Música Rock e seu Impacto na Vida Cristã

Rock, Revolução e Satanismo – Parte I

por: Orlando Fedeli

Música : Símbolos, Ideias e Moralidade

Para confirmar o que dissemos – que a música transmite ideias – queremos citar um especialista bem conhecido, o maestro Koelreutter, que em comentário feito sobre a “Chacone” de Bach, na Rádio Cultura Fm de São Paulo, em agosto de 1993, declarou: “A música transmite manifestações espirituais. A música é uma linguagem e, como linguagem ela é um meio de transmissão. Ela transmite alguma coisa: uma mensagem, uma informação, e assim por diante. Eu diria então que a música é uma linguagem que entre outras coisas, é capaz de transmitir manifestações espirituais.”

Toda arte utiliza símbolos para exprimir ideias. A música é uma arte e exprime ideias através de símbolos sonoros.

Ora, todo símbolo, embora objetivo, é ambíguo. A serpente é símbolo do demônio, mas foi também símbolo de Cristo quando Moisés ergueu sua imagem de serpente de bronze num madeiro para curar os judeus picados por cobras no deserto. Ela é símbolo de astúcia maligna e de prudência santa. (“Sede mansos como as pombas e prudentes como as serpentes” – Mateus 10:16). A pomba é símbolo de mansidão e também de estultícia, diz a Escritura (Oséias 7:11).

Se as coisas criadas contém símbolos ambíguos, a própria palavra, embora deva ser objetiva, também pode ser deturpada em seu significado. Por isso, embora a literatura seja a arte mais objetiva, quantas interpretações diversas são dadas aos mais claros textos! Os símbolos sonoros ou musicais são os mais ambíguos e menos claros de todos. A música é, pois, a mais subjetiva das artes. Daí o romantismo subjetivista considerar que a música era arte mais romantizável.

Por outro lado, a música pode ser considerada, ao mesmo tempo, a arte mais elevada e a mais baixa. A mais elevada, porque ela consegue criar estados de alma que a própria palavra tem dificuldade de expressar. A música é a arte que mais se acerca do inefável, isto é, de Deus.

Entretanto, apesar de atingir os cumes do inefável, a música é também a arte mais baixa, no sentido em que ela atinge mesmo os que não têm cultura (os selvagens), mesmo os que ainda não têm o uso da razão (os bebês são acalentados e se acalmam com canções de ninar), mesmo os que perderam o uso da razão (consta que os loucos se acalmam ao ouvir música clássica). Consta ainda que até mesmo os animais são influenciados pela música. É ela a única arte que pode atingi-los, porque o ritmo e os sons melodiosos (proporcionados) repercutem favoravelmente no sistema nervoso deles. [Lemos algures que foram feitas experiências com vacas em estábulos. Quando se tocava Vivaldi elas davam mais leite. Quando se tocava Rock “escondiam o leite”. Tivemos notícia também que o Rock deixava furiosos os tubarões vivendo em grandes aquários e que a música clássica os acalmava. O mesmo teria sido verificado com os loucos. E um sacerdote nos contou que ao tocarem Rock para selvagens africanos, eles perguntaram porque se estavam chamando os maus espíritos…]

Se a música cria estados de alma, e ela é a mais ambígua das artes, é lógico e natural que os seus autores tenham procurado tornar mais objetivo o que queriam dizer por meio dela, colocando letras em suas canções. Uma das funções da letra numa canção é esta: fixar de modo mais claro e objetivo o que os ambíguos símbolos musicais insinuaram. Daí a essencial importância da letra para se entender objetivamente uma canção. Quando alguém afirma – como no caso do Rock – que aprecia uma canção mas que não dá importância a letra, até mesmo porque não a entende, a pessoa não fica eximida dos efeitos das ideias expressas pela letra da canção, porque a melodia diz vagamente o que a letra expressa. Do mesmo modo, quem toma um veneno, embora não conheça ou não entenda a sua fórmula, morre do mesmo jeito. Morre sem ter compreendido, mas morre. Quem recusa conhecer os efeitos danosos que a droga produz no cérebro, e a toma, sofre do mesmo modo os efeitos danosos da droga ingerida. Assim também quem escuta o Rock apenas pela “melodia” ou pelo ritmo, acaba tendo sua mentalidade transformada, e, sem ter entendido ou aprovado as letras das canções de Rock, acaba tendo exatamente as ideias que elas expressam, de tal modo os símbolos musicais falam e ensinam o mesmo que dizem as letras das canções. Uma canção triste tem que ter uma letra triste. Uma canção militar tem que ter letra heróica. Por isso uma música rebelde tornará o jovem rebelde, ainda que ele não compreenda que a letra da canção mande que ele se revolte contra os pais, professores e autoridades.

