A Música na Adoração – Parte 2d

por: Adrian Ebens

Fontes Para um Modelo Cristão de Música na Adoração – A Experiência

Um dos muitos legados deixados ao cristianismo por João Wesley é o seu modelo para a determinação de uma correta teologia. Conhecido como “Quadrilátero Wesleyano”, este modelo sugere quatro fontes para o desenvolvimento de uma teologia cristã. Eles são: As Escrituras (a Bíblia, dentro de uma exegese apropriada), A Razão (as descobertas da ciência e do raciocínio humano), A Experiência (encontros individuais e coletivos com a vida) e A Tradição (os ensinamentos da igreja através da história). (16) Estas quatro fontes sugerem uma base apropriada para o desenvolvimento de um modelo cristão para a música na adoração.

Resultados da Pesquisa (89)

A pesquisa de música que foi realizada objetivava cobrir uma ampla gama de estilos de adoração que estão em uso na Igreja Adventista do Sétimo Dia. A pesquisa cobriu quatro áreas básicas: 1) Visões sobre a música (tanto dentro quanto fora da igreja), 2) Envolvimento na igreja, 3) Visões acerca de Deus e 4) Detalhes pessoais. Foi pesquisado um total de 68 pessoas, compreendendo 38 do sexo masculino e 30 do sexo feminino. Uma pesquisa separada para os líderes de música também foi distribuída, a fim de recolher informação sobre a percepção dos líderes de música a respeito do ministério da música e qual era o sentimento relativo ao progresso da igreja, de acordo com suas visões e perspectivas. Devido ao número limitado de pesquisas devolvidas, não foram obtidos resultados claros em algumas áreas, mas surgiu um grande número de questões.

A Idade e o Estilo Musical


Figura 1

A figura 1 representa as preferências de estilo musical por faixa etária. Quanto mais baixa a linha, maior a preferência por aquele estilo. Todas as faixas etárias acima de 25 anos seguiram o mesmo padrão básico. As duas faixas etárias abaixo de 25 anos mostram um padrão diferente. A faixa abaixo de 16 anos revelou uma tendência a preferir rock, rap e jazz, e uma rejeição pela música sacra e clássica. A linha formada por esta tendência e quase que completamente oposta aos grupos acima de 25 anos. A faixa etária de 16 a 25 revelou uma tendência similar aos grupos mais velhos com relação à música tradicional, enquanto que, ao mesmo tempo, gostava de formas mais populares de música, como o rock e o jazz. Este grupo parece ter a mais ampla faixa de apreciação por estilos diferentes. Estas tendências não parecem variar significativamente entre as igrejas. A preferência de estilo variou mais de acordo com a idade. A preferência por música popular entre a juventude da IASD é mais bem destacada por uma pesquisa que realizei em 1987 com 350 jovens de uma de nossas escolas da II Grau da IASD. (90) A figura 2 mostra os resultados.


Figura 2

A mesma pesquisa revelou que a média combinada de consumo de TV e rádio era de 3,5 a 4 horas por dia. O conflito é óbvio quando a preferência por estilos musicais entre os de menos de 16 na os e os de mais de 25 anos são opostas. O papel da TV e do rádio nesta situação é significativa e merece uma investigação mais apurada.

A Importância do Programa Musical

A música é muito importante para os Adventistas do Sétimo Dia e foi considerada essencial para a adoração, conforme demonstrado pela figura 3. Existem, porém, claras evidências de que muitos não estão satisfeitos com seu programa musical atual e gostariam de ver mais recursos e variedades, conforme demonstrado pela figura 4. O apelo por criatividade e excelência foi evidente em muitas respostas à pesquisa, especialmente entre os líderes de música.


Figura 3


Figura 4

Afirmações Freqüentemente Expressas

Um símbolo de mudança na música situa-se em torno do uso da bateria. Uma afirmação freqüentemente expressa é que “a igreja não é lugar para bateria.” A pesquisa revelou que 53% concordam fortemente com esta afirmação e 15% concordam levemente. Considerando que as faixas etárias abaixo de 25 anos e abaixo de 16 anos totalizaram apenas 18% das respostas, estas porcentagens refletem as preferências de estilo discutidas anteriormente. Houve algumas poucas respostas por parte de jovens que ouviam música rock, mas que sentiam que a bateria não era apropriada para a igreja. Embora uma grande porcentagem não deseje a bateria na igreja, há uma clara indicação de que a igreja não se opõe a novas músicas: 65% dos entrevistados não se opunham a novos tipos de música. Isto não sugerem de forma alguma, que quaisquer estilos sejam apropriados, conforme refletido nas repostas acerca da bateria na igreja. A maioria da pessoas (73%) sentiam que devemos usar a melhor música que pudermos,. Porque é para a adoração a Deus.


Figura 5


Figura 6

A definição do que é a melhor música para ser usada está, é claro, aberta à interpretação. Membros mais jovens e mais idosos da igreja parecem ver o “melhor” de maneiras totalmente diversas. Por causa do alto nível de emoção e subjetividade neste assunto, o conflito não será resolvido facilmente. Criar cultos alternativos, como algumas igrejas tem feito, trará uma solução apenas temporária, que causará um conflito maior em algum momento no futuro. A menos que haja um foco mais objetivo e intencional na questão da música, esta igreja tem a probabilidade de se fragmentar e desintegrar. (91)


Próxima parte: Possibilidades E Sugestões