por: Felippe Amorim
A música é uma das artes mais lindas que existem. Uma música bem executada é uma inspiração. Gosto muito de música e agradeço a Deus por ter dado sabedoria aos meus pais para que me colocassem em contato com ela desde cedo. Toco alguns instrumentos e os uso para louvar a Deus. O fato de eu ter crescido na Igreja Adventista é outro privilégio, pois nossa denominação tem alta qualidade em suas produções musicais.
Além das bênçãos espirituais, a música traz diversos benefícios cognitivos e psicológicos para aqueles que se envolvem com ela, inclusive o convívio com outras pessoas e a segurança emocional. Isso não é de admirar, uma vez que a música foi criada por Deus, e tudo o que ele faz é bom.
Inspirada por Deus, Ellen White escreveu muitos textos sobre música (veja, por exemplo, Educação, p. 168). Ao lê-los, percebemos várias funções da música, como expressar a adoração, contribuir para a educação, ajudar na vitória sobre o desânimo, impressionar o coração com a verdade, fortalecer a vida cristã, afastar o inimigo e vencer a tentação.
Depois do pecado, a música se tornou uma arma que pode ser usada para o bem ou para o mal. Por isso, devemos estar sempre atentos. Para que a música atinja seus objetivos, aqueles que a executam precisam ser canais consagrados. Assim como um cano sujo transforma água pura em água imprópria para o consumo, um músico não consagrado contamina a música que deveria ser apresentada em louvor a Deus.
No Antigo Testamento, Deus estabeleceu o tabernáculo e determinou que os cantores e instrumentistas seriam os levitas. Apenas desse grupo sairiam os que lidariam com a música no culto. Os levitas eram os mais consagrados entre o povo. Isso indica que, antes de escolher os afinados, Deus escolheu os consagrados. Esse critério na escolha dos músicos da igreja evitaria muitos problemas relacionados ao louvor.
Encontramos uma descrição das características dos levitas em Números 8:5-21, entre outras passagens. A Bíblia deixa claro que eles tinham uma responsabilidade espiritual altíssima. Entre outras coisas, eles deviam oferecer a vida como uma oferta viva ao Senhor, eram propriedade exclusiva de Deus, conheciam os escritos sagrados, eram fiéis guardadores do sábado, deviam buscar cultivar a santidade e estavam familiarizados com os serviços do santuário.
Os critérios de Deus não mudaram. Portanto, os músicos de hoje precisam ter as mesmas características. O mau testemunho de um músico estraga a mensagem que ele transmite por meio de sua arte. Imagine um obeso aconselhando sobre dieta! Ou um pregador que trata mal os membros falando sobre amor ao próximo! Da mesma forma, os músicos destroem a mensagem da sua música quando não vivem à altura do que cantam ou tocam.
Não nos esqueçamos: Deus julga primeiro a consagração do músico, depois avalia a execução da música. No livro Evangelismo (p. 512), Ellen White adverte: “A música só é aceitável a Deus quando o coração é consagrado, enternecido e santificado por sua docilidade. Muitos, porém, que se deleitam na música não sabem coisa alguma sobre produzir melodia ao Senhor em seu coração.”
Se a música de um cantor da igreja não está sendo aceita por Deus, então é melhor que ele não gaste inutilmente sua voz nem sua habilidade em um instrumento. Música sem consagração, ainda que executada com perfeição, não passa de música bem executada. Música vinda de um coração consagrado, ainda que executada com alguma falha, deixa de ser apenas música e passa a se chamar louvor.
Fonte: Revista Adventista
Felippe Amorim, pós-graduado em Docência Universitária, é pastor do Iaesc, em Santa Catarina