Música na Associação Paulista Oeste

A Associação Paulista Oeste da IASD (APO) reconhece que a música é um dos maiores dons dados por Deus e que, portanto, a mesma se constitui em um elemento indispensável no processo da educação cristã. Sendo que exerce influência sobre assuntos de conseqüências eternas, é importante ter em conta o tremendo poder da música. A mesma tem poder para elevar ou degradar, e pode ser empregada tanto para o bem como para o mal. “Tem poder para subjugar naturezas rudes e incultas, poder para suscitar pensamentos e despertar simpatia; para promover a harmonia de ação e banir a tristeza e os maus pressentimentos, os quais destroem o ânimo e debilitam o esforço” (Educação, pág. 167).

Sendo que a música é um dos elementos mais importantes nos diversos programas que se desenvolvem na igreja, e devido à grande diversidade musical que se praticam em nossa época, a APO crê necessário estabelecer uma série de normas que expressem sua filosofia à respeito. Cremos, portanto, que devemos empregar “a música com um propósito santo, para elevar os pensamentos até aquele que é puro, nobre e enaltecedor, e para despertar na alma a devoção e a gratidão a Deus” (Patriarcas e Profetas, pág. 644).

I. Normas sobre a música sacra

A música é um dos maiores dons que Deus deu ao homem e é um dos elementos mais importantes nas atividades espirituais. Serve de via de comunicação com Deus e “é uma dos meios mais eficazes para gravar no coração a verdade espiritual” (Educação, pág. 167).

A. Quanto a letra:

  1. O canto deve ter uma letra que esteja de acordo com os ensinos bíblicos.
  2. A letra deve apresentar uma mensagem específica e fácil de ser captada; uma mensagem bíblica, cristocêntrica ou de louvor a Deus.
  3. Cânticos que contenham letras levianas, vagas e sentimentais, que apelam somente às emoções, ou que não contenham nenhuma mensagem, serão considerados inaceitáveis.
  4. A letra deve ser, dentro do possível, de alto valor literário, deve-se ter muito cuidado com traduções que às vezes desvirtuam a mensagem e a qualidade original é diminuída.
  5. O cântico deve harmonizar palavras e melodia, sem combinar o sagrado com o profano. Cânticos com letras mundanas não se consideram aceitáveis em nosso meio.
  6. Convém dar preferência à composições baseadas em passagens bíblicas: literais ou parafraseadas.
  7. Todas música cantada deve apelar de forma equilibrada à emoção e ao intelecto, e não tratar de cativar somente aos sentimentos ou à razão.
  8. Os sussurros e outras formas semelhantes de expressão, podem ser consideradas aceitáveis se forem usadas esporadicamente, com o fim de dar variedade ou riqueza à mensagem da letra, e feitas de maneira reverente. Usadas freqüentemente ou com certo sentimentalismo ou leviandade, serão consideradas inaceitáveis.

B. Quanto a música (melodia):

  1. Ao compreender o tremendo poder que tem a música para influenciar e gravar a verdade espiritual no coração, nossa meta será conseguir a mais alta qualidade que harmonize com o elevado e santo valor da mensagem.
  2. Devemos dar preferência e usar os grandes hinos da tradição cristã e os cânticos cheios de significado dos grandes mestres do passado e do presente. Consideramos que a música, como arte tem sido degradada e muitas composições contemporâneas carecem de valor. Nas últimas décadas tem surgido, dentro do campo da música sacra, cânticos de escasso valor religioso e musical, e com grande semelhança a própria música popular do mundo. Recomenda-se, portanto, que os que participam de reuniões de caráter sagrado, não selecionem este tipo de categoria.
  3. A música dever ser de tal qualidade que apele não somente à emoções, como também ao intelecto. A música de grandes mestres como Bach, Menddelssohn, Handel e outros, assim como os cânticos de Lutero, Issac Watts, Wesley, Crosby, F. F. Belden e muitos outros do passado e do presente, selecionados de acordo com o meio e a ocasião, são um poder eficaz para gravar a verdade no coração, expressando ideais de alto valor.
  4. Deve-se exercer muito cuidado para evitar-se os elementos mundanos da música que deixam de expressar os altos ideais da fé cristã. Alguns tipos de música como o “rock, jazz, bolero, baladas sentimentais, etc.”, são considerados incompatíveis com os princípios de nossa igreja. Ainda que tenha um texto religioso ou bíblico, não é , em nenhum caso, suficiente para anular o tremendo poder da música.
  5. Deve-se evitar músicas com acordes exagerados de 7a., 9a., 11a. e 13a. Estas harmonias, usadas de um modo excessivo, distraem e minam o poder espiritual da mensagem.
  6. A música apropriada para nossa igreja pode ser dos grandes compositores de música sacra ou evangélica; isto quer dizer, exclusivamente eclesiástica; pode ser bem elaborada ou simples, tendo em conta que, por nenhum motivo, devemos rebaixar os conceitos de dignidade e excelência com o fim de alcançar as pessoas onde se encontram. O conselho inspirado adverte: “Nunca rebaixeis a verdade a fim de obter conversos, procurai elevar aos pecadores e corrompidos até a norma superior da lei de Deus” (Evangelismo, pág. 105).
  7. A interpretação da música será simples evitando todo movimento desnecessário que chame a atenção ao interprete distraindo a atenção para mensagem.

