por: Mary Ang’awa
O que acontece quando fazemos das prioridades de Deus nossas prioridades
“Venham! Adoremos prostrados e ajoelhemos diante do Senhor, o nosso Criador.” (Salmo 95:6, NVI)
Atendendo ao convite do salmista para adorar, uma igreja no Quênia começou a reunir-se para adorar todas as manhãs às 6h30. pelo menos dez pessoas que sentiam grande responsabilidade pela igreja vinham cada dia e oravam fervorosamente por verdadeiro reavivamento.
O formato do culto de adoração era simples: cada manhã um dos membros dirigia a reunião, partilhando um texto bíblico e fazendo alguns comentários. O grupo então se dividia de dois em dois para um período de oração. Pedidos especiais de oração e agradecimentos por orações respondidas eram elevados a Deus.
A princípio parecia que os fiéis não estavam fazendo isso de maneira correta. As coisas começaram a ir mal. Certa manhã uma das irmãs caiu quando se dirigia para o culto e feriu a mão. Por ser diabética, ficou preocupada imaginando que o ferimento poderia não sarar adequadamente. A esposa de um dos irmãos ficou doente e foi hospitalizada. Uma outra irmã foi atropelada por um veículo enquanto caminhava.
A despeito de todas essas provações, o culto continuou. Testemunhos foram partilhados, bem como louvores ao Senhor por Sua bondade. Aquele culto matutino de adoração transformou em particular a referida igreja, tornando-se um ponto de ênfase missionária para seus membros.
Pessoas que jamais haviam se levantado para pregar ou testemunhar em público começaram a fazê-lo nesses cultos. Pedidos de oração pelos necessitados foram colocados em uma caixa e partilhados (confidencialmente) durante os momentos de adoração do sábado, de modo que toda a igreja pudesse participar na oração pelas necessidades de seus membros.
A diretora dos serviços comunitários [assistência social] solicitou orações. Seus planos de visitar Masailand em Kisanju não estavam sendo bem-sucedidos. Depois de convidar o grupo do culto para orar por ela, sua visita do sábado teve êxito. No dia seguinte, domingo, alimentos doados pela igreja foram distribuídos a cerca de 600 habitantes de Masailand, que haviam vindo à clínica de saúde realizada uma vez por mês pela igreja.
O pastor, que dirigia reuniões evengelísticas em outra parte da cidade, precisou de auxílio. Veio ao culto matutino de adoração e, em resposta às orações do grupo, encontrou a ajuda material e espiritual de que necessitava.
A igreja inteira se tornou unida e fortalecida como resultado desse simples culto matutino de adoração. Para alguns membros, Deus abriu portas de oportunidade de trabalho; para outros, oportunidades de estudar a Bíblia com pessoas da comunidade. Mensagens a respeito das necessidades espirituais dos membros e outras necessidades em geral chegavam aos membros rapidamente, através desse serviço em rede.
Quando a América do Norte e o resto do mundo pranteavam pelas tragédias de 11 de setembro de 2001, aqueles que freqüentavam o culto matutino de adoração também lamentavam e pediam a Deus que fortalecesse os sobreviventes e aliviasse a aflição dos familiares dos que perderam a vida naquela calamidade. Ninguém precisou esperar até o sábado para ouvir a notícia e agir em seu favor.
E o mais importante é que a igreja agora é aberta sete dias por semana, em vez de apenas três (sábado, quarta-feira para culto de oração e sexta-feira).
Nosso dever: adoração – A última parte da primeira mensagem angélica encerra um convite à adoração: “Temam a Deus e glorifiquem-nO, pois chegou a hora do Seu juízo. Adorem Aquele que fez os céus, a Terra, o mar e as fontes das águas” (Apocalipse 14:7, NVI). Esta é uma mensagem que, através de muitas gerações, nos tem unido como um só povo.
Ultimamente tenho adorado com congregações na Argentina, Canadá, Índia, Filipinas e Europa. Tenho ficado impressionada e me emocionado com a unidade e solenidade dos cultos adventistas de adoração. No Quênia, África, quando as congregações se levantavam para louvar a Deus com a doxologia nos cultos realizados ao ar livre, no Parque Uhuru de Nairóbi, podia-se sentir a unidade, solenidade e atuação do Espírito Santo entre Seu povo. Esta experiência tem se repetido inúmeras vezes e nos mais diversos lugares para serem mencionados.
Os cultos adventistas de adoração variam um pouco entre uma cultura e outra, mas, de modo geral, se pode sentir o Espírito de Deus atuando onde quer que fiéis adventistas se reúnam para adorar. Isso resulta de cânticos de louvor, orações e estudo da Sua Palavra (auxiliado pelas lições da Escola Sabatina). Em todos os países que visitei, o estudo da Bíblia e a adoração têm sido o ponto de destaque dos cultos adventistas. Vindo da África, descobri que lições da Escola Sabatina idênticas são estudadas em todos os países que visitei. Em um desses países, todas as atividades do sábado de manhã se centralizavam em material colhido da lição da Escola Sabatina.
Que torna a adoração tão especial nas congregações adventistas? Que é que nos une ao redor do mundo inteiro? Fazer de Cristo o centro de nossos cultos de adoração corporativos bem como de nossa experiência devocional pessoal é o que nos dá unidade. Paulo escreveu aos Filipenses: “Pois nós é que somos a circuncisão, nós que adoramos pelo Espírito de Deus, que nos gloriamos em Cristo Jesus e não temos confiança alguma na carne” (Filipenses 3:3).
Esta é a nossa esperança ao nos unirmos am adoração. Nossa confiança está em Cristo, o ponto central de nossa adoração.
Perguntas para debate
1. Em que diferem os cultos adventistas de adoração de uma região para outra, ou de um país para outro? Essas diferenças contribuem ou prejudicam nossa unidade como movimento [religioso]?
2. Como é a adoração um fator unificador entre os fiéis em seu ambiente? Que pode você fazer para que ele se torne um símbolo de unidade mais significativo?
3. Se Jesus estivesse fisicamente presente em nossos cultos de adoração, que conselho você acha que Ele daria para tornar nossa adoração mais significativa? Mencione citações dos Evangelhos para apoiar suas respostas.
Mary Ang’awa exerce funções de magistrado; atuou como juíza durante os ultimo sete anos e atualmente é juíza do tribunal superior do Quênia, em Nairóbi.
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Fonte: Revista Adventista (Casa Publicadora Brasileira) Nº 10. Outubro, 2002. Ano 98. págs. 20 e 21.