por: Jean Carlo Beck
Diagnosticar individualmente o perfil do aluno é viabilizar a transmissão do conhecimento levando em conta características que cada aluno tem e sua forma de receber a informação. Como professor de música, percebo que o professor deva utilizar a virtude da criatividade do músico como forma de encontrar formas de equiparar o aprendizado de seus alunos, variando a “receita” conforme o diagnóstico, levando em conta as limitações, que podem ser motoras, intelectuais, sociais, e também as virtudes de cada aluno. É necessário não perder de vista o fato de que devemos estimular o aluno a superar as dificuldades em aprender a produzir música.
Para construirmos uma educação mais inclusiva, precisamos entender o que é educação, e o que são padrões de educação. Padrões são convenções que vão seguindo o curso da evolução do conhecimento. Sendo que a educação é a transmissão deste conhecimento, sendo a analogia de edifícios e tendas um motivo de reflexão entre o que deve ser a base para uma plena inclusão, ou pelo menos próxima de atingir a todos.
Edifícios são construídos com bases sólidas e não se modificam a menos que implodidos. Pois muitas vezes é exatamente isso que mudaria o curso da história. Tendas podem atender as necessidades de nômades. Estes circulam o mundo, e com isso tem uma visão ampla de mundo sem se deterem ao que cercam as redondezas.
Assim, a educação inclusiva tem que possibilitar abrigar aqueles que precisam acolher conhecimento para fazerem parte do meio, tendo necessidades especiais. A educação inclusiva chega até elas assim como tendas chegam até lugares.
O edifício que representa a educação também cumpre o papel de referencial, de um sistema que foi escalando o conhecimento, porém com ele é que a exclusão passou a existir. Ele identificou uma questão que a humanidade teve que defrontar, somos diferentes. Percebemos o mundo de forma diferente, e as convenções que o conhecimento traz, devem servir como linguagem para todos.
A inclusão de crianças com necessidades especiais, tem sido uma reflexão para muitos educadores. Até porque, sabemos que a escola na contemporaneidade enfrenta grandes desafios no trabalho com crianças normais. Por conta da desigualdade social, miséria, e principalmente a violência que está adentrando nos seus portais. Acredito que para os professores da educação, não há nenhum problema incluir este grupo seleto de jovens e crianças. Porque vimos que é necessário a integração deles na sociedade. É preciso realmente reverter a exclusão e também redimensionar o trabalho pedagógico. As diferenças precisam ser trabalhadas para que haja um convívio harmonioso entre todos, assim faremos da escola um campo de conhecimentos tanto para alunos como para os professores. Mas o que é preciso entender, é se essas crianças com necessidades especiais, estarão felizes em um lugar que não se traduz a sua realidade.