Associação das Escolas Teológicas pertencem a uma organização que é patrocinada pela Luce Foundation e pela Lilly Endowment (Fundo Lilly). Uma igreja independente, por outro lado, não pertence a qualquer instituição que é financiada ou patrocinada por organizações seculares em qualquer nível. Para ilustrar esse princípio, um fluxograma mostrará o caminho de financiamento de três igrejas. Duas serão imaginárias; a outra será a Igreja da Comunidade de Saddleback, do pastor Rick Warren.
O primeiro caminho de financiamento será uma igreja bíblica independente e não vinculada a uma denominação. O pastor dessa igreja é (por facilidade de ilustração) formado pela Universidade Bob Jones e o pastor assistente e ministro de música é graduado pela Universidade Cristã de Pensacola:
Nessa igreja, o pastor recebe sua direção diretamente do Espírito Santo de Deus, conforme é comunicada a ele por meio da Palavra de Deus. O financiamento para as atividades da igreja é recebido dos membros, à medida que eles contribuem de acordo com a proporção que Deus prosperou a cada um. O relacionamento do pastor e do pastor assistente com suas respectivas instituições de ensino é reduzido à associação e orientação; e neste caso, essas instituições recebem fundos de doações privadas e ofertas de fé. Além disso, a metodologia nas operações é também conforme especificado na Palavra de Deus, e não existem influências exteriores nas operações dessa igreja-modelo. Essa é a verdadeira posição bíblica.
O próximo exemplo está baseado na Igreja da Comunidade de Saddleback, pastoreada por Rick Warren:
Esse diagrama torna-se extremamente complicado e confuso. Entretanto, em uma tentativa de preservar algum vestígio de simplicidade, não serão mostrados os pastores assistentes e outros membros da equipe ministerial. Tenha também em mente que a Igreja da Comunidade de Saddleback está afiliada à Convenção Batista do Sul dos EUA, e isso a vincula a todos os outros membros dessa organização. Além disso, devido ao vasto número de associações envolvidas na Igreja da Comunidade de Saddleback, a página é pequena demais para criar um diagrama detalhado. Entretanto, a extensão dessa ilustração será adequada o suficiente para comunicar a contemporização que é criada com essa situação. Como o Dr. Warren tem Doutorado em Ministério pelo Seminário Teológico Fuller, está ligado em rede à linha de financiamento de Fuller, que inclui a Fundação Rockefeller e a Luce Fundation. (Henry Luce foi um maçom de grau muito elevado), a Lilly Endowment (a Lilly é um grande laboratório fabricante de medicamentos para doenças mentais), bem como a Associação das Escolas Teológicas. Após uma análise crítica da situação da Igreja de Saddleback, as perguntas mais profundas podem ser simplesmente estas: se a metodologia de Saddleback está baseada na Administração Por Objetivos, de Peter Drucker, onde é que a Palavra de Deus e suas doutrinas fundamentais entram na equação? Levando esse raciocínio ao próximo nível, se as doutrinas e a metodologia da Palavra de Deus ficam subordinadas a uma técnica gerencial, onde é que o próprio Deus realmente entra nesse cenário?
Finalmente, para propósitos de comparação, um diagrama será mostrado para uma igreja afiliada à Igreja Luterana na América:
Os conceitos utilizados pelas igrejas protestantes tradicionais estão mais em linha com as metodologias católicas. O sínodo é colocado como um intercessor entre o pastor e Deus: o pastor local recebe seus sermões da ILA, a igreja local sustenta a ILA, e a ILA, por sua vez, redistribui a riqueza para as igrejas individuais de acordo com a necessidade estabelecida ou pré-determinada. Esse é um sistema hierárquico que vai contra os princípios bíblicos, mas há definitivamente um movimento em andamento para adotar o modelo orientado para resultados do novo paradigma.
