A Música na Adoração – Capítulo 7
por: Scott Guiley
O que Devemos Cantar?
Louvai, louvai Cristo, o bom Mestre divino!
Por nós na cruz Ele sofreu, morreu;
Perdão, perdão hoje aos contritos outorga,
Pois precioso sangue na cruz verteu.
Sim, louvai-O; ei-lO tão exaltado,
Mediador que nunca nos faltará.
Louvai, louvai, falai da Sua grandeza,
Do perdão da graça que a todos dá.
Fanny Jane Crosby (1820-1915).
Vivemos numa época de mudanças – e embora haja muitas delas boas e benéficas, existem outras não tão boas. (Veja o Apêndice A para saber mais sobre este assunto). E tudo acontece assim: uma geração aceita certas práticas e ensinos que acha ser importante – e passa essas coisas para a(s) próxima(s) geração(ões). Cada geração então faz sua própria avaliação e rejeita o que não é útil, aceitando o que acha que é. Às vezes, algo que foi rejeitado por uma geração é recuperado por outra como algo de valor.
Tradicional ou Contemporânea?
Talvez uma das mudanças mais notáveis no plano religioso nos últimos cinquenta anos aconteceu na área da música. A música antiga das gerações anteriores foi descartada e uma música completamente nova tomou seu lugar.
Que fique bem claro que até mesmo os hinos mais preferidos do Cantor Cristão não são verbalmente inspirados. Quando cantamos grandes hinos tais como: “Grandioso És Tu”, “O Grande Amigo”, “Rude Cruz”, “A Graça de Deus”, “Fonte Divina”, e muitos outros, cantamos o que o compositor (ou compositora) crente sentiu no coração. Que Deus nos ajude – quando cantamos estes hinos – a identificar meditativamente estes mesmos sentimentos em nossa própria experiência e então erguermos a voz num louvor que vem do coração. O ponto é que esses compositores crentes não eram mais inspirados do que os de hoje em dia.
Os hinos de John Newton, Fanny Crosby, William Bradbury e Ira Sankey não são necessariamente “superiores” aos hinos contemporâneos, mesmo que prefiramos os hinos mais antigos. Preferência às vezes resulta em pouco mais do que sentimentalismo vazio. Podemos preferir muitas coisas sem nem pensar em nenhuma delas. É muito comum cantarmos com gosto os hinos antigos e darmos pouca ou nenhuma consideração à mensagem deles. Mesmo assim, continuamos a cantá-los. Por que? Talvez porque nos fazem reviver sentimentos vagos da infância – talvez porque permitam que tenhamos uma posição ortodoxa sem pensar – talvez sejamos preguiçosos demais para aprender algo novo.
O presente autor está, então, recomendando o uso do novo som na música da igreja? Não – embora talvez quiséssemos sugerir alguns hinos novos. Nossa preocupação aqui é que os crentes devem tentar recuperar os padrões de julgamento da Bíblia, que foram rejeitados, e que muitas vezes são substituídos por simples sentimentos de preferência pessoal. Em outras palavras, não é manter o estilo, é recuperar o padrão. Onde é nas Escrituras que podemos encontrar que o estilo de música de Ira Sankey é “bom”? Ou onde a Bíblia exige que comparemos contemporânea com “o mal inerente”? Realmente a introdução de certos elementos novos na música da igreja não é pecado em si. E este autor se sente compelido a admitir que algumas das recentes mudanças podem ser para o bem e alguns dos hinos atuais podem ser excelentes para serem usados na adoração.
Mas após estas observações, queremos que fique claro que cremos firmemente que a tendência musical em geral nas igrejas seja de declínio; de afastamento dos padrões bíblicos. A música expressa o que está em nosso coração – e o fato bem visível é que o coração da maioria das pessoas que vai à igreja hoje, está longe de Deus! Vivemos numa época de apostasia e trevas espirituais. O amor de muitos esfriou e se tornou superficial. As pessoas em nossas igrejas (que durante anos absorveram a filosofia humanística) reconhecem esta condição terrível o bastante para sugerir que podemos remediar o problema usando uma abordagem mais relevante. “Entre no compasso com o tempo”. “Não seja tão antiquado”. “Seja comtemporâneo”. Em relação à música – esta geração quer algo bem feliz e espontâneo, algo que apele à cultura jovem, talvez algo alto e pulsante que acorde e estimule os santos. A música nas igrejas de hoje se tornou uma ferramenta importante -ela não expressa piedade nem reflete emoções espirituais verdadeiras, mas cria disposições hipnóticas, a fim de manipular e motivar as pessoas a fazer em decisões.
