Estudos de Flexibilidade: Não Basta Estudar Estudar, Tem Que Perseverar

por: Quinzinho de Oliveira

Muitos estudantes, e até mesmo músicos profissionais, não desfrutam dos recursos e efeitos que a flexibilidade pode lhes proporcionar. Uma das dificuldades é a dúvida sobre a melhor maneira de estudar, uma vez que geralmente os exercícios não possuem uma didática passo a passo. Nesta explanação serei o mais didático possível, para que você obtenha grandes resultados.

Os primeiros exercícios foram elaborados para desenvolver a ação dos lábios, a parte de trás da língua (dorso), e a capacidade do ar, para que o controle desses membros seja alcançado.

Antes de se exercitar no instrumento, treine articulando, UOÓAEÉI…ICHI.

O objetivo principal deste exercício é a função da língua, observe o movimento da parte de trás (dorso) levantando levemente em direção do céu da boca. Fazendo este exercício no bocal você perceberá esse movimento facilmente.

A pressão dos lábios nos exercícios ascendentes e descendentes deve ser controlada, uniformemente e com leveza, assim os lábios ficam mais relaxados para fazer o seu papel naturalmente. Nunca esqueça do combustível (o ar). Observe que para o agudo deve-se obter maior velocidade da coluna de ar para compensar o estreitamento dos lábios.

Nos primeiros exercícios estudaremos acordes maiores em tríades, passando pelas sete posições do instrumento.

Nesta primeira fase os exercícios ao lado devem ser tocados com andamento lento. Semínima = 60

Nos exercícios seguintes exercitaremos duas oitavas, continue com andamento lento. Semínima = 60

Com a prática das duas primeiras fases, certamente você terá maior controle e clareza no decorrer dos estudos. Na terceira fase, os exercícios exigirão um pouco mais.

A flexibilidade, além de melhorar o legato, aumenta a resistência da musculatura envolvida nesta prática.

Estude os exercícios pausadamente e procure forçar gradativamente as regiões mais agudas. Tenha cuidado para não ir além de sua capacidade e causar qualquer tipo de lesão nos seus lábios!

É importante que você pratique todos os dias.

Além dos intervalos de terças praticados nas lições anteriores, estudaremos também intervalos de quinta até oitavas.

Nesta fase, é recomendável um andamento lento nas regiões grave e média do instrumento, nestas regiões, os intervalos são mais espaçados, de forma que o estudante adquirirá resistência, sincronismo, equilíbrio, afinação e muito mais.

Obs.: Em todas as fases, você pode estudar até o limite de sua extensão, porém nunca esquecendo que os resultados de qualquer estudo vêm como o gotejar de uma nascente: você nunca imaginaria que dela grandes rios se formam.

Todos os exercícios foram feitos e pesquisados em três grandes métodos: Lip Flexibilility, de Walter M. Smith, Daily Drills, de Max Schlossberg e Arbans.


Quinzinho de Oliveira é trompetista, arranjador, professor e regente da Banda Musical do Colégio Termomecânica, em São Bernardo do Campo (SP)


Fonte: Publicado na Revista Weril n.º 141