Astros e Estrelas da “MPA”

por: Ministério Luzes da Alvorada

Voltando ao texto da Filosofia Adventista de Música de 1972, lemos: “Apresentação – Toda apresentação de música sacra deve ter o objetivo supremo de exaltar o Criador, em lugar de exaltar o músico ou prover entretenimento.” – Filosofia Adventista de Música, Conferência Geral – IASD, 1972.

O referido documento diz ainda que a música apropriada para o evangelismo deve “ser simples e melódica, apresentada sem o realce da exibição pessoal.” – Idem.

“O talento musical encoraja freqüentemente orgulho e desejo de exibição e os cantores pouco pensam em louvar a DEUS. Em vez de levá-los a lembrar-se de DEUS, leva-os a esquecê-Lo com freqüência. – Carta 6a, 1890.

“Exibição não é religião nem santificação… A mais aprazível oferta aos olhos de DEUS, é um coração humilhado pela abnegação, pelo tomar da cruz e seguir a JESUS. – Review and Herald, 14 de novembro de 1899. – Evangelismo, pág. 510.

Creio que muitos de nós temos tristes lembranças de ocasiões lamentáveis nas quais, literalmente, os aplausos tomaram o lugar da reverência. Em reuniões de louvor e adoração nas quais existem aplausos nunca faltam demônios, pois, o pioneiro da exaltação própria foi Lúcifer. Esses aplausos agradam os incautos e orgulhosos, são um laço para os inexperientes, escândalo para os sinceros, tristeza para os anjos e abominação para DEUS. Nossas reuniões nunca deveriam ser contaminados com tais atos de irreverência, ainda que alguns afirmem que são demonstrações de louvor.

Ellen G. White escreveu: “Peço-vos que estudeis de novo a cruz de Cristo. Se todos os orgulhosos e vangloriosos cujo coração anseia aplauso dos homens e distinção acima de seus companheiros pudessem estimar devidamente o valor da mais exaltada glória terrena em comparação com o valor do Filho de Deus – rejeitado, desprezado, cuspido por aqueles mesmos a quem viera salvar – quão insignificantes pareceriam todas as honras que o homem mortal pudesse conferir!…

“Vigiar e controlar o próprio eu, dar preeminência a Jesus e manter o próprio eu fora de vista requer constante, diligente e atento esforço.” Testimonies, vol. 4, págs. 374-376. – Exaltai-O, pág. 241.

“Um grande defeito no caráter de Saul era seu amor à aprovação. Esta característica tivera uma influência preponderante em suas ações e pensamentos; tudo se assinalava pelo seu desejo de louvor e exaltação própria. Sua norma para o que era reto e aquilo que o não era, consistia no baixo padrão do aplauso popular. A pessoa que vive para agradar aos homens, e não procura primeiramente a aprovação de Deus, não está livre de perigo.” Patriarcas e Profetas, pág. 650.

Já observaram o que acontece quando são anunciados programas especiais de música? Se é um Sé da Silva vindo de sei lá onde, muitos preferem tirar a tarde de sábado para dormir ou passear. Mas, se é um grande “astro” ou “estrela” da “MPA”, a “Música Popular Adventista”, chegam até a organizar caravanas para que ninguém perca o “espetáculo”. Muitas vezes o irmão Sé da Silva, ou o conjunto “Sem Nome” da “Vila Sei Lá Onde”, cantam boas músicas, colocando todo o coração no que estão fazendo. Mas, como “não são ninguém”, talvez somente os anjos se importem realmente de estarem presentes e cantarem juntos.

Já no caso dos nossos grandes artistas, porque são famosos, têm vários CDs gravados, podem fazer qualquer “barbaridade” na frente que está tudo bem; eles são os tais! Em muitos casos, quando termina o exibicionismo, poucas palavras do barulho a que se chamou música podem ser lembradas. Não faltam, no entanto, aqueles que elogiam e pedem autógrafos, enquanto os demônios cantam vitória por mais um ponto que marcaram. Estamos procurando boas músicas e verdadeiro louvor a DEUS ou estamos correndo atrás de celebridades?

O exibicionismo leva à carência de poder divino em nossas programações e apresentações, o que leva muitas pessoas a buscarem uma compensação para isso lançando mão de recursos que aumentam a ostentação. Ellen G. White advertiu, certa vez, a um pastor que estava seguindo por esse caminho e disse que se ele “desse ouvidos ao conselho de seus irmãos, e não corresse da maneira por que o faz no esforço de obter grandes congregações, exerceria mais influência para bem, e sua obra teria efeito mais benéfico. Ele deve cortar de suas reuniões tudo quanto tenha semelhança com exibições teatrais; pois tais aparências exteriores não dão nenhuma força à mensagem que ele anuncia. Quando o SENHOR puder cooperar com ele, sua obra não precisará ser feita de modo tão dispendioso. Ele não necessitará então fazer tantas despesas em anúncios de suas reuniões. Não porá tanta confiança no programa musical. Esta parte de seu serviço é realizada mais à maneira de um concerto teatral, do que de um serviço de canto em uma reunião religiosa.” Carta 49, 1902. – Evangelismo pág. 501.

“A forma e a cerimônia não constituem o reino de DEUS. As cerimônias tornam-se numerosas e extravagantes, quando se perdem os princípios vitais do reino de DEUS. Mas não é forma e cerimônia o que CRISTO requer. Ele almeja receber de Sua vinha frutos de santificação e altruísmo, atos de bondade, misericórdia e verdade.” – Evangelismo pág. 511.

A Filosofia Adventista de Música, votada pela Conferência Geral também recomenda “fugir de exibições teatrais e com ostentação.

“Nenhum jota ou til de qualquer coisa teatral deve aparecer em nossa obra. A causa de Deus deve ter molde sagrado e celestial. Não permitais que haja qualquer coisa de natureza teatral, pois isto prejudicaria a santidade da obra.” – Evangelismo, págs. 137 e 138; Review and Herald – 30 de novembro de 1900.” – Filosofia Adventista de Música, Conferência Geral – IASD, 1972.