A Música na Adoração – Capítulo 2

por: Scott Guiley

O Centro da Adoração


“Oh, vinde adorar o excelso bom Deus,
Senhor soberano da terra e dos céus,
Que reina supremo, envolto na luz,
E que se revela em Cristo Jesus!
A Deus, nosso Pai, ao Filho de amor,
Ao Santo Espírito, o Consolador,
Com vozes erguidas, em todo lugar,
Ao Deus trino e santo, oh, vinde adorar!”

Henry Maxwell Wright (1848-1931)

A Adoração Verdadeira tem Deus Como o Centro

“Deus é Espírito: e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade”. João 4:24. Nós “O” (Deus) adoramos. Nós “O” reverenciamos humildemente e damos a “Ele” todo o mérito. Deus é nosso Criador. É nEle que vivemos, e nos movemos e existimos. Ele é nosso Salvador e Redentor. Deus é nosso Senhor Soberano e Rei Todo-poderoso. É Ele que vive para sempre e sempre.

Quer O adoremos em particular ou em público – no nosso quarto, em família ou na assembléia dos santos – o centro tem que ser o próprio Deus! Na assembléia, por exemplo, Deus deve ser o centro da nossa reunião. Chegamos a Ele através de Jesus Cristo, o Seu Filho! Longe de nós discutirmos opiniões políticas, ou esportes, ou diversões, ou assuntos escolares, ou interesses sociais ou comida saudável num culto de adoração. Longe de nós termos nossa união num mero programa. Reunimo-nos para adorar a Deus em Cristo! É assim também em nossa oração em particular – seguimos simplesmente um ritual ou nossos pensamentos e afeto se direcionam a Ele? Não pode haver uma adoração verdadeira, a menos que nosso coração (espírito) se achegue ao Deus vivo.

O crente deve adorar somente a Deus – talvez demos honra limitada aos homens, Romanos 13:7, 1 Pedro 2:17, mas a Deus, adoramos. Podemos reconhecer as maravilhas da criação de Deus, mas adoramos o Criador. Não se deve adorar a nenhum homem temente a Deus, santo ou anjo. Atos 10:25-26. Apocalipse 22:8-9. Não devemos adorar imagens, estátuas religiosas, retratos nem quadros – todos são ídolos. Êxodo 20:4-6. Talvez alguém, pergunte: “Mas como podemos adorar um Deus a quem não podemos ver nem tocar, e cuja voz não é audível ao ouvido humano? Pela fé!

Adorar somente a Deus significa que não adoramos o Senhor Jesus Cristo? Muitos do Novo Testamento não O adoraram? Mateus 2:11, 8:2, 9:18, 14:33, 15:25, 28:9. Como podemos conciliar nossa prática de adorar a Cristo, com o que o próprio Salvador disse: “Ao Senhor teu Deus adorarás e só a Ele servirás”? Mateus 4:10. A resposta, naturalmente é que Jesus é Deus; Mateus 1:23, João 1:1-3, 14:8-9, 20:28, Colossenses 2:9, Hebreus 1:1-3, 1 João 5:20, e adoramos o Pai através do Filho pelo Espírito Santo. Adoração aceitável é triúna.

“Adora a Deus”. Apocalipse 19:10.

A Verdadeira Adoração é Baseada na Obra Sacrificial de Cristo no Calvário

“Nosso Deus é um fogo consumidor”. Hebreus 12:29. O autor de Hebreus cita estas palavras de Deuteronômio 4:24, as quais serviram de aviso contra a idolatria de Israel. Como um fogo que consome o combustível jogado nele, assim também Deus – que é absolutamente justo e santo – tem que destruir todo aquele que busca se aproximar dEle sem ser pela justiça perfeita de Cristo. Para sermos aceitos, temos que estar no Amado. Efésios 1:6. Ninguém pode vir ao Pai sem ser pela obra meritória de Cristo, que é o caminho, a verdade e a vida. João 14:6. Nosso acesso é “pelo novo e vivo caminho que Cristo nos consagrou, pelo véu, isto é, pela Sua carne”. Hebreus 10:20. A palavra “novo” no versículo acima, significa “morto recentenmente”. Em outras palavras, para chegarmos a Deus em adoração, temos que ter como base o sangue derramado e a obra sacrificial de Cristo no Calvário! Vemos isto mostrado muitas e muitas vezes no Antigo Testamento.

Considere o livro de Levítico que é principalmente um hinário de adoração. Os capítulos iniciais descrevem o sistema sacrificial e como um povo remido devia se aproximar da presença manifesta de Deus. Sem tentar entrar em detalhes, deixa-me sugerir que ” tenda da congregação” (termo usado umas 50 vezes no livro de Levítico para o tabernáculo) corresponde à igreja do Novo Testamento, onde nos reunimos para adorar a Deus publicamente. Quando o povo de Deus se reúne na igreja há uma comunicação da mente e da Palavra de Deus. Levítico 1. Além disso quando o povo de Deus se reúne na igreja é com o propósito de adorar – portanto, devemos levar uma oferta!

