O Louvor Aceito pelo Céu

por: Ministério Luzes da Alvorada

“Naquele tempo será levado um presente ao Senhor dos exércitos da parte dum povo alto e de tez luzidia, e dum povo terrível desde o seu princípio, uma nação forte e vitoriosa, cuja terra os rios dividem; um presente, sim, será levado ao lugar do nome do Senhor dos exércitos, ao monte Sião.” Isaías 18: 7.

Introdução

Você gosta de receber presentes? Quantos gostam de recebê-los?

Um ditado popular diz que “a cavalo dado não se olha os dentes”, e outro diz ainda que “de graça, até injeção na testa”. Mas, será que todo presente é bem-vindo?

O que uma namorada faria se recebesse uma vassoura de presente do namorado? Será que alguém gostaria de receber um penico de presente de aniversário? Um adventista ficaria contente se recebesse um leitão assado e uma garrafa de pinga de presente? Será que, nalgum desses casos, ajudaria se alguém dissesse que o “presente” foi dado com boas intenções?

Todos aqueles que vêem à igreja o fazem, segundo afirmam, para adorar a DEUS. O ato de adoração envolve nossa homenagem, gratidão, louvor e reverência. Tudo isso é oferecido a DEUS tal qual um presente de amor.

Será que as todas as músicas apresentadas em nossos cultos de adoração são um presente agradável a DEUS ou estariam alguns cantando aquilo que agrada ao gosto humano, como se o “presente” fosse para os homens e não para o SENHOR? Será que DEUS aceita tudo, realmente, que Lhe é oferecido com “boas intenções”? Será que Ele teria aceito, no passado, um porco oferecido num altar, com “a melhor das intenções”, em lugar de um cordeiro?

Proposição

Se é a DEUS que estamos adorando o nosso louvor deve ter como objetivo agradar a Ele e não a nós.

Qual tem sido a nossa posição a respeito do que é apresentado diante de DEUS?

A seriedade do assunto exige de nós uma postura definida e decisões sérias e coerentes.

I. Adoração a Deus ou Diversão Humana?

1. Verdadeira adoração a DEUS

Não pode haver um genuíno reavivamento espiritual na igreja, algo essencial para que a chuva serôdia possa ser derramada, enquanto não tivermos o devido censo da santidade de DEUS e a necessária reverência. Nossas músicas revelam muito sobre o tipo de respeito que temos para com Ele.

Algumas pessoas não gostam que se fale sobre estes assuntos, pois, para elas, ter que abandonar seus maus costumes musicais é sacrifício grande demais. Defendem seus pontos de vista com “unhas e dentes” tentando desculpar seu próprio gosto não santificado que colocam, ainda que não admitam, acima da vontade de DEUS. Tais pessoas não passam de idólatras disfarçados de cristãos. Ellen White escreveu: “A música é o ídolo adorado por muitos professos cristãos observadores do sábado.” – Testimonies, vol. 1, pág. 506. O louvor que tem essa origem não passa de fogo estranho, tão destituído de real valor quanto a oferta de Caim. Ellen White disse mais: “A música só é aceitável a DEUS quando o coração é consagrado… Muitos, porém, que se deleitam na música não sabem coisa alguma de produzir melodia ao SENHOR, em seu coração. Este foi ‘após seus ídolos'”. – Carta 198, 1899.

Quando se fala em tirar da igreja as músicas que tenham bateria no acompanhamento, por exemplo, alguns ficam tão descontentes como se tirar tal instrumento de nossas músicas fosse o mesmo que rejeitar uma doutrina fundamental da igreja. O fato de alguns defenderem tanto algo que seria, no mínimo, duvidoso, suspeito ou perigoso, e não cederem a menos que não tenham outra escolha, deveria nos levar a desconfiar que algo maligno está por trás disso.