C. Quanto ao uso de instrumentos:

  1. São bem vindos e incentivados o uso de instrumentos em suas distintas variedades.
  2. Recomenda-se exercer cuidado ao usar instrumentos fortemente associados com a música popular e folclórica, tendo o zelo de não interpretá-los neste mesmo estilo, usando suas harmonias e ritmos profanos; por exemplo: guitarra, marimba, etc. e alguns de percussão.
  3. Instrumentos de origem duvidosa e que necessitam uso de exagerada amplificação, são considerados inaceitáveis dentro da igreja.
  4. Pede-se a todos os solistas e grupos musicais que ao serem acompanhados por play-back, tenham certeza de que o mais importante seja a mensagem passada e não o acompanhamento. Evitar aqueles que tenham instrumentação que fira os itens expostos acima.

II. Normas sobre a música secular

O estilo de vida dos Adventistas do Sétimo Dia requer que cada cristão realize uma cuidadosa escolha ao selecionar música secular com fins pessoais ou apresentá-la em público em algum programa social. Toda música desta natureza deve ser avaliada a luz das instruções dadas em Filipenses 4:8: “Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai”.

A. Música aceitável

A música “corretamente empregada, …é um Dom precioso de Deus, destinado a erguer os pensamentos a coisas altas e nobres, a inspirar e elevar a alma” (Educação, pág. 66).

Músicas das seguintes categorias são consideradas aceitáveis:

  1. Música secular de todas as épocas que se caracterizam por um equilíbrio saudável nos elementos do ritmo, melodia e harmonia e cuja letra expresse ideais de alto valor.
  2. Música folclórica que realce os valores étnico-culturais genuínos e que não enfatize os elementos negativos dos povos (por exemplo: vícios, miséria, rebeldia, corrupção, etc.).
  3. Música patriótica que não viole os princípios gerais já expressos.
  4. Música culta do repertório dos grande compositores como Bach, Mozart, Beethoven e outros, escolhidas adequadamente.
  5. Música de caráter educativo e didático que seja de acordo com os princípios acima mencionados.
  6. Cânticos infantis com boa música e letra correta.
  7. Música marcial.

B. Música inaceitável

Quanto a música inaceitável é conveniente se levar em conta a seguinte advertência: “Foi-me revelado que os jovens devem tomar uma posição mais elevada, e fazer da Palavra de Deus sua guia e conselheira. Sobre os jovens descansam solenes responsabilidades que eles consideram com leviandade. A introdução música em seus lares, em lugar de instá-los à santidade e espiritualidade, tem sido o meio de afastar sua mentes da verdade. Os cânticos frívolos e as peças musicais populares e da moda, parecem agradar seu gosto. Os instrumentos musicais tem tomado o tempo que deveria ser usado para a oração. A música, quando não se abusa dela, é uma grande bênção; no entanto, quando é mal empregada, é uma maldição terrível” (Testemonies for the Church, vol. 1, págs. 496-497).

Música das seguintes categorias não serão consideradas aceitáveis:

  1. Música bailável ou que convida a dança, ou ainda, cujo o ritmo seja o elemento predominante. Alguns cânticos folclóricos genuínos podem considerar-se como exceções. (c.f. item A.2)
  2. Canções da corrente popular, particularmente aquelas cujo caráter seja vulgar, sedutor, imoral, ou pouco refinado, já que estão estreitamente relacionadas com a tendência desenfreada da nossa sociedade contemporânea.
  3. “A ópera”, como forma musical, “com a sua fascinadora ostentação e música sedutora, o baile de máscaras, a dança, o jogo de cartas, Satanás emprega para derribar as barreiras dos princípios, e abrir a porta à satisfação sensual” (Patriarcas e Profetas, págs. 459-460). Algumas passagens escolhidas de ópera podem ser usadas excepcionalmente, sempre que a letra e a música sejam compatíveis com os princípios expressos no item “A”.
  4. Canções cuja música e/ou letra sejam incompatíveis com as normas da verdade, honestidade e pureza (temas que falam sobre crimes, desprezo, amor livre, sexo, drogas, etc.).
  5. Composições com poesia de mal gosto, carentes de sentido, com sentimentalismo doentio ou frivolidade que desviam a mente de tudo aquilo que é bom, nobre e enaltecedor.
  6. Músicas dos estilos populares tais como o “rock, jazz, blues, tropical” e outras similares, já que são consideradas um verdadeiro obstáculo para o desenvolvimento do caráter cristão, porque despertam pensamentos impuros e induzem a uma conduta reprovável. As distorções do ritmo, a melodia e a harmonia que caracterizam estes estilos musicais, e o uso, às vezes, excessivo de amplificação, cauterizam a sensibilidade, e eventualmente destroem a apreciação por aquilo que é belo e santo.
  7. Canções de protesto, uma vez que estas alimentam o espírito de inconformidade e contribuem para destruir a unidade e o espírito de respeito à autoridade.

C. Forma de interpretação

A música que se apresente em qualquer dos diferentes programas que se desenvolvam na igreja, deve ser executada de uma forma séria, alegre, ou entusiasta, como solo ou grupo, e poderá ser tanto vocal como instrumental. Ao apresentar um cântico ou uma peça instrumental, é importante observar as seguintes recomendações:

  1. Deve-se evitar o uso de tonalidades estridentes como o “rock”, outras distorções da voz e o estilo exagerado dos cantores populares.
  2. Deve-se evitar movimentos de dança ou gesticulações reprováveis ao apresentar qualquer número musical.
  3. Evitar a amplificação exagerada, vocal e instrumental.
  4. Cuidar com o uso de instrumentos que se relacione com gêneros musicais questionáveis.

Fonte: Publicado originalmente em http://www.apo.org.br/musica/musicanaapo.html