Temos então uma pergunta: Até onde – de acordo com a Bíblia – a música nas igrejas do Senhor pode refletir a sociedade contemporânea?
Talvez seja óbvio que todas as igrejas são um reflexo da sociedade contemporânea até certo ponto. Sabemos, por exemplo, que as igrejas de hoje comumente possuem um prédio próprio, com luz elétrica, bancos confortáveis, banheiros modernos e cultos feitos na língua do povo, que é o português. Nada disso seria contemporâneo às igrejas do Novo Testamento. E embora nenhuma destas coisas seja essencial à existência de uma igreja, são conveniências do mundo moderno sem as quais a maioria de nós não poderia viver. Gostamos do que é contemporâneo.
Também – tendo mencionado as igrejas do Novo Testamento, vamos lembrar o que o Apóstolo Paulo ensinou em 1 Coríntios 14, onde insistiu que a adoração aceitável deve ser clara e compreensível. Ele rejeitava a adoração em lígua desconhecida, a menos que houvesse intérprete. Se a mensagem pregada é para ser entendida – e se a congregação deve receber edificação – então temos que dar atenção de algum modo à linguagem e à lógica. Até certo ponto, devemos ser contemporâneos e atualizados! Isto faz parte da comunicação do evangelho de maneira clara e distinta.
Ensinando o Que é Distinto
Cantar na igreja é uma forma de ensinar (Colossenses 3:16). É nossa responsabilidade, quando cantamos, darmos um som distinto – isto é; a mensagem deve ser clara. Devemos usar palavras que “sejam fáceis de entender” (1 Coríntios 14:6-9). Hinos em hebraico ou grego, ou nos estilos de Bach ou Beethoven provavelmente seriam mais uma barreira à comunicação do que ajuda. Cantar só edifica quando se compreende. Por outro lado, a clareza não é a única exigência – a mensagem pregada também deve ser exata e verdadeira.
Temos uma situação semelhante na área de traduções da Bíblia. Muita gente hoje rejeita a versão Corrigida e Revisada, a favor de versões mais contemporâneas. Diz-se que a versão Corrigida é arcaica, difícil de entender, antiquada e fora de época. Estas acusações são parcialmente verdadeiras. Mesmo assim, cremos que pode-se mostrar que cada tentativa de se produzir uma versão de leitura mais fácil resultou em corrupção de textos e destruição dos alicerces – juntamente (cremos) com a perdição de almas. Não podemos sacrificar a mensagem a favor da clareza.
Qual é a mensagem das igrejas do Senhor? Qual é a verdade que proclamamos através da pregação e dos hinos? A resposta é: “O Evangelho” (Marcos 16:15), “O Testemunho de Deus” (1 Coríntios 2:1), “A Palavra do Senhor” (Atos 8:25, 13:49, 1 Tessalonisenses 1:8). Esta mensagem não é o produto da imaginação do Homem. Pelo contrário! É uma revelação divina! Não é a sabedoria coletiva de um grupo de filósofos do século primeiro, mas é a sabedoria eterna de Deus. É a própria mensagem de Deus e os homens não têm nenhum direito de mudá-la. Mas é exatamente isto o que está acontecendo.
A Música Cristã Contemporânea e também o tão chamado Rock Gospel – tem sido o grande instrumento para perverter a mensagem. A verdade de Deus foi transformada em mentira. A graça de Deus se transformou em lascívia (ver Judas 4), não só através das palavras dos hinos, mas através do estilo da música. E estes dois pontos formam realmente o ponto crucial da questão.
Por favor, é preciso que se entenda nosso raciocínio – a palavra “contemporâneo” pode ser aplicada, talvez, a qualquer música escrita nesta geração (muitas das quais, excelentes), mas a designação Música Cristã Comtemporânea (MCC) é usada comumente em nossos dias, para descrever um estilo ou tipo particular de música que pretendemos mostrar ser contrário às Escrituras.
Quanto às palavras dos hinos. A Música Cristã Comtemporânea (MCC) raramente contém qualquer ensinamento doutrinário sólido – e até o próprio Evangelho é muito limitado e superficial em sua aprensentação. A mensagem cristã distintiva foi excluída, o que significa que a maioria da MCC não é cristã.
