O Mau Uso do Livre Arbítrio
por: Prof Sikberto R. Marks
Ao criar Adão e Eva, DEUS os fez à Sua semelhança. Isto quer dizer que eles eram seres com capacidade de tomar decisões racionais. Uma decisão racional é a que considera informações para decidir e leva em conta as conseqüências. Seres racionais têm ciência dos porquês para tomar certas decisões e tem ciência dos efeitos delas.
Essa é uma condição para que esses seres sejam felizes. E como já estudamos em capítulos anteriores, DEUS cria seres a Sua semelhança para serem felizes junto com Ele.
Mas por que é necessário ser livre para ser feliz? Isso é bem simples. Se você for uma mulher, imagine o seu parceiro, se for um homem, imagine a sua parceira. Então cada um tem seu cônjuge para imaginar. Pense que esse cônjuge está programado para sempre fazer o bem a você e nunca lhe magoar. Mesmo que você fosse livre, poderia haver amor com alguém assim? Essa seria uma pessoa que amaria você porque tem um programa para essa finalidade, mas não porque ela mesma decide assim.
Agora imagine duas pessoas programadas, para uma amar a outra. Elas se amam sem a menor possibilidade de terem outra escolha. Podem até se amar, mas será um amor, digamos, forçado, mecânico, imposto por um terceiro. Na verdade isso não é amor autêntico.
E eles poderão ser felizes? Absolutamente não porque não conseguem decidir amar um ao outro, embora se amem. Veja bem, não há decisão de amar, amam-se porque assim foi determinado. E, portanto, não podem ser felizes, porque a única opção que eles tem é um fazer o outro feliz.
E como é isso quando os seres são livres? Em primeiro lugar, cada um decide se vai amar ou não a outra pessoa. Então, por sua iniciativa e vontade própria, decide fazer uma quantidade de coisas para deixar a outra pessoa feliz. A outra pessoa sente que isso vem do coração, da vontade, e isso se chama correspondência. O amor de um e de outro é correspondido por livre vontade. Isso é autêntico, assim nos sentimos valorizados. O seu cônjuge te ama porque assim decide, e torna a decidir todos os dias. Entre outras opções essa pessoa sempre decide por você, e é isso que nos faz felizes: alguém que nos escolheu continua decidindo manter essa escolha. Ela continua dia-a-dia nos valorizando, e assim nos sentimos bem.
Sendo assim, DEUS não possuía outra escolha senão criar os seres a Sua semelhança livres. Isto significa que deveriam ter opções em tudo com que se defrontassem na vida. Um homem, assim como uma mulher, por exemplo, podem escolher alguém para se casar. São livres para isso. Podem depois deixar a pessoa escolhida e ir embora. São livres para isso. DEUS disse que não nos deveríamos separar, pois o comprometimento é essencial para a felicidade, pelos mesmos argumentos acima. Mas, se assim desejarem, sabem que existirão efeitos, e se separam, e ninguém o impedirá.
E a principal escolha, qual é? O ser humano, criado por DEUS, pertence a DEUS, mesmo assim, tem a liberdade de escolher, se desejar, seguir a outro senhor. Esse outro pode ser uma estátua, algum astro, outra pessoa ou até ela mesma. Saiba, no entanto que fazendo isso, morrerá, pois se desliga por vontade própria da única fonte de vida que existe. Saiba também que vai sofrer, pois se desliga da única fonte de felicidade.
Adão e Eva foram criados livres. Seus descendentes seriam também livres. Mas Adão e Eva um dia desses não souberam fazer uma escolha inteligente. Decidiram dar ouvidos a Lúcifer, que estava a procura de adeptos para o adorar. Esse ser queria ser deus, embora não tivesse as condições. Então foi que Adão e Eva se desligaram de seu Criador, e obtiveram a condição de mortais, assim como todos os seus descendentes.
Fonte: Cristo em Breve Virá