A Filosofia Adventista do Sétimo Dia com Relação à Música

por: Ministério Luzes da Alvorada

“Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as grandezas daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”. I Pedro 2:9.

Introdução

Durante esta programação iremos apresentar alguns dos principais pontos apresentados na Filosofia Adventista do Sétimo Dia com Relação à Música. Por uma questão de tempo não será possível ler todo o conteúdo, mas, recomendamos que o texto completo seja lido por todos em seus lares, com mais tempo, o que não será difícil, pois, a lição correspondente ao tema de hoje contém a íntegra do referido texto.

Alguns assuntos que serão aqui mencionados poderiam dar origem a perguntas para as quais não seria possível dar a resposta nesta programação, devido às limitações impostas pelo tempo, mas tais perguntas poderão ser dirigidas posteriormente à Comissão de Música. As respostas que eles não puderem dar prontamente serão objeto de estudo e deverão ser respondidas o mais rapidamente possível, preferencialmente com um “está escrito”.

I. A Música e a Igreja Adventista do Sétimo Dia

1. Palavras da Associação Geral da IASD

Iniciaremos nossas considerações lendo o trecho da Filosofia Adventista do Sétimo Dia com Relação à Música que encontramos em nossa lição, na página 1, a partir do terceiro parágrafo:

“A mensageira do Senhor, Ellen G. White, nos aconselha continuamente a elevar nosso conceito a respeito da música. Ela nos diz: ‘A música, quando não abusiva, é uma grande bênção; mas quando usada erroneamente, é uma terrível maldição.’ – O Lar Adventista, pág. 408. ‘Corretamente empregada, porém, é um dom precioso de Deus, destinado a erguer os pensamentos a coisas altas e nobres, a inspirar e elevar a alma.’ – Educação, pág. 167.

“Quanto ao poder da música, ela escreve: ‘É um dos meios mais eficazes para impressionar o coração com as verdades espirituais. Quantas vezes, ao coração oprimido duramente e pronto a desesperar, vêm à memória algumas das palavras de Deus – as de um estribilho, há muito esquecido, de um hino da infância – e as tentações perdem o seu poder, a vida assume nova significação e novo propósito, e o ânimo e a alegria se comunicam a outras pessoas! … Como parte do culto, o canto é um ato de adoração tanto como a oração. Efetivamente, muitos hinos são orações. … Ao guiar-nos nosso Redentor ao limiar do Infinito, resplandecente com a glória de Deus, podemos aprender o assunto dos louvores e ações de graças do coro celestial em redor do trono; e despertando-se o eco do cântico dos anjos em nossos lares terrestres, os corações serão levados para mais perto dos cantores celestiais. A comunhão do Céu começa na Terra. Aqui aprendemos a nota tônica de seu louvor.’ – Educação, pág. 168.

“Como adventistas do sétimo dia, cremos e pregamos que Jesus virá novamente, em breve. Em nossa proclamação mundial da tríplice mensagem angélica, de Apocalipse 14:6-12, conclamamos a todas as pessoas a aceitarem o evangelho eterno para louvar a Deus o Criador, e a se prepararem para encontrar o Senhor. Desafiamos a todos que escolhem o bem e não o mal a renunciar ‘à impiedade e às paixões mundanas, [vivermos] no presente mundo sóbria, e justa, e piamente, aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus’. (Tito 2:12, 13.)

“Cremos que o evangelho exerce impacto em todas as áreas da vida. Por conseguinte, sustentamos que, por causa do vasto potencial da música para o bem ou para o mal, não podemos ser indiferentes a ela. Embora reconhecendo que o gosto, na questão da música, varia grandemente de indivíduo para indivíduo, cremos que a Bíblia e os escritos de Ellen G. White sugerem princípios que podem formar nossas escolhas.

