Estudos Bíblicos: Adