por: Pr. Douglas Reis
O apologeta é o sujeito de óculos espessos e mal humor ainda mais espesso! Ele vê ameaça em qualquer transeunte. Você não gostaria de passar um natal em família tendo um tio apologeta, o qual, indubitavelmente, falaria das origens pagãs da festa, ao invés de se preocupar com o recheio do peru.
Entrementes, todos gostam do carisma de um especialista em crescimento de igreja. Defesa racional da fé cristã? Ora, isto é um ranço de outro período. A tendência das pessoas é seguir as emoções; desse modo, vamos usar o evangelismo da amizade. E quando a pessoa estiver com dúvidas, daremos a ela um livro de auto-ajuda cristã que não lhe dirá nada com nada, mas a motivará!
Há três tipos de especialistas em crescimento de igreja: os que já estudaram no Fuller; os que estudaram em outro lugar, mas leram os grandes nomes do Fuller; e aqueles que se apoiam nas conclusões dos dois primeiros. O Fuller, como se sabe, é um seminário teológico que hoje segue a versão mais descolada do pentecostalismo. Na proposta pragmática do Fuller, crescimento de igreja e renovação litúrgica são como ovo e farinha do bolo: um existe para dar liga com o outro.
Não importa como ou por quais métodos – desde que a igreja cresça, "faze o que tu queres pois é tudo da lei", cantariam os membros da igreja do evangelho alternativo. Curioso é constatar a rota deste pensamento evangélico e ecumênico até chegar nos adventistas.
Como se sabe, os adventistas se especializaram ao longo de décadas em batizar – não apenas pessoas, mas programas de outros movimentos cristãos. Afinal, para quê ser cabeça quando tornar-se a cauda tem certo charme?
O verdadeiro crescimento espiritual é viabilizado pelo estudo da Bíblia, alicerce da experiência cristã de permanecer obedientemente na videira (João 15:7, 10, 14). Discípulos maduros apresentam um caráter transformado, fruto da vida renovada (II Coríntios 5:17). Como resultado, temos uma responsabilidade com relação às pessoas a nossa volta (II Coríntios 5:18-20).
Carecemos avaliar as oportunidades para um testemunho consciente, sem arrogância ou constrangimento. Testemunhar não significa aderir a um programa maciço. Antes, está relacionado a defender sua fé levando cativo todo pensamento a Cristo (II Coríntios 10:4-5), com mansidão e temor (I Pedro 3:15), justamente o sentido inicial de ser um apologeta! Bons programas podem criar condições para os crentes reconhecerem a importância de se engajarem neste processo ou adquirirem as ferramentas para servirem como missionários em suas comunidades.
Infelizmente, há diversas iniciativas que procuram reproduzir programas desenvolvidos por outras denominações cristãs. Quando isso é feito de forma acrítica, estamos usando um vestido impregnado do perfume de sua antiga dona. Não é de admirar que muitos adventistas pensem como evangélicos!
Alguns dentre nós querem que a igreja se solte de suas amarras históricas e se modernize. Creem que, para ganhar o mundo, devem pensar e agir como o mundo. Soa como o homem que pede à esposa maior liberdade – e isso não termina bem, por melhores que sejam as intenções.
A fé que possuímos deve ser hasteada como um legado Celeste (Judas 3), do qual jamais seremos dignos de levar. Somente pelo bem do próximo e por misericórdia a nós recebemos tamanha responsabilidade! Como poderíamos trocar as orientações de um Deus onisciente pelas ideias de homens limitados? Se encher igrejas fosse o alvo estabelecido por Deus isso não seria algo impossível; mas sendo a missão pregar o verdadeiro evangelho e convidar outros a aceitarem a mesma salvação imerecida que experimentamos, isso requer um poder sobrenatural. Alcançar a todos, utilizando os métodos legitimados pelas Escrituras: eis o nosso desafio!
É melhor deixar Fuller com seus planos. Deus reserva mais para Seus filhos.
Fonte: Questão de Confiança