História da Música

Pequena História da Música

por: Claudia Lopes

A música é considerada a arte mais antiga e a mais primitiva de todas. Desenvolveu-se a partir dos principais ritmos e vibrações do mundo. É por isso que se costuma ouvir que “a música na terra é tão antiga como o homem”.

Numa tentativa de te facilitar o estudo da música, vou reconstituir a sua história passando por todas as época, ou seja, desde a Pré-história até à música moderna do século XX.

Tópicos

Pré-História

Antiguidade

Idade Média

Renascimento

Barroco

Classicismo

Romantismo

Música Moderna

Pré-História

Sabe-se que o homem primitivo teve desde muito cedo necessidade de comunicar. Para isso usava, por exemplo, sinais sonoros como: gritos, sons corporais, batimentos com pedras ou com ramos de árvores, etc.

No fundo, o homem pré-histórico tinha como principal objetivo o de imitar a natureza e não o de fazer música. Mas desde o momento que o homem começou a produzir sons com a intenção de fazer música, pode-se afirmar que se deu início ao longo percurso da história da música.

Assim o homem começou a fazer uso da música nas suas cerimônias e rituais, como por exemplo, na evocação das forças da natureza, no culto dos mortos, no decorrer da caça,…

Começou por usar apenas a voz e os diversos sons corporais, mais tarde, também introduziu gradualmente instrumentos (tais como flautas, ramos de árvores perfurados, paus e pedras) que construía para usar nas suas músicas e danças numa tentativa de agradar mais aos deuses.

Depois de descobrir a beleza e a funcionalidade da música o homem nunca mais se separou dela.

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A Antiguidade

A música assumiu um papel central nas diversas atividades diárias das grandes civilizações da antiguidade, nomeadamente no Egito, Grécia e Roma.

Egito:

O Egito, situado a nordeste de África, caracteriza-se essencialmente pelos seus monumentos como as pirâmides e as esfinges. No Egito fazia-se música tanto no palácio do faraó como no trabalho do campo ou ainda no culto dos mortos. Eram normalmente as mulheres que tocavam.

A música tinha uma origem divina e estava muito ligada ao culto dos deuses.

Instrumentos: Os instrumentos usados eram essencialmente harpas, liras, flautas, alaúdes e instrumentos de percussão.

Grécia:

A Grécia aparece muito ligada à poesia e à escrita que, a par com a música, participavam como forma de expressão nos teatros. A civilização grega teve um papel fundamental para a evolução da história da música ocidental, sendo de destacar a sua contribuição, essencialmente em relação ao ritmo e à notação musical.

Sabe-se que em Atenas se realizavam anualmente concursos de canto e que as peças de teatro eram acompanhadas por música.

Os gregos já tinham noção do culto da música como arte e como ciência, pois a música era tão valorizada que fazia parte das quatro disciplinas essenciais para a educação dos jovens.

Foi também na Grécia Antiga que surgiu o órgão.

Instrumentos: Os instrumentos usados por esta civilização são:

  • Aulos: é um instrumento de dois tubos separados com o mesmo comprimento e soprados ao mesmo tempo.
  • Lira: é um instrumento de cordas com caixa de ressonância.
  • Instrumentos de percussão, como: Tímpanos, Címbalos, Sistros

Roma:

Toda a música do império romano foi influenciada pela dos gregos. Em Roma, as lutas dos gladiadores eram acompanhadas por trombetas. A música estava sempre presente nas casas dos homens e mulheres com muito dinheiro. Nas ruas davam-se pequenos espetáculos de malabarismo e de acrobacia que eram sempre acompanhados por flautas e pandeiretas.

Destaca-se nesta cultura a invenção do órgão hidráulico. O órgão hidráulico é um tipo de órgão que funcionava a água.

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Idade Média

Com a queda do Império Romano e a implantação do cristianismo, a igreja passa a ter um papel fundamental para o desenvolvimento e evolução da música, pois são os monges que, nos mosteiros e depois dos gregos, continuam a desenvolver a escrita e a teoria musical.