“A expressão ‘música sacra’ é usada neste documento para se referir, normalmente, à música religiosa. Designa a música que se centraliza em Deus, em temas bíblicos e cristãos. Na maioria dos casos, é música composta para ser utilizada nos cultos, nas reuniões de evangelismo ou na devoção pessoal, e pode ser música vocal e instrumental. No entanto, nem toda música considerada sacra ou religiosa, pode ser aceitável para um adventista do sétimo dia. A música sacra não deve evocar associações seculares ou sugerir a conformação com normas de pensamento ou comportamento da sociedade em geral”. (grifo nosso)

Comentário: Uma das frases encontradas neste último parágrafo tem grande significado e merece nossa especial atenção, embora não necessite de maiores comentários: “nem toda música considerada sacra ou religiosa, pode ser aceitável para um adventista do sétimo dia.” Podemos acrescentar aqui as palavras encontradas no final da página 2, no início do último parágrafo: “Fazer música adventista do sétimo dia requer a escolha do melhor.” Não basta que uma determinada música tenha um tema religioso ou mesmo que alguns a chamem de “sacra”; para estar à altura de poder ser apresentada diante de DEUS em Sua casa teve ser diferente, deve ser santificada.

2. Palavras da Divisão Sul Americana da IASD

Prosseguimos na página 3, no segundo parágrafo abaixo do subtítulo Orientações com Relação à Música para a Igreja Adventista do Sétimo Dia na América do Sul:

“A vida daqueles que aceitam essa responsabilidade deve ser tão consagrada como sua própria mensagem. Esse princípio se aplica, de maneira especial, àqueles que, através da música, têm a missão de conduzir a igreja de Deus na adoração, no louvor e na evangelização, uma vez que ‘a música só é aceitável a Deus quando o coração é consagrado e enternecido e santificado’. – Ellen White, Carta 198 – 1895. É preciso primeiro receber para depois oferecer. É preciso ter um compromisso pessoal com a mensagem, para depois poder transmiti-la. É preciso ter um encontro pessoal com Deus, para então, reconhecer Sua santidade, desenvolvendo assim uma adequada sensibilidade musical.

“Diante dessa realidade, aqueles que produzem, selecionam ou executam a música usada na igreja, necessitam de muita comunhão, sabedoria, orientação e apoio. Precisam ter a visão da grandeza do ministério que tem em suas mãos, bem como o máximo cuidado ao fazerem suas escolhas. ‘Não é suficiente conhecer os rudimentos do canto; porém, aliado ao conhecimento, deve haver tal ligação com o Céu que os anjos possam cantar através de nós.’ – Ellen White, Manuscrito 306, maio de 1874.

“Buscando o crescimento da área de música, de cada músico envolvido e da igreja como um todo, é que são apresentadas as orientações a seguir. Desta maneira, tem-se um complemento aos princípios apresentados pela Associação Geral, e devem direcionar a música dentro da Igreja Adventista na América do Sul. Sua aceitação vai proporcionar sábias escolhas, o cumprimento da missão e a conquista de melhores resultados.

“Tendo em vista identificar corretamente o papel da música e dos músicos adventistas, toda a atividade musical da igreja deverá ser chamada de Ministério da Música. Assim, os músicos adventistas passarão a ter uma visão clara de seu papel como ministros, e a igreja, uma visão distinta da música, seu objetivo e sua mensagem, como um ministério.” (Grifo nosso exceto a expressão “Ministério da Música” que está grifada também no original.)

Comentário:A partir de agora passaremos diretamente e de maneira resumida algumas recomendações específicas constantes na Filosofia Adventista do Sétimo Dia com Relação à Música, lembrando, no entanto, que não são os únicos pontos importantes e que o restante do documento deve ser cuidadosamente estudado por todos em seus lares.

II. Orientações Para a Igreja

Observação:As referências no início dos parágrafos destinam-se a facilitar a localização dos textos na lição do curso e correspondem ao texto original.

1. O Músico (Artigo I)

Falando a respeito do músico encontramos o seguinte, resumidamente:

Artigo I, parágrafo 1:“Deve cultivar uma vida devocional à altura de um cristão autêntico, baseada na prática regular da oração e da leitura da Bíblia.”

Artigo I, parágrafo 4:“Deve representar corretamente, em sua vida, os princípios da igreja e refletir a mensagem das músicas que apresenta, edita ou compõe.”

Artigo I, parágrafo 5:“Deve estar em harmonia com as normas da igreja, vivendo os princípios de mordomia cristã e sendo membro ativo de uma igreja local.”

