por: Jônatas Fernandes
Muitos já se depararam com alguém dizendo que é muito enfadonho cantar ou escutar os hinos tradicionais, presentes nos hinários. Como consequência desse tipo de pensamento, é possível observar que atualmente a maioria das execuções não respeita a construção original dos hinos, pois, em uma tentativa de modernizá-los, muda-se linhas melódicas com melismas, altera-se o caráter do ritmo e até são inseridas respostas ao coro (ou estribilho).
Os hinários têm uma beleza singular e melodias doces com textos valiosos que enchem os corações e levam a paz daquele que, em diversas situações, nos diz: “A minha paz vos dou”.
Infelizmente, em algumas igrejas, a congregação não é instruída a cantar os hinos, mas, simplesmente, a imitar grupos e cantores que estejam em evidência e esse costume tem se passado de geração a geração. Talvez nossos avós e pais até tenham aprendido determinados hinos de uma forma diferente do original; o que nos leva a compreender que há uma necessidade de que as igrejas tenham músicos capacitados a lerem as partituras, a aprenderem corretamente os hinos e a conduzirem a congregação.
A título de exemplo, o hino “Conversão” (nº 15 da Harpa Cristã) nos leva a reconhecer a nossa miséria ao enxergarmos que foi na cruz que recebemos vida a partir da morte. Se a melodia reflexiva e o ritmo introspectivo forem modificados por um samba, a mensagem perderá o seu caráter original.
A beleza do canto congregacional está na simplicidade e não adianta querermos inovar se nem o básico conseguimos fazer. Precisamos entender que a música congregacional é sacra cristã e não pode sofrer influência de um ritmo que deturpe a mensagem original. Não quero aqui levantar bandeiras quanto à utilização ou proibição de ritmos e instrumentos; quero apenas alertar sobre a importância de seguirmos manuais previamente definidos, estudados e revisados, que são os hinários. Um ponto importante a ser observado antes de se cantar um hino, é que se leia o seu texto; com isso, a ideia central será melhor compreendida.
A grande diversidade de igrejas protestantes se unifica no momento do canto. Todos cantamos mensagens com textos diferentes, característicos de cada hinário, mas com uma única melodia e finalidade: glorificar o nome do Senhor. Os hinários são ricos em informações, cultura, poesias e reflexões e também reúnem letristas, compositores e tradutores que, inspirados por Deus, dignificam a música para Ele.
Com a modernidade e com o surgimento das igrejas neopentecostais, não se canta mais os hinos, mas músicas gospel de determinados cantores contemporâneos. Diante disso, é necessário reforçar a cada culto ou reunião que somos privilegiados por termos os hinários, um material riquíssimo que está à nossa disposição. Oxalá que a nova geração cresça aprendendo e cantando músicas que estão vivas há séculos.
Algumas perguntas para reflexão:
- Qual música você mais gosta de ouvir?
- Há quanto tempo escuta essa música?
- Sabe a história da criação dela ou informações sobre a vida do compositor?
Para demonstrar a importância dessas perguntas, podemos destacar que o famoso hino “At The Cross” (Foi na Cruz – H.C) tem mais de 100 anos, e, se Jesus não vier para buscar a sua igreja nos próximos 100 anos, continuaremos a cantar que: Foi na cruz, foi na cruz…
Pare, pense, repense e, se preciso, mude de atitude. Leve o seu hinário aos cultos ou reuniões, chegue cedo e encha os pulmões para cantar em agradecimento ao nosso Deus.
É agradável louvar o Senhor, cantar louvores àquele cujo nome está sobre tudo quanto existe. Dizer, logo de manhãzinha, como ele é bom; e no silêncio da noite afirmar como ele é um Deus fiel. Salmos 92:1,2
Fonte: Hinologia Cristã