Juramentos, Pactos e Promessas de Fé
Quando se começa a seguir o cheiro do dinheiro dentro da Igreja do Novo Paradigma e nas igrejas protestantes tradicionais, algumas coisas surpreendentes começam a se revelar surpreendentemente, isto é, em comparação com o modelo bíblico encontrado no Novo Testamento. A visão tradicional dos cristãos bíblicos com respeito ao dinheiro e às ofertas é definido de forma simples: “Se Deus tiver o controle do coração de um homem, também controlará sua carteira.” A Bíblia ensina especificamente que os cristãos devem ofertar para a igreja “conforme a sua prosperidade” [1 Coríntios 16:2]. Como resultado, nas igrejas bíblicas, o dinheiro é discutido principalmente no contexto dos projetos especiais de construção, uma necessidade incomum de um membro da igreja, ou um projeto missionário especial entretanto, há (como regra) pouca menção de ofertas ou dinheiro do púlpito das igrejas bíblicas simplesmente porque tais sermões são sem sentido. Entretanto, nas igrejas que apenas se inclinam em direção ao modelo do novo paradigma, há no mínimo um “mês da mordomia” em que o único assunto discutido a partir do púlpito e na Escola Dominical é dinheiro e ofertas.
Embora o “mês da mordomia” seja geralmente procedimento padrão para manter a oferta em um nível apropriado para atender aos requisitos mínimos do orçamento, as congregações do novo paradigma que alcançam um resultado de crescimento de igreja ótimo são forçadas a se envolverem em um programa de construção perpétuo. Isso freqüentemente toma mais dinheiro que o orçamento permite e, portanto, requer assistência que ultrapassa as paredes da igreja. Esse fenômeno deu origem às agências de consultoria em crescimento de igreja, como a Injoy Ministries, de John Maxwell. A Injoy oferece programas que consistem de programas de liderança, compromissos, pactos e “promessas de fé” que têm um registro comprovado de aumentar grandemente a receita da igreja. Entretanto, existem várias questões com esses programas que não somente “forçam muito”, mas vão a extremos que são claramente sem base bíblica. Os programas das agências de consultoria em crescimento de igrejas baseiam-se no fato que a maioria das igrejas do novo paradigma já tem uma declaração de missão, uma declaração dos valores fundamentais, e uma declaração de visão. Esses documentos vêm diretamente do mundo de Deming e Drucker e não são em parte alguma encontrados na Palavra de Deus. (A Bíblia não diz que sem uma declaração de visão o povo perece.) Usando como base esses documentos principais, esses programas também implementam uma série de juramentos e pactos que requerem a assinatura dos membros em geral e “da liderança da igreja” em particular. (A “liderança da igreja” nesse caso não é a equipe pastoral, mas, ao invés disso, pessoas leigas que ocupam “posições de liderança” dentro do corpo de membros. John Maxwell e outros estão conduzindo seminários muito caros e escrevendo livros para desenvolver a próxima geração de liderança da Igreja do Novo Paradigma.) A Injoy e outras firmas de consultoria em crescimento de igrejas baseiam-se nessa premissa e ajudam a “liderança da igreja” recém-treinada pela Injoy a estabelecer um sistema de “promessa de fé” que, em efeito, suga dinheiro das contas bancárias dos membros da igreja para erigir edifícios maiores e mais bonitos para abrigar com mais conforto a todos.
Existem várias questões que saltam à vista com a implementação desse plano:
- Os juramentos são expressamente proibidos pela Palavra de Deus. Isso não somente é aplicável às ofertas, mas também à assinatura de pactos da igreja, declarações de visão, declaração de missão, e a declaração dos valores fundamentais.
“Mas, sobretudo, meus irmãos, não jureis, nem pelo céu, nem pela terra, nem façais qualquer outro juramento; mas que a vossa palavra seja sim, sim, e não, não; para que não caiais em condenação.” [Tiago 5:12].
- O espírito bíblico de ofertar é aquele em se dá com alegria. As táticas de manipulação e intimidação não são apropriadas para a formação de pessoas que dão com alegria, que dão com amor para a obra do Senhor.
