A Cultura da Música Cristã Contemporânea

por: C. H. Fisher

Da mesma forma que no mundo secular há várias sub-culturas, hoje, desenvolvendo-se na sociedade religiosa existe uma nova sub-cultura, a aberrante Cultura da Música Cristã. Ela se desenvolveu imitando o padrão satânico da indústria de entretenimento secular, ao qual ela busca igualar-se. A música secular e a indústria de entretenimento também têm sub-culturas que seguem as regras da sociedade, e parece que grande parte da cultura da Música Cristã Contemporânea (MCC) desenvolveu a mesma tendência.

Este fato é sem precedentes nos tempos modernos, uma vez que a música sempre foi vista como um braço da Igreja, sob sua autoridade e direção. Hoje, porém, ela se desenvolveu numa cultura autônoma de pessoas, as quais resistem audaciosamente a qualquer tentativa da liderança da Igreja de questionar seu estilo de vida ou monitorar seus métodos e estilos. Embora os níveis de liderança ainda estejam sob a proteção da regulação e aprovação da Igreja, a aberrante Cultura da Música Cristã é comandada por pessoas seculares, operando num formato frouxo, liberal, onde o pecado e o erro são aceitos, desde que um rótulo de “Cristão” seja afixado frouxamente sobre ela.

A Igreja acredita ser um organismo vital sem divisão como as escrituras claramente descrevem. Or-ga-nis-mo (organ+ismo) sm. 1- Qualquer indivíduo animal ou planta que tem órgãos e partes diversas que funcionam juntas como um todo para manter a vida e suas atividades. 2- Qualquer coisa semelhante a um ser vivo em sua estrutura de complexidade ou funções.

Podemos ver o retrato da Igreja como um organismo nestas passagens:

(I Coríntios 12:12 NTLH) “Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, constituem um só corpo, assim também com respeito a Cristo”

(Efésios 4: 15-16 NTLH) “Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor”.

Embora haja muitas divisões hoje por causa de organizações religiosas e doutrinas insignificantes, as coisas fundamentais com as quais todos os cristãos concordam nos tornam cristãos únicos. Não somos ecumênicos, o Corpo de Cristo, mas estamos unidos na liderança fundamental de Cristo, na justiça do estilo de vida cristão e em outras doutrinas vitais e leis da Bíblia.

(1 Coríntios 1:10 NTLH) “Rogo-vos, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma coisa e que não haja entre vós divisões; antes, sejais inteiramente unidos, na mesma disposição mental e no mesmo parecer”.

(Romanos 16:17-18 NTLH) “Rogo-vos, irmãos, que noteis bem aqueles que provocam divisões e escândalos, em desacordo com a doutrina que aprendestes; afastai-vos deles, porque esses tais não servem a Cristo, nosso Senhor, e sim a seu próprio ventre; e, com suaves palavras e lisonjas, enganam o coração dos incautos”.

(Judas 1:17-19) “Vós, porém, amados, lembrai-vos das palavras anteriormente proferidas pelos apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo, os quais vos diziam: No último tempo, haverá escarnecedores, andando segundo as suas ímpias paixões. São estes os que promovem divisões, sensuais, que não têm o Espírito”.

Há um espírito dissidente no cristianismo que leva as pessoas a irem contra as crenças ortodoxas da igreja e a estabelecerem suas próprias organizações autônomas onde não respondem a ninguém. Isso tem permeado a cultura da MCC. Como resultado, por causa de sua natureza exclusivista, eles não conseguem traçar uma linha constante que se estenda até o cristianismo primitivo. De fato, não existe um músico “cristão” moderno que seja reconhecido por sua espiritualidade. Alguns defensores da MCC têm tentado corrigir isto combinando, insidiosamente, suas ideias no clássico de Oswald Chambers, “My Utmost for His Highest” (Meu Máximo pelo Seu Mais Alto). O resultado vulgar e diluído foi então vendido em livrarias religiosas,  como se fosse algo que valesse a pena.

D.C. Talk aparentemente tentou se identificar com os mártires cristãos num livro sobre os que são conhecidos como Jesus Freaks (As Aberrações de Jesus), um ato que eu acho, em minha opinião, desprezível, e totalmente carente de integridade. Acredito que o termo “Jesus Freaks” é pejorativo, e é exatamente assim que Satanás poderia rotular de um verdadeiro cristão. Ninguém no reino de Deus é uma aberração; os espetáculos circenses  estão aí fora, no sistema mundano.

Também encontramos na cultura da MCC uma tentativa de encobrir suas pegadas com versos das Escrituras, e por assumirem posturas acerca de assuntos populares dentro da comunidade cristã. Outros organizam estudos bíblicos e divulgam livros espirituais que supostamente leram como marca de sua espiritualidade. Depois pegam a estrada para um concerto onde imitam os símbolos, os maneirismos e o espírito da cultura de música secular satânica, cobrando quase U$100,00 para uma família de quatro pessoas possa assistir e receber a “ministração”.