Ainda que não existisse nenhum texto advertindo contra a música popularizada na igreja, coisa que há de sobra, só o fato de muitos na igreja se escandalizarem com isso já seria, de acordo com a Bíblia, razão suficiente para mudar de atitude. O apóstolo Paulo encarava isso como algo importante até mesmo quanto à comida (imaginem o que ele diria a respeito da adoração); foi ele quem disse: “Pelo que, se a comida fizer tropeçar a meu irmão, nunca mais comerei carne, para não servir de tropeço a meu irmão.” I Coríntios 8: 13. “Mas, vede que essa liberdade vossa não venha a ser motivo de tropeço para os fracos.” I Coríntios 8: 9. Um cristão não pode fazer coisas em que um “irmão tropece, ou se escandalize, ou se enfraqueça.” Romanos 14:21. Só estes textos já deveriam ser suficientes para encerrar a discussão; pelo menos para pessoas sinceras, que não sejam condescendentes com um coração egoísta.

2. A música e a condição espiritual

Muitos acham que música não tem nada a ver com a condição espiritual do crente, mas é fato comprovado a existência de uma relação direta entre o gosto musical dos cristãos e a sua religiosidade.

Imagine os membros da igreja divididos em dois grupos: de um lado os que gostam da autêntica música sacra e, do outro lado, os que gostam do que é “atual”. Observe a interessante “coincidência”:

Em que grupo é mais fácil encontrar os que estudam a lição da escola sabatina, os que fazem o ano bíblico, os que estudam os livros do Espírito de Profecia ou os que gostam de dar estudos bíblicos? Em que grupo está o maior número dos que não gostam de faltar aos cultos da igreja, mesmo sem ter algum cargo ou compromisso que os obrigue a ir?

Em que grupo se encontram os que gostam de se vestir em conformidade com o mundo, os que deixam “escapar” palavras que um cristão nunca deveria falar ou aqueles jovens que gostam de andar em más companhias? A que grupo pertence a maioria daqueles que sempre estão fracos na fé?

A que grupo pertencia a maioria das pessoas que deixaram a igreja por apostasia ou por quebra dos mandamentos?

Consagração e música religiosa popularizada não combinam muito bem. O Céu é diferente do mundo e aqueles que querem ir para lá devem ser diferentes aqui também. “A linha de demarcação entre o obediente e o desobediente tem que ser clara e distinta. Temos que ter uma firme determinação de fazer a vontade do Senhor em qualquer tempo e em todos os lugares.” Testemunhos Seletos, vol. 1, pág. 238.

3. Preparo para o Céu

As pessoas, quando se convertem, deixam de comer e beber coisas que fazem mal, deixam (ou deveriam deixar) de se vestir como o mundo se veste e mudam alguma coisa em todas as áreas da vida. Algumas pessoas, no entanto, não querem deixar certos estilos musicais impróprios, como se mudando as letras tudo ficasse em ordem. Não é só a letra das músicas que precisa mudar; os ritmos e as melodias também ou, do contrário, seremos tão incoerentes quanto um vegetariano que bebe cachaça.

Por outro lado, muitas pessoas estão sendo enganadas quando são convidadas para assistir a algum culto ou programa especial afirmando-se que o mesmo irá ajudá-las a se prepararem para o Céu e são apresentadas músicas de um tipo que não existe nas cortes celestes. Perdem-se, ainda, preciosas oportunidades de atrair para a igreja pessoas sinceras, que buscam algo diferente do que o mundo oferece, enquanto se tenta agradar aos que não estão muito interessados em ir para o Céu tal qual ele realmente é. A estes nós temos, pela nossa condescendência, acalentado com a ilusão de um Céu popular que, na verdade, não existe e nunca existirá. Como diria Charles Spurgeon o grande pregador, em vez de apascentarmos as ovelhas estamos tentando divertir os bodes.

Muitas músicas inadequadas têm sido toleradas na igreja sob o pretexto de ajudarem a “segurar” os jovens na igreja. Mas, desde quando a igreja deve ter função semelhante à de uma gaiola ou arapuca de pegar pássaros? Será que estamos achando que os jovens que são “convencidos” a ficar na igreja serão coagidos a ficar no Céu? Será que DEUS fará certas adaptações no Céu para “segurar” esses jovens lá? Será que os jovens, e todos os demais irmãos, que não adaptarem agora os seus gostos ao que irão encontrar no céu não iriam achá-lo sem graça?

Considere: O que fariam as pessoas que quase se vestem de luto quando ficam sabendo que passarão um dia inteiro ouvindo música sacra em alguma programação (ou “música de velho” como alguns atrevidos a chamam) se fossem para o Céu? Lá eles não teriam que ouvir e cantar tais músicas por apenas um dia, um mês, um ano ou um milênio, mas por toda a eternidade! Será que o Céu não seria para eles um inferno?

Ellen White escreveu: “Ninguém suponha que possa viver vida de egoísmo, e então, tendo servido aos próprios interesses, entrar no gozo do Senhor. … Não se adaptariam às cortes celestes. Não poderiam apreciar a pura atmosfera de amor que impregna o Céu. As vozes dos anjos e a música de suas harpas não lhes agradariam. Para sua mente a ciência do Céu seria um enigma”. Parábolas de JESUS págs. 364 e 365. O Professor e Pastor Dario P. Araújo acrescentou em seu livro Música, Adventismo e Eternidade, às págs. 81 e 82: “A Testemunha Fiel e Verdadeira observa e nota com pesar que nem um em vinte está preparado para a trasladação. … Apesar de saberem que o caráter e os gostos não serão transformados pela ressurreição ou trasladação, não estão preocupados em já se acostumarem aqui com as coisas celestes. … Aqueles que se apegaram ao gosto pela música híbrida e desvirtuada, não achariam a música do céu ‘legal’, e por isso lá não estarão.”

Se queremos ir para o Céu e viver por toda a eternidade na companhia dos santos anjos, cantando as mesmas músicas que eles cantam, temos que nos preparar para isso aqui. “Aprendamos o cântico dos anjos agora, para que o possamos entoar quando nos unirmos a suas fileiras resplendentes”. Patriarcas e Profetas, págs. 289 e 290.

II. Tempo de Mudanças

1. A Filosofia Adventista do Sétimo Dia com Relação à Música

Como vimos em nosso último estudo, em 1972 a Conferência Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia votou e aprovou a primeira Filosofia Adventista de Música. Lamentavelmente, esse documento foi pouco divulgado e quase acabou no esquecimento. A igreja, contudo, não deixaria que tal assunto ficasse sem nenhuma atenção posterior e, por isso, foi votada a nova Filosofia Adventista do Sétimo Dia com Relação à Música. Este novo documento não veio para invalidar o anterior, pois aquele também tinha como base as orientações do Espírito de Profecia. De fato, o novo documento oficial da igreja, aprovado pela Associação Geral (voto 144-03G) com contribuições da Divisão Sul Americana (voto 2005-116), vem dar novo enfoque às questões apresentadas pelo primeiro documento e acrescentar-lhe outras informações relevantes.

Não se pode negar que nem tudo o que se tem cantado atualmente em muitas das nossas programações está de acordo com o plano divino. Longe de se tentar negar os fatos, a proposta da Administração da Igreja Adventista do Sétimo Dia é de que se dê nova e especial atenção ao assunto de maneira que seja corrigido tudo o que precisa de correção e também que nossas igrejas tenham, finalmente, uma orientação segura e parâmetros específicos a nortearem as suas atividades musicais.

Dentre as diversas recomendações da Divisão Sul Americana na Filosofia Adventista do Sétimo Dia com Relação à Música podemos destacar a que está contida no artigo 2, parágrafos 3 a 6, onde se diz que sejam providenciadas palestras e seminários com orientações sobre os princípios musicais da igreja de forma que não se usem mais certas músicas que associem “o sagrado com o profano”. Este é o motivo de estarmos promovendo este seminário.

Outras recomendações importantes são as de que haja música especial em todos os cultos (artigo 8 – parágrafo 5), que as igrejas invistam na formação de corais, quartetos e conjuntos (artigo 8 – parágrafo 3), bem como no desenvolvimento dos talentos individuais dos membros, e que se tomem providências para auxiliar as pessoas que queriam aprender música (artigo 7 – parágrafo 1). Mas, o trabalho que tem sido feito não se limita a recomendar o que fazer, pois, providências foram tomadas para que tudo isso possa ser posto em prática. De fato, já foram produzidos diversos materiais destinados a suprirem as necessidades da igreja, mesmo daquelas que não têm pessoas com conhecimento musical ou preparo para ensaiar grupos vocais. Tudo está sendo feito para que todas as igrejas possam cumprir plenamente a todas as orientações da Filosofia Adventista do Sétimo Dia com Relação à Música.