- Táticas de manipulação freqüentemente somente alcançam conformidade instilando culpa e medo nos indivíduos que são envergonhados ou intimidados a assinar o pacto ou a “promessa de fé”.
O fato da matéria é que a igreja que baseia sua metodologia nos princípios da administração empresarial em vez de nos princípios da Palavra de Deus, tem uma massacrante tendência de se tornar dependente da mesma droga intoxicante que vicia muitos no mundo corporativo. Esse vício é a busca por mais mais dinheiro, edifícios maiores e mais suntuosos, mais administração do patrimônio, e mais crescimento financeiro. Embora nem todas as igrejas do novo paradigma enquadrem-se nessa categoria, o perigo de cair presa dessa tendência é muito mais provável nesse tipo de igreja, pois, se o pastor vê a si mesmo como um executivo, o tesoureiro da igreja vê-se como um executivo financeiro, os “membros da “equipe de liderança” são equivalentes a membros da diretoria de uma empresa, e a metodologia vem da “Administração Por Objetivos” o todo-poderoso dólar ou real tem um papel muito mais significativo do que em uma igreja cujas finanças e ofertas são entregues a Deus sem coerção ou manipulações externas.
Escoamento das Mega-Igrejas Para as Congregações Menores
Aqueles que são velhos o suficiente para se lembrar das eleições americanas em 1980 em que Ronald Reagan enfrentou o então presidente Jimmy Carter, também se lembram do remédio de Reagan para os desesperadores problemas econômicos da nação. Essa teoria econômica foi chamada de “escoamento econômico” porque Reagan defendia a posição que qualquer alívio nos impostos concedidos à classe social mais rica daria um alívio correspondente às famílias das classes trabalhadoras que se beneficiariam grandemente com a prosperidade dos ricos, cujas empresas iriam contratar mais funcionários e dar aumentos salariais à medida que os lucros aumentassem. Não é intenção deste autor defender a validade ou não dessa teoria na área econômica, mas o efeito dela existe nas igrejas do Novo Paradigma e nas tradicionais.
Referenciando novamente os diagramas que ilustram os caminhos de financiamento que fluem pelas igrejas ilustradas nesses exemplos, uma análise “da base para cima” pode ser o método mais esclarecedor de explicar o efeito do “escoamento”. Para ilustrar isso, inicia-se com o pastor ou com o pastor assistente da igreja. Observe que todos os três diagramas mostram uma linha pontilhada do pastor até a instituição de ensino superior ou seminário. A linha pontilhada, e não uma linha sólida, aparece aqui porque a igreja, como regra, não recebe ofertas monetárias das instituições em que o pastor estudou (embora o contrário freqüentemente aconteça). Entretanto, a conexão importante para a academia é o estabelecimento e suporte de redes que transmitem metodologias e relacionamentos comuns que contribuem para a formação de filosofias derivadas da experiência do indivíduo obtidas em uma determinada instituição. Os princípios centrais dessas metodologias e relacionamentos são então transferidos e disseminados entre os alunos formados por essas instituições.
Portanto, se uma instituição é membro da Associação das Escolas Teológicas (que é patrocinada pela Lilly Endowment e pela Luce Foundation), que efeito isso terá nas igrejas individuais? Melhor ainda, por que a Lilly, que fabrica o Prozac e outras drogas para as doenças da mente, estaria interessada nas igrejas cristãs? O mesmo pode ser perguntado a respeito da Luce Foundation, já que Henry Luce foi um maçom de grau elevado. Como os efeitos práticos no ministério dos graduados pelos seminários que estão associados com a Associação de Escolas Teológicas são as redes de contatos, relacionamentos, e filosofias que “escoam” pelos corredores da rede onde é que as fundações filantrópicas da elite econômica se encaixam na missão da igreja?
