Conselhos Sobre Música e Adoração – Parte 1

Introdução

Organizado por: Leandro Dalla Bernardina Santos

Deus compôs a música exatamente na estrutura de Sua criação. Lemos que, quando Ele criou todas as coisas, “as estrelas da alva, juntas, alegremente cantavam, e rejubilavam todos os filhos de Deus” (Jó 38:7). O Livro do Apocalipse retrata o Céu como um lugar de louvor incessante, com hinos de adoração a Deus e ao Cordeiro ressoando de todas as partes (Apocalipse 4:9-11; 5:9-13; 7:10-12; 12:10-12; 14:1-3; 15:2-4;19:1-8).

Visto que Deus criou os seres humanos à Sua imagem, partilhamos do amor e apreciação pela música com todos os Seus seres criados. Na verdade, a música pode nos atingir e tocar com um poder que vai além das palavras ou qualquer outro tipo de comunicação. Na sua forma mais pura e refinada, a música eleva nosso ser à presença de Deus, onde anjos e seres não caídos O adoram com cânticos.

O pecado, porém, lançou sua praga sobre a Criação. A imagem divina foi desfigurada e quase apagada. Em todos os aspectos, este mundo e as dádivas de Deus vêm a nós com uma mistura de bem e mal. A música não é moral nem espiritualmente neutra. Pode nos levar a alcançar a mais exaltada experiência humana, pode ser usada pelo príncipe do mal para degenerar e degradar, para suscitar a luxúria, paixão, desesperança, ira e ódio.

A mensageira do Senhor, Ellen G. White, nos aconselha continuamente a elevar nosso conceito a respeito da música. Quanto ao poder da música, ela escreve: “É um dos meios mais eficazes para impressionar o coração com as verdades espirituais. Quantas vezes, ao coração oprimido duramente e pronto a desesperar, vêm à memória algumas das palavras de Deus – as de um estribilho, há muito esquecido, de um hino da infância – e as tentações perdem o seu poder, a vida assume nova significação e novo propósito, e o ânimo e a alegria se comunicam a outras pessoas! … Como parte do culto, o canto é um ato de adoração tanto como a oração. Efetivamente, muitos hinos são orações. … Ao guiar-nos nosso Redentor ao limiar do Infinito, resplandecente com a glória de Deus, podemos aprender o assunto dos louvores e ações de graças do coro celestial em redor do trono; e despertando-se o eco do cântico dos anjos em nossos lares terrestres, os corações serão levados para mais perto dos cantores celestiais. A comunhão do Céu começa na Terra. Aqui aprendemos a nota tônica de seu louvor.” – Educação, pág. 168.

Como adventistas do sétimo dia, cremos e pregamos que Jesus virá novamente, em breve. Em nossa proclamação mundial da tríplice mensagem angélica, de Apocalipse 14:6-12, conclamamos a todas as pessoas a aceitarem o evangelho eterno para louvar a Deus o Criador, e a se prepararem para encontrar o Senhor. Desafiamos a todos que escolhem o bem e não o mal a renunciar “à impiedade e às paixões mundanas, [vivermos] no presente mundo sóbria, e justa, e piamente, aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus”. (Tito 2:12, 13.)

Cremos que o evangelho exerce impacto em todas as áreas da vida. Por conseguinte, sustentamos que, por causa do vasto potencial da música para o bem ou para o mal, não podemos ser indiferentes a ela. Embora reconhecendo que o gosto, na questão da música, varia grandemente de indivíduo para indivíduo, cremos que a Bíblia e os escritos de Ellen G. White sugerem princípios que podem formar nossas escolhas” (Filosofia Adventista do Sétimo Dia com Relação à Música Documento votado pela Associação Geral em 13 de outubro de 2004 e pela Divisão Sul Americana em Maio de 2005)

O material que está em suas mãos é fruto de uma pesquisa em diversas fontes, como os escritos de Ellen G. White, outros autores cristãos adventistas e nossa maior fonte de conhecimento eterno: a Bíblia. O tema exposto pode representar uma base para pesquisa mais profunda, por ser muito amplo. Sendo assim, torna-se apenas um material informativo, não seguindo portanto regulamentos técnicos, mas com o objetivo de levar o leitor a refletir sobre a verdadeira adoração que Deus requeria de nós quando concedeu o dom da música, e ainda requer, por ser um Deus imutável. Não temos o intuito de ‘ganhar’ os leitores para nosso modo de pensar, mas apenas fornecer informações importantes para que cada um tome firme posição sobre o assunto, seja ela qual for. Caso estejamos praticando um louvor equivocado e portanto vazio, oro a Deus para que abra nossos olhos e nos mostre o caminho de volta, nos ensinando a louvá-lO com o entendimento, a reverência e a dignidade devidas ao Seu santo nome.

“A crise que o povo de Deus atravessa tem múltiplos aspectos. O estado laodiceano resulta da falta de interesse no ponto de vista de Deus. A queixa divina no passado era: “O Meu povo não entende” (Isaías 1:3). O entendimento, a compreensão, porém, eram deficientes não porque Deus não houvesse esclarecido, mas porque o povo não se interessou em aceitar a luz. De tanto rejeitar a luz divina, o discernimento humano se obscureceu.

(Leia: Provérbios 4:7 / Oséias 4:6 / Colossenses 2:8)

Hoje não é diferente. Em tempo algum da História o povo de Deus teve mais luz sobre todos os aspectos da vida como atualmente. Esta luz Deus concede porque nunca os perigos que ameaçam a igreja foram tão grandes. Se somos demasiado carnais para bem discernir tudo, a culpa não é de Deus por não ter esclarecido, mas nossa por estarmos mais inclinados a prosseguir seguindo nossas próprias ideias, nosso próprio apetite e nosso gosto pervertido, sem levar em consideração o que Deus diz.

Especialmente no aspecto da música que os adventistas estão praticando, usando e criando dá-se o mesmo. A situação em certas igrejas e lares se tem tornado tão grave que alguém que ainda tenha discernimento sente-se incapaz de adorar a Deus e receber benefícios espirituais pela péssima qualidade da música praticada, ou seja, música ‘popular religiosa’ como se fosse ‘sacra’. Embora, às vezes, seja apresentada com o nome de sacra contemporânea, música jovem, música moderna etc, na realidade não passa de música popular dentro da igreja, sem cogitar no que Deus pensa sobre o assunto”. (ARAÚJO – Música, Adventismo e Eternidade, 32)

“O que muitos irmãos acham difícil de ver é uma saída para a confusão musical do mundo, no lar, na escola e na igreja, principalmente os que têm filhos. O que é certo e o que é errado, o que é saudável e o que é nocivo na dieta musical? Que tremenda responsabilidade para Laodicéia!

Não precisamos, porém, temer. Deus tem colírio para abrir nossa visão, a fim de compreendermos Suas orientações”. (ARAÚJO – Música, Adventismo e Eternidade, 31)


Capítulo 2

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