Podemos dizer, sem sombra de dúvida, que hoje é muito mais fácil aprender música do que no passado. Hoje se aprende música através de vídeos e CDs ou mesmo pela internet e as pessoas exercitam a voz em casa com CDs. Hoje irmãos que cantam em corais e quartetos ensaiam em casa por meio de gravações e existem materiais para quase todo tipo de necessidade no que diz respeito à música. Materiais para isso existem e se aproveitarmos de maneira sábia e responsável as possibilidades hoje existentes a música na igreja poderá ser elevada a patamares nunca antes alcançados.

2. A Nova Comissão de Música da Igreja

Para resolver a certas dificuldades, como o acúmulo de responsabilidades sobre uma única pessoa, a Filosofia Adventista do Sétimo Dia com Relação à Música recomenda que não tenhamos mais um diretor ou diretora, mas sim uma comissão para administrar o departamento que, a partir de agora, será oficialmente chamado de Ministério da Música. A orientação da Divisão Sul Americana diz que “cada igreja deve ter sua comissão de música devidamente organizada e mantendo reuniões regulares. A administração do Ministério da Música não deve estar nas mãos de apenas uma pessoa” (Filosofia Adventista do Sétimo Dia com Relação à Música, artigo 8, parágrafo 1).

3. Um departamento de grande importância

Embora não aparente, à primeira vista, o departamento de música é um dos que maior influência exerce sobre toda a igreja. Todos os departamentos da igreja, escola sabatina, ADRA, ministério jovem, ministério pessoal ou qualquer outro, têm o seu dia ou o seu horário específico de atividade. Mas, quando o ministério da música atua? O tempo todo!!! Canta-se em absolutamente todos os cultos e programações. Não importa se é o dia de um departamento específico, um programa evangelístico ou um culto costumeiro, a música é sempre necessária. Por vezes, no entanto, este é um dos departamentos que menos atenção recebe.

A pouca preocupação com a música chegou a fazer com que, em algumas igrejas, tal departamento fosse confiado a pessoas espiritualmente despreparadas, que só tinham a apresentar em seu favor algum conhecimento musical, pois, espiritualmente falando, não estavam aptas para tal responsabilidade. O inimigo aprecia muito quando isto acontece e sabe muito bem como tirar proveito da situação.

Não se pode negar ainda que, em muitos casos, as pessoas envolvidas com a música são as que menos conhecimento possuem a respeito do que é certo ou errado nesta área. Poucos são os músicos que conhecem textos do Espírito de Profecia como os que foram estudados durante este seminário.

Duas coisas devem ser encaradas com extrema seriedade pelas nossas igreja:

1. Investir na formação espiritual de todas as pessoas direta ou indiretamente ligadas ao ministério da música, especialmente no que diz respeito aos princípios de música sacra da igreja.

2. Investir na formação de novos músicos, incentivando especialmente pessoas zelosas, comprometidas com os princípios da igreja.

4. As Normas da Igreja Local com Relação à Música

Orientações como as da Divisão Sul Americana e Seminários como este são fundamentais, mas de pouco proveito enquanto não houver um posicionamento definido por parte de cada igreja; não adianta saber o que é certo se não for posto em pratica. Sendo assim, é fundamental que cada igreja tenha também um voto de comissão que resguarde os princípios com relação à música, pois, só então o Ministério da Música local terá parâmetros definidos a seguir e ninguém poderá dizer: “Por que eu não posso cantar essa música aqui sendo que em tal igreja cantam?”

A Organização da Igreja Adventista do Sétimo Dia deu o primeiro passo; o próximo tem que ser dado por cada igreja, individualmente, ao votarem as normas locais, baseando-se para isso nas orientações da Divisão Sul Americana e no Manual da Igreja, que, por sua vez, foram baseados na Bíblia e no Espírito de Profecia. Quando cada igreja tiver cumprido esta responsabilidade será possível às nossas Associações darem o próximo passo por meio de um voto de associação que formalizes as normas adotadas pelo campo e pela eleição dos novos departamentais ou Ministeriais de Música, cuja prioridade de trabalho será este departamento, do qual cuidarão sem que estejam sobrecarregados com as atividades de outro departamento de grande porte como o Ministério Jovem.