O efeito que isto exercerá sobre a próxima geração de jovens cristãos será catastrófico. Os jovens que se arriscam na MCC hoje podem trazer consigo suas Bíblias e ser ensinados inadvertidamente sobre como limpar suas consciências e defender sua indulgência ao satanismo com passagens tiradas do contexto, da mesma maneira como os grandes homens fazem na televisão. Embora não existam passagens que possam ser apropriadamente usadas para defender a adoção que a MCC faz daquilo que é demoníaco, isto dá a aparência de uma defesa e isso é tudo o que alguns deles precisam para aceitá-la.

Das formas de música “cristã” ruim, o death metal “cristão” é o mais vil. Os defensores dessa música aberrante fingem até mesmo servir a Deus e a adorar a Cristo. Ouvindo-lhes a explicação de porque eles acham que a música death metal “cristã” é de Deus é semelhante a assistir a um mendigo sentado na sarjeta sorrir enquanto diz “Quem está sujo, eu? Você só pode estar brincando!” Eles carregam uma Bíblia, mas isto é como um homem sujo que leva aonde vai uma barra de sabão para provar que está limpo. Quando é desafiado, ele apresenta o sabão, inclusive passa um pouco dele pelo corpo, espirram um pouco de perfume aqui e ali, declarando que o caso contra ele não se sustenta. Para apoiar suas justificativas, carregam consigo algumas pessoas na mesma condição, as quais se apressam a vir em seu apoio.

O poder de engano dessas pessoas está em criar uma forte ilusão. I-lu-são: 1. Ilusão ou ser iludido; 2. Uma crença falsa ou opinião falsa; 3. Psiquiatria: manutenção persistente e falsa de uma crença apesar de evidências contrárias – I-lu-só-rio adj. – ilusão implica crer em algo que é contrário a um fato ou realidade, resultando num engano, num conceito errado ou em uma desordem mental [ter ilusões de grandeza]; ilusão sugere falsas percepções ou interpretações de alguma coisa que tem o objetivo existencial [um desenho em perspectiva dá a impressão de profundidade]; alucinação implica em percepção aparente, ou em desordem nervosa ou mental, de coisas externas que não estão de fato presente; miragem se refere a uma ilusão de ótica causada por condições atmosféricas e, em uso figurado, significa uma esperança ou aspiração não realizável.

A ilusão sob a qual operam os defensores do rock “cristão” é que eles imaginam – e em alguns casos, de fato acreditam – que aquilo que fazem é cristianismo genuíno. Isto ocorre porque eles não possuem nenhum parâmetro dentro de sua cultura pelo qual possam julgar sua experiência. É a cultura do não dar satisfações, onde os verdadeiros cristãos são seus inimigos e a Bíblia é usada por eles como um escudo de proteção contra a luz da verdade. Eles não parecem entender o que está acontecendo, como se estivesse sob um tipo de estupor. Acho isso um engano de massas, semelhante ao da Alemanha de Hitler quando uma nação inteira enlouqueceu sob a influência demoníaca de um homem. Não gosto de usar esse exemplo porque sei que ele deixa as pessoas furiosas, mas não me parece haver outra coisa com a qual eu possa comparar isto.

Quando alguém analisa profundamente essa cultura profana do rock “cristão” e, especificamente, da música death metal, descobre uma gaze fina de religião cobrindo uma imensa ferida pustulenta de satanismo. Todos os símbolos satânicos estão presentes e espalhados com cruzes, pombas e umas poucas referências às Escrituras. Alguns inclusive não têm convicção suficiente para defender qualquer diferença entre eles e o reino satânico secular. Muito raramente podemos ver originalidade em toda a  música “cristã” da atualidade e, certamente, em nenhuma das músicas do rock “cristão” e do death metal. Verdadeiramente é uma música tomada emprestada dos corredores da morte, onde espíritos torturados espumam em suas celas, em ataques de protestos apaixonados e violentos contra Deus, contra a moralidade, sanidade, bondade e qualquer outra coisa religiosa.

Um exemplo preciso seria se alguém visitasse um lugar onde são abrigadas pessoas insanas, gravasse seus sons distorcidos, patéticos, atormentadores, e depois os vendesse comercialmente ao público como música cristã e formasse bandas com a finalidade de imitá-los e tornar seu som um pouco mais melódico. O pior seria se professos cristãos regredissem ao ponto que usaram estas gravações, escutando-as por prazer. Outro exemplo seria se arriscar nas regiões mais profundas de uma selva onde os mais bizarros rituais de feitiçaria e vodu fossem praticados, com sacrifícios humanos. Depois registrar esses sons e eventos e planejar um show no palco, imitando a coisa toda, num concerto completo com luzes e fumaça e então colocar alguns respingos das Escrituras para que isso possa ser chamado de “cristão”.

Isto é um relato muito próximo daquilo que os defensores do rock “cristão” e do death metal têm feito, a não ser pelo fato de que eles têm declarado que ligação com o reino satânico foi autorizada por Deus para alcançar e libertar as almas perdidas que estão enredadas por ele.

