O Que é o Som
por: Demétrio Lima
Seus efeitos e como se somar harmonicamente a ele
Os sons estão presentes em toda parte, às vezes inaudíveis, resultantes das altíssimas freqüências materializadas. Alguns sons são desagradáveis, outros causam prazer aos nossos ouvidos, originando as mais diversas reações às nossas sensibilidades. As vibrações sonoras são lentas ou demasiadamente rápidas. Os sons desagradáveis por vezes chegam a produzir efeitos psicológicos nos seres vivos. Os efeitos dessas vibrações sonoras, quando lentas ou demasiadamente rápidas, são difíceis de escutar, em virtude de sua baixa freqüência. No entanto, é comum gerar mal-estar ou indisposições, sem ao menos se saber a causa que gerou ou gera esse mal-estar. Alguns seres humanos possuem a capacidade auditiva de ouvir vibrações sonoras de 20 até 20.000 ciclos por segundo. Alguns desses seres privilegiados, cujo sentido de audição é mais apurado, são chamados “Ouvidos Absolutos”: podem ouvir sons vibratórios, abaixo de 20 ou acima de 20.000 ciclos por segundo.
A música e suas manifestações científicas
O mundo é repleto de sons que nos fascinam, causando perplexidade às nossas sensibilidades.
A voz humana é dotada das mais variadas freqüências, cujos timbres variam bastante, de acordo com os idiomas falados universalmente.
A qualidade dos sons depende de fatores da física e, portanto, não se pode falar simplesmente em instrumentos musicais sem pensar nas suas somas freqüenciais, tão importantes e fundamentais, nas orquestrações e, conseqüentemente, nas somas dos harmônicos.
Uma vez bem entendidos e bem administrados, sem competições individuais, os harmônicos trarão resultados extraordinários aos arranjos e solos orquestrais. Esse comportamento é primordial para o bom desempenho altamente técnico das orquestras, tanto de estilo popular como clássico.
A dinâmica é empregada nas execuções musicais de duas maneiras:
Dinâmica natural
É aplicada nas frases ascendentes e descendentes, sem que hajam os conhecidos sinais de crescer ou diminuir a intensidade.
Dinâmica obrigatória ou convencional
Essa dinâmica é conhecida por sinais gráficos ascendentes e descendentes.
Para que essas dinâmicas funcionem se faz necessário que saibamos emitir uma sonoridade diafragmática, sem pressões torácicas extravagantes, nem competitivas. Dessa forma, o som e toda sua riqueza expressiva se manifestam de uma maneira elegante e técnica, com muita projeção natural.
Para que possamos sentir, prazerosamente, seriamente e profissionalmente, toda a beleza da música que estamos executando, é importante observar certos requisitos fundamentais para uma execução técnica responsável, artística e acima de tudo homogênea, na formação dos campos harmônicos.
Devo lembrar que o bom músico é aquele sem preconceitos, complexos de superioridade ou auto-convencimento em ser o melhor do “lote” orquestral.
Tais formulações são altamente prejudiciais ao executante mal-informado, tendo em vista que música é harmonia e que, no ambiente orquestral, não existe a individualidade, pois cada participação faz parte efetiva dos acordes e suas harmonias, tal qual os dez dedos do pianista. Não existe privilégio dos dedos maiores ou menores, há apenas resultados harmônicos e melódicos que enriquecem a música, dando cor e equilíbrio aos ritmos e aos acordes.
Resumindo, devo lembrar que música não é uma competição e sim um junção, que, na verdade, é a qualidade insofismável da harmonia perfeita.
Demétrio Lima é professor e saxofonista.
Fonte: Publicado na Revista Weril n.º 132