Histórias de Hinos

Histórias de Hinos do Hinário Adventista – Nr. 416

Ao Pé da Cruz de Cristo

Letra: Elizabeth Cecilia Clephane (1830-1869)

Título Original: Beneath the Cross of Jesus

Música: Frederick Charles Maker (1844-1927)

Texto Bíblico: Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo. (Gálatas 6:14)


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1. Ao pé da cruz de Cristo, feliz desejo estar,
Repouso ter à sombra ali, e então a paz gozar;
Um lar feliz no ermo achar, e aqui, na vida , o amor;
Alívio à dor e graça há aos pés do meu Senhor.

2. Ao pé da cruz de Cristo, aqui e no jardim,
Eu vejo a dor cruel em que Jesus morreu por mim.
Compreendo, então, quão débil sou, quão mau e sem valor;
Compreendo, sim, quão grande é o Seu sagrado amor.

3. Estar eu quero à sombra da cruz, bendita cruz!
Eu posso ali obter perdão e estar junto a Jesus.
Eu posso então certeza ter do amor de Deus por mim,
E em breve irei fruir no Céu a paz do amor sem fim.


O texto deste hino reflete o profundo conhecimento das Escrituras que tinha a sua autora, a frágil escocesa Elizabeth Cecília Clephane. Ela o escreveu em 1868, um ano antes da sua morte prematura, mas publicado anonimamente em 1872, como outros dos seus poemas, no periódico presbiteriano escocês, Family Teasury (Tesouro da Família) muito lido entre as famílias daquela denominação. Osbeck assinala os versículos bíblicos de base da primeira estrofe [tendo como base o original, em inglês. Na versão em português essas referências não são encontradas, a não ser a terceira]:

“à sombra duma rocha” – Isaías 32. 2
“aragem no deserto”– Jeremias 9. 2
“na estrada, um doce lar”– Isaías 28. 12
“que os fardos ameniza” -Mateus 11. 30
“o sol faz refrescar” – Isaías 4. 6

Ao publicar este hino, sob o título Breathings on the Border (Sopro na Margem). O editor do periódico comenta:

“Estas linhas expressam as experiências, as esperanças, e os desejos de uma jovem crente, que faleceu há pouco tempo. (…) Estas [palavras] de alguém que o Bom Pastor guiou pelo deserto ao descanso podem, com a benção de Deus, contribuir para o conforto e direção de outros peregrinos.”

McCutchan recomendou esse hino especialmente para o culto da Sexta-Feira da Paixão, dizendo: “Seu espírito de devoção e a excelência da sua poesia, fazem-no peculiarmente aceitável”. É um excelente hino para o solo, dueto, quarteto, ou grupo maior!

Elizabeth Cecília Douglas Clephane, nascida em 18 de junho de 1830 em Edimbugo, na Escócia, era filha do xerife do município. Após a morte do seu pai, a família mudou-se para Melrose, uma linda vila perto da cidade do famoso poeta escocês, Sir Walter Scott. Embora de saúde muito precária e personalidade tímida, Elizabeth servia aos pobres e doentes da sua comunidade. Com suas duas irmãs, vivia daquilo que achavam estritamente necessário, dando o resto aos necessitados. Venderam, inclusive, sua charrete e cavalo para esse fim. Elizabeth era afetuosamente chamada pela comunidade de “O Raio de Sol”. Gostava de escrever poesia. Poemas dela foram publicados, ocasionalmente, na revista de sua denominação. Após a sua morte em 19 de fevereiro de 1869, oito das suas poesias foram publicadas anonimamente neste periódico entre 1872 e 1874.

Frederick Charles Maker compôs a melodia ST. CHRISTOPHER para o hino de Clephane para ser incluído no suplemento da Bristol Tune Book (Coletânea de Melodias de Bristol) publicada em 1881. O nome da melodia quer dizer “Bearer of Christ” (Aquele que Leva Cristo).

Frederick Charles Maker (1844-1927) passou sua vida inteira na cidade de Bristol, ao sul da Inglaterra, na margem do rio Avon. Começou a sua carreira musical como corista da Catedral da cidade. Foi organista em algumas igrejas “livres” (como eram chamadas todas as igrejas evangélicas que não pertenciam a Igreja da Inglaterra, igreja oficial do país) Serviu 28 anos na igreja Congregacional Redland Park. Foi professor adjunto por 20 anos na Faculdade Clifton e regente da Associação de Igrejas Livres de Bristol. Como compositor, além de cantatas, peças corais e composições para piano, Maker escreveu melodias para hinos, contribuindo com diversas para a Coletânea de Melodias de Bristol. Esta série de coleções providenciou muita das melodias usadas pelas igrejas livres, cujos hinários, na maior parte, eram publicados somente com os textos. Alguns dessas lindas melodias são usadas até hoje, ajudando a preservar hinos de importância.

Bibliografia: Osbeck, Kenneth W. 101 Hymn Stories, Grand Rapids, MI, kregel, Publications, 1982. p. 40.


Nr. 416 – Ao Pé da Cruz de Cristo

Letra: Elizabeth Cecelia Clephane
Música: Frederick C. Maker

Elizabeth Cecelia Clephane era filha do delegado de Fife, Escócia. Nasceu em Edinburgh, a 18 de junho de 1830; foi sempre uma criança quieta, e ocupada com seus livros e sua poesias.

A Srtª Clephane é talvez mais conhecida pelo seu poema: “The Ninety and Nine”, (As Noventa e Nove). Este tão conhecido cântico, bem como o que estamos considerando, foram publicados pela primeira vez num jornal conhecido como “The Family Treasury” (O Tesouro da Família), com o título: “Breathings from the Border” (Sopros da Fronteira).

Ao publicar os poemas o editor disse: “Estas linhas expressam as experiências, esperanças e desejos de uma jovem cristã falecida há pouco. Escritos nos limites desta vida, com a terra melhor à vista, eles nos parecem as pegadas na areia do Tempo, onde estas areia tocam o oceano da Eternidade.”

A verdade das palavras do editor pode ser compreendida quando nos lembramos que a Strª Clephane morreu a 19 de fevereiro de 1869, com a idade de 39 anos – e os poemas foram escritos em 1868. A autora não viveu tempo suficiente para ouvir as palavras de seus poemas musicais.

Elizabeth Clephane tinha uma imaginação muito vívida. Ao escrever “Ao Pé da Cruz de Cristo”, ela estava assentada em seu lar, “Bridgend House“. Ela era chamada na comunidade como “The Sunbean” (O Raio de Sol), devido ao seu costume de dedicar todos os seus rendimentos à caridade, tirando apenas o suficiente para suas poucas necessidades. Olhando através da janela, ela podia ver a ponte na qual os monges passavam, e esta cena serviu de inspiração para este brilhante cântico.

Frederick C. Maker, que compôs uma das melodias usadas para este cântico, foi um compositor inglês de antemas. Esta música apareceu inicialmente no Bristol Tune Book, de 1881.

Fonte: Histórias de Hinos e Autores – CMA – Conservatório Musical Adventista


Veja a partitura cifrada deste hino

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