Requiem em ré menor, KV 626 – Wolfgang Amadeus Mozart

Comentários e Trechos em MIDI

por: Clarindo Gonçalves de Oliveira

Mozart começou a compor o Réquiem K626 em Ré menor cinco meses antes de morrer, Mozart recebeu a misteriosa visita de um cavalheiro. A lenda converteu o visitante na própria morte; na realidade tratava-se de um emissário do Conde Walsegg, que encomendara um Réquiem pela morte de sua esposa. A música midi não causa tanto impacto como a obra original, todavia tentaremos mostrar-lhe um pouco dessa magnífica obra:

Introitus

Esta parte, talvez por ser a única totalmente composta por Mozart, concentra e resume toda a obra, sendo a sua própria essência. O inicio num triste Ré menor (dá-lhes, Senhor, o eterno descanso e que a Sua Luz perpétua os ilumine).

Réquiem Aeternam. A entrada do coro contém uma intensa angústia. Os fagotes e as cornetas abrem caminho para os suaves violinos que antecedem uma voz angélica. O sussurro do coro devolvem-nos a esperança.

Kyrie. Bastante sombria, não demora a levar-nos de volta ao centro da emoção. Desespero? Confiança? Sofrimento? Canto de arrependimento? Com este Intróitos, Mozart nos abre as postas do além túmulo.

Secuentia.

Dies Irae. O coro explode numa espécie de redemoinho de raiva e rebeldia, como um grito lutando por uma saída que não existe. Em apenas dois minutos um caos devastador assola o universo. O juízo final aproxima-se.

Tuba Mirum. Soa a temível trombeta do anjo Gabriel. Em vez de utilizar nesta passagem corais que expressassem um tom vingativo ou orquestra estrondosa, a serenidade se apodera do mundo.

Rex tremendae. “Oh Rei de terrível majestade que nos salvai pela vossa graça, salvai a mim”, os angustiantes apelos do coro, sobre o premente motivo das cordas, não apresenta confiança ou resignação. O belo cânon seguinte alterna vozes altas e baixas conseguindo um efeito de respiração ofegante.

Recordare. Instala-se uma calma absoluta e a música com uma comovedora ternura, brota espontânea como de uma fonte pura.

Confutatis. De repente, o horror, batidas violentas de timbal, fraseios ardentes nas cordas, em cima, a súplica dos que pedem clemência; em baixo, o grito dos condenados, “suplicante e prosternado rogo-te com o coração contrito e reduzido a cinzas que cuides da minha hora derradeira”. O modo como a música se descompõe até desaparecer, como se fosse sugada, deixa um ar sepulcral indescritível.

Lacrimosa. Depois deste espantoso vazio, há um enorme esforço para que a música volte num crescendo. Surpreendendo a força desafiante com que o coro encerra a prece final “dona eis requiem, amem” (Daí- lhes o descanso eterno, amém).

Offertorium.

Domine Jesu Christe. Entre as assustadas almas que rogam piedade, aparece com esplendor a figura de “São Miguel”. O quarteto solista eleva-se sobre o coro e o caráter triunfante de marcha militar fazem com que esperemos o melhor.

Hostias. Sucedem-se três seções bem diferente e nitidamente opostas: A primeira e a última prometem conciliação, a paz e segurança, enquanto a segunda transmite desassossego. As dúvidas não encontram respostas e o órgão volta ao tom ameaçador do número anterior.

Mozart morreu quando ainda faltava completar os últimos números. Sussmayr encarregou-se de orquestrar boa parte do Lagrimosa, do Domine Jesu e do Hostias, baseando-se nos detalhados esboços de Mozart.

O Benedictos, o Sanctus e o Agnus Dei são quase de sua autoria. As ideias de Mozart são esplêndidas, mas foram desenvolvidas de maneira rudimentar.


Fonte: http://www.oliver.psc.br/compositores/mozart.htm