São os cânticos litúrgicos vocais e de transmissão oral que fazem parte do repertório mais usado na musica da Idade Média. Estes cantos litúrgicos variavam nas suas interpretações consoante a raça, a cultura, os ritos e os hábitos musicais dos diversos povos.

Sentindo necessidade de unificar e de fortalecer o cristianismo, São Gregório Magno, monge beneditino e eleito papa em 590, compilou e selecionou uma série de cânticos litúrgicos com qualidade e dignos de culto. Foi neste sentido que reuniu alguns cânticos já existentes e outros de sua própria autoria numa coletânea que intitulou de Antifonário.

A esta forma de cantar deu-se o nome de Canto Gregoriano, que era basicamente uma forma de oração para demonstrar o amor a Deus. Este canto tinha uma melodia simples que seguia o ritmo das palavras.

Nesta época começa a haver uma grande separação entre a música religiosa e a música popular. Uma das grandes diferenças entre elas está nos instrumentos que são usados em ambas. Na igreja apenas o órgão era permitido, enquanto que na música não religiosa ou chamada profana usavam-se: a rabeca, o saltério, o alaúde, a charamela, a flauta, a gaita de foles, a sanfona, a harpa, os pratos, os pandeiros, os tambores,…

A língua usada nos cantos da igreja era o Latim, enquanto que na música popular eram os dialetos próprios de cada região.

Os menestréis eram cantores, músicos e malabaristas que andavam de terra em terra juntamente com os saltimbancos.

Os trovadores eram nobres que compunham música e poesia tendo como tema preferido, para as suas composições, o amor.

A notação musical serviu no início apenas para auxiliar a memória de quem cantava, mas, ao longo dos tempos, tornou-se cada vez mais precisa. Numa fase inicial eram colocados pequenos símbolos chamados neumas.

Mais tarde e de forma progressiva foram introduzidas as linhas até se chegar ao conjunto das 4 que foram inventadas por Guido D’Arezzo, conhecido como sendo um grande teórico da música na Idade Média.

Mas, a partir do século XI, o uso da pauta tornou-se habitual

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Renascimento

O período renascentista é caracterizado pela mudança de pensamento do homem perante o mundo. Sabe-se desde logo que esta mudança vai também influenciar a arte. O homem do renascimento já não vive apenas dominado pelos valores da igreja, agora encontra valores nele próprio e na natureza. A igreja também se tornou menos rígida e permitiu uma troca maior entre a música sacra e a música profana.

É nesta altura também que os donos das cortes e homens ricos concedem oportunidades de trabalho aos compositores e aos músicos, promovendo festas, audições e acontecimentos culturais.

Neste período, as obras musicais que se desenvolvem são essencialmente vocais, ou melhor, a música vocal polifônica é a composição mais comum.

As formas vocais mais importantes deste período são: os madrigais, a missa, e o motete.

É também no renascimento que, apesar de se continuar a utilizar os instrumentos para duplicar, reforçar ou substituir as vozes, se começou a desenvolver uma música composta para ser tocada por instrumentos musicais, destacando-se o alaúde e as violas de gamba.

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Barroco

Barroco é o período em que a música instrumental atinge, pela primeira vez, a mesma importância que a música vocal.

A música do barroco é exuberante, de ritmo energético e frases melódicas longas muito bem organizadas. Neste contexto os compositores fazem uso de um contraponto com grandes contrastes tímbricos.

O violino é o instrumento que mais se afirmou devido á evolução da sua construção e logo da sua execução. Também os instrumentos de tecla sofrem grandes evoluções, nomeadamente o cravo que aparece como instrumento solista, e não apenas como acompanhante.

A orquestra também, por sua vez, toma maiores proporções e uma forma mais estruturada. Dá-se também um aperfeiçoamento técnico dos músicos, assim como um maior acesso à música por parte do público em geral.

A ópera e o ballet são formas musicais, orquestrais e vocais que surgem e se desenvolvem com grande autonomia.

A Suite que também é outro gênero deste período, é uma sucessão de diferentes peças musicais com andamentos de dança.

Entre os compositores mais famosos destaca-se: Johann Sebastian Bach.

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Classicismo

No período clássico a música torna-se mais leve e menos complicada que no barroco. Agora a música revela uma extrema suavidade e beleza com grande equilíbrio e perfeição estética.