Quanto ao estilo? Poucos crentes iam querer sugerir que a música da igreja ficasse limitada a um estilo em particular, mas há alguns que estão definitivamente “fora” dos padrões bíblicos. Por exemplo: O Rock Gospel. É uma vergonha que tal música (?) deva até requerer nossa consideração dentro do contexto das igrejas do Senhor. O rock é baseado num ritmo selvagem e voltado para o nível físico e sensual. As funções físicas do homem – tais como o batimento cardíaco, respiração, pulso, padrões de fala e andar – se baseiam nos ritmos do corpo. As pesquisas apontam que cada vez que esses ritmos naturais são “atacados” pelo ritmo propulsivo e discordância harmônica da música rock, os resultados são níveis mais altos de estresse e muito mais baixos de resistência moral. A força física também se esgota. O Dr. Walter Wright, um psiquiatra canadense – no Calgary Herald (revista canadense) de 19 de maio de 1976 – comparou o rock aos tambores vodus: “sabe-se que o ritmo dos tambores vodus faz o ouvinte impotente para resistir à propulsiva batida. Nos concertos de rock quando o tempo da música atinge uma certa altura causa uma reação psicológica que a platéia é impotente para resistir”. Podemos dar muitas outras citações iguais a esta. A música rock, mesmo que tenha letra “cristã”, é nociva e mundana.
Mas, como julgar certo estilo de música – ou qualquer outra coisa ligada a esse assunto? Devemos reconhecer que as citações de psiquiatras e opiniões de especialistas estão sujeitas a debate. Até mesmo nossas preferências pessoais devem ser julgadas pela Palavra de Deus. “À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, é porque não há luz neles” (Isaías 8:20). Jesus disse: “Quem me rejeitar a mim, e não receber as minhas palavras, já tem quem julgue; a palavra que tenho pregado, essa há de julgar no último dia” (João 12:48).
Qualquer estilo de música deve ser avaliado tendo como base as Escrituras – quer seja ópera, clássico, canto gregoriano, hinos tradicionais, canções evangélicas, música “country”, corinhos de louvor, MCC, “Swing”, “jazz”, “reggae”, canções folclóricas, “rap” ou “rock”.
O Que as Escrituras Dizem?
- “Cantai ao Senhor um cântico novo”. (ver Salmo 33:3, 96:1, 98:1, 144:9, 149:1, Isaías 42:10, Apocalipse 5:9, 14:3). A palavra hebraica traduzida como “novo” nestas passagens do Antigo Testamento é chadash. A palavra grega traduzida como “novo” no Novo Testamento é kainos. Ambas significam realmente a mesma coisa: novo na qualidade e não a novo no tempo. Em outras palavras: uma pessoa salva pela graça de Deus é uma nova criatura em Cristo (2 Coríntios) – Deus colocou uma nova canção em sua boca (Salmo 40:1-3), que deve manifestar externamente a mudança interior. Qualquer música que deixe de manifestar a nova vida do crente em Cristo – e qualquer estilo musical que deixe de distinguir claramente entre o santo e o profano – não é de Deus.
- “Dai ao Senhor a glória devida ao seu nome” (Salmo 29:2). “Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus” (1 Coríntios 10:31). “Para louvor e glória da sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado”(Efésios 1:6, e também os versículos 11-14). “Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, a ele eternamente. Amém” (Romanos 11:36). Um pastor nunca deve pregar, nem um cantor jamais cantar de maneira que conscientemente atraia a atenção para si mesmo. Qualquer interpretação vocal ou instrumental feita para impressionar a platéia – em vez de espressar a verdade bíblica para a glória de Deus – deve ser rejeitada. O Senhor é para ser exaltado e glorificado em vez do músico. Mas com a Música Cristã Contemporânea a natureza inerente é atrair a atenção para quem a executa.
Esta admissão vem da cantora da MCC, Carmen, numa entrevista a John Styll e publicada no “The heart of the Matter” (Publications, Nashville), página 25.
- O Apóstolo Paulo renunciou a tudo o que dependia de técnicas humanamente inventadas de persuação ao dizer: “E eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não fui com sublimidade de palavras ou de sabedoria…..A minha palavra, e a minha pregação, não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus”. 1 Coríntios 2:1-5. Mas muitas igrejas hoje, frequentemente se opõem a Paulo. Elas decidiram usar métodos carnais – inclusive música que apela à sexualidade – a fim de seduzir novas pessoas aos cultos. As igrejas que se recusam a se curvar às técnicas carnais de marketing, talvez vejam o número de pessoas presentes ir diminuindo continuamente. Mesmo assim, qualquer música adotada do mundo – que utiliza a sabedoria e motivação do mundo – é inaceitável nas igrejas do Senhor.
