Mais “Cabeças-Dura” (“Dura Cerviz”) Que os Israelitas?

por: Ministério Luzes da Alvorada

Os israelitas do passado, mesmo sendo um povo rude e atrasado, que aceitava a poligamia e a escravidão, que fazia uso de bebidas fortes e da pena de morte, não usavam tambores no templo. Como é possível que nós, cristãos que recebemos tanta luz que eles não receberam, façamos algo que eles considerariam irreverência?

Se casos como o do transporte da arca, o cântico de Míriam ou as referências ao adufe no livro de Salmos pudessem ser desculpa para usar tambores na igreja, por que Ellen G. White não faz menção favorável nesse sentido? Os atrevidos e irreverentes poderiam até dizer: “Ela não disse que podia, mas também não disse que não podia”. Talvez ela também não tenha dito explicitamente que não se pode fumar dentro da igreja ou entrar lá com um copo de bebida alcoólica na mão ou ainda vestidos em trajes de banho… Diz um conhecido ditado popular: “Para bom entendedor, meia palavra basta”.

Muitos cristãos sinceros, hoje, notam o espírito que dominou Balaão atuando na vida de muitos cristãos professos. Quando Balaque mandou mensageiros pedindo que Balaão amaldiçoasse o povo de Israel DEUS disse: “Não irás com eles; não amaldiçoarás a este povo, porquanto é bendito.” Números 22: 12. No entanto, quando os mensageiros dos moabitas vieram novamente, em vez de repetir a ordem divina, uma vez que a mesma era clara e eles desejavam que o povo de DEUS fosse amaldiçoado, se fez de inocente e mal orientado dizendo: “rogo-vos que fiqueis aqui ainda esta noite, para que eu saiba o que o SENHOR me dirá mais.” Números 22: 19. Vocês conhecem o resto da história… É semelhante a uma criança que pede insistentemente ao pai para brincar onde não deve e, depois de muita teimosia, ouve o pai dizer com ironia: “então vai”, e se surpreende, ao voltar da brincadeira e encontrar o pai com a cinta ou a vara na mão, pronto para “acertar as contas”.

A pena inspirada diz: “imediatamente antes da terminação da graça”… “Haverá gritos com tambores, música e dança”… “Isso é uma invenção de Satanás”…

“E melhor nunca ter o culto do SENHOR misturado com música do que usar instrumentos músicos para fazer a obra que, foi-me apresentado em janeiro último, seria introduzida em nossas reuniões”… “As forças dos agentes satânicos misturam-se com o alarido e barulho, para ter um carnaval, e isto é chamado de operação do ESPÍRITO SANTO.”…

“Fui instruída a dizer que, nessas demonstrações, acham-se presentes demônios em forma de homens”… “Assim busca Satanás pôr seu selo sobre a obra que DEUS quer que se destaque em pureza.”…

“O ESPÍRITO SANTO nada tem que ver com tal confusão de ruído e multidão de sons como me foram apresentadas em janeiro último. Satanás opera entre a algazarra e a confusão de tal música, a qual, devidamente dirigida, seria um louvor e glória para DEUS. Ele torna seu efeito qual venenoso aguilhão da serpente.”… “Satanás fará da música um laço”… Mensagens Escolhidas Vol. 2, págs. 36-38.

Por incrível que pareça, mesmo depois de encontrar textos como estes, depois de algum tempo, quando o assunto instrumentos musicais é comentado e alguém cita casos como o transporte da arca e o cântico de Míriam, rapidamente se fazem de inocentes, de pouco orientados, dizendo que não há luz suficiente sobre o assunto, que devemos seguir a “consciência”, que não existe uma ordem clara a respeito. Foi isso o que Balaão fez, não foi?

Será que DEUS precisaria repetir as mesmas ordens semanalmente para que estivéssemos dispostos a obedecer? E se isso acontecesse, não acabaríamos obedecendo por não ter escolha? Não é isso o que acontece quando um “cristão” é convidado para uma diversão imprópria e diz que não pode ir “porque a igreja não permite”? Lembremos das palavras de Balaão, quando levou pela primeira vez a resposta divina aos mensageiros de Moabe: “o SENHOR recusa deixar-me ir convosco.” Números 22: 13. Em outras palavras: Não vou porque DEUS não deixa, mas se eu tivesse uma chance, iria.

O que estamos esperando para criarmos juízo e obedecermos às ordens divinas, ver uma jumenta falar ou um anjo entrar na igreja com a espada desembainhada? Não creio que isso vá acontecer, mas, certamente seremos sacudidos para fora do povo remanescente se não aprendermos a ouvir a voz de DEUS.

Imaginem uma fiel Adventista do Sétimo dia indo para o trabalho no dia do seu aniversário. Para sua surpresa, sendo ela muito querida pelos colegas de trabalho que não sabiam nada sobre sua religião, encontra uma linda festa de aniversário preparada para ela. Como estavam felizes os colegas por dar-lhe aquela festa surpresa! Tudo fora preparado com muito carinho, e com o que havia de melhor.