Somente a ação coesa e coerente de todos nós poderá reverter a situação de grave declínio pela qual a musica está passando atualmente.

III. Um Momento de Decisão

1. Cumprimento de profecia

Num dos estudos deste seminário foi mencionada uma predição da pena inspirada falando de que antes do fechamento da porta da graça seriam introduzidas “em nossas reuniões” músicas que teriam tambores e ritmo de dança. Todos nós que somos, inegavelmente, testemunhas de que isso já se cumpriu deveríamos nos preocupar, pois isto significa que vivemos nos dias que antecedem “imediatamente” a “terminação da graça”. Como podemos fazer de conta que está tudo bem, não tomar nenhuma decisão a respeito e descuidar da nossa vida espiritual estando tão próximos do fim?

A esmagadora maioria de nós acharia um sacrilégio ser colocada uma bateria ao lado do púlpito da igreja para ser tocada durante os cultos mas muitos parecem não se importar com os play-backs que têm bateria. Isto é absurdamente ridículo e uma incoerência fora do comum, se não fosse também uma tremenda falta de respeito. Qual é a desculpa? “O que os olhos não vêem o coração não sente”? Os livros Evangelismo, pág. 510 e Mensagens Escolhidas, vol. 2, pág. 36, dizem que “coisa alguma há, mais ofensiva aos olhos de DEUS” do que usar instrumentos musicais para fazer uma obra dessas que chega a ser pior do que “nunca” ter música no culto.

Existem ainda gravações que, embora não contenham bateria, trazem instrumentos que poderiam ser bem usados, como o violão, em “batidas” tão populares que muitos ouvintes chegam a pensar que tem bateria na música. Se as pessoas que estão fazendo de tudo para conservar a aparência do mal pudessem entrar no Céu, não desejariam criar estilos novos que lhes permitissem “batucar” também com as harpas dos anjos? Consideremos com bastante atenção o que diz a pena inspirada: “A atitude indiferente dos crentes na casa de Deus, é um dos grandes motivos por que o ministério não acusa maiores resultados. A melodia do canto, derramando-se dos corações num tom de voz claro e distinto, representa um dos instrumentos divinos na conversão de almas. Todo o serviço deve ser efetuado com solenidade e reverência, como se fora feito na presença pessoal de Deus mesmo.” Testemunhos Seletos, vol. 2, pág. 195 (grifo nosso). Anjos cobrem seus rostos em sinal de reverência na presença pessoal de DEUS enquanto seres humanos “batucam” com o auxílio de play-backs irreverentes.

Nenhum dos defensores da música religiosa moderna, no entanto, pode fundamentar as suas afirmações num “assim diz o SENHOR”; para essas pessoas argumentos humanos são o único recurso. “Assim homens que deviam permanecer como fiéis guardiões da lei de DEUS têm argumentado, a ponto de a astúcia tomar o lugar da fidelidade, e o pecado ser deixado sem reprovação. Quando será a voz da fiel reprovação ouvida uma vez mais na igreja?” – Profetas e Reis, pág. 141. Ellen White diz ainda: “Há necessidade hoje da voz de severa repreensão, pois graves pecados têm separado de DEUS o povo. A infidelidade está depressa tornando-se moda.” – Profetas e Reis, pág. 140.

2. Não pode haver transigência com o pecado

Num artigo da Revista Adventista de setembro de 1985 lemos: “Hoje parece que muitos, mesmo pastores, se acostumaram a conviver com a música popular religiosa no lar, na escola e na igreja. Não querem se indispor com algum compositor ou intérprete; temem tornar-se antipáticos aos jovens, ou algum administrador, evangelista ou líder J.A. Às vezes não sabem, não conhecem, e acabam também desenvolvendo o gosto e se esquecem da responsabilidade.

“É, porém, dever de quem lidera saber que música é aceitável e qual não; jamais diminuir a importância do assunto; entender que o gosto nem sempre é guia seguro; e, sobretudo, saber que ‘pais cristãos e líderes da Igreja prestam um grande desserviço aos jovens quando obscurecem a distinção entre a música aceitável e a não aceitável, e toleram uma baixa qualidade de música e apresentação dentro do contexto da igreja, a fim de manter os jovens na igreja!