Artigo I, parágrafo 6:“Precisa aplicar a arte, em todas as suas atividades, como um ministério. Não destaca sua imagem pessoal, mas sim a mensagem a ser transmitida.”

Artigo I, parágrafo 7:“Cuida de sua aparência pessoal, para que reflita o padrão de modéstia e decência apresentado pela Bíblia.”

Artigo I, parágrafo 9:“Evita tudo o que possa tirar a atenção da mensagem da música, como gesticulação excessiva e extravagante e orgulho na apresentação.”

Artigo I, parágrafo 11:“Evita o uso de tonalidades estridentes, distorções vocais ou instrumentais, bem como o estilo dos cantores populares.”

Comentário:Um músico ou cantor adventista (genericamente falando, tanto homens quanto mulheres) precisa ser um cristão autêntico, que viva plenamente os princípios da igreja, estude a Bíblia e o Espírito de Profecia sistematicamente, viva uma vida de oração, seja um mordomo fiel, e não se esqueça de que não é um artista, que não está se apresentando para se mostrar ou para causar admiração. Embora deva cuidar da aparência pessoal, pois está na santíssima presença de DEUS, não deve se vestir como se desejasse chamar a atenção ou de maneira imprópria para um cristão ou ainda para o lugar santo em que está. Sua pregação, uma vez que as músicas são mensagens, não consiste apenas daquilo que canta, mas também da sua maneira de agir, de viver e mesmo de se apresentar. Suas atividades musicais devem, portanto, estar livres de absolutamente tudo o que lembre o mundo ou os cantores populares, do contrário, não estará em condições de cantar na presença de DEUS.

2. A Música (Artigo II)

Falando a respeito da música propriamente dita, destacamos o seguinte:

Artigo II, parágrafo 3:“Deve harmonizar letra e melodia, sem combinar o sagrado com o profano.”

Artigo II, parágrafo 4:“Não segue tendências que abram a mente para pensamentos impuros, que levem a comportamentos pecaminosos ou que destruam a apreciação pelo que é santo e puro. ‘A música profana ou a que seja de natureza duvidosa ou questionável, nunca deve ser introduzida em nossos cultos’. – Manual da Igreja, pág. 72.” (grifo nosso)

Artigo II, parágrafo 5:“Não se deixa guiar apenas pelo gosto e experiência pessoal. Os hábitos e a cultura não são guias suficientes na escolha da música. ‘Tenho ouvido em algumas de nossas igrejas solos que eram de todo inadequados ao culto da casa do Senhor. As notas longamente puxadas e os sons peculiares, comuns no canto de óperas, não agradam aos anjos. Eles se deleitam em ouvir os simples cantos de louvor entoados em tom natural.’ – Ellen White, Manuscrito 91.”

Artigo II, parágrafo 6:“Não deve ser rebaixada a fim de obter conversões, mas deve elevar o pecador a Deus. (Ver Evangelismo, pág. 137.) Ellen White diz que ‘haveriam de ter lugar imediatamente antes da terminação da graça … gritos com tambores, música e dança. Os sentidos dos seres racionais ficarão tão confundidos que não se pode confiar neles quanto a decisões retas. E isto será chamado operação do Espírito Santo. O Espírito Santo nunca Se revela por tais métodos, em tal balbúrdia de ruído. Isto é uma invenção de Satanás para encobrir seus engenhosos métodos para anular o efeito da pura, sincera, elevadora, enobrecedora e santificante verdade para este tempo.’– Mensagens Escolhidas, vol. 2, pág. 36.” (grifo nosso)

Comentário:Os temas estudados durante este seminário dispensam maiores comentários sobre o assunto que acabou de ser mencionado. Apenas gostaríamos de observar que a citação do texto que se encontra no livro Mensagens Escolhidas, vol. 2, pág. 36, não foi incluída no texto da Filosofia Adventista do Sétimo Dia com Relação à Música por acaso. Cabe a nós decidirmos se daremos atenção ao alerta da pena inspirada ou se nos tornaremos, tragicamente, cumprimento de profecia.

