Histórias de Hinos

Histórias de Hinos do Hinário Adventista – Nr. 033

Castelo Forte

Letra e Música: Martinho Lutero (1483-1546)

Título Original: Ein feste Burg ist unser Gott

Texto Bíblico: Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia. (Salmo 46:1)

Observação: Este hino foi traduzido do Alemão para o Inglês em 1853 por Frederic Henry Hedge (1805-1890), recebendo o título A Mighty Fortress.


Acompanhe o hino no Youtube


1. Castelo forte é nosso Deus, refúgio e fortaleza.
Com Seu poder defende os Seus, e os livra com presteza.
Com fúria pertinaz, nos segue Satanás,
Com artimanhas tais e astúcias tão cruéis
Que iguais não há na Terra.

2. A nossa força nada faz, estamos, sim, perdidos;
Mas nosso Deus socorro traz, e somos protegidos.
Sabeis quem é Jesus, o que venceu na cruz?
Senhor dos altos Céus, e, sendo o próprio Deus,
Triunfa na batalha.

3. Se nos quisessem devorar, demônios não contados,
Não nos iriam assustar, nem somos derrotados.
O grande acusador dos servos do Senhor,
Já condenado está; vencido cairá
Por uma só palavra.

4. Sim, que a palavra vencerá, sabemos com certeza;
E nada nos assustará, com Cristo por defesa.
Se temos de deixar parentes, bens e lar,
Embora a vida vá, por nós Jesus está
E dar-nos-á Seu reino.


1. Castelo forte é nosso Deus, refúgio e fortaleza.
Com Seu poder defende os Seus, e os livra com presteza.
Com fúria pertinaz, nos segue Satanás,
Com artimanhas tais e astúcias tão cruéis
Que iguais não há na Terra.

2. A nossa força nada faz, estamos, sim, perdidos;
Mas nosso Deus socorro traz, e somos protegidos.
Sabeis quem é Jesus, o que venceu na cruz?
Senhor dos altos Céus, e, sendo o próprio Deus,
Triunfa na batalha.

3. Se nos quisessem devorar, demônios não contados,
Não nos iriam assustar, nem somos derrotados.
O grande acusador dos servos do Senhor,
Já condenado está; vencido cairá
Por uma só palavra.

4. Sim, que a palavra vencerá, sabemos com certeza;
E nada nos assustará, com Cristo por defesa.
Se temos de deixar parentes, bens e lar,
Embora a vida vá, por nós Jesus está
E dar-nos-á Seu reino.


Em Abril de 1521, Martinho Lutero declarou diante o tribunal de Worms: “Não posso fazer de outro modo. Mantenho o que escrevi. Que Deus me ajude.” Suas Noventa e Cinco Teses afixadas à porta da igreja em Winttenburg em 31 de outubro de 1517 iniciaram a maior revolução na história da Igreja Cristã: a Reforma Protestante.

Pregara e publicara com ousadia sobre os abusos, erros e pecados da igreja romana. Por estas e outras razões o Papa e outros líderes da igreja Católica queriam a sua morte. Lutero continuou vivo porque seu amigo, o Eleitor da Saxônia, Frederico Sábio, instrumento nas mãos de Deus, o manteve no seu castelo de Wartburg.

Outros reformadores antecederam Lutero. João Huss e seus seguidores, morávios sem número, muitos anabatistas, valdenses e lombardos pagaram o preço máximo por sua fé. Mas Deus salvou a vida de Lutero para que traduzisse a Bíblia do hebraico e grego para a língua alemã. Esta obra levou treze anos!

Em Wartburg, também pode preparar outros meios para seu povo poder ser salvo em Cristo. Precisavam de cultos em alemão para sua compreensão. Precisavam cantar a sua fé e louvar a Deus na sua própria língua. Como muitos do seu povo, Lutero, a quem Hans Sachs chamou de “O Rouxinol de Winttenberg”, amava muito a música. Tocava o alaúde e a flauta com perfeição. Os hinos de João Huss e seus seguidores foram traduzidos para o alemão.

Sem dúvida, Lutero possuíra o hinário dos morávios, Ein Neu Gesengbuchlein, editado por Michael Weiss, em 1531. Presenciara o martírio dos anabatistas. Ouvira sues poderosos hinos ao seu Pai e Salvador. Cria, como eles, que o cântico do culto não devia ser dado somente ao clero, mas pertencia também à congregação. Para esse fim, precisavam de coletâneas de hinos congregacionais e corais no seu próprio idioma.