“‘A igreja nunca presta um serviço ao pecador comprometendo-se com o mundo. É melhor que os não regenerados permaneçam fora da igreja até que se submetam aos princípios da igreja, do que ela se tornar semelhante ao mundo, alistando como membros aqueles que desejam trazer suas normas, seus costumes e gostos'”. – Revista Adventista, setembro de 1985.

“A religião que em nosso tempo prevalece não é do caráter puro e santo que assinalou a fé cristã nos dias de CRISTO e Seus apóstolos. É unicamente por causa do espírito de transigência com o pecado, por serem as grandes verdades da Palavra de DEUS tão indiferentemente consideradas, por haver tão pouca piedade vital na igreja, que o cristianismo, é aparentemente tão popular no mundo. Haja um reavivamento da fé e poder da igreja primitiva, e o espírito de opressão reviverá, reacendendo-se as fogueiras da perseguição.” O Grande Conflito pág. 48.

3. Nossa responsabilidade

Que ninguém espere que todos os que estão na igreja hoje venham a ter a mesma opinião a respeito da música e chegue o dia em que ninguém mais demonstre inclinação para a música religiosa com “tempero” mundano, isso nunca vai acontecer. Estarão juntos na igreja o joio e o trigo até o final da sacudidura, mas compete a nós não favorecer o joio em detrimento do trigo. A verdade deve ser apresentada de maneira clara para que todos possam tomar suas decisões sem nada negligenciarem por estarem inocentes ou mal informados, e devemos defender essa verdade de maneira que a igreja não seja contaminada com as corrupções que se encontram no mundo, ao nosso redor.

Lamentavelmente, nem todos tomarão posição ao lado da verdade. “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo grande desejo de ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo os seus próprios desejos”. II Timóteo 4:3. De fato, esta será a causa da sacudidura entre o povo de DEUS. Ellen White escreveu: “Perguntei a significação da sacudidura que eu vira, e foi-me mostrado que era determinada pelo testemunho direto contido no conselho da Testemunha verdadeira à igreja de Laodicéia. Isto produzirá efeito no coração daquele que o receber, e o levará a empunhar o estandarte e propagar a verdade direta. Alguns não suportarão esse testemunho direto. Levantar-se-ão contra ele, e isto é o que determinará a sacudidura entre o povo de Deus.” – Primeiros Escritos, pág. 270.

Precisamos ter uma posição definida. “A maior necessidade do mundo é a de homens – homens que se não comprem nem se vendam; homens que no íntimo da alma sejam verdadeiros e honestos; homens que não temam chamar o pecado pelo seu nome exato; homens, cuja consciência seja tão fiel ao dever como a bússola o é ao pólo; homens que permaneçam firmes pelo que é reto, ainda que caiam os céus.” – Educação, pág. 57.

Como foi anunciado pelo Espírito de Profecia encontramos hoje duas disposições dentro da igreja: enquanto alguns “procuram lançar uma capa sobre o mal existente, e desculpam a grande impiedade reinante em toda parte, os que têm zelo pela honra de DEUS e amor pelas almas, não se calarão a fim de granjear o favor de ninguém.” O texto prossegue afirmando ainda que “a classe que não se entristece por seu próprio declínio espiritual, nem chora sobre os pecados dos outros, será deixada sem o selo de DEUS.” – Testemunhos Seletos, vol. 2, pág. 65.

“Não vos enganeis; DEUS não se deixa escarnecer; pois tudo o que o homem semear, isso também ceifará.” Gálatas 6:7. Transferindo para o presente o que já ocorreu no passado a pena inspirada nos dá uma seríssima advertência ao dizer que a igreja “foi a primeira a sentir o golpe da ira de DEUS. Os anciãos, aqueles a quem DEUS dera grande luz, e que haviam ocupado o lugar de depositários dos interesses espirituais do povo, haviam traído o seu depósito…. Os tempos mudaram [diziam, como muitos dizem hoje]. Estas palavras fortaleceram-lhes a incredulidade, e dizem: O SENHOR não fará bem nem mal. É demasiado misericordioso para visitar Seu povo em juízos. Assim, paz e segurança é o grito de homens que nunca mais erguerão a voz como trombeta para mostrar ao povo de DEUS suas transgressões, e à casa de Jacó os seus pecados. Esses cães mudos, que não querem ladrar, são aqueles que sentirão a justa vingança de um DEUS ofendido.” – Testemunhos Seletos, vol. 2, págs. 65 e 66 (grifo nosso). Considere atentamente a seriedade das palavras finais deste texto, especialmente se você é um líder da igreja ou exerce alguma influência na área da música.

