Pr. Douglas Reis
Já faz tempo que me deparei com a expressão “papagaio de pirata”. Ela descreve bem a atitude de alguns políticos de menor importância que gostam de parecer no palanque ao lado de grandes líderes nacionais, com o objetivo de “sair na foto”. Alguns tietam artistas com o mesmo objetivo: aparecer junto a eles, como se isso bastasse para que a fama fosse transferida por osmose.
Lamentavelmente, temos de reconhecer: o gospel também tem seus “papagaios de pirata”, aqueles que fariam tudo para serem contados juntos com os grandes artistas. Isso se deve ao aumento da mídia evangélica, proporcionando que cantores e pregadores sejam alçados ao patamar de vedetes.
Em muitos casos, há genuíno talento nesses artistas do Senhor (ao contrário de muitos de seus equivalentes seculares, que alcançam a fama pela exposição na mídia). Todavia, o cerco em torno deles favorece de tal maneira às honras humanas que a auto-1glorificação soterra o seu ministério. São piores do que o homem da parábola, que recebera um talento (Mateus 25): aquele, enterrou o que recebera do Senhor; eles, saem a exibi-lo, como se o tivessem ganho sozinhos!
O culto à personalidade no meio gospel absorve os adoradores cristãos, e concorre diretamente com o culto ao próprio Deus. Quando se trata de ir assistir a banda gospel favorita, alguns, que de outra forma não iriam até a igreja na esquina de sua casa, movem montanhas (mas não pela fé!). Coleções de CDs, DVDs, participação freqüente em fóruns na internet, e até pôsteres (!) de artistas constituem, para alguns, uma idolatria camuflada em admiração saudável.
Não que seja errado reconhecer o talento de meu irmão; não que a honra não seja devida a quem faz algo bem feito para a obra do evangelho. Entretanto, tudo no fim deve nos conduzir a Deus, que usa as pessoas e distribui graciosamente dons aos homens, para a edificação mútua (Efésios 4:11 e ss.).
Aqueles que se esqueceram dessa verdade fundamental deveriam considerar Hebreus 12:2. Ninguém deve ocupar o lugar de Jesus em nossa vida. Ele é o Único, o Santo, o inteiramente Outro. Amigos faltam com a palavra. Familiares podem nos lesar. Líderes espirituais são passíveis de erros. Apenas Um é Desejável, Perfeito e plenamente Justo. A Ele devemos a salvação. Mas quando glorificamos o homem, olhamos tão para baixo que nos esquecemos de Quem habita os altos Céus.
Já passa o tempo de voltarmos as costas para conveniências e bajulações. Basta de papagaios dizendo aleluia como quem diz “esse é o cara”, “você é o máximo”. Toda glória seja dada a Deus! Se você quer se aproximar de alguém que merece sua atenção e dedicação, vá agora ao Senhor Jesus – e Ele jamais “o lançará fora” (João 6:37).
Fonte: Questão de Confiança