Lutero escreveu em 1524: Desejava, seguindo o exemplo dos profetas e anciãos da igreja, dar salmos alemães ao povo, quer dizer, hinos sacros, para que a palavra de Deus pudesse habitar entre o povo por meio do canto também. Para isso, procurou outros músicos idôneos para se unirem a ele para providenciar esses hinos congregacionais.

Com o mui hábil músico Johann Walther, em 1524, publicou o primeiro de muitos hinários: Geistlich Gesang Buchlein. No prefácio deste hinário, Lutero escreveu:

” Que o cantar de cânticos espirituais é uma coisa boa e agradável a Deus, creio eu, não é escondido de qualquer irmão. . . [Isto] tem sido conhecido por todos e pela cristandade universal desde o começo. Pois São Paulo também afirma isto em I Coríntios 14, e ordena aos Colossenses que cantem salmos e cânticos espirituais ao Senhor nos seus corações, para que a Palavra de Deus e o ensino de Cristo sejam assim espalhados por toda a terra e praticados de toda a maneira. Assim, como um bom começo e para encorajar aqueles que possam fazer melhor, eu e outros temos ajuntado certos cânticos espirituais com o intuito de espalhar e dinamizar o Santo Evangelho que agora, pela graça de Deus, emergiu de novo para que possamos nos gloriar, que Cristo é a nossa Fortaleza e Cântico, e que não conheçamos outra coisa para cantar ou dizer senão Jesus Cristo nosso Salvador, como Paulo diz em I Coríntios 2. “

Para este hinário, Lutero empregou muitos hinos e salmos existentes. Adaptou músicas das missas, para que expressassem fé Bíblica. Aproveitou das melodias folclóricas do seu povo, com requisito que fossem apropriadas para cultuar a Deus e que não tivessem associados com letras lascivas.

Lutero disse “Não pretendo deixar para o Diabo as melhores melodias!” Seu bom gosto, sua musicalidade, seu estudo cuidadoso da Palavra e a sua fé lhe deram idoneidade na escolha da música apropriada para o culto. Calvino, porém, ensinou que a música do culto devia se limitar aos Salmos. Outros extremistas diziam que a música, que criam ser de Satanás, não devia ser usada nos cultos de forma nenhuma. Para esses, Lutero replicou:

“Não sou da opinião de que, pelo evangelho, todas as artes devessem ser banidas e lançados fora, como alguns fanáticos querem que creiamos. Quero ver todas as artes, principalmente a música, no serviço daquele que as criou e no-las deu. A música é a bela e gloriosa dádiva de Deus. . . A música transforma os homens em pessoas mais gentis, mais auto-controladas e mais razoáveis.”

De grandes ameaças e sofrimentos nascem os nossos melhores hinos. O primeiro hino de Lutero, consagrado a dois frades martirizados, intitulou-se O Cântico dos Dois Mártires de Cristo em Bruxelas, Queimados pelos Sofistas de Louvain. Seu hino inigualável, Castelo Forte, foi escrito “na hora mais escura na história deste movimento”.

Perseguições da parte do Imperador Carlos V ameaçavam a existência dos chamados “Protestantes”. Lutero mesmo sofria ameaças de morte à toda hora. Sofria fisicamente, também. Quando foi acometido pela “praga” que ceifou muitos dos seus irmãos na fé, deu as suas despedidas à sua família. De novo, Céus tinha outro plano para Martinho Lutero.

Este hino, escrito em 1529, em Coburg, foi o chamado à batalha de Lutero. James Moffatt chamou-o de “o maior hino , do maior homem, do maior período da história da Alemanha”. Foi cantando com emoção e sinceridade ao longo desses quase quatro séculos, em milhares de línguas. Define até onde podemos confiar em nosso Castelo Forte, nosso Escudo e Boa Espada. Mostra, também , quem é o nosso inimigo;o Tentador, com seus demônios, contra os quais em nós mesmos não há força para resistirmos. Mas, Cristo o venceu na cruz. Quem nos defende é o Senhor dos altos céus, o próprio Deus. O grande acusador cairá com UMA SÓ PALAVRA!