No classicismo é a melodia com acompanhamento de acordes que predomina. As frases melódicas são curtas, claras e bem definidas, sentindo-se o princípio, meio e fim de cada uma. Há também uma maior variação em relação à dinâmica das obras musicais, surge o sforzatto, o crescendo e diminuendo. A sonoridade resultante de todas estas características é bastante tonal.

O cravo cai em desuso para dar lugar ao piano que o irá substituir definitivamente. Também a orquestra toma maiores proporções ao mesmo tempo que diversifica os seus instrumentos.

Desenvolvem-se grandes gêneros instrumentais como: a forma sonata, o quarteto de cordas, a sinfonia e o concerto.

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Romantismo

Este período caracteriza-se pela liberdade de expressão e de sentimentos. Também as alterações políticas e sociais provocadas pela revolução francesa de 1789 fazem surgir sentimentos nacionalistas (daqui o surgimento da música folclórica).

Assim, Paris junta-se a Viena e tornam-se os principais centros de música da Europa. Neste contexto os compositores do Romantismo procuravam suscitar, através da música, os seus sentimentos e afetos em relação à sociedade da época.

Surgem assim compositores como Schubert, Mendelsson, ou Chopin e instrumentistas como Liszt (no piano) e Paganini (no violino).

Os compositores também conseguem libertar-se da tutela dos nobres que os empregavam e passam a compor por conta própria.

Com a ascensão da burguesia os concertos públicos tornam-se mais freqüentes e, como conseqüência disto, surgem grandes salas de espetáculos e concertos.

As melodias românticas são mais líricas e as harmonias mais contrastantes, dando assim um resultado sonoro com uma maior variedade de sonoridades, dinâmicas e timbres. Também as obras musicais tomam maiores proporções tanto a nível sonoro com a nível de duração. É importante referir também que, devido a uma melhor qualidade dos instrumentos e dos executantes, a orquestra atingiu grande qualidade sonora e quantidade de músicos.

Por outro lado, a literatura exerceu uma enorme influência sobre a música romântica, fato este que se comprova com o aparecimento do Lied e do poema sinfônico.

O Romantismo desenvolveu o virtuosismo na execução instrumental que atingiu elevados graus de dificuldade e técnica instrumental levando os músicos a tornarem-se figuras públicas de destaque.

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Música Moderna

O século XX surgiu como a era das experiências, da procura de novas técnicas e de novos caminhos para a arte em geral.

Como o Romantismo explorou ao máximo as possibilidades tonais, o século XX trouxe para a música mudanças em relação à sonoridade, que resultaram da aplicação de novas técnicas de composição e de instrumentos com sons inovadores e tecnológicos. Neste contexto surgem assim os primeiros instrumentos eletrônicos (guitarra elétrica e sintetizador) ligados, numa primeira fase, à música Pop e Rock e, numa segunda, a outros gêneros musicais.

Há uma maior tendência para valorizar as culturas extra-europeias, mas, é de referir, que este fator foi impulsionado pela evolução dos meios de comunicação. Outro fato importante, foi o aparecimento da gravação que abriu um novo mundo para a produção musical.

A procura de novas sonoridades fez com que alguns compositores explorassem sons de variados objetos e utensílios para os transformar em instrumentos musicais.

Também os instrumentos convencionais são transformados e devidamente preparados de forma a alargar as suas possibilidades tímbricas e sonoras, pois, é importante saber que o timbre é talvez o parâmetro da música mais valorizado deste período.

Houve então uma renovação na linguagem musical devido à procura de novos timbres, novas harmonias, novas melodias e novos ritmos assim como o aparecimento de novos métodos de composição musical.

Com a procura e o desenvolvimento de novos sons, a forma de composição musical foi progressivamente abandonando o uso das oito notas da escala. Com isto, deu-se a ausência da tonalidade definida, a que se chamou de atonalidade, e começaram a escrever-se obras a partir da utilização de uma série de 12 notas que consiste na técnica do dodecafonismo.

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Fonte: Publicado originalmente em: http://www.citi.pt/ciberforma/claudia_lopes/pagina.html