Ritmo, afinação. Não seria exagero dizer que falar é como cantar. Frank Sinatra foi a maior prova. Não é a toa que seu apelido era “A Voz”. “A voz é tudo no nosso trabalho. Uma voz bem colocada dá uma interpretação diferenciada para uma reportagem, uma impostação de voz correta faz com que você passe a informação com mais credibilidade”, afirma o repórter César Tralli. “A voz é um meio de sobrevivência para mim”, resume Carlos Nascimento.
Coordenar bem a respiração. Não gritar. Essas algumas das regras que os comunicadores devem seguir para preservar a voz. Tudo bem mas vai dizer isso para o narrador do jóquei.
Roberto Casela fala mais ou menos 280 palavras por minuto. Ele narra turfe nesse ritmo alucinante ha 20 anos. Se por uma lado abusa, por outro, faz de tudo para poupar o seu instrumento de trabalho. “Eu não fumo, não bebo coisas geladas, procuro tomar banho morno.”
Longe dos microfones, mas falando alto na sala de aula, são os professores que mais sofrem com a rouquidão e os nódulos nas cordas vocais, de acordo com a Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia.
Em segundo lugar, estão os operadores de telemarketing. “Falar muito, falar alto, não beber água enquanto está usando a voz profissionalmente, são talvez os aspectos mais importantes que eu poderia citar desses ‘profissionais da voz'”, explica Leslie Ferreira, presidente da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia.
Bem, se você quiser tratar a sua voz com o carinho que ela merece, anote algumas dicas de quem entende do assunto. “Evito ar-condicionado, bebida muito gelada, vento em geral”, revela Carla Vilhena. “Chupo muitas frutas cítricas, que ajudam a limpar as cordas vocais”, diz o repórter César Galvão.
Lembre-se: “A voz é necessária para a comunicação e para a vida! Cuide de sua voz!”
Você sabe o que é voz?
A voz é o som produzido pelo homem que o identifica quanto a sua idade, seu sexo, tipo físico, raça, procedência, nível sócio-cultural, características de personalidade e estado emocional.
Como é produzida a voz?
A voz é produzida na Laringe por meio da vibração das pregas vocais (também popularmente conhecida como cordas vocais), que realizam seu movimento graças ao fluxo de ar que vem dos pulmões (expiração) e à ação dos músculos da laringe. Este som vai se modificando nas cavidades que funcionam como “alto-falantes”: faringe, cavidade bucal e nasal e seis da face. A estas modificações dá-se o nome de ressonância.
Como perceber problemas na voz?
Ardência, dor na garganta, perda de voz ou rouquidão podem ser sinais de problemas vocais. A consulta com um médico otorrinolaringologista ou fonoaudiólogo é necessária caso os sintomas persistam.
Quem é o fonoaudiólogo?
É o profissional que trabalaha com a comunicação humana nos diversos aspectos, incluindo também os assuntos relacionados à voz.
Como cuidar da sua voz?
- Evitar gritar ou falar durante muito tempo.
- Procurar não se expor a mudanças de temperatura ambiental, tomando cuidado inclusive com bebidas geladas.
- Não pigarrear ou tossir, pois este hábito promove atrito entre as pregas vocais. Prefira engolir saliva ou tomar água.
- Evitar bebidas alcóolicas, pois estas atuam como anestésicos, melhorando a voz aparentemente e mascarando seu abuso. O mesmo acontece com sprays, pastilhas e drops.
- Beber bastante água, principalmente em ambiente com ar condicionado.
- Fazer gargarejos suaves com água morna e pouco sal antes de deitar.
- Não falar em ambientes muito ruidosos, evitando “competir” com o barulho.
- No caso de ser alérgico, evitar exposição a poeira, gás e cheiros muito fortes.
- Mastigar bem os alimentos, dar preferência aos leves e evitar os muito temperados.
- Evitar alimentos achocolatados e derivados de leite, principalmente antes do uso profissional da voz, pois estes aumentam a secreção no trato vocal.
- Enquanto estiver falando, manter a postura do corpo ereta, no eixo, porém relaxada, principalmente a cabeça.
- Evitar fumo, pois o mesmo irrita a mucosa de todo aparelho fonador, especialmente as pregas vocais.
Fonte: Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia
Você pode obter mais informações no site do Conselho Regional de Fonoaudiologia