John Julian, no seu Dicionário de Hinologia declara: “Lutero é o Ambrósio da hinodia alemã. Ele é o primeiro hinista evangélico. A Lutero pertence o mérito extraordinário de ter dado ao povo germânico no seu próprio idioma, a Bíblia, a Catequese e o hinário, para que Deus pudesse falar com eles diretamente pela sua palavra e que eles pudessem responder a Ele nos seus cânticos!”

Seus hinos são caracterizados por simplicidade e força, e um tom considerado ‘tom da igreja’ pelo povo comum. Sopram o espírito de ousadia, confiança, com a alegre fé dos justificados, que era o coração que batia na sua teologia e piedade. Ele tinha a extraordinária habilidade de expressar profundos pensamentos em palavras bem claras. Nesta característica ninguém o sobrepujou. Esse foi o segredo do seu poder. Ele nunca deixou a o leitor uma dúvida quanto a o que ele quis dizer. Entregou a verdade bem no coração do povo comum. Como o afamado Ruy Barbosa, sempre usou a palavra certa no lugar certo. Ele nunca perderá seu domínio sobre o povo da fala germânica.

Seus hinos, além da Bíblia alemã provaram ser os missionários mais eficazes das doutrinas e piedade evangélicas. Lutero ainda precisando de novos salmos e hinos, escreveu para Spalatinem 1523:

“É meu plano. . . escrever salmos no vernáculo para o povo. . . Procuramos em todos os lugares por poetas. . . Mas desejo que expressões “da moda e da Corte”sejam evitadas e que as palavras possam todas ser muito simples e comuns para que o povo comum possa compreender, entretanto manejadas com arte e pureza”.

Um artigo em 1935 do jornal O Estado de São Paulo sobre o assunto musical, dizia o seguinte: “Cabe a Martinho Lutero realmente a celebridade de popularizar o Lied eclesiástico. Ele, o fixador da língua alemã. . . não se contentou em traduzir a Bíblia para o alemão, mas utilizou-se da musicalidade alemã acordada pelos Mestres Cantores e fez cantar em alemão na sua igreja os salmos e outros textos litúrgicos. Ele mesmo atuou como compositor e em 1524 aparecia em Choralbuch, cujas melodias em grande parte são obra de Lutero. A simplicidade, a interioridade de sues Lieder religiosos são incomparáveis. Muitos outros de seus Lieder. . . são cantados ainda hoje”.

Lutero “havia dado mais do que nenhum outro dera jamais ao seu povo – a língua, a Bíblia, a hinologia. “, escreveu Bill Ichter, no primeiro volume da revista Louvor, em 1980.

Este hino conhecido como “A Marselhesa da Reforma”, conserva até hoje o seu poder e poderíamos usá-lo ainda em outro conflito semelhante. . . Há pelo menos 53 traduções em inglês, merecendo todos os destaques no Dicionário de Hinologia de John Julian. . . “Sua melodia, de acordo com McCutchan, é excelente em todos os sentidos. É empolgante e tem dignidade, unidade e autoridade raramente igualadas”.

Basta dizer que são muitos os compositores que têm usado trechos desta melodia em suas obras. Ente eles, podemos citar J. S. Bach, Wagner, Mendelssohn, e Meyerbeer. Julian registra nove principais hinários que Lutero publicou para as igrejas alemãs. Sua lista também inclui onze traduções do latim, quatro hinos populares da Pré -Reforma revisados por Lutero, sete Versões dos Salmos, seis paráfrases de outras porções das Escrituras, bom como oito hinos basicamente originais, além de algumas músicas corais adaptadas de textos católicos – o total de tinta e oito. Este autor descobriu trinta e dois hinos de Lutero em hinários brasileiros. Naturalmente, devem existir mais.

A biografia de Martinho Lutero aparece em muitos bons livros e artigos. O autor recomenda sua leitura, para o leitor ter uma boa de quem era, por fim, esse grande homem e como Deus o preparou e usou na história da igreja e do mundo, além da história da hinodia.

Bibliografia: Julian, John, A Dictionary of Hymnology, Revised Edition, Vol. 1, New York, N. Y. , Dover Publications, 1957, p. 704-705.