Um artigo no Jornal Wall Street, (13 de maio de 1991) descreveu alguns dos métodos usados pelas igrejas hoje, num esforço para se promever o crescimento. Um exemplo citado era o de lutas livres num palco nas quais atuavam funcionários da igreja. Em dezembro de 1990 o mesmo jornal anunciou que uma grande igreja do sudoeste do país havia instalado (ao custo de meio milhão de dólares) luzes a laser e sistema de efeitos especiais, designados a produzir fumaça, fogo, faíscas, etc. O pastor concluiu um dos sermões subindo ao “céu” via arames invisíveis que o fizeram sumir do palco enquanto o coro cantava. Este tipo de coisa está se tornando mais e mais comum.
Muitos dos defensores deste novo estilo de música argumentam que “vale tudo” ao se alcançar as pessoas para Jesus Cristo. Dizem que nos tornamos tudo para todos – mesmo que isto signifique se tornar um roqueiro, um rapper ou um acomodado. Embora seja verdade que Paulo disse que se tornara “tudo para todos”, a fim de ganhar alguns (1 Coríntios 9:22), esta afirmação deve ser considerada em relação ao contexto. O falecido Dr. Charles Erdman, professor de teologia no Seminário Teológica de Princeton escreveu no início dos anos de 1900: “Paulo quis dizer com esta frase, exatamente o oposto do que ela significa na linguagem comum de hoje. Ele não quis implicar nenhuma condescendência com as ações erradas e práticas imorais dos outros…..Não! Paulo sabia que ser amigo do mundo é ser inimigo de Deus. Ele sabia que Deus é santo, que Sua Palavra é santa e que todos os crentes devem ser santos e separados do mundo para o Evangelho de Jesus Cristo” (Charles R. Erdman: “Primeira Epístola de Paulo aos Coríntios”, Westminster Press, Filadélfia, página 86). Que verdade! Paulo não estava dizendo que ele participaria dos pecados dos outros homens, a fim de causar boa impressão neles. No contexto, Paulo estava disposto a ceder seus direitos como Apóstolo (1 Coríntios 9:1-18) e como crente (versículos 19-23), a fim de proclamar o evangelho ao perdido, mas nunca deu a si mesmo direitos adicionais de agir como o mundo ou alterar a mensagem. Assim, aplicamos este ensinamento à música – qualquer música que comprometa a mensagem e morais do Evangelho é anti-cristã.
- A Bíblia decreve um crente como alguém que foi crucificado com Cristo e portanto tem que se considerar morto para o pecado e vivo para Deus (Romanos 6:6-12). Os crentes devem tomar diariamente a sua cruz – isto mesmo; devem morrer diariamente – e seguir a Cristo “fora da porta” (Lucas 9:23, 1 Coríntios 15:31, Hebreus 13:12-14). O Dr. A. W. Tozer escreveu um artigo intitulado “A Cruz Antiga e A Nova”, o qual apareceu pela primeira vez no jornal “Alliance Witness” em 1946. O artigo dizia: “Apareceu nos tempos modernos, sem ser anunciada nem detectada, uma nova cruz nos círculos evangélicos. Ela se parece com a cruz antiga, mas é diferente: a semelhança é superficial; as diferenças fundamentais. Desta nova cruz saiu uma nova filosofia de vida cristã, e desta nova filosofia, uma nova técnica evangélica – um novo tipo de reunião e um novo tipo de pregação…..A cruz antiga não teria relação nenhuma com o mundo. Para a carne orgulhosa de Adão ela significou o fim da jornada e levou o efeito a sentença imposta pela lei no Sinai. A nova cruz não se opõe à raça humana; pelo contrário, é amiga íntima, e se bem entendida, é a fonte de oceanos de diversões e de prazer. Ela deixa que Adão viva sem interferência. O motivo para viver continua sem nenhuma mudança; ainda vive para seu próprio prazer…..A nova cruz não faz que o pecador morra; ela somente redireciona sua vida. Leva-o a um modo de vida mais claro e alegre e protege seu auto- respeito…..A filosofia por trás disto pode ser sincera, mas esta sinceridade não a salva de ser falsa. E é falsa porque é cega. Deixa de ver completamente o significado da cruz”. (A. W. Tozer: “Homem – O Lugar Onde Deus Habita”; Christain Publications, Harrisburg, PA, páginas 42-43). E é isto exatamente o que sentimos em relação ao novo som da música na igreja. Qualquer música que não considere que o velho homem tem que ser crucifiado com Cristo é inútil para o serviço de Deus. Em íntima conexão com este ponto, queremos enfatizar que a obra de Deus nunca pode ser feita na força da natureza carnal do homem. “O que é nascido da carne é carne” (João 3:6). “A carne para nada aproveita” (João 6:63). “Os que estão na carne não podem agradar a Deus” (Romanos 8:8). A música carnal – isto é, a música que apela principalmente para a carne – para nada aproveita no reino de Deus.