3. A Letra (Artigo III)

Falando a respeito da letra, vejamos o que está escrito no Artigo III, parágrafos 1, 2 e 5:

Artigo III, parágrafo 1:“Deve ser de fácil compreensão e estar em harmonia com os ensinamentos da Bíblia.”

Artigo III, parágrafo 2:“Deve ter valor literário e teológico consistente. Não usa letras levianas, vagas e sentimentais, que apelem somente às emoções.”

Artigo III, parágrafo 5:“Deve evitar ser apresentada em outra língua, que não a nativa, para que possa ser compreendida e os ouvintes, edificados.”

Comentário:Existem letras sem conteúdo literário, que estão presentes em certas músicas quase que apenas para preencher espaço; outras letras trazem repetições desnecessárias e inúteis, que não valorizam a mensagem a ser transmitida. Algumas letras são sentimentais, tentam mexer com as emoções humanas e não trazem benefícios espirituais; outras ainda falam, falam, falam e, se não prestarmos muita atenção ou não usarmos a imaginação ficaremos sem saber de quem as mesmas estão falando. As letras de algumas músicas supostamente escritas para exaltar a DEUS aparentemente evitam mencioná-Lo.

Há ainda algumas letras que escondem erros doutrinários e teológicos, trazendo expressões que sugerem ideias contrárias ao que a Bíblia e o Espírito de Profecia ensinam. Letras com qualquer uma destas características nunca devem ser usadas na igreja.

Embora seja um problema raro, existe ainda a questão do idioma. Para alguns pode parecer sinal de cultura cantar em outro idioma, mas dificilmente isto trará algum benefício, muito pelo contrário. Cremos que as palavras do apóstolo Paulo dispensam comentários adicionais: I Coríntios 14:9, 11, 15 e 19: “Assim também vós, se com a língua não pronunciardes palavras bem inteligíveis, como se entenderá o que se diz? porque estareis como que falando ao ar. Se, pois, eu não souber o sentido da voz, serei estrangeiro para aquele que fala, e o que fala será estrangeiro para mim. Que fazer, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento; cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento. Todavia na igreja eu antes quero falar cinco palavras com o meu entendimento, para que possa também instruir os outros, do que dez mil palavras em língua.”

4. O Louvor Congregacional (Artigo IV)

Leiamos rapidamente algo sobre o louvor congregacional:

Artigo IV, parágrafo 1:“Deve ser mais valorizado, pois através dele toda a igreja é envolvida. ‘Nem sempre o canto deve ser feito por apenas alguns. Tanto quanto possível, permita-se que toda a congregação participe.’ – Testimonies, vol. 9, pág. 144.”

Artigo IV, parágrafo 4:“Sempre que possível, o ministro do louvor deve ocupar um lugar à plataforma, como um dos participantes no culto de adoração.”

Artigo IV, parágrafo 5:“Devem ser estimulados grupos musicais que envolvam uma boa quantidade de pessoas. ‘Raras vezes deve o cântico ser entoado por uns poucos.’ – Conselhos Sobre Saúde, pág. 481.”

Artigo IV, parágrafo 6:“Deve haver um cuidado especial para não utilizar músicas que apenas agradem os sentidos, tenham ligação com o carismatismo, ou tenham predominância de ritmo.”

5. A Educação Musical (Artigo VII)

Passemos diretamente para o assunto: Educação Musical:

Artigo VII, parágrafo 1:“Deve ser considerada a possibilidade de apoiar as crianças em seu treinamento musical a fim de preparar futuros músicos que possam servir à igreja. Este apoio poderá ser dado através de professores de música da própria igreja ou patrocinar aulas de música para algum interessado.”

Artigo VII, parágrafo 2:“A música deve ser valorizada e bem trabalhada nos lares cristãos. A instrução e a formação de um saudável gosto musical devem começar cedo na vida das crianças. Os pais precisam conversar com os filhos, orientá-los e ser um modelo positivo para eles, escolhendo com sabedoria a música que será utilizada em casa.”

