por: Rev. Onézio Figueiredo [1]
Importância da ordem psicológica do culto
A ordem psicológica do culto é tão importante, que se faz presente nas grandes teofanias de Israel, todas dentro da ideia da presença entronizada de Deus no templo celeste e terrestre do Rei dos reis, e nas cristofanias escatológicas do Apocalipse. A noção da presença do Cordeiro e a visão de sua glória provocam, intuitivamente, a genuflexão do vidente em temor e adoração (Ap 1.1-17 com destaque do v.17). No capítulo cinco, a visão da glória do Cordeiro, impressionante cristofania, há uma liturgia cósmica seguida por outra terrestre. Primeiro, adoram-no os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos, o presbiterato celeste (Ap 5.11,12) Em seguida, todas as demais criaturas da terra e dos céus (Ap 5.13,14). O encerramento de tão faustosa liturgia dá-se com o Amém dos quatro seres viventes (Ap 5.14), os mesmos que, com os presbíteros (24 anciãos) deram início ao exuberante e reverente culto a Deus.
Os iluminados vêem a glória de Deus e sentem sua majestade, prestando-lhe, conseqüentemente, adoração e louvor. Os réprobos, vêem o fausto, a falsa grandeza das bestas emergentes respectivamente do mar e da terra e lhes prestam culto idólatra como também se prostram diante de Satanás, o Dragão que dá poder às bestas (Ap 13.4,12).
A ideia da “presença” do além por meio de supostas “entidades”, de “espíritos encostados”, de “divindades” pretensamente representadas em ícones ou seres da natureza, levam milhares à prostração idolátrica. Os prodígios e milagres, feitos ou não em nome de Deus ou de Cristo, iludem os incautos por lhes darem impressão da “presença do divino”, e acabam adorando anticristos. Muitos, os mais infiéis e desonestos, espiritualmente falando, não procuram os “milagreiros” por causa da “adoração” a um ser transcendente, mas à procura de benefícios pessoais imediatos.
Quando estabeleci como parâmetro do culto, baseado em Isaías 6, a liturgia proposta no primeiro opúsculo, firmava-me, como se pode observar, numa visão ampla veto e neotestamentária da liturgia nascida da “manifestação” de Deus, da implantação do culto sacrificial, da necessidade da confissão de pecados, da oferenda de sacrifícios, da eleição de um povo especial e adorador. Tudo agora, porém, se consuma, liturgicamente falando, na encarnação do Verbo, na organização da “liturgia da Ceia”, na prestação do culto antecipador das coisas do fim ( até que eu venha).
A ordem psicológica do culto observa-se nas teofanias, na cristofania, encarnação e presença do Cordeiro redentor, nas visões apocalípticas da Igreja escatológica tanto no estado intermediário como na consumação.
Com Rm 12.1,2 em mente, prestemos um culto racional (logikós) a Deus.
Trabalho escrito em 1993. Reescrito em 1995.
Notas:
[1] O presente texto foi escrito por um Reverendo da Igreja Presbiteriana. Por este motivo, o leitor encontrará algumas referências relacionadas ao culto de domingo, ou ainda alguns temas diretamente vinculados a esta denominação religiosa. Apesar deste detalhe, os editores do Música Sacra e Adoração compreendem que a leitura do texto do Reverendo Onézio Figueiredo é de suma importância para o contexto da adoração e do culto a Deus na Igreja Adventista do Sétimo Dia, justificando assim esta publicação.
Fonte: www.monergismo.com