- Mesmo assim há quem argumente que “devemos a Deus” tornar os cultos o mais atraente possível, de modo que os descrentes venham e dêem a vida a Deus. Tal lógica implica que Deus é incompetente para atrair as pessoas a Si. Que ridículo! O Deus soberano dos céus faz tudo o que Lhe agrada (Salmo 115:3, Daniel 4:35), fazendo “todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade” (Efésios 1:11). Ele pode – e só Ele – atrair as pessoas para Si. Nossas tentativas inúteis de “ajudar”, planejando os cultos de adoração (inclusive a música), para satisfazer apetites mundanos são diametricamente opostas às Escrituras. Qualquer tipo de coisa que tente melhorar o culto na igreja parece mais com venda ou sedução do que em fazer brilhar uma luz espiritual. Não há nada errado em se regozijar nos cultos da igreja, mas o regozijo é um resultado secundário de um culto espiritual. A música como mera atração (embora que seja apropriada em alguns ambientes) deve ser rejeitada nas igrejas do Senhor. Talvez a frase “apropriada em alguns ambientes” deva ser explicada. A música mundana nunca é apropriada para quem deseja honrar a Deus. Mas há outra música – tanto no plano sagrado quanto no secular – que é apropriada a certas ocasiões. É o tipo de música apropriada a um casamento, mas não a um funeral. Música assim talvez tenha seu lugar próprio numa festa de aniversário, mas num culto de adoração ao Senhor seria um insulto.
- Além do mais, vamos estar atentos à importância da sã doutrina. Um jovem, após ouvir um grupo de “rock gospel” tocar, disse que o grupo “o emocionara demais”. Não duvidamos disto. Há muita gente hoje sendo emocionada demais e levada pelo vento de cada doutrina emocionante.
A Palavra de Deus prevê isto. O Apóstolo Paulo avisou Timóteo que “virá tempo em que não sofrerão a sã doutrina” e que “desviarão os ouvintes da verdade voltando às fábulas” (2 Timóteo 4:3-4). Qual é o remédio? A Bíblia nos diz para falar “o que convém à sã doutrina”(Tito 2:1). A sã doutrina é importante para definir e purificar nossa prática religiosa. Também põe um freio em nossas emoções, que de outro modo poderiam degenerar em sensualidade. Já que a música nas igrejas serve para “ensinar” (Colossenses 3:16), ela deve ser doutrinária e clara – dando estabilidade e não levando as pessoas a uma emoção descontrolada.
- Por último…..considere um argumento baseado sob a analogia da igreja como sendo o corpo de Cristo (1 Coríntios 12:12-27, Efésios 1:22-23, 5:22-32, Colossenses 1:18). Cada vez que um objeto estranho (uma ferpa de pau, um germe, até mesmo leite estragado) entra em nosso corpo, há uma reação natural para rejeitá-lo. Se não for tirado, vai causar fraqueza e doença. O mesmo acontece com as igrejas de Jesus Cristo! Não está bem claro que houve uma rejeição natural do novo som na música da igreja? E embora em alguns lugares tenha sido aceito e deixaram que ficasse, será que não trouxe fraqueza e doença ao povo de Deus nesses lugares? Cuidado com qualquer música que possa ofender à igreja de Deus. (1 Coríntios 10:31-32).
Após fazer estas observações, com base nas Escrituras, é bom notar que – no Novo Testamento – só há três formas de música, especificamente designadas para o crente: Salmos, hinos e cânticos espirituais (Colossenses 3:16-17). “Salmos” são os escritos inspirados no livro de Salmos, colocados na música e cantados para o Senhor. “Hinos” são composições semelhantes, que exaltam o caráter e a obra de Deus. “Cânticos Espirituais” são aqueles que falam sobre a vida cristã, que servem de testemunho a crentes e perdidos, declarando o que Cristo fez por nós e o que pode fazer pelos outros. Examinaremos este assunto mais de perto, na próxima lição. Que Deus nos ajude, a partir de agora, a cantar à luz de Sua Palavra.
Fonte: http://www.palavraprudente.com.br