Comentário:É um grave erro achar que qualquer “musiquinha” serve para as crianças. Hoje em dia não é difícil encontrar, mesmo em nosso meio, crianças ouvindo e cantando músicas, teoricamente feitas para elas, que não passam de frevo, forró, marchinha de carnaval, ou outro estilo popular qualquer disfarçado com um rótulo religioso. Alguns podem até pensar que não tem importância, que são apenas crianças… É o mesmo erro que cometem os pais que, quando as filhas são pequenas, acham que ficam bonitinhas usando mini-saias, e quando elas crescem não sabem o que fazer para que elas parem de usá-las.

As crianças que hoje são embaladas em sua infância com músicas populares religiosas, no futuro serão “crentes” de uma espécie que é melhor nem pensar. Analisem como as coisas pioram mais e mais a cada década, não só no mundo, mas até mesmo dentro da igreja, e vocês entenderão que muita coisa abominável pode ainda se manifestar se não tomarmos cuidado.

Os bons costumes devem começar em casa e permanecem por toda a vida. Muitos pais gastam com o luxo, mas não gastam com aulas de música para os filhos; gastam trocando de carro quando não há necessidade, apenas para manter o patrimônio valorizado, mas não gastam comprando um instrumento musical para o lar; gastam somas consideráveis com guloseimas nem sempre saudáveis apenas para satisfazer o apetite, mas não estão muito dispostos a gastar com boas músicas que alimentem a vida espiritual da família.

Apenas para efeito de comparação: Algumas pizzas chegam a custar mais caro que um CD e duram menos, mas é muito mais fácil se comprar uma pizza por semana do que um bom CD por mês. É mais fácil ainda alugar duas fitas de vídeo ou DVDs por semana numa locadora qualquer do que comprar uma coleção de fitas de vídeo da igreja por semestre ou mesmo por ano.

Não podemos deixar de notar ainda os resultados do comportamento de alguns irmãos evangélicos os quais nem televisão em casa têm, mas na maioria das suas famílias tem alguém que toca algum tipo de instrumento musical. Vocês já ouviram falar de algo assim? Como são esses jovens quando se tornam adultos? Será que muitos deles deixam suas igrejas e vão para o mundo facilmente? E nós, o que queremos para os nossos filhos? Queremos que sejam bons cristãos?

Há que se enfatizar ainda o valor do exemplo dos pais. É mais fácil o filho de um construtor segurar com gosto uma colher de pedreiro do que ver o filho de alguém que não se interessa por música se tornar um bom pianista. Será igualmente difícil um garoto ir para uma aula de canto ou teclado enquanto o pai está indo jogar bola. É preciso envolvimento, é preciso comprometimento, é preciso dar o exemplo, é preciso dar valor ao que pode ter grande significado na vida futura dos nossos filhos.

Na grande maioria das vezes a falta de força de vontade que muitos pais encontram em seus filhos não passa de um reflexo de si mesmos, da própria falta de empenho em dar bons exemplos práticos, que não se baseiem apenas no “faça o que eu mando, mas não faça o que eu faço”. Dificilmente os filhos serão melhores que os pais; a tendência natural é serem piores. Muitos pais estão tentando mandar os filhos para o Céu, mas não estão tendo competência para conduzi-los e, cedo ou tarde, os resultados desse fracasso anunciado vão aparecer.

6. A Administração da Música na Igreja (Artigo VIII)

Consideraremos a seguir alguma coisa sobre a administração da música na igreja:

Artigo VIII, parágrafo 1:“Cada igreja deve ter sua comissão de música devidamente organizada e mantendo reuniões regulares. A administração do Ministério da Música não deve estar nas mãos de apenas uma pessoa.”

Artigo VIII, parágrafo 2:“Devem ser realizadas palestras, sermões, seminários ou festivais de louvor envolvendo cantores ou grupos e fortalecendo o envolvimento com a igreja e seus princípios musicais.”

Artigo VIII, parágrafo 3:“A liderança da igreja deve encorajar os membros a desenvolverem seus talentos musicais, estabelecendo um coral, quarteto, grupo musical, orquestra ou fortalecendo um talento individual.”

Artigo VIII, parágrafo 4:“A igreja deve, dentro do possível, procurar adquirir algum instrumento musical próprio para fortalecer o louvor e a formação musical.”