Uma música diabólica tornará o ouvinte que a escuta com prazer, satânico. Ainda que ele não entenda que a letra mande adorar o diabo, ele blasfemará contra Deus, na primeira oportunidade que lhe ocorrer.

Consideremos outro aspecto da questão. O liberalismo subjetivista dominante no mundo de hoje não acredita que haja beleza objetiva. Tudo é questão de gosto pessoal. “Belo é aquilo que eu acho belo”, dizem todos. Esse pensamento decorre do subjetivismo liberal face à verdade.

Para o liberalismo subjetivista não existe verdade nem bem objetivos. O que vale é a opinião de cada sujeito, não o conceito certo e objetivo do que as coisas são. Daí, o liberalismo ter criado o reino do “eu acho”. Hoje, cada um acha “que algo é certo ou errado, bom ou mau, justo ou injusto. No século XX – como nos hospícios – cada um é livre de pensar o que quiser de si, dos outros e de tudo. Pode achar que é Napoleão, que o sol é escuro, que o fogo não queima, que a verdade não existe, ou que o Rock é belo.

Conseqüentemente, para o liberalismo não existe beleza objetiva, o que vale é gosto pessoal. As coisas então não seriam objetivamente belas. O belo dependeria do gosto de cada um e, por isso, algo poderia ser, ao mesmo tempo, belo e feio. É belo para um, é feio para outro.

Evidentemente essas loucuras contrariam tudo o que a filosofia e o bom senso afirmam. Contrariam mesmo os princípios fundamentais do pensamento humano: o princípio de identidade (o ser é o que é); e o princípio de não contradição (uma coisa não pode ser e não ser, ao mesmo tempo, sob o mesmo aspecto). Se algo é belo, então não é feio.

Foram os gregos os primeiros a demonstrar que a beleza material é matemática, pois depende de medidas proporcionais. Uma coisa é materialmente bela quando suas várias medidas formam uma proporção a/b=c/d.

E uma proporção não depende de opinião de ninguém. Ou é certa, ou é errada. Ou é proporção, ou não é. Por isso, ou uma coisa é bela (tem proporções) ou não é, independentemente do gosto que se tenha por ela. Quem gosta de algo desproporcionado, tem mau gosto. E o mau gosto não gera beleza.

Mais tarde, os grandes filósofos escolásticos explicitaram o que é a beleza em si mesma.

“Beleza é o resplendor da forma sobre as partes proporcionadas e determinadas da matéria”. (Santo Alberto Magno)

“Beleza é o bem claramente conhecido”. (São Tomas de Aquino)

Beleza é o esplendor da verdade, diziam os medievais. “Splendor veritatis, pulchitudo“.

A música tem por fim – como todas as artes – levar o homem a compreender uma verdade e amar o bem que esta verdade afirma. Desse modo a música – como toda a arte – transmite ideias e faz amar algo.

A música transmite ideias por três modos:

a) pelos seus símbolos sonoros;

b) pelos estados de espírito que suscita, os quais gerarão ideias;

c) pelas letras colocadas nas canções para exprimir mais objetiva e claramente o que os sons simbolizam.

É esta capacidade de transmitir ideias que levou todos os movimentos históricos a se exprimirem com músicas. A Revolução Francesa, por exemplo, exprimiu seus ideais na “Marselhesa”.

Não se venha dizer que isto que afirmamos é pura teoria. São os próprios líderes do Rock que confessam isto mesmo.

Vejam-se alguns testemunhos.

A famosa – e autorizada no tema – revista Rolling Stones afirmou:

“Compreendemos que a música era a cola que grudava uma geração e que através da música comunicavam-se ideias sobre relações, sobre valores sociais, ética política e a maneira com queríamos conduzir nossas vidas”. (O Estado de S. Paulo, Caderno 2, ano VII, no. 1940 1-VI-92 – o sublinhado é nosso).

