Musicoterapia

por: Cláudia Drezza Murakami

O que é a Musicoterapia?

De acordo com a Federação Mundial de Musicoterapia, “Musicoterapia é a utilização da música e ou seus elementos (som, ritmo, melodia e harmonia) por um musicoterapeuta qualificado, com um paciente ou grupo, num processo para facilitar e promover a comunicação, relação, aprendizagem, mobilização, expressão, organização e outros objetivos terapêuticos relevantes no sentido de alcançar necessidades físicas, emocionais, mentais, sociais e cognitivas.

A musicoterapia objetiva desenvolver potenciais e/ ou restabelecer funções do indivíduo para que ele/ela possa alcançar uma melhor integração intra e/ou interpessoal  e, em conseqüência, uma melhor qualidade de vida, pela prevenção, reabilitação ou tratamento.”

Como a musicoterapia trabalha para curar doenças?

Tudo depende do que você denomina “curar”, pois do ponto de vista sobre patologias como uma síndrome de Down por exemplo, não existe cura. Podemos amenizar e trabalhar alguns fatores como socialização, comunicação, coordenação motora, mas dizer que cura…hum… acho que temos que ter esse cuidado, o assunto é muito delicado e pode ser interpretado de forma errônea.

Quais os casos para os quais a musicoterapia é mais indicado/adequado?

O objetivo do trabalho musicoterápico é o de promover melhora na qualidade de vida do paciente, beneficiando em seu desempenho nos aspectos biopsicossociais.

A musicoterapia sendo uma terapia complementar pode atuar em pessoas portadoras de necessidades especiais ou não, em várias áreas como: geriatria, psiquiatria, física e mental. É muito indicada principalmente em pacientes com problemas de comunicação verbal, distúrbio do desenvolvimento, pacientes com autismo, afasia e geriatria: Alzheimer, Parkinson, demências, através da intervenção terapêutica não-verbal.

Quais os tipos de música que podem ser utilizados durante o tratamento? O paciente pode escolher a música?

Antes de iniciar o tratamento é realizada uma entrevista e avaliação musicoterápica a fim de definir o melhor método a ser utilizado.  A música é adequada a cada indivíduo. A escolha das músicas segue o padrão da individualidade de cada cliente, portanto não existe uma música padrão para todas as pessoas, para que se faça uma escolha adequada é necessário realizar várias etapas: entrevista inicial, anamnese, coleta do histórico sonoro-musical,  e avaliações de acordo com as necessidades apresentadas.

Após essa coleta e análise de dados é que pode ser traçado um plano de atendimento ao paciente.

O paciente pode escolher a música e é importante porque através dessa seleção ele traz um pouco da sua história de vida.

Como é uma consulta (sessão) de musicoterapia? É um consultório comum, com música ambiente? Quais são os procedimentos durante a sessão?

Na verdade a sessão de musicoterapia acontece num processo e esse processo tem um tempo de duração, em média 1 vez por semana  e elas vão se adequar as necessidades do paciente. A sessão se desenrola de acordo com o plano traçado pelos dados fornecidos pelo paciente.

Ela pode acontecer dentro de 2 grandes áreas: técnicas expressivas: o cliente vai mexer, manusear os instrumentos Musicais e tocar junto com o musicoterapeuta. Dizemos expressivo, porque não se cobra o saber musical, pois toda e qualquer produção Sonoro feita pelo paciente é matéria prima para o musicoterapeuta, daí a necessidade do musicoterapeuta saber música. E as técnicas receptivas onde o paciente vai trazer músicas prontas ou o musicoterapeuta toca para o cliente e essa seleção é feita de acordo com a coleta de dados na entrevista inicial. Não é necessário, mas caso o cliente sinta necessidade pode ocorrer uma finalização verbal para a sessão.


Cláudia Drezza Murakami ( [email protected] ) é Musicoterapeuta Clínica e enviou esta colaboração diretamente aos editores do Música Sacra e Adoração, pelo que agradecemos.