Como uma resposta a essa questão, os programas específicos que vêm por meio dessas duas fundações filantrópicas podem ser detalhados por suas próprias palavras:
Bolsistas em Teologia da Fundação Henry Luce III
“Estabelecido em 1993, o programa Bolsistas em Teologia da fundação Henry Luce III suporta a pesquisa de acadêmicos juniores e seniores cujos projetos ofereçam contribuições significativas e inovadoras aos estudos teológicos. O programa procura patrocinar a excelência em erudição teológica e fortalecer os vínculos entre a pesquisa teológica, as igrejas e o público mais amplo.”
“O programa é gerenciado pela Associação das Escolas Teológicas, a agência que define os programas, regula e autoriza a educação teológica em nível graduado nos EUA e Canadá. Suas 235 instituições-membro são escolas teológicas católicas, ortodoxas e protestantes, incluindo seminários independentes e escolas teológicas vinculadas às universidades.” (28).
O Fundo Lilly
“Lilly Endowment Inc. é uma fundação filantrópica privada baseada em Indianápolis, criada em 1937 por três membros da família Lilly J. K. Lilly Sr. e seus filhos J. K. Jr. e Eli por meio da oferta de ações de sua indústria farmacêutica, a Eli Lilly and Company. Mantendo os desejos dos seus três fundadores, o Fundo Lilly existe para suportar a causa da educação, o desenvolvimento comunitário e a religião.
Os objetivos da divisão de religião do Fundo Lilly são:
- Aprofundar e enriquecer as vidas religiosas dos cristãos americanos, principalmente ajudando a fortalecer suas igrejas.
- Suportar o recrutamento e educação de uma nova geração de ministros talentosos e outros líderes religiosos.
- Encorajar a reflexão teológica e as práticas religiosas que recuperam a sabedoria da tradição cristã para nossa situação contemporânea.
- Suportar os acadêmicos e educadores que procuram ajudar o povo americano a compreender melhor a religião contemporânea e o papel que ela realiza nas nossas vidas públicas e privadas.
- Fortalecer as contribuições que as ideias, práticas, valores e instituições religiosas fazem para o bem comum da nossa sociedade.
De todas essas formas, o fundo Lilly Endowment Inc. busca suportar as pessoas e as organizações que estão lutando para gerar conhecimento, comunicar visões, desenvolver as práticas, e renovar e sustentar as instituições que oferecem os recursos religiosos dos quais uma sociedade florescente e humana depende.” (29).
Depois de ler essas notas de marketing, mais algumas perguntas estão em ordem: por que esses indivíduos ricaços estão tão interessados em religião e teologia? Eles possuem motivos ou agendas ulteriores? Estão esses indivíduos poderosos tentando moldar a direção dos movimentos religiosos ou simplesmente facilitando suas consciências culpadas? Estão genuinamente preocupados com os perdidos? Existe um aspecto financeiro a ser considerado? Estão eles simplesmente tentando comprar seu caminho para o céu? OU Essas organizações aspiram chegar ao modelo do banquinho de três pernas de Peter Drucker; e percebem que de modo a “alcançar a comunidade” ou realizar a “transição de todo o sistema” precisam controlar os “canto teológico do poder”, conforme expressou o senador Goldwater?
Pode-se somente especular quais são as verdadeiras respostas a essas perguntas. Por exemplo, uma indústria farmacêutica veria a igreja como um veículo para avançar o evangelho ou como um mercado potencial? Bem possivelmente a última, pois de acordo com G. A. Pritchard, a Igreja da Comunidade de Willow Creek faz centenas de encaminhamentos a cada ano para o atendimento psiquiátrico, (30) e com o surgimento da “Psicologia Cristã”, esse mercado está se expandindo rapidamente. Além disso, quem se beneficiaria com um extenso banco de dados religioso? O Fundo Lilly está construindo um banco de dados religioso no Arquivo Religioso Americano. Um pastor estaria inclinado a oferecer suporte a uma organização que fornece a ele férias e retiros espirituais? O Fundo Lilly também financia um programa intitulado “Sustentando a Excelência Pastoral”:
“… o programa estabelecerá projetos para permitir que os ministros criem ambientes de contínuo estudo bíblico, reflexão teológica, renovação espiritual… identificar, nutrir, e educar uma talentosa nova geração de pastores suportando os excelentes que já temos… Aprendizado com a pressão do grupo este é um grupo de pastores que se reúne regularmente… muitos programas incluem um componente de mentores ou liderança.” (31).