E Mick Jagger, líder dos Rolling Stones declarou:

Nós trabalhamos sempre para dirigir o pensamento e a vontade das pessoas, e a maior parte dos outros grupos faz outro tanto”. (Apud Pe Jean Paul Regimbal e outros – Le Rock’n Roll viol de conscience par les messages subliminaux – Editions St. Raphael Sherbrooke, Quebec 1983, pág. 18 – o sublinhado é nosso)

E os Beatles disseram:

“Nossa música é capaz de causar uma instabilidade emocional, um comportamento patológico, até mesmo a revolta e a revolução”.

E Jimmy Hendrix, famoso roqueiro que morreu por efeito das drogas, asseverou que a música Rock tem um efeito ainda mais profundo:

“É possível hipnotizar as pessoas através da música; e, quando se atinge as pessoas no ponto mais fraco, podemos pregar ao seu subconsciente tudo o que queremos dizer…” (Apud Luc Adrian – Hard Rock, la danza del diablo – Revista Jesus Cristus – No. 26 março/abril 1993 – pág. 8)

E Graham Nash, por sua vez, confirma o que dissemos com as seguintes palavras:

“A música pop é um meio de comunicação que condiciona o pensamento das pessoas que a ouvem. Eu creio também que os músicos, por meio desta música, gozam de uma vantagem fantástica. Nós podemos dirigir o mundo… temos à nossa disposição o poder necessário”. (Apud Pe. J. P. Regimbal, op. cit., pág. 18)

Além de comunicar ideias, a música, ao criar estados de espírito nos ouvintes, inclina-os a agir de certo modo. Por isso há músicas que, dando ânimo, incitam a pessoa que as ouve a lutar contra as más tendências existentes em todo homem. Outras há, porém, que criam estados de espírito tendentes ao vício. Que haja sons e músicas sensuais é tão real quanto que existam sons e músicas que suscitam alegria ou terror.

Por isso também, a música pode levar a vício e pecados ou então encaminhar para a virtude.

A música realmente bela deve encaminhar para o bem e para a virtude. Como poderia ser de outro modo, se a beleza é o bem claramente conhecido? Como poderia ser diferente, se em Deus, Verdade e Beleza são a mesma coisa?

Com razão pois, Platão dizia que a criança educada a amar boa música tenderia a praticar as virtudes, porque a beleza e a virtude são como duas irmãs que se estimam e que gostam de estar juntas.

Um dos maiores pecados do Romantismo foi o de recusar aceitar a existência da verdade objetiva e querer uma arte que apenas agradasse. Ele separou a beleza da verdade, assim como aceitou a separação da beleza e da moral feita pelo Renascimento. Para o romântico só é belo o que agrada. Só o que agrada é belo. Sem relação desse agrado com o bem e com a verdade.

Ora, aquilo que simplesmente agrada, divorciado da verdade e do bem, é o pecado. Todo vício agrada. O que o torna o vício é ser contra a razão e contra o bem da virtude.

O romantismo, buscando apenas o agradável, se constitui num pecado.

Educados pelo liberalismo e pelo romantismo a só buscarem o agradável, os homens do século XX passaram do agradável puramente sentimental, ao agradável sensual, para enfim mergulharem aberta e confessadamente no sexualismo, e, deste, na frustração, no tédio, no mistério, no horror e no satanismo.

Também o Rock seguiu esse caminho do sentimentalismo ao sexualismo até o satanismo. Com efeito, as primeiras canções em ritmo de Rock eram sentimentais. Depois, chegaram à adoração do diabo.

Que o Rock além de infundir ideias excita ao pecado é fato reconhecido do modo mais aberto e escandaloso por seu líderes mais cotados.

O empresário dos Rolling Stones declara com cinismo:

“A música pop é sexo; aos adolescentes, é preciso encher-lhes a cara com sexo”. (Apud Walter Matt, op. cit., pág. 15)

E Sara Davidson confessa: “A sexualidade, eis o fundo da língua e da gíria do Rock”. ( idem, op. cit. pág. 16)

E Mick Jagger: “A música Rock é o sexo e é necessário assestá-lo à ilharga dos jovens. Meu auditório, eu consigo seduzi-lo, exatamente como um artista de strip-tease”. (Apud Mons. R. Williamson – rev. Semper, no. 2, pág.23)

E Alice Cooper: “Meu público quer ser tratado por mim como um criminoso sexual trata sua vítima… A relação entre eu e meus ouvintes é altamente sexual. Dominar um público desta maneira é uma experiência poderosa e satisfatória”.