Em lugar de refrigerante havia champanhe e os lanches eram todos feitos com presunto da melhor qualidade. Um almoço onde não faltava feijoada “da boa”, arroz com bacon, um belíssimo leitão à pururuca com uma maçã na boca, vinho tinto, para que não quisesse ficar só no champanhe, e outras coisas do gênero. Não faltou nem o cafezinho, para quem quisesse, no final da refeição.

Como a nossa irmã teria se sentido? Não teria esse sido o pior aniversário de sua vida? Mas, como ela poderia se sentir assim, se os amigos fizeram tudo com tanto o carinho e com a melhor das intenções? Como explicar a tristeza da nossa irmã e que o único desejo dela, além de chorar, seria o de ter ficado doente, faltado ao trabalho ou ter sido atropelada antes de chegar lá?

Como será que DEUS se sente quando lhe oferecemos os nossos presentes de louvor? Será que, a partir de hoje, você pode louvá-lo ao som de baterias e dizer que faz isso por amor e com a melhor das intenções?

“Mas DEUS, não levando em conta os tempos da ignorância, manda agora que todos os homens em todo lugar se arrependam;” Atos 17: 30. Agora você não está mais na ignorância. A partir de hoje, qualquer pessoa que, sabendo de tudo isso, se atrever a comparecer diante dEle com um louvor abominável, estará louvando não a DEUS, mas ao seu próprio ego.

Quem entra na casa de DEUS pondo de lado os interesses do Dono da casa e transformando-a na “casa da sogra” (para usar uma expressão popular) não está cantando para louvar a DEUS, mas sim para satisfazer a si mesmo ou para se exibir. É triste dizer, mas é possível que existam cantores que, talvez até inconscientemente, ao invés de estarem louvando a DEUS, estejam apenas satisfazendo o seu desejo de serem admirados e aplaudidos dentro da igreja, por não poderem fazer isso lá fora.

Alguns dirão: é muito difícil, às vezes, quase impossível, encontrar gravações sem bateria para usar na igreja. Talvez seja, mas, quando as pessoas começarem a fazer fogueiras com as músicas impróprias e deixarem de comprar “fogo estranho” para usar na igreja, os produtores musicais mudarão seu estilo musical. Se não o fizerem por princípio, por terem aprendido e desejarem fazer a vontade de DEUS, farão para continuar ganhando dinheiro.

Outros poderão dizer: essas mudanças devem ser feitas devagar. Pode ser, e enquanto isso, ofereçamos a DEUS o leitão à pururuca! Ellen White afirmou: “E melhor nunca ter o culto do SENHOR misturado com música do que usar instrumentos músicos para fazer a obra que, foi-me apresentado em janeiro último, seria introduzida em nossas reuniões…” Mensagens Escolhidas Vol. 2, pág. 36. – grifo nosso.

“As mais proveitosas reuniões para o bem espiritual, são as que se caracterizam pela solenidade e o profundo exame do coração, cada um procurando conhecer-se a si mesmo e, com sinceridade e profunda humildade, buscando aprender de CRISTO.” Testemunhos Seletos, vol. 1, pág. 161. – Eventos Finais – pág. 160.

Quando do transporte da arca “Davi e seu povo tinham-se congregado para efetuar uma obra sagrada, e à mesma entregaram-se com coração alegre e disposto; mas o SENHOR não podia aceitar o serviço, porque não era efetuado de acordo com Suas orientações. Os filisteus, que não tinham conhecimento da lei de DEUS, haviam colocado a arca em um carro quando a devolveram a Israel, e o SENHOR aceitou o esforço que fizeram. Mas os israelitas tinham em suas mãos uma declaração compreensível da vontade de DEUS em todas estas questões, e sua negligência a tais instruções desonrava a DEUS. … DEUS não pode aceitar uma obediência parcial, uma maneira frouxa de tratar os Seus mandamentos. Pelo juízo sobre Uzá, era Seu intuito impressionar todo o Israel quanto à importância de dar estrita atenção aos Seus requisitos. Assim a morte daquele homem, levando o povo ao arrependimento, poderia impedir a necessidade de infligir juízos sobre milhares.” – Patriarcas e Profetas págs. 705 e 706.

Não creio que hoje alguém venha a ser cortado ao meio pela espada de um anjo por profanar a casa de DEUS, mas certamente a retribuição está sendo guardada para o dia do final ajuste de contas. Está escrito: “Porquanto não se executa logo o juízo sobre a má obra, o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para praticar o mal.” Eclesiastes 8: 11.

Se não considerarmos importantes as palavras de Isaías 5:12 e 24:8 e 9, onde são preditos juízos divinos sobre pessoas que participavam de festas com embriaguez e música com tamboris, consideremos então as palavras de I Pedro 4: 17: “Porque já é tempo que comece o julgamento pela casa de DEUS; e se começa por nós, qual será o fim daqueles que desobedecem ao evangelho de DEUS?”

É tempo de considerarmos o que temos feito. Que a partir de hoje, nossos encontros para a adoração a DEUS sejam, realmente, um perfeito louvor e exaltação ao Seu Nome.