Experiência Acerca do Efeito da Música no Crescimento de Plantas – Tentativa 2

Descrição

Objetivo – Verificar alterações no crescimento de plantas através da utilização da música.

Duração – 13 dias, a saber: do dia 23/08/2002 até o dia 05/09/2002. O resultado será apresentado em um simpósio de Música Sacra em Maringá – PR no dia 07/09/02 e este é o motivo de encerrar a experiência nesta data.

Ambientação – Dois recipientes de metal, côncavos, medindo 9 cm. de diâmetro por 3 cm. de altura. Nestes recipientes foi colocado terra de jardim, e em cada um deles, 7 grãos de feijão, deitados, colocados em espaços eqüidistantes entre si, sem preocupação específica com o posicionamento, sendo que cada grão recebeu uma leve pressão para entrar na terra até a metade. Os recipientes são regados ao mesmo tempo com uma colher, para assegurar que ambos recebam sempre a mesma quantidade de água.

Duas luminárias iguais, com lâmpadas tipo spot de 40 Watts foram instaladas sobre ambos os recipientes a uma altura de 50 cm., medidos da superfície onde estão os recipientes até a borda da luminária. A luminosidade provida pelas lâmpadas deve sobrepujar qualquer diferença de luminosidade do ambiente.Tendo em vista que a luminosidade virá de cima, não será necessário virar periodicamente os recipientes, pois o problema de fototropismo lateral deixa de existir.

O recipiente que chamarei de A será o objeto do teste. Este recipiente será submetido a uma “dieta” contínua de música sacra erudita. As músicas escolhidas foram as seguintes:

Haydn – Oratório A Criação (Die Schöpfung)
Haendel – O Messias
Bach – Grande Missa em Si Menor BWV 232
Bach – Cantata BWV 140 e Cantata BWV80
Mozart – Grande Missa em Dó Menor K427 e Missa da Coroação K317

O outro recipiente, que chamarei de B, será o controle. Ele recebe os mesmos cuidados do recipiente A, mas está em um ambiente silencioso, a não ser pelos ruídos normais de uma residência.

Sistema de som – Utilizando um CD Player com capacidade para 5 discos, tocando através de duas caixas acústicas, com as seguintes características: 21 x 14 cm, três vias, sendo 1 woofer de 4″, 1 médio de 2″ e 1 tweeter de 1″, 160W. Durante o dia é mantido um volume moderado, sendo abaixado durante a noite. As faixas são escolhidas de forma aleatória pelo sistema de som (comando “shuffle”). A equalização do som é mantida “flat”, ou seja, igual para todas as freqüências.

Diário de Observações

23/08 – 10:00

Os grãos de feijão foram plantados, conforme descrito acima

26/08 – 15:00

Os brotos estão crescendo com uma velocidade espantosa. No recipiente A (que está com música) um broto cresceu muito, e está com cerca de 5cm.

27/08 – 14:00

O broto de feijão maior no recipiente A está hoje com 15 cm., enquanto que o do recipiente B está com 10 cm.

28/08 – 15:00

As plantas continuam se desenvolvendo normalmente A situação atual é a seguinte:
Recipiente A (com música) – Todos os grãos brotaram. Maior altura: dois brotos empatados com 24 cm. Menor altura: 12 cm.
Recipiente B (sem música) – Todos os grãos brotaram. Maior altura: 21 cm. Menor altura: 5 cm.

30/08 – 10:00

Os brotos continuam crescendo normalmente. Na verdade, está me parecendo que o recipiente está ficando pequeno para brotos tão grandes. Pensei em transplantá-los para um recipiente maior, mas como isso pode afetar as plantas e causar acidentes, como a quebra de brotos, decidi não fazer isto, já que este fato não afetará a validade da experiência, uma vez que as condições são iguais para os dois ambientes.
Recipiente A Maior altura: 33 cm. Menor altura: 22 cm.
Recipiente B Maior altura: 29 cm. Menor altura: 12 cm.

01/09 – 12:00

No recipiente B aconteceu um fato que eu nunca tinha visto. Um dos brotos, apesar de ter o talo bem desenvolvido, não conseguiu abrir as folhas. Elas ficaram presas entre as duas metades do grão de feijão, pois estas não conseguiram romper a casca e abrirem-se. Por este motivo as pequenas folhas secaram e o broto provavelmente irá morrer.

Neste mesmo recipiente, dois brotos se inclinaram para o lado, ficando deitados, enquanto que todos os outros, inclusive do outro recipiente continuam eretos. Os crescimentos dos brotos continuam normalmente. Estarei encerrando a experiência na quinta-feira, dia 05/09.

03/09 – 11:00

O broto cujas folhas secaram não morreu, mas parou de crescer e provavelmente morrerá (Ver relato anterior). Um dos brotos do recipiente A inclinou-se para o lado, ficando deitado, mas não está quebrado. Ainda no recipiente A, tive que deslocar a lâmpada um pouco para a lateral, porque os brotos estavam quase alcançando-a, o que poderia queimá-los. Os tamanhos atuais são os seguintes:
Recipiente A Maior altura: 46 cm. Menor altura:27 cm.
Recipiente B Maior altura: 36 cm. Menor altura: 21 cm. (Sem levar em conta o broto cujas folhas secaram).

05/09 – 12:00

A experiência foi encerrada, as plantas foram colocadas, juntamente com os recipientes, em tubos de PVC, possibilitando o transporte com o mínimo de dano. As folhas superiores de um dos brotos do recipiente A despontam acima do tubo de 50 cm!! A partir deste momento os recipientes estiveram sempre juntos, e não houve mais música.

07/09 – 15:00

Os recipientes com experiência foram mostrados no Encontro de Corais de Maringá – PR, em uma palestra realizada para aproximadamente 400 pessoas a respeito dos efeitos da música. Esta palestra está disponível na Internet. Clique aqui para ver a palestra. Após a palestra foram realizadas medições e a experiência foi definitivamente encerrada.


Os resultados foram os seguintes:

Quantidade de Brotos

Tamanho dos Brotos – (cm.)

Média de Tamanho – (cm.)

Recipiente A

7

29 – 44 – 53 – 36 – 55 – 34 – 40

41,57

Recipiente B

7

36 – 38 – 15* – 36 – 22 – 25 – 44

33,5 (30,85**)

(*) – Conforme relatado em 01/09, este broto não se desenvolveu corretamente.
(**) – Média considerando o broto que não se desenvolveu corretamente.

Outras observações:

Não foi notada qualquer alteração ou diferença no substrato de terra empregado. Nos últimos 3 dias a luminária que estava sobre o recipiente A foi levantada cerca de 10 cm., para evitar que os brotos que cresceram muito se queimassem no contato com a lâmpada.

– Os grãos do recipiente A brotaram ligeiramente antes e tiveram uma média de crescimento maior desde o princípio.

– As plantas do recipiente A apresentaram folhas maiores e mais viçosas e caules mais grossos.

Conclusão:

– Como a presença da música foi o único fator diferenciado entre os dois recipientes, podemos concluir que a música causou um aumento de 24% no crescimento médio das plantas submetidas ao teste.


Se você de interessa pelo assunto e pretende repetir a experiência, faça anotações detalhadas, me escreva e eu terei prazer em publicá-las.