Artigo VIII, parágrafo 5:“A direção do Ministério da Música deve organizar e providenciar música especial e um responsável pelo louvor congregacional para todos os cultos da igreja.”

Comentário:Como todos puderam notar, a realização deste seminário não é outra coisa senão o cumprimento de uma das recomendações da Filosofia Adventista do Sétimo Dia com Relação à Música (Artigo VIII, parágrafo 2).

Logo mais falaremos com mais detalhes a respeito da Comissão de Música, citada no parágrafo 1, que acabamos de ler.

7. A Música no Evangelismo (Artigo IX)

Passemos para o item: A Música no Evangelismo:

Artigo IX, parágrafo 2:“Grupos musicais e cantores devem buscar maneiras de atuar diretamente, e de forma sistemática, nas campanhas missionárias e evangelísticas da igreja, ou desenvolver seus próprios projetos para cumprir a missão.” (grifo nosso)

Comentário:A ideia de que só cantar já é trabalho missionário suficiente é errônea. Embora o canto evangelize, alguns chegam a achar que só porque cantam nas igrejas já fazem trabalho missionário o bastante, e não precisam se empenhar em qualquer outra atividade evangelística. Isso pode ser desde um simples engano inocente, motivado pela inexperiência, a desculpa de preguiçoso.

A experiência da igreja ao longo dos anos comprova que os músicas e cantores que não apreciam se envolver em qualquer evangelismo sistemático (estudos bíblicos, pequenos grupos, conferências, etc.) geralmente tornam-se cristãos superficiais e correm o risco de, mais cedo ou mais tarde, acabarem “dando trabalho” para a igreja de alguma forma. “Todo verdadeiro discípulo nasce no reino de DEUS como missionário”. – Serviço Cristão, pág. 9. Quem não acredita ou não aceita este fato não é um verdadeiro discípulo nascido no reino de DEUS. O artigo IX, parágrafo 2, da Filosofia Adventista do Sétimo Dia com Relação à Música, já citado anteriormente, visa corrigir esse equívoco.

É muito importante o envolvimento de todos os músicos e cantores com os diferentes ramos de atividades missionárias (visitas a interessados e a membros da igreja ausentes ou enfermos, atendimento a pequenos grupos, musicais ao ar livre ou em praças públicas, apresentações em creches, asilos, hospitais e presídios, etc.). Os cantores missionários estão entre os maiores ganhadores de almas que existem.

Eles devem ser ainda incentivados a desenvolver seus próprios projetos missionários especiais. Muitas almas podem ser ganhas em pequenos grupos dirigidos por um trio ou um quarteto, uma série de conferências organizada e dirigida por um coral, na qual, além das pregações e músicas, os próprios coristas cuidam da recepção, distribuição de convites, etc. E o que dizer de uma série de estudos bíblicos ministrada por dois ou três solistas?

Os músicos e cantores têm um tremendo potencial que pouquíssimos deles conhecem. Aqueles que se envolverem de coração nalgum trabalho destes não vão querer parar mais. As bênçãos levadas e recebidas, a satisfação experimentada e até os benefícios trazidos para a própria vida espiritual são imensos e só quem já experimentou sabe o que significam.

Existe ainda um outro fator especialmente importante: todo cantor ou grupo musical precisa cantar o máximo possível. Quanto mais se canta um determinado hino, melhor fica a apresentação. Mas, não dá para repetir continuamente os mesmo hinos nas programações da igreja. É aí que surgem dois problemas em potencial: ou os cantores começam a sair mais e mais para cantar fora (desfalcando, por vezes a igreja local) ou acabam deixando bons hinos “na gaveta” parando de cantá-los. Não podemos negar que não é muito interessante passar um bom tempo ensaiando um hino para depois de um certo tempo parar de cantá-lo, nem é agradável ver os mesmos hinos sendo repetido inúmeras vezes na igreja, tampouco é proveitoso, tanto para a igreja quanto para a vida espiritual dos cantores (e as experiências da vida comprovam isso), sair freqüentemente apenas para cantar em outras igrejas.

