Falar e Cantar Faz Bem à Saúde

por: Gerson Gorski Damaceno e Ana Maria N. Gorski Damaceno [*]

Quando falamos ou cantamos de maneira correta estamos praticando uma arte ou ciência muito importante inclusive para a saúde. Em geral todos os que podem falar também podem cantar e nunca é demasiado cedo ou tarde para começarmos estudos de técnica vocal.

Os exercícios de técnica vocal ajudarão a criança, adolescente ou adulto a melhorar a postura do corpo, desenvolvendo o tórax proporcionando uma melhor oxigenação ao corpo do individuo pelos exercícios respiratórios.

Quando respiramos é preciso renovar oxigênio do sangue e expulsar através da respiração o carbono que inspiramos. Um fator importante na respiração é a capacidade de inspirarmos o ar necessário para termos fôlego suficiente podendo assim emitir corretamente uma frase quando falamos ou cantamos.

Segundo o professor Silveira Bueno, existem três espécies de respiração:

  1. Clavicular: É a que move as clavículas. Lembramos de quando crianças ao assistir filmes de quartel, o sargento ordenava aos soldados: “Respirar Fundo”. Os soldados levantavam os ombros, como se tivessem respirando profundamente. Agindo dessa maneira, só uma parte mínima dos pulmões recebe ar, comprime o tórax às vezes causando sua ruptura. Também comprime o esôfago, a laringe e a faringe ocasionando até fadiga devido a quantidade insignificante de ar pelo esforço desnecessário pra levantar asa costelas e clavículas tornando-se uma respiração ineficiente e perigosa.
  2. Abdominal: É executada pelos movimentos do diagrama, músculo que se dilata quando recebe o ar voltando a posição normal quando o expele. Trata-se de uma respiração profunda.
  3. Intercostal: É quando há uma dilatação lateral das costelas. É uma respiração ampla porque fornece uma maior quantidade de ar.

A combinação dessas ultimas respirações produz um bom resultado para a saúde e para produzir um bom som sem cortar palavras e sentenças.

A pratica da técnica vocal alem de aumentar o gosto pela arte desenvolve na pessoa um espírito de solidariedade e o canto coral desperta no individuo a capacidade de trabalhar em grupo.

Quando se acostuma a falar e cantar erroneamente como pela garganta ou nariz, isso pode transtornar e mesmo destruir as cordas vocais até um cansaço contínuo, rouquidão quase incurável e muito mais. Uma boa dicção tanto no falar como no cantar depende de como pronunciamos as palavras.

Quando articulamos bem as vogais e as consoantes, respeitando as acentuações das silabas tônicas dos vocábulos, estamos aperfeiçoando a nossa maneira de falar e cantar. Por isso uma música bem escrita deve respeitar as leis da Prosódia Musical, isto é, as silabas fortes das palavras devem coincidir exatamente com as notas acentuadas da musica. Em linguagem simples queremos dizer que prosódia nada mais é que o casamento perfeito da letra como a música. Quando isso acontece, os que cantam sempre irão entoar uma melodia corretamente, pois, reenfatizando, as silabas fortes e fracas de uma palavra sempre combinam com os tempos fortes e fracos da música propriamente dita.

Muitas pessoas costumam falar rápido demais e com isto comem as palavras e engolem as terminações das mesmas além de ligar os vocábulos e sentenças tornando-se difícil a compreensão devido a rapidez e péssima dicção.

Muitos defeitos quando falamos ou cantamos estão relacionados com: temperamento pessoal do individuo, estado emocional, má colocação da voz, respiração defeituosa, uso de vogais muito abertas, tensão muscular, problemas sérios fisiológicos do aparelho vocal, e nesse ultimo caso depende-se muito da ajuda de médicos especialistas para resolvê-los.

Em geral o homem apresenta maior trauma em relação à voz. Isto ocorre porque na puberdade a mudança da voz é mais drástica do que na mulher. Durante esse período a sociedade e a família muitas vezes acabam desmotivando o amor à música que o adolescente possui fazendo “chacotas” quando eles cantam ou falam usando termos tais como: voz de taquara rachada, lata velha, arame farpado, sapo desafinado e outros termos pejorativos.

É muito importante que professores de Português (ou da língua natal do individuo), cuidem bem da fonética e os instrutores da musica utilizem partituras apropriadas para os adolescentes que tem “Voz de Cambiata” – isto é, não possuem ainda voz definida.

Geralmente falando, as vozes são classificadas de acordo com a tessitura e timbre: Soprano, Meio – Soprano e Contralto(para as vozes femininas), Tenor, Barítono e Baixo(para as vozes masculinas). Porém é muito importante não confundirmos com o Registro de Voz. Os registros de voz são classificados em Grave, Médio e Agudo dependendo aonde se encontram as ressonâncias, como podemos observar:

  1. Grave ou Voz do Peito – A ressonância vem do tórax.
  2. Médio ou Voz Media – A ressonância se dá na face.
  3. Agudo ou Voz Aguda – A ressonância se dá nos ossos da cabeça.

O ideal para o orador ou cantor é desenvolver esses três registros porque usando só o registro grave produz fadiga nos ouvintes devido à monotonia. Usando só o registro agudo cansa e irrita os que ouvem, mas o registro médio é o mais natural sendo maleável e ponto de transição para os outros registros. Os que cantam as vozes intermediárias (Meio-Soprano e Barítono), possuem mais condições de desenvolver todos esses registros podendo cantar em um coral qualquer voz que necessitem em uma emergência. 

Esperamos com essa sucinta explanação, que o leitor possa incentivar o estudo da técnica vocal para o seu próprio prazer e saúde alegrando aos que rodeiam através da oratória e do canto.


[*] – Conheça mais sobre os autores clicando aqui


Fonte: http://www.folhadafamilia.com