Música Rock e seu Impacto na Vida Cristã

O Jovem e a Música Rock na Evangelização

por: Rev. Gildásio Jesus Barbosa dos Reis

Tenho ouvido de alguns jovens o argumento de que precisam usar a mesma linguagem do mundo como uma estratégia para evangelizar.

O texto de I Coríntios 9:22 “Fiz-me tudo para com todos, para de todos os meios chegar a salvar alguns” tem sido usado para fundamentar tal argumento. Mas será esta uma máxima válida?

1 – O método evangelístico de Jesus (O Antigo Evangelho)

Se analisarmos com honestidade o Evangelho de Jesus e seus métodos de evangelismo, veremos que é bem diferente da mentalidade acima. Ele entrou na casa de publicanos e pecadores, falou com homens e mulheres de péssima reputação, sem jamais colocá-los à margem de Sua graça perdoadora. Todavia, em nenhum momento coonestou com os pecados destes e nem os usou como isca para fins evangelísticos. O antigo Evangelho de Jesus ensina que o preço para seguí-lo é alto, que o caminho é estreito e que poucos o encontram (Mateus 7:13,14). Em mais de uma ocasião, a própria mensagem de Jesus afastou de Si aqueles que não estavam dispostos a submeterem-se ao nível de compromisso exigido por Ele (João 6:60-66; Lucas 9:57-62). Ainda podemos ler isto de Jesus: “Quem não toma a sua cruz, e vem após mim, não é digno de mim” (Mateus 10:38) e “Assim todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo” (Lucas 14:33).

2 – O método evangelístico através do rock (O Novo evangelho)

Este evangelho moderno que se utiliza do estilo rock para lotar estádios e comunidades cristãs, tem ignorado os alertas de Jesus sobre o discipulado que custa um alto preço. A visão do que seja a fé salvadora, apresentada em sua música, tem se tornado mais superficial. A graça tem sido barateada, dando lugar ao emocionalismo, sensacionalismo e sensualismo. Este tipo de evangelismo tem pregado uma fé fácil em um Salvador digno de dó e em um Deus patético que é desconhecido pelo Evangelho do Senhor Jesus. Muitos jovens e adolescentes desconhecem a salvação, têm procurado estes shows evangelísticos, em busca de curtição, não porque Deus esteja lá, se é que sabem disso. A música a respeito de Deus deve refletir a Sua glória, Sua beleza e santidade, deve conduzir o homem a Ele e aos Seus caminhos, e não a uma animação superficial que serve mais para entretenimento, contribuindo assim para uma total irreverência.

3 – As razões para o uso deste método

Com certeza as razões do novo evangelho em utilizar a música rock, podem ser encontradas em palavras de A W. Tozer: “É muito difícil, em qualquer parte, atrair pessoas para reuniões onde o único atrativo seja Deus. O novo evangelho não se satisfaz apenas com a presença de Deus. Ter só Deus não é suficiente. Precisam de algo mais.” Notem as palavras de Paul Basset: “Uma das formas mais sutis de agradar o homem é comunicando o Evangelho de forma que ele deseja ouvi-lo, não da forma que ele precisa ouvi-lo.”

A antiga cruz tem sido substituída por uma nova. Novamente cito Tozer, quando ele diz “A antiga cruz condenava os homens; a nova os diverte. A antiga cruz os matava; a nova os entretém. A antiga cruz destruía a confiança na carne, a nova estimula.”

O novo evangelho, tão em moda em shows de música gospel, não prega as verdades bíblicas tais como a incapacidade natural do homem em crer, a eleição incondicional, a morte de Cristo especificamente pelas Suas ovelhas e a obra soberana do Espírito Santo, que sopra onde e como quer e que não depende dos nossos métodos, por mais extraordinários que sejam. O novo evangelho oferecido nestes “encontrões” tem apenas se preocupado em atrair grande número de jovens e adolescentes, que tem compreendido perfeitamente o ritmo, o balanço, o som com altos decibéis, mas não tem compreendido a mensagem do caminho estreito e que custa um alto preço.

Este tipo de evangelismo tem tido sucesso em reunir diversos tipos de jovens, produzindo lágrimas e arrepios, mas tem fracassado em produzir reverência profunda, espírito de adoração e preocupação pela situação da igreja. Tem fracassado pois tem se preocupado por demais em ajudar o homem e pouco demais em glorificar a Deus.

Quero crer que muitos que estão envolvidos neste tipo de evangelismo tem tido boas intenções, mas precisamos muito mais do que boas intenções para uma evangelização sadia. Precisamos de uma boa teologia, que considera o que Deus quer e exige, e não o que o homem deseja.

Conclusão:

Amados, escancarando as portas da igreja para tudo, estaremos barateando a graça, a saúde, a moral e o caráter do cristianismo.

Não precisamos adotar os costumes, ritmos e linguagem do mundo para o evangelizarmos. Não temos que ser iguais, temos sim é que ser diferentes. Como diz o Dr. Lloyd-Jones: “A glória do Evangelho é que, quando a igreja é absolutamente diferente do mundo, ela invariavelmente o atrai . Caso contrário, se formos iguais, indistinguíveis dos não cristãos [verdadeiros], seremos então inúteis.”

Queremos e devemos louvar a Deus através da música e deve ela nos proporcionar alegria, emoção, prazer, temor e reverência. Não podemos permitir que sob o disfarce da carência da evangelização mais eficiente, a música essencialmente divina seja substituída pelos músicos de Saul . Vamos entoar os cânticos de Sião, à semelhança de Cristo, que após cear e antes de ir para o Getsêmani, cantou um louvor a Deus (Mateus 26:30). Quero crer, amados irmãos, que não foi um hino em rítmico rock.

Que Deus abençoe a todos nós.


O Rev. Gildásio Jesus Barbosa dos Reis é Pastor da Igreja Presbiteriana de Osasco

Fonte: http://solascriptura-tt.org

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