Pêndulo
duplo de Airy-Blackburn
Prof.
Luiz Ferraz Netto
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Apresentação
O 'pêndulo de areia', tradicional, é simplesmente um pêndulo
que tem como massa pendular (lente) um funil. Colocando-se areia colorida
dentro dele, a trajetória da extremidade do pêndulo fica marcada numa
folha de papel, pela areia fina que escoa.
Se esse pêndulo
é posto em movimento no plano vertical que contém a suspensão, o
movimento é pendular, o centro de massa do pêndulo e portanto a
extremidade do funil, efetua um movimento harmônico se a amplitude das
oscilações é pequena. Qualquer que seja esse plano vertical o movimento
é sempre harmônico. Em (a), na ilustração abaixo, mostramos essa situação.
Observe a areia derramada. Por que a areia acumulou-se mais nas
extremidades da trajetória?
Quando
se lança o pêndulo com uma velocidade
que não está no plano vertical definido pela posição
inicial do centro de massa pendular e pelo ponto de suspensão, então o
movimento é elíptico (elipse de Lissajous).
Em (b), na ilustração acima, mostramos a elipse desenhada pela areia que
escoa. Observe agora, que a areia se distribui uniformemente pela trajetória
toda; não há 'montículos'.
Pode-se
agora suspender o pêndulo por dois fios que vão juntos até certo ponto A
e depois se separam indo fixar-se a dois pontos B e C de um
suporte horizontal. Na prática, A é uma pequena esfera de madeira
perfurada que pode deslizar ao longo dos dois fios, determinando assim,
onde ocorrerá a separação deles. Se o pêndulo oscila em torno do ponto A,
no plano vertical que contem BC, ele tem um movimento harmônico de
certo período T1:
x
= a.cos2p(t/T1)
= a.cosw1.t
Se
oscila em torno da reta BC no plano que contem A o pêndulo
efetua outro movimento harmônico de período T2
diferente de T1 pois num caso e noutro são diferentes as distâncias
do baricentro pendular até o ponto ou
eixo de suspensão:
y
= b.cos[2p(t/T2)
+ j]
= b.cos(w2.t
+ j)
Quando
o pêndulo é lançado com uma velocidade que não está no plano vertical
de A então seu movimento corresponde ao caso mais geral das figuras
de Lissajous. Pode-se regular a altura do ponto A (ajustando a
posição da esfera de madeira), de modo que os períodos T1 e T2
sejam comensuráveis, e neste caso as figuras correspondem a casos clássicos,
sobretudo quando n1 e n2, são números inteiros
baixos ( <4, digamos). [f1/f2 = T2/T1
= n1/n2].
Uma
sugestão
O conhecido pêndulo de areia para o traçado das curvas de Lissajous pôde
ser atualizado com técnica do sistema telescópico para a caneta esferográfica
ou hidrográfica (e dispensar a fina areia). Basta construir a lente
pendular com duplo sistema telescópico, conforme ilustramos:
Quer
saber? Particularmente prefiro ver a areia fina, colorida, escoando pelo
funil.
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