Apostilas

O Culto – Capítulo 15

por: Rev. Onézio Figueiredo [1]

Ordem do culto sinagogal

As partes do culto sinagogal eram permanentes, podendo variar apenas a colocação delas na ordem litúrgica, mas não sistematicamente. Eis como se celebrava o culto sinagogal:

01 – Primeira Parte:

a. Louvor: Quando se reconhecia a glória (shekinah) de Javé. Leitura freqüentemente usada: Ne 9.5-23.

b. Oração: Yotzer (o Criador), o que faz todas as coisas, o que dá a vida e gera os movimentos. Esta oração reafirmava a fé no Deus Criador, governador e Salvador.

c. Confissão de pecados: Sem confissão não se fazia a entrega da vítima sacrificial e, portanto, não havia culto, tanto o coletivo como o individual. A confissão preparava o fiel, na Sinagoga, para o grande “Dia do Perdão” nacional.

d. Perdão: A vítima substituta, oferecida por todos, garantia o perdão tanto na esfera individual como na comunitária. Na Sinagoga não havia sacrifício, mas a ideia e a lembrança da vítima sacrificial estavam presentes e eram centralizantes no culto.

e. Gratidão: Agradecia-se a Deus o perdão recebido e todas as demais graças. Os cânticos salteriais, geralmente, mas não obrigatoriamente, entravam aqui.

02 – Segunda parte:

a. Oração do amor (Ahabah): Por esta oração o penitente se declarava escravo de Javé, sempre à sua disposição em quaisquer circunstâncias. Amor-dedicação era o que nela se requeria.

b. Oração de crença no Deus único (Ehad – único): Nesta se repudiava a idolatria e se afirmava pertencer a um único Senhor. Israel, a noiva, só tinha um esposo, Javé. A fé verdadeira jamais é desviada do Criador para a criatura.

c. Declaração de fé (Shemah): Fazia-se a leitura de Dt 6.4-9 ou Nm 15.17-41.

d. Oração das bênçãos: Eram dezoito orações ou uma oração só com dezoito seções, agrupadas em: Adoração, gratidão e intercessão.

e. Ensino: Lei e profetas. Comunicação didática, não retórica.

f. Bênção Aaraônica: Observe que esta ordem obedece a uma seqüência lógica, liturgicamente falando, pois acompanha os movimentos da alma em estado de adoração.

A Igreja primitiva, não mais vinculada ao sistema sacrificial do templo, adotou, com as modificações necessárias, a liturgia da Sinagoga, com ênfase na Palavra de Deus e na celebração da Ceia do Senhor, substituta da páscoa judaica e memorial do sacrifício de Cristo.


Notas:

[1] O presente texto foi escrito por um Reverendo da Igreja Presbiteriana. Por este motivo, o leitor encontrará algumas referências relacionadas ao culto de domingo, ou ainda alguns temas diretamente vinculados a esta denominação religiosa. Apesar deste detalhe, os editores do Música Sacra e Adoração compreendem que a leitura do texto do Reverendo Onézio Figueiredo é de suma importância para o contexto da adoração e do culto a Deus na Igreja Adventista do Sétimo Dia, justificando assim esta publicação.


Fonte: www.monergismo.com


Capítulo 16

Escolher outro capítulo

Tags: