por: Rev. Onézio Figueiredo [1]
Templo, trono de Deus
Para Israel o templo era o trono de Deus na terra, local de sua presença, sinal de sua glória, atestado de seu governo sobre seu povo, ponto de “encontro” entre o Rei dos reis e seus súditos. Esta imagem foi tão forte que constava nas visões apocalípticas tanto do Velho como do Novo Testamentos.
Este trono terrestre veio a ser o símbolo do celeste, pois nele estava o Santo dos Santos, onde pousava a glória (Shekinah) de Deus. Ao penetrar o templo, o israelita era possuído de uma reverência indescritível, pois significava estar na Casa do Senhor, na presença do Deus altíssimo. Seu impulso era o de prostrar-se, confessar e adorar. Os profetas que mostraram, em visões, o tabernáculo celeste, davam, na verdade, um conteúdo escatológico ao culto no templo, tabernáculo de Deus entre homens.
O culto, portanto, é uma assembléia de antecipação escatológica. Vejam que Cristo lhe dá esta dimensão quando diz, na instituição da Santa Ceia, substituta da Páscoa judaica: “Pois vos digo que nunca mais a comerei, até que ela (a Páscoa) se cumpra no reino de Deus” (Lc 22.16). Toda vez, pois, que se celebra a Santa Ceia o quadro simbólico do culto sacrificial se repete e uma antevisão escatológica se realiza. Onde está o santuário, Jesus Cristo, aí estão seus redimidos. Essa realidade mística se configura na reunião dos crentes, sempre em Cristo, em um determinado local separado e consagrado para tal fim, o templo. O valor do templo reside no que ele contém, a comunidade dos santos, e no que nele se realiza, o culto comunitário em espírito e em verdade.
Notas:
[1] O presente texto foi escrito por um Reverendo da Igreja Presbiteriana. Por este motivo, o leitor encontrará algumas referências relacionadas ao culto de domingo, ou ainda alguns temas diretamente vinculados a esta denominação religiosa. Apesar deste detalhe, os editores do Música Sacra e Adoração compreendem que a leitura do texto do Reverendo Onézio Figueiredo é de suma importância para o contexto da adoração e do culto a Deus na Igreja Adventista do Sétimo Dia, justificando assim esta publicação.
Fonte: www.monergismo.com