História da música (parte 01)

por: Desconhecido

O medo dos fenômenos naturais, a necessidade de defesa, a ânsia de comunicação, provavelmente levaram os primeiros homens a movimentar-se e emitir sons em forma ritmada. Quem sabe, os primeiros rudimentos da dança e música expressavam revolta ou sujeição, alegria da vida ou terror da morte, vitórias ou derrotas. Mas o homem também aprendeu a produzir outros sons: bateu com os pés no chão, com os punhos no peito, com madeira ou osso em outro objeto. "Inventava" a percussão - o tambor - e daí a criar outras famílias de instrumentos musicais - sopro e corda - foi questão de tempo e evolução técnica.

A música nasceu com a natureza, ao considerarmos que seus elementos formais, o som e ritmo, fazem parte do universo e, particularmente da estrutura humana. O homem pré-histórico descobriu os sons que o cercavam no ambiente e aprendeu a distinguir os timbres característicos da canção das ondas se quebrando na praia, da tempestade se aproximando e das vozes dos vários animais selvagens e encantou-se com seu próprio instrumento musical - a voz. Mas a música pré-histórica não se configurou como arte: teria sido uma expansão impulsiva e institiva do movimento sonoro ou apenas um expressivo meio de comunicação, sempre ligada às palavras, aos ritos e a dança.

O mistério continuou a envolver a música da antiguidade, pela ausência do próprio elemento sonoro, que se desfez no tempo e, ainda, pela inexistência de uma notação musical clara e documentação suficiente. No entanto, sabe-se que nas antigas civilizações já havia o cultivo da música como arte em si mesma, embora ligada à religião e à política.

Uma característica acompanhou a música, por longo tempo: não era praticada em separado, mas sempre aliada a alguma cerimônia religiosa ou mágica. Os instrumentos, os gritos, os gestos, os cantos serviam para a comunicação tribal, para a guerra, para avisar sobre perigos ou espantar os animais, para evocar o auxílio das divindades ou afastar os espíritos nefastos.

A elaboração e os instrumentos evoluíam. Fazendo-se estudos nos instrumentos encontrados dessa época notou-se o aperfeiçoamento na sua construção, com valorização do timbre. Mas ainda não se descobrira um meio de registrar o som. Só a memória humana o guardava. Poemas, sagas, lendas e tradições referem-se à existência da música de várias épocas e fornecem indicações a respeito. Dela nos falam a Bíblia e o Corão. Velhas tradições orientais descrevem-lhe a beleza e o poder. Monumentos e pinturas reproduzem os instrumentos e os gestos. Dançando ou cantando, o homem procurou conciliar ou afastar bons e maus espíritos e, assim, a música desempenhou seu papel na guerra, nas festas e cerimônias.

Na antiguidade, pelo que se tem notícia, a música manteve em geral uma característica monódica (do grego monos, um; e ode, canto - peça musical para uma só voz). As citações sobre música nas civilizações antigas nunca fazem menção a várias vozes - os conjuntos cantavam em uníssono. Cantando a uma só voz, as civilizações antigas fizeram suas músicas. Egípcios, sumerianos e assírios utilizaram boa variedade de instrumentos musicais: harpas, liras, flautas, saltérios, tambores, trombetas, altos, etc. Reuniram-se em conjuntos, em orquestras e a música continuou a ser tocada em manifestações religiosas. A mística acompanhou a música por largo tempo, e achados arqueológicos nos mostram divindades e animais tocando instrumentos musicais.

A música, portanto, desempenhou um papel importante em todas as sociedades e existe numa grande quantidade de estilos, característicos das diferentes regiões geográficas ou das épocas históricas.