Lá por volta do ano 1500 da nossa era, estava triunfante o movimento da Reforma Religiosa na Europa. Iniciado por Martinho Lutero e coadjuvado por Melanchton (um leigo-teólogo), Calvino, Zwinglio, Huss, Farel e outros, tomou logo conta de todos os países; mas no ano de 1523, em Bruxelas, dois jovens, cujo único crime fora a sua profissão de fé na nova doutrina, foram queimados. Em honra a esses dois mártires, Lutero escreveu e compôs a música do seu primeiro hino: Castelo forte é nosso Deus, o qual é uma paráfrase do Salmo 46:
“1 Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia.
2 Pelo que não temeremos, ainda que a terra se mude, e ainda que os montes se projetem para o meio dos mares;
3 ainda que as águas rujam e espumem, ainda que os montes se abalem pela sua braveza.”

Martinho Lutero(1483-1546) é conhecido como o Apóstolo da Reforma.

Foi também o pai do canto congregacional, pois antes disso a congregação não tinha o costume de cantar hinos. Os poucos hinos que havia eram cantados em latim, somente pelos oficiais da igreja. Foi ele que introduziu o cântico por toda a congregação!

Mas, o hino em foco foi considerado como a “Marselhesa da Reforma”, pois todos os cristãos da Reforma cantavam-no com o mesmo entusiasmo dos patriotas da França. De facto, sendo a letra e a música de Lutero, este cantico espalhou-se por toda a Terra e tornou-se o hino oficial da Alemanha Protestante.

Era cantado diariamente por Lutero e por seus companheiros. Até os inimigos da Reforma diziam: “O povo inteiro está cantando uma nova doutrina”.

Assim, este hino cooperou muito no desenvolvimento da Igreja cristã naqueles dias. Foi tão grande a repercussão deste hino que homens ilustres, artistas e músicos de fama usaram-no nos seus temas: o exército de Gustavo Adolfo cantou-o antes da Batalha de Leipzig, em Setembro de 1631; Meyerbeer usou-o como tema de sua ópera de fundo religioso, “Os Huguenotes”; Mendelsohn usou-o na sua “Sinfonia da Reforma”; Wagner utilizou-o em “Kaiser-Marsch” e J. S. Bach também o usou numa de suas cantatas sacras.

E hoje, faz parte de todos os hinários sacros da Igreja Cristã, levando o número 328 em “Hinos e Cânticos” – 16ª edição.

Ele nunca morrerá, mas viverá para sempre!

Fonte: Publicado originalmente em: http://www.refrigerio.net/hinos25.html


“O melhor cântico, do maior homem, no mais importante período da história germânica”, é a opinião de James Moffat. Este “Cântico de Batalha da Reforma” foi primeiramente publicado em “Geisleche Lieder” em 1529. Foi traduzido umas oitenta vezes, em pelo menos cinqüenta línguas. Foi provavelmente escrito por ocasião da Dieta de Spira, em 1529, quando o partido Evangélico fez seu protesto em 19 de abril, pelo qual,  “em assuntos relacionados com a honra de Deus e a Salvação de nossas almas, cada homem deverá estar só diante de Deus e dar contas de si mesmo.”

O Dr. John Julian diz a respeito dos cânticos de Lutero; “Seus cânticos se caracterizam pela simplicidade, força e popular tom religioso. Eles transpiram audácia, confiança, espírito alegre provindo de uma fé que justifica, a qual é o vivo coração de sua teologia e piedade. Ele possuía a extraordinária faculdade de expressar em uma linguagem clara, pensamentos profundos. Neste dom ele não é superado por qualquer escritor não inspirado e nisto esta o segredo do seu poder”. (Dictionary of Hymnology, Julian, pág. 414).

Martinho Lutero deu ao povo alemão a Bíblia em sua própria língua , o Catecismo e o Hinário, a fim de que Deus pudesse falar-lhes diretamente através de Sua Palavra, e eles pudessem falar a Deus através dos cânticos religiosos, os quais tem sido um dos proeminentes característicos da Igreja Protestante.

Lutero cria na música e no seu lugar no culto divino. “Estou fortemente persuadido”, escreveu ele, “de que depois da Teologia, a música é a única arte capaz de dar paz e alegria ao coração, como aquela produzida pelo estudo da ciência da divindade”.

Trinta e sete cânticos e um bom número de melodias lhe são creditadas. Este é provavelmente o maior de todos os corais e tanto a letra quanto a música são obra do próprio Lutero. Pode ser tomado como o símbolo da Reforma.

Fonte: Histórias de Hinos e Autores – CMA – Conservatório Musical Adventista


Veja a partitura cifrada deste hino

Veja este hino também no Ministério Cristo Vai Voltar


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