A Adoração

Solenidade no Culto

por: Pr. Julio Oliveira Sanches

O culto que prestamos a Deus há que ser solene. Mesmo com ritual descontraído, o culto em si não prescinde da solenidade. O ambiente, a postura dos adoradores, a apresentação do dirigente ou ministrante, especialmente deste, há que oferecer aos presentes atitude de respeito ante a presença santíssima de Deus. A Bíblia recomenda-nos respeito às coisas sagradas e responsabilidade ao prestarmos cultos.

Quando Moisés foi ao encontro de Deus para desvendar o mistério da sarça que ardia, mas não se consumia, ouviu do Senhor a ordem: “Tira os teus sapatos de teus pés, porque o lugar em que tu estás é terra santa” (Êxodo 3:5). Ainda hoje ao adentrar uma mesquita o visitante é convidado a tirar os sapatos. Embora não seja costume dos cristãos tais práticas ao entrar no templo, há que ocorrer respeito ao prestarmos culto. O escritor de Eclesiastes recomenda: “Guarda o teu pé quando entrares na casa de Deus; e inclina-te mais a ouvir do que oferecer sacrifícios…” (Eclesiastes 5:1). Não menos contundente é a declaração de Habacuque 2:20: “Mas o Senhor está no seu santo templo: cale-se diante dele toda a terra”.

Em o Novo Testamento temos a ação de Jesus ao expulsar do templo os vendilhões. A conclusão do Mestre é apavorante e há que servir de aviso a todos os adoradores em todos os tempos: “Tirai daqui estes, e não façais da casa de meu Pai casa de venda” (João 2:16). Tão impressionante foi o ato praticado por Jesus, que os discípulos apavorados lembraram a expressão do Salmo 69:9: “O zelo da tua casa me devorará”. Hoje estamos sendo devorados não pelo zelo da casa do Senhor, mas sim por sua banalização.

Mesmo admitindo que na atualidade a onda de modernidade roubou dos salvos a reverência, o culto há que se manter solene. Nada justifica a banalização, a improvisação, o descuido com as vestes e aparência dos que ministram no templo. Um mínimo de solenidade se requer dos responsáveis pelo culto.

Alguns atos do culto, por si só, são solenes. A Ceia do Senhor exige do celebrante atitude e comportamento que convide o povo à reflexão, ao exame introspectivo, pois o próprio texto bíblico, I Coríntios 11:28, assim o exige. Difícil a introspecção com participantes trocando os cálices, pessoas se movimentando, grupos de coreografia dançando ao redor da mesa, uvas sendo distribuídas aos não salvos. Celebrante de bermuda e camiseta do time preferido, que nem sempre é o da congregação. O momento da Ceia não oferece lugar a espetáculo circense. Claro que a responsabilidade maior é do líder, não dos liderados.

O batismo é outro ato do culto que requer de todos, inclusive do celebrante, reverencia. O batizando testifica, mediante o batismo, que morreu para o pecado e agora vive nova vida em Cristo. O batismo oferece aos presentes profunda reflexão e o meditar que os nossos pecados foram perdoados em Cristo. Deve gerar no coração do não salvo o desejo de aceitar a Cristo, como Salvador, e ter a mesma experiência. A pessoa que se submete ao batismo passa a integrar a igreja, que o recebe com profunda alegria. Não é hora de piadas, palmas ou brincadeiras com o candidato. A solenidade exigida para o ato envolve o ministrante, o candidato, a congregação e o testemunho público aos não salvos. (…)


Fonte: Adaptado de O Jornal Batista, 28/07/2013, p. 3


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