A resposta para isto está no trabalho missionário. Aqueles que fazem trabalho missionário constantemente não param de conseguir novos lugares para cantar e cantar muito. E as bençãos… só sabe como são quem já experimentou!

8. Lembrete Importante:

Muitos dos itens constantes na Filosofia Adventista do Sétimo Dia com Relação à Música foram abordados muito superficialmente, outros assuntos já haviam sido estudados durante as outras programações e alguns deles não foram lidos devido às necessidades impostas pelo tempo. Procuramos, no entanto, passar pela maioria dos assuntos imediatamente necessários, incluindo os texto que respondem às perguntas da nossa lição de hoje.

Não devemos nos esquecer, porém, que estes assuntos não devem ser esquecidos a partir de hoje, do final deste Primeiro Seminário Sobre Princípios de Música Sacra. Continuem o estudo em casa, com a família, leiam o texto completo da Filosofia Adventista do Sétimo Dia com relação à Música e relembrem os outros assuntos aqui tratados através das lições que ficaram com vocês.

Conclusão:

Façamos ainda alguma considerações antes de preenchermos a nossa lição e passarmos para as etapas seguintes da nossa programação de hoje. O texto a seguir está na página 7 da nossa lição, sob o título Conclusões:

“Vivemos um momento difícil em que cada vez mais as pessoas e as sociedades expressam sentimentos religiosos sem uma clara orientação cristã e bíblica. A música tornou-se uma questão fundamental que requer discernimento e decisão espirituais. Conseqüentemente, devemos fazer estas importantes perguntas enquanto buscamos fazer boas escolhas musicais:

  1. “A música que estamos ouvindo ou apresentando tem consistência moral e teológica tanto na letra como na melodia?
  2. “Qual a intenção que está por trás da música? Ela transmite uma mensagem positiva ou negativa? Glorifica a Deus (I Coríntios 10:31) e oferece o que é mais nobre e melhor (Filipenses 4:8)?
  3. “O propósito da música está sendo transmitido com eficácia? O músico está promovendo uma atmosfera de reverência? A letra e a música dizem a mesma coisa?
  4. “Estamos buscando a orientação do Espírito Santo na escolha da música religiosa e secular?

“O conselho de Paulo é claro: ‘Cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento.’ (I Coríntios 14:15). Não há dúvida de que a música é uma expressão artística, que toca os sentimentos. Isto nos leva a avaliar, escolher e produzir a música de maneira racional, tendo em vista o seu poder, e buscando cumprir o propósito de Deus para a edificação da igreja e a salvação do mundo.

“Não podemos esquecer que ‘A música é de origem celestial. Há grande poder na música. Foi a música dos anjos que fez vibrar o coração dos pastores nas planícies de Belém e envolveu o mundo todo. É através da música que os nossos louvores se erguem Àquele que é a personificação da pureza e harmonia. É com música e cânticos de vitória que os redimidos finalmente tomarão posse da recompensa imortal.’ – Mensagens Escolhidas, vol. 3, pág. 335.”

Passaremos agora para o preenchimento da nossa lição de hoje.

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A parte seguinte da programação deve ser a apresentação à igreja dos integrantes da nova Comissão de Música acompanhada de uma breve explicação das responsabilidades de cada um. É importante falar também a respeito das responsabilidades da própria Comissão de Música.

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Em seguida deve ser lido o voto da comissão da igreja, ou seja as Normas da Igreja Local com Relação à Música, as quais deverão ser submetidas à aprovação da igreja logo em seguida.

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Mensagem para o encerramento do programa:

Este primeiro Seminário Sobre Princípios de Música Sacra não será o último. Pela graça de DEUS, nos próximos meses, o mais tardar em um ano, outro seminário estará sendo realizado, no qual outros assuntos de grande importância estarão sendo apresentados à igreja. Não adiantaria apresentar todos os assuntos de um só vez, pois, por serem muitos, não seriam devidamente absorvidos e muito menos postos em prática. O projeto existente prevê ao menos mais dois grandes seminários, os quais apresentarão temas tão importantes quanto os que foram apresentados neste e complementarão os principais conhecimentos que precisamos ter com relação à música sacra.