Isso é cristianismo? Absolutamente que não! Sem qualquer sombra de dúvida isto é, para colocar as coisas de forma simples, a carne numa tentativa desenfreada de entregar-se a tudo aquilo que é profano, e fazer isso em nome de Jesus. O fato é que este mal não começou na igreja e, além disso, não está ligado a ela de maneira que se sinta obrigado a prestar contas. Este é um problema para estes renegados das trevas que, quando expostos, provocam respostas raivosas e hostis. Acredito que haverá uma denominação de música rock “cristã”, se já não houver alguma, formada com o propósito exclusivo de legitimar este lixo grosseiro de trevas. O próximo passo será a aceitação por outras organizações religiosas e a apostasia estará completa.

É isto o que acontece quando o amor pela verdade se apaga de uma geração. Eles se tornam religiosos, apostatam, e a geração seguinte cresce odiando e menosprezando tanto a igreja, que desenvolve uma contra-cultura radicalmente opositora. Esta geração criou um sistema substituto à descoberta da verdade: falsos padrões para a verdade. Em seguida, o próximo passo é abraçar a própria falsidade, o que faz surgir um novo “evangelho”, o qual necessita de outro “Jesus”.

Os enganados parecem nunca saber quão enganados estão e, portanto, não conseguem entender as tentativas de alcançá-los. Para uma pessoa enganada, o engano é a verdade e a verdade que o desafia, é o engano. O senhor “tudo de cabeça pra baixo”, o próprio Satanás, planejou o engano da música “cristã” apóstata de tal forma, que todos os que a recebem acreditem que estão em grande forma. Não há maneira de falar com eles de forma lógica ou mesmo eticamente. Já tentou conversar com um membro de uma seita? Tente falar para um satanista que ele está errado. Fale com os Mórmons e os Testemunhas de Jeová que vêm a sua porta: será que eles escutam a verdade e dizem, “Uau, que revelação! Eu tenho que sair desta seita”!? Não, eles não falam assim. Eles fornecem textos bíblicos e apontam seu fruto para validar sua posição. Uma tática comum é fazer com que você acredite que eles são como você, crêem no mesmo Jesus que você crê, só que eles têm algo extra que você não sabe. Defensores do rock “cristão”, como fazem todos os defensores errantes da MCC, usam as mesmas táticas. Não é porque eles estudaram estas táticas, como fazem as seitas, mas porque eles seguem o senhor “tudo de cabeça pra baixo”, Satanás, e, em muitos casos, eles não se apercebem disso.

Satanás está convertendo pessoas a um falso cristianismo, libertando alguns deles do cativeiro do álcool, drogas, perversão, espíritos suicidas, etc., através da música rock “cristã”. Por que ele está fazendo isso? Estas pessoas estão, na verdade, sendo enredadas numa espécie de força tarefa demoníaca, a qual está levando a cabo uma missão satânica de apostatar uma geração de jovens cristãos através da validação da música pela experiência pessoal. Satanás não se importa em aliviar seu domínio sobre algumas pessoas, as quais agirão de acordo com seu propósito de fazer com que seus seguidores pareçam frutíferos. Afinal de contas, ele ainda os possui, só que eles não sabem disso. Cristãos que se envolvem nisso estão entrando numa armadilha mais mortal do que aquela na qual o sistema mundial está aprisionado. Muitos professos cristãos que entram na aberração da MCC são cristãos biológicos, nunca foram nascidos de novo, apenas educados num lar religioso. Eles foram criados na igreja com Cristo mas não crucificados com Ele.

É como um famoso comercial anti-drogas, onde dois homens adultos estão em um quarto fumando um baseado. A mãe grita perguntando ao homem mais velho se ele conseguiu um trabalho. É embaraçoso ver como este homem adulto, que ainda está parasitando seus pais e ainda é irresponsável, responde de forma imatura. Ele lhe responde com uma falsa sinceridade e depois zomba do seu estado de desemprego, folgado e liberal, divertindo-se, fumando o dia todo. Ele observa a seu amigo que a droga não é tão ruim. Afinal de contas, ele diz com um sorriso, “Tenho fumado todo este tempo e isso nunca fez nada para mim”. Ele é um perdedor e não percebe isto porque a própria coisa que ele ama o cegou.

Pessoas que estão na aberrante MCC e na música rock “cristã” carregam em seus corpos as marcas de seu senhor, Satanás. Eles estão espiritualmente destituídos, cegos e aprisionados, tropeçando em buracos e escuridão, de mãos dadas, rindo da alegria que eles têm em seguir a “Jesus”. A única esperança que eles têm é um encontro com um desastre, o que freqüentemente leva as pessoas a encararem a realidade. Então, o estado pecaminoso pode ser confrontado, num momento de sanidade. Que Deus os ajude de alguma maneira a acordar, antes que seja tarde demais. Ninguém terá a chance, além da sepultura, de aceitar a verdade e mudar. Certamente eu não estarei em pé lá, quando eles forem lançados no inferno, dizendo, “eu lhe disse”. Não haverá nenhum sentido em conhecer a verdade depois do trono do juízo.