Independente de quais possam ou não ser as respostas, o efeito do escoamento das filosofias das fundações filantrópicas está chegando até a porta da frente das igrejas tradicionais e as do Novo Paradigma. Os efeitos dessas filosofias estão tendo um profundo efeito sobre a “grande comunidade evangélica” até ao ponto em que os aspectos doutrinários e metodológicos das igrejas estão mais rapidamente fazendo a transição do modelo bíblico para a total conformidade com a Religião Orientada Para Resultados. Além disso, e talvez ainda mais importante, esse processo é mais um componente da criação da mudança de paradigma uma mudança no modo como os indivíduos pensam sobre a religião, os valores religiosos, as doutrinas bíblicas e sobre as igrejas.
As Areias da Mudança de Paradigma Produzem Bases Instáveis
O tema recorrente deste manuscrito é o perigo imposto sobre o destino eterno das futuras gerações devido ao desejo de “fazer tudo o que for necessário” para aumentar os números de pessoas no rol da igreja. O Dr. Bob Jones Sr. advertiu contra esse princípio quando disse: “Nunca sacrifique o permanente no altar do imediato.” (32) Embora o Dr. Jones nunca em seus mais lúcidos pesadelos pudesse ter visualizado uma igreja construída com base nas filosofias pragmáticas do “fim justifica os meios” dos flautistas de Hamelin do Novo Paradigma, a grande comunidade evangélica atual está sacrificando seus filhos no altar do pós-modernismo ao mesmo tempo em que proclama pragmaticamente seu grande sucesso na “construção do reino de Deus”. Entretanto, quando se faz um exame mais atento naqueles que estão envolvidos na cena religiosa do Ocidente, a triste verdade da condição desesperadora desta geração vem para o primeiro plano.
A evidência dessa questão generalizada é confirmada por uma pesquisa feita pelo Barna Research Group com 2.033 adultos em novembro de 2003. Os resultados são chocantes, para dizer o mínimo:
- 4% dos adultos pesquisados têm uma cosmovisão bíblica.
- 9% dos “cristãos nascidos de novo” pesquisados têm uma cosmovisão bíblica.
- 7% dos protestantes pesquisados têm uma cosmovisão bíblica.
- 2% dos protestantes tradicionais pesquisados têm uma cosmovisão bíblica.
- 0,04% dos católicos romanos pesquisados têm uma cosmovisão bíblica.
- 13% dos protestantes não-denominacionais pesquisados têm uma cosmovisão bíblica.
- 10% dos pentecostais pesquisados têm uma cosmovisão bíblica.
- 8% dos batistas pesquisados têm uma cosmovisão bíblica.
Barna então acrescentou:
“Entre as cosmovisões alternativas prevalecentes estava o pós-modernismo, que parecia ser a perspectiva dominante entre as duas gerações mais novas… Para os propósitos da pesquisa, uma cosmovisão bíblica foi definida como: crer que existe uma verdade moral absoluta; que tal verdade é definida pela Bíblia; e uma crença firme em suas visões religiosas específicas. Essas visões eram que Jesus Cristo viveu uma vida sem pecado; que Deus é o onipotente e onisciente criador do Universo e que Ele ainda o governa hoje; que a salvação é um dom de Deus e que não pode ser obtida por meio de esforços próprios; que Satanás é real; que um cristão tem a responsabilidade de compartilhar sua fé em Cristo com outras pessoas; e que a Bíblia é correta em todos os seus ensinos.” (33).
Como as informações coletadas por essa pesquisa foram chocantes, Barna realizou uma segunda pesquisa. Nessa segunda pesquisa, que utilizou o mesmo conjunto de perguntas para determinar a cosmovisão, 601 pastores titulares foram entrevistados em todo o país. Os resultados foram igualmente surpreendentes:
- 71% dos pastores batistas sulistas têm uma cosmovisão bíblica.
