Consonâncias e Dissonâncias

Em um experimento onde tríades consonantes e dissonantes podiam ser obtidas pressionando-se duas alavancas idênticas, ratos individualmente testados (22 indivíduos) desenvolveram e mantiveram uma atividade de pressão da alavanca durante todo o período experimental (mais de três semanas). A média de pressão da alavanca foi bem diferente da manifestada por um grupo de controle submetido à experiência do mesmo ambiente, sem, no entanto, obter os acordes quando a alavanca era pressionada.

Em outro experimento, quando ratos (32 indivíduos), testados individualmente, puderam escolher com liberdade qual das duas alavancas idênticas deviam pressionar para obter uma consonância (tríade harmônica maior) e dissonância (tríade dissonante de freqüência e intensidade correspondentes), eles demonstraram uma preferência pelo acorde consonante bastante significativa em termos estatísticos. Não se proporcionou nenhum pré-treinamento ou recompensa além dos acordes. Inicialmente, a média de pressão das duas alavancas foi igual; no entanto, numa situação de escolha (operante) isenta de influências externas, a preferência pela consonância se desenvolveu após uma semana e foi mantida por mais tempo (duas semanas). A possível influência de preferência posicional foi controlada pela relação acorde/alavanca escolhida ao acaso para cada rato.

A preferência pela consonância, encontrada sob tais condições em uma espécie não humana é uma indicação satisfatória da presença de uma pré-disposição hereditária que influencia a avaliação dos acordes e a percepção sonora em mamíferos de modo geral, incluindo o ser humano. (Borchgrevink, 1975a,1975b, 1982a) [Citado por Even Rudd no livro Música e Saúde, Ed. Summus, págs. 59, 61 e 62]