De fato, o que se vê nos festivais e concertos de Rock é um espetáculo orgiástico, com atos sexuais e libidinosos, nudismo, frenesi, taras, tudo explícita e cinicamente praticado em público.

As letras das canções de Rock são cinicamente pornográficas. Nelas se encontram palavrões brutais, imagens obscenas, incitamento ao pecado. As canções do conjunto Guns n’Roses e as de Jimmy Hendrix, só para citar exemplos, estão cheias dessa sordidez.

Não só se excita ao sexo, mas se prega descaradamente o uso de tóxicos. É sabido que grande número de artistas de Rock é viciado em drogas, e que bom número deles morreu por seus efeitos. É escandaloso verificar que nenhuma campanha anti-tóxico acusa os cantores de Rock e esse ritmo de propagadores do vício e de fornecedores de vítimas para o tráfico de entorpecentes.

Tome-se por exemplo a canção “Mr. Brownstone” do Guns n’Roses. (Mr. Brownstone é o codi-nome da droga heroína no jargão roqueiro. É exatamente isto que é explicado em nota ao pé da página pela revista Letras Traduzidas Guns n’Roses em álbum especial pela Abril S. Paulo, março 1991, Ano 7 no. 2 – pág. 15)

Nessa canção “Mr Brownstone”(Senhor Heroína) se lêem os seguintes versos:

"Temos dançado com Mr. Brownstone (heroína)…
…Eu costumava usar um pouco,
mas um pouco não era bastante,
então o pouco virou mais, e mais”

E na canção My Michelle dos mesmos Guns n’Roses se pode ler:

“Seu papai trabalha na indústria pornô
agora que a mamãezinha não está por perto
ela costumava amar sua heroína
mas agora ela está embaixo da terra
então você fica fora de casa até tarde da noite
e consegue sua coca de graça”.
(Revista citada da Abril Cultural, pág. 24)

Na canção “New York City“, o líder dos Beatles, John Lenon, diz para os Jovens:

“Parados na esquina
Somente eu e Yoko Ono
Esperávamos Jerry chegar
Apareceu um homem com uma guitarra na mão
Cantando: “fume Marijuana se puder”
“Seu nome era David Peel
E nós achamos que ele era real
Ele cantou: “O papa transa drogas todos os dias”

É bem conhecido que a canção “Bridge over trouble water” cantada por Elvis Presley fazia referência ao uso de drogas falando da “silver girl” (garota de prata), expressão que foi anexada ao jargão roqueiro para designar a agulha hipodérmica usada para injetar cocaína na veia.

Os Rolling Stones chamam a cocaína de Brown Sugar, falam ainda de “Sister Morphine” e do “Cousin Cocain”. A seringa para drogar-se é chamada de “Silver Lady”.

(Apud Pe Jean Paul Regimbal – Le Rock’n Roll viol de conscience par les messages subliminaux – Editions St. Raphael Sherbrooke, Quebec 1983, pág. 7)

Não há dúvida pois que o Rock é uma das causas responsáveis pela atual degeneração da juventude em todo o mundo.

“Ninguém pode dizer que a influência do Rock’n Roll foi sadia e positiva! Ele é como um tocador de flauta mágica encantada, pervertido, conduzindo toda uma geração à sua auto destruição” (Pat Boonem , The roots of Rock’n Roll)

O Rock’n Roll portanto difunde ideias, suscita comportamentos imorais e prega a rebelião. Por isso ele se constitui numa verdadeira ação revolucionária que alcançou um efeito mais profundo do que o de qualquer ideologia totalitária, do nazismo ao comunismo.

“Eu me sinto espiritualizado em cena. Tomai-nos por políticos do erotismo. Interesso-me por tudo o que tinha a ver com a revolta, a desordem, o caos, sobretudo a atividade que não possui qualquer sentido”. (Jim Morrison, cantor e líder roqueiro encontrado morto em sua banheira, provavelmente por overdose”).


Fonte: https://www.montfort.org.br


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