Qual é nossa oferta? Há cinco tipos específicos de ofertas mencionados em Levítico: a oferta queimada, a oferta de manjares, a oferta pacífica, a oferta pelo pecado e a oferta pela culpa do pecado. Cada uma destas ofertas e cada sacrifício oferecido pelo povo de Deus no tempo do Antigo Testamento tinha a intenção de tipificar e retratar Jesus Cristo que havia de vir. É preciso que aprendamos a lição de que todo o acesso a Deus em adoração tem que ser em e através de Jesus Cristo e Seu sacrifício! Cristo Jesus é nosso sacrifício – nossa oferta. Nós O elevamos diante do Pai.

Entenda, por favor: Cristo ofereceu a Si mesmo, uma vez, como o sacrifício perfeito, sobre a cruz, por cada um dos Seus eleitos. Não existe diferença neste ponto. Também recebemos Cristo em toda a plenitude de Sua pessoa e obra – não só em parte!

O livro de Levítico também revela algo sobre “níveis” diferentes de adoração. Para cada tipo de oferta, que mencionamos anteriormente, havia tipos diferentes de animais: gado, ovelhas, bodes, pombas, rolas, etc. O adorador tinha que levar o animal de mais valor que possuía – para os de classe média uma ovelha, embora os mais ricos pudessem levar um bezerro (novilho). Os mais pobres podiam levar somente uma rola ou pombinha. Assim todo mundo segundo a sua condição financeira podia levar um sacrifício a Deus e ser aceito por Ele. Mas isso retrata simbolicamente também os níveis diferentes da gratidão dos crentes por Cristo. Talvez alguém pergunte: “Mas nem todos os crentes têm uma gratidão grande por Cristo”? Não! Há crentes que amam Cristo com mais fervor que outros. Veja Lucas 7:36-50. Filipenses 1:9. 1 João 2:5. Alguns crentes têm se aprofundado mais nas riquezas de Cristo e possuem uma gratidão inmensa por Ele e pensamentos de afeto; outros possuem uma medida de gratidão menor pelo sacrifício de Cristo; e muitos parecem vir adorar só com pensamentos pequeninos e vagos de Cristo. Estes últimos vão prestar uma adoração mínima ao Senhor, porque a sua gratidão é menor. Uma coisa é levar o melhor que temos mesmo sendo algo pequeno, e outra é levar o mínimo quando podemos levar muito mais. Mesmo assim, é animador saber que Deus aceita até mesmo nossa mais fraca gratidão por Cristo e Ele calcula a oferta de acordo com os meios do ofertante.

Mas, em cada um destes exemplos, o animal apontava para Jesus. Ele é o sacrifício supremo, o qual pôs fim aos sacrifícios de touros e bodes. Hebreus 10:1-18. Os sacrifícios do Antigo Testamento tinham que ser feitos todos os dias, muitas e muitas vezes. Isto mostra que eram insuficientes para tirar o pecado e tornar os adoradores perfeitos. O sacrifício de Jesus, contudo, foi único e para todo o sempre – uma vez para sempre – e por “Ele (Jesus) aperfeiçoou para sempre os que são santificados”. Hebreus 10:14.

A obra de Cristo é a base de toda a adoração verdadeira.

A Adoração Verdadeira tem as Suas Descrições Definidas na Palavra Escrita de Deus

Não podemos saber o que envolve a verdadeira adoração – nem o que Deus requer do adorador – a menos que achemos esta verdade revelada na Bíblia. A Bíblia é o manual do crente. Se ignorarmos este manual e tentarmos simplesmente chegar a Deus em nossos termos, com certeza seremos rejeitados, como Caim o foi. Gênesis 4. Nossos sentimentos, opiniões, obras e palavras não têm mérito nenhum diante de Deus. Todos juntos não valem nada mais do que só devoção voluntária, se não dermos atenção aos ensinamentos claros da Palavra de Deus.

Falaremos mais sobre este assunto depois. Agora queremos apenas dizer que sem a Bíblia, adorar verdadeiramente é só um sonho. Deve haver uma fonte final de autoridade: algo ou alguém que dê a palavra final – que ponha fim à controvérsia – que estebeleça o que devemos crer, ser e fazer. Se essa autoridade estiver na pessoa, então a opinião de um homem é tão boa quanto a do outro e a adoração de cada homem deve ser aceita. Mas, saibam todos que Deus não é tolerante! Deus é gracioso e perdoador, mas não é tolerante! O Deus justo e santo não pode (nem vai) agir contrário à Sua Palavra. Portanto, vamos chegar diante de Deus com a convicção de que tudo o que a Palavra de Deus ensina deve ser crido, seja qual for a ordem deve ser obedecida, seja qual for a recomendação deve ser aceita tanto como certa quanto útil e seja o que for que ela condene deve ser evitado como sendo errado e nocivo.

Nossa adoração – de fato, a própria vida do crente – deve estar centralizada em Deus, baseada na obra sacrificial do Calvário e firmada nas descrições definidas da Palavra escrita de Deus.


Fonte: http://www.palavraprudente.com.br


Capítulo 3

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