Histórias de Hinos

Histórias de Hinos do Hinário Adventista – Nr. 230

Sou Feliz com Jesus

Letra: Horatio Gates Spafford (1829-1888)

Título Original: It Is Well With My Soul

Música: Philip Paul Bliss (1838-1876)

Texto Bíblico: Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; eu não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize. (João 14:27)


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1. Se paz, a mais doce, me deres gozar,
Se dor a mais forte sofrer;
Oh, seja o que for, Tu me fazes saber
Que feliz com Jesus hei de estar.

Coro:
Sou feliz com Jesus!
Sou feliz com Jesus,
Meu Senhor!

2. Embora me assalte o cruel Satanás,
E ataque com vis tentações,
Oh, sim, certo estou, mesmo em tais provações,
Em Jesus acharei força e paz.

3. Jesus, meu Senhor, ao morrer sobre a cruz
Livrou-me da culpa e do mal;
Salvou-me Jesus, oh, mercê sem igual!
Sou feliz, e hoje vivo na luz.

4. A vinda eu anseio do meu Salvador;
Em breve virá me buscar;
E então lá no Céu vou pra sempre morar,
Com remidos, na luz do Senhor.


Ira David Sankey, conhecido hinista americano, diz em seu livro My Life and the Story of the Gospel Hymns (Minha Vida e a História dos Hinos Evangélicos):

Quando Moody e eu realizávamos reuniões em Edinburgo, em 1874, ouvimos as tristes notícias do naufrágio do vapor francês “Ville de Havre”, em seu retorno da América, com grande número de membros do Concílio Ecumênico que havia sido realizado em Filadélfia. A bordo do vapor estava a Srª Spafford, com seus quatro filhos. A colisão fora em alto mar com um grande navio, fazendo com que o vapor afundasse em meia hora. Quase todos a bordo morreram. A Srª Spafford tirou seus filhos dos beliches e os levou para o convés. Tendo sido avisada de que o vapor em breve afundaria, ela ajoelhou-se com seus filhos em oração, pedindo a Deus que fossem salvos se possível, ou que se conformassem em morrer, se essa fosse a Sua vontade. Em poucos minutos o vapor imergiu para as profundezas do mar, e as crianças se perderam. Um dos marinheiros, chamado Lockurn, – com quem me encontrei mais tarde na Escócia – ao remar sobre o local onde desaparecera o vapor, descobriu a Srª Spafford flutuando. Dez dias mais tarde ela desembarcou em Cardiff, Wales. De lá telegrafou ao marido, advogado em Chicago, a mensagem: “Salva sozinha”. O Sr. Spafford, que era cristão, mandou emoldurar a mensagem, e pendurá-la em seu escritório. Embarcou imediatamente para a Inglaterra a fim de trazer a esposa de volta a Chicago. Moody abandonou suas reuniões em Edinburg e dirigiu-se a Liverpool para tentar confortar os pais, e ficou muito alegre ao ver que eles estavam dispostos a dizer: “Está bem, seja feita a vontade de Deus”.

Em 1876, quando voltamos a Chicago para trabalhar, passei algumas semanas no lar dos Spaffords. Neste tempo o Sr. Spafford escreveu o cântico: “Sou Feliz Com Jesus”, em memória de seus filhos. P. P. Bliss compôs a música a apresentou o cântico pela primeira vez em “Farwell Hall“. O fato confortador em relação a este incidente foi que pouco antes da viagem para a Europa, as crianças se haviam convertido em uma de nossas pequenas reuniões no Norte de Chicago.

Enquanto ainda viviam aí, o casal Spafford tornou-se muito impressionado com a Segunda volta de Cristo. O Sr. Spafford foi tão zeloso que decidiu ir a Jerusalém com a esposa e a filha que lhes restava, e lá aguardar a volta de Jesus, mas morreu pouco depois. A Srª Spafford é diretora de uma Sociedade cuja a sede esta num edifício fora de Jerusalém, onde um grande número de pessoas vive, tendo tudo em comum. Quando visitei Jerusalém, há alguns anos, encontrei-a na “Rua de Davi”. No dia seguinte recebi a visita da Srª Spaffordd, que é muito popular entre os nativos e professora de um grande número de crianças, instruindo-as em literatura inglesa e costumes americanos.

Sankey relata ainda o seguinte: “Este cântico foi ouvido por um cavalheiro que havia sofrido grande perda financeira no terror de 1899, e que estava no mais profundo desânimo. Quando ouviu a estória do cântico, exclamou: ‘Se Spafford pode escrever um tão belo cântico de resignação, eu jamais me lamentarei outra vez’.”

Fonte: Histórias de Hinos e Autores – CMA – Conservatório Musical Adventista


Em Novembro de 1873, o “Ville de Havre” zarpou da cidade de Nove Iorque para a Europa. Entre os passageiros encontrava-se, a bordo, a Sra. Spafford, esposa de um advogado em Chicago, com seus quatro filhos.

A viagem estava quase no fim, estando já à vista as costas da Inglaterra, quando ocorreu uma terrível catástrofe. No escuridão da noite um barco colidiu com o “Ville de Harve” e este começou logo a afundar.

A Sra. Spafford ajuntou os seus filhos ao seu redor e encomendou-os a Deus. À medida que a água subia, mais e mais, dentro do navio, um dos filhos procurou confortar sua mãe em prantos, lembrando-lhe de que era tão fácil ser chamado à presença de Cristo, tanto do mar, como se da casa, na América!

Um a um, os seus queridos filhos foram arrancados dos seus braços. perecendo diante dos seus olhos. Ela, porém, foi milagrosamente poupada e salva, algumas horas mais tarde, por outro navio.

Supondo que a notícia do desastre seria logo divulgada pelo mundo, a Sra. Spafford assim que atingiu o porto, enviou um telegrama ao seu marido. Este havia recebido a notícia do naufrágio do navio e da perda de seus passageiros, mas ainda não sabia da perda dos seus entes queridos.

Com o coração pulsando fortemente e com mãos vacilantes ele abriu o envelope. A mensagem era curta, consistindo em apenas duas palavras. Seus olhos foram diretos à palavra “salva”, dando ao seu coração uma repentina sensação de alegria. Relendo, porém, o telegrama, notou a segunda palavra: “só”, causando-lhe uma terrível mudança de sentimentos. Num determinado momento foi cheio de um gozo inefável; e no momento seguinte, inundado de indescritível tristeza!

Contudo, ele pôde agradecer a Deus por ter salvo a sua amada esposa, ainda que lamentasse a perda dos filhos queridos.

Dois anos mais tarde o mesmo Sr. Spafford perdeu grande parte dos seus bens num incêndio que houve em Chicago, mas a sua fé cristã sempre firme permitiu que ele superasse a todas aquelas perdas.

A despeito de tudo o que lhe aconteceu, foi capaz de sentar-se e escrever o lindo hino que focalizamos e que se tornou tão conhecido em todo o mundo evangélico. Ë o Nº.312, em ” Hinos e Cânticos”. A sua letra em português é de autoria do Sr. S.E. McNair; a música é do Sr. Philip P. Bliss.

Há muitas famílias nas quais existem pessoas salvas e pessoas perdidas. Aquelas que estão preparadas e aquelas que não estão preparadas para se encontrarem com um Deus santo e que odeia o pecado!

Nalgumas delas é possível que o marido seja salvo e a esposa não; uma irmã salva e um irmão, perdido; e assim por diante. Que coisa terrível será, na eternidade, se sua mãe, ou seu pai, ou irmã ou irmão, ou esposa ou esposo, for salvo e você – PERDIDO!

E se falamos em ser salvo, devemos pensar num meio de salvação; e quando Deus nos fala da Sua grande salvação, Ele nos fala, também, a respeito do nosso grande Salvador, o Senhor Jesus. Ele nos fala, ainda, como podemos estar certos dessa salvação: “Se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus O ressuscitou dentre os mortos, serás salvo” (Romanos 10.9).

Você quer ter, também, esta certeza?

Fonte: Publicado originalmente em: http://www.refrigerio.net/hinos12.html


Veja a partitura cifrada deste hino

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