por: Ivair Augusto Costa
A música certamente foi criada por Deus e é usada no céu pelos seres celestiais. Jó descrevendo a criação da terra, afirmou que havia muita música -“quando as estrelas da alva, juntas, alegremente cantavam, e rejubilavam todos os filhos de Deus” Jó 38:7.
O Criador certamente tinha um grande objetivo ao criar a música para o sentido da audição humana, que era despertar sentimentos das mais variadas formas.
Já afirmamos que os sentidos são os órgãos responsáveis para receber os estímulos do exterior, e que substâncias são produzidas a partir desses estímulos; dependendo do estímulo, um coquetel de substâncias é produzido e surgem os sentimentos, humores e a disposição do indivíduo. A música não é apenas uma experiência auditiva mas comportamental.
A música pode originar a produção de substâncias poderosas como a adrenalina; dependendo do tipo de seu ritmo, outras drogas endógenas são produzidas, determinando a liberação de energia, aumento do batimento cardíaco e respiração; ou o estilo musical pode determinar a liberação de substâncias calmantes e tranqüilizantes, como as endorfinas e a serotonina. Ouvir música não basta, ela nos confere sensações, sentimentos e experiências também.
Músicas muito ritmadas com um compasso muito forte determinado por instrumentos de percussão, alteram o biorritmo das pessoas. Nas academias de musculação e ginástica rítmica a música é essencial não só para o compasso dos exercícios, mas para o estímulo ao movimento. As músicas mais escolhidas para sessões de exercícios de aeróbica são do gênero Rock e no estilo Dance.
A música até certo ponto, fisiologicamente afirmando, é um fator estimulante para a produção de drogas endógenas; e pode ser usada como estimulante em várias situações. Isso não caracteriza a música como algo nocivo, mas como um fator externo de estímulo ao órgão auditivo, assim como a luz pode ser usada para estímulo visual. A conceituação de droga precisa ser bem entendida nesses casos; toda substância que causa mudança de comportamento é caracterizada como droga. No caso da música não se trata de uma substância, mas do estímulo que irá produzir as drogas em nosso organismo e gerar um comportamento alterado. Esse comportamento alterado pode ser a disposição para exercício físico, ou uma reação violenta.
É comum notarmos em shows de rock um frenesi, onde as pessoas saltam, pulam e até arremessam objetos, instrumentos contra as paredes e o chão, para extravasar a energia liberada diante do estímulo. Algumas pessoas estão sob a ação de drogas estimulantes (cocaína), mas a maioria não se encontra drogada, e sim superestimulada por substâncias endógenas.
Mas o coquetel de substâncias liberadas por nosso organismo é muito variado, tanto quanto aos tipos de músicas existentes. Cada tipo de música libera dosagens diferentes das drogas endógenas, gerando estímulos e sentimentos.
As músicas românticas não estimulam a liberação de substâncias estimulantes, mas tranqüilizantes. Drogas como a testosterona, oxcitocina, serotonina, são liberadas em diferentes concentrações, dependendo do estímulo. Músicas românticas que evoquem a lembrança da pessoa desejada estimulam a memória e podem sedar a pessoa com um coquetel de drogas que irão deprimir ou determinar o sentimento de saudade e tristeza. Se a pessoa estiver próxima pode excitar a visão e despertar sentimentos de desejo sexual.
Os ritmos que exigem o contato do corpo, ou que possuem letras que irão estimular a audição e levar o cérebro a interpretar situações de sexo ou erotização e sensualidade, deixarão a pessoa excitada e pronta para o sexo. A excitação aumenta com o estímulo visual e contato físico da dança.
Essas variantes determinam os tipos de drogas e diferentes concentrações liberadas no cérebro e no sangue.
Há uma experiência meditativa em cada música. Quando se ouve uma música, seja romântica ou vibrante, ela nos oferece uma viagem em nossa mente onde a imaginação e nossos desejos momentâneos determinam o roteiro. As letras das músicas se tornam a diretriz para a imaginação, e se o tema for sexo, essa vai ser a sua viagem. As músicas brasileiras oferecem na maioria dos temas a erotização, sensualidade e o sexo. Elas preparam milhões de adolescentes para suas experiências sexuais precoces. Hoje se sabe que uma experiência sexual (fornicação, adultério), não acontece repentinamente; existe a experiência pré-sexual, que condiciona o individuo a se decidir pelo sexo. Desde o barulhento funk, até o vulgar pagode, as letras só versam sobre sexo. Conceituam e preparam a mente de adolescentes e jovens pelo país inteiro.
O cristão deve descartar as músicas que irão alterar o seu comportamento, sendo seletivo quanto ao ritmo musical. O mesmo critério deve existir para as letras das músicas.
Alguns tipos de músicas já foram condenadas como mundanas – o rock, o funk, o samba, o pagode, a dance musica etc. Isso porque as pessoas desde cedo perceberam que seus ritmos e letras não condizem com o estilo de vida cristão.
O rock é um exemplo clássico; quando esse tipo de música surgiu nos anos 50, pouco movimento do corpo se fazia ao se dançar uma música. As músicas tradicionais exigiam o deslocamento pelo salão. Mas o rock trouxe o famoso movimento dos quadris, que evocava os movimentos sexuais. Isso é um elemento das músicas modernas, que cada vez mais são direcionadas ao sexo.
Dos anos 50 para o nosso atual século, músicas como o funk são analogias claras ao sexo. Existem coreografias e danças que simulam o ato sexual; em bailes que invadem a madrugada, e a censura não existe os jovens se envolvem em sexo durante as danças coreografadas. As letras são extremamente apelativas, e acompanham sons e gemidos de mulheres como se estivessem em uma relação sexual.
A liberação sexual dos anos 70 foi porque nos anos anteriores o rock e outros fatores sociais, prepararam a mente daquela geração para a revolução sexual; e as conseqüências depois surgiram nos anos 80 como a AIDS, comercialização e tráfico de drogas, degradação da família, promiscuidade entre jovens e desvalorização do casamento. Na década de 90 e início de nosso século o que vemos é uma transformação da sociedade em se adaptar aos novos valores; como exemplo citamos uma das resoluções do Código Civil Brasileiro em definir a família, como se compondo de mãe e filho(a) apenas para garantir os direitos das milhares de mães solteiras ou divorciadas de seus maridos, e que tinham que continuar a educação e sustento do lar sozinhas.
Não estamos dando dimensões exageradas à música, e nem afirmando que estilos musicais tenham desencadeado esses problemas, mas sim que foram um coadjuvante importante na formação moral de uma geração.
“Já que vocês são o povo de Deus, não esta certo que a imoralidade, a indecência… sejam, nem mesmo, assuntos de conversa entre vocês. Estejam certos disto: nenhuma pessoa imoral, indecente … jamais receberá a sua parte no reino de Deus” Efésios 5:3-5
O princípio bíblico nos orienta a não conversarmos sobre assuntos imorais, muitos menos nos envolvermos em danças e ouvir músicas erotizadas.
Ivair Augusto Costa é Farmacêutico, pós-graduado em Bioquímica Humana e Análise Clínicas; cursa Teologia no UNASP-EC; é Ancião e Diretor Jovem da IASD Extensão Universitária de E. Coelho