O texto prossegue: “Nem todos os que professam guardar o sábado serão selados. Muitos há, mesmo entre os que ensinam a verdade a outros, que não receberão na testa o selo de DEUS. Tinham a luz da verdade, souberam a vontade de seu Mestre, compreenderam todos os pontos de nossa fé, mas não tiveram as obras correspondentes.” – Testemunhos Seletos, vol. 2, pág. 68.

Qual tem sido a nossa contribuição para o atual estado de coisas? Será que somente quem canta músicas irreverentes na igreja é culpado pela profanação ou todos os que se conformam com o fato são cúmplices? Será que só os que produzem e vendem gravações com músicas imprópria são culpados ou são igualmente responsáveis todos os que as compram? Se não houvesse quem comprasse o que é ruim os produtores musicais não mudariam o conteúdo de suas gravações?

O cúmplice de um crime é igualmente criminoso e a transigência com o pecado é pecado.

Conclusão

Nem todas as músicas religiosas são sacras e boas intenções não tornam apropriado o que está errado. Está escrito: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.” Mateus 7: 21. “Todas as coisas são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas são lícitas, mas nem todas as coisas edificam.” I Coríntios 10: 23. Não basta saber que algo deve ser feito se nada for feito, pois aquele “que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado”. Tiago 4: 17.

Mesmo aqueles que ainda tivessem alguma dúvida sobre o assunto já não poderiam mais usar tais músicas inocentemente, pois, só o fato de estarem em dúvida já desaprovaria o uso daquilo que é duvidoso. Se a Bíblia confirma esse fato até no que diz respeito à comida, o que diremos sobre o que é oferecido a DEUS? “Mas aquele que tem dúvidas, se come está condenado, porque não come por fé; e tudo o que não é de fé é pecado”. Romanos 14: 23.

Qual será a nossa decisão a respeito? Serviremos a DEUS ou continuaremos a fazer as mesmas coisas que todo mundo faz? “Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao SENHOR, escolhei hoje a quem sirvais; se aos deuses a quem serviram vossos pais, que estavam além do rio, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém eu e a minha casa serviremos ao SENHOR.” Josué 24:15.

Anúncios finais

Em nosso próximo programa estaremos conhecendo de perto o texto completo da Filosofia Adventista do Sétimo Dia com Relação à Música, da Divisão Sul Americana, e apresentaremos à igreja as Normas da Igreja Local com Relação à Música. Também apresentaremos à igreja a nova Comissão de Música, explicando quais serão as funções de cada um dos seus integrantes. Será o último programa deste Primeiro Seminário Sobre Princípios de Música Sacra. Não perca!

À Direção da Igreja:

Devem ser tomadas as devidas providências antecipadamente junto à comissão da igreja para que a programação anunciada acima possa ser realizada sem falhas.

  1. A comissão da igreja deve votar os nomes dos integrantes da Comissão de Música com a antecedência necessária de modo que a partir do último programa do seminário eles possam estar exercendo suas atividades.
  2. No que diz respeito às Normas da Igreja Local com Relação à Música, recomenda-se que a comissão da igreja se reuna entre os dias marcados para os programas 9 e 10 do seminário. Desta forma, tanto os membros da igreja quanto os da comissão estarão melhor informados tanto ao serem votadas as normas pela comissão como ao serem apresentadas à igreja para a aprovação final. O momento ideal para que essas normas sejam apresentadas à igreja é justamente o do último programa do seminário, logo depois de a igreja ter conhecido mais de perto a Filosofia Adventista do Sétimo Dia com Relação à Música. Obviamente, os membros da comissão da igreja deverão ter recebido cópias da mesma para estudo antes da respectiva reunião da comissão.