- 59% dos pastores pesquisados e que não freqüentaram seminário têm uma cosmovisão bíblica.
- 57% dos pastores batistas não vinculados à Convenção Batista do Sul pesquisados têm uma cosmovisão bíblica.
- 51% dos pastores protestantes pesquisados têm uma cosmovisão bíblica.
- 51% dos pastores protestantes não denominacionais pesquisados têm uma cosmovisão bíblica.
- 45% dos pastores pesquisados que são graduados em seminários têm uma cosmovisão bíblica.
- 44% dos pastores carismáticos e pentecostais pesquisados têm uma cosmovisão bíblica.
- 35% dos pastores das igrejas de negros pesquisados têm uma cosmovisão bíblica.
- 28% dos pastores protestantes tradicionais pesquisados têm uma cosmovisão bíblica.
- 27% dos pastores metodistas pesquisados têm uma cosmovisão bíblica.
- 15% das mulheres pastoras pesquisadas têm uma cosmovisão bíblica (34).
Embora esses números sejam absolutamente aterrorizadores para qualquer genuíno filho de Deus, o mais horrível de todas essas estatísticas é o fato que somente 9% daqueles que foram pesquisados e que afirmam serem “nascidos de novo” professam uma cosmovisão bíblica. O verdadeiro crente compreende que a prova está feita e a maioria questionaria como qualquer indivíduo que respondeu negativamente a qualquer uma dessas perguntas de Barna poderia ser um cristão de acordo com os padrões bíblicos. Por exemplo:
- Um indivíduo que nega a existência da verdade absoluta é salvo?
- Um indivíduo que nega que a verdade absoluta é definida pela Palavra de Deus, conforme encontrada na Bíblia, é salvo?
- Um indivíduo que nega que Jesus Cristo viveu uma vida imaculada é salvo?
- Um indivíduo que nega o poder onipotente de Deus como o criador do Universo é salvo?
- Um indivíduo que crê na salvação por meio das obras é salvo?
- Um indivíduo que nega a existência de Satanás e a exatidão da Bíblia é salvo?
O fato da matéria é que ninguém pode conhecer o coração do homem, somente Deus; entretanto, a Bíblia diz claramente, “Pelos seus frutos os conhecereis” [Mateus 7:16]. Assim, qualquer um que negar uma dessas doutrinas fundamentais ou é muito ignorante da Palavra de Deus ou esse indivíduo é um perdido.
A única possível responsabilidade pela falha exibida nesses fatos aponta diretamente para o pastorado da cristandade professa. Se somente a metade dos pastores protestantes é doutrinariamente sólida o suficiente para ter a cosmovisão bíblica, o que se pode esperar dos membros de suas igrejas? Além disso, quando a luz é mostrada na cosmovisão desses pastores, a questão arrasadora torna-se óbvia: A falta de pregação doutrinária expositiva a partir dos púlpitos deste país está produzindo uma nova geração que é “cristã” nominal somente. Todavia, a despeito disso, a Igreja Evangélica proclama que existe mais “cristãos” no mundo hoje do que em qualquer outro período histórico. (Dificilmente pode-se resistir à tentação de imaginar se essa afirmação ainda soaria verídica se o número fosse dividido por dez de modo a refletir as proporções indicadas pela pesquisa.) De acordo com a pesquisa de Barna, menos de um em cada dez indivíduos que professa ser nascido de novo tem qualquer convicção doutrinária para suportar sua afirmação. Além disso, se homens como Robert Schuller, Rick Warren, Bill Hybels e outros continuarem a comunicar suas metodologias orientadas para resultados, mais indivíduos receberão pouca ou nenhuma instrução doutrinária, e milhares de “cristãos” do Novo Paradigma estarão condenados a ouvirem um dia as palavras, “Não vos conheço; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade.” Os números crescerão, o patrimônio financeiro aumentará, o antigo sistema morrerá, e as almas dos participantes serão enfraquecidas pela falta de ensino doutrinário. Como resultado, as mentes mudarão, o fundamentalismo desaparecerá, o novo sistema irromperá, e a nova sociedade de Peter Drucker emergirá.
Thomas Kuhn, em seu livro The Structure of Scientific Revolutions, diz:
“O conhecimento aumenta para os limites do paradigma atual, e então é substituído por um novo paradigma. A mudança de paradigma que ocorre remodela o pensamento científico até que seja substituído por um novo paradigma.” (35).
Assim, com base na avaliação de Kuhn, agora é o tempo para a mudança de paradigma. O pensamento religioso está sendo remodelado mais do que a qualquer tempo desde o primeiro século. Todas as áreas enfocadas por este manuscrito: os frutos do modernismo, o neo-evangelicalismo, o movimento carismático, a agenda de mudança de valores daqueles que querem a transição de todo o sistema, a influência da política na igreja, o financiamento da elite secular e a tolerância pós-moderna estão vindo a dar seus frutos nas mentes dos membros doutrinariamente desnutridos da Igreja do Novo Paradigma que foram mesmerizados pelos flautistas de Hamelin da Religião Orientada Para Resultados.
Notas Finais
- Ferguson, Marilyn, The Aquarian Conspiracy, J. P. Tarcher, Inc., Los Angeles, CA, 1980, pág. 26.
- Ibidem.
- Walonick, David S., Ph. D. “General Systems Theory”, www.survey-software-solutions.com/walonick/systems-theory.htm, pág. 15.
- Thomas, Don. “Don Thomas Report: A Plan of Action for South Carolina”, Empowered Education Systems for the 21st Century, November 30, 1993, Chart 3.
- Boje, David M. &Windsor, Robert D. “The Resurrection of Taylorism: Total Quality Management’s Hidden Agenda”, The Journal of Organizational Change Management, Vol 6, 1993, pág. 62.
- Blumenfeld, Samuel L., NEA,Trojan Horse in American Education, The Paradigm Company, Boise, Idaho, 1984, págs. 44-47.
- Boje, pág. 57.
- Ibidem, pág. 59.
- Drucker, Peter. Landmarks of Tomorrow, Dimensions Publishing, 1959.
- Walonick, pág. 1.
- Ibidem.
- Ibidem, pág. 6.
- Ferguson, pág. 157.
- Ibidem, pág. 52.
- Lamb, Henry, “Rise of the Global Green Religion”, Eco-Logic magazine, 2/12/98.
- Houston, Jean, “Whole System Transition and the Rise of the Planetary Society”, audio tape, Association of Curriculum Management and Development, 1989.
- Goldwater, Barry, With No Apologies, William Morrow Publishing, 1979, pág. 280.
- Stafford, Tim, “The Business of the Kingdom”, Christianity Today, 11/15/99.
- Ibidem.
- Ibidem.
- Ibidem.
- Buford, Bob. Halftime, Zondervan Press, Grand Rapids, MI, Flyleaf.
- Stafford.
- Drucker, Peter, www.thepurposedrivenlife.com/rick.asp.
- Warren, Rick, “First Person: Stifled by Structure”, www.scbaptistpress.org/bpnews.asp, 9/22/03, pág. 4.
- Warren, Rick. “How to Think Like a World Class Christian”, excerpt from The Purpose-driven Life, http://www.pastors.com/.
- “Contemplative Prayers”, http://www.pcusa.org/.
- www.hluce.org/4thhlfm.html.
- www.centerforcongregations.org/lilly.asp.
- Pritchard, G. A., Willow Creek Seeker Services, Baker Books, Grand Rapids, MI, 1996, pág. 228.
- www.centerforcongregations.org/lilly.asp.
- Bob Jones Sr.
- “The Barna Update”, 12/1/03, http://www.barna.org/.
- “The Barna Update”, 1/12/04, http://www.barna.org/.
- Walonick, pág. 15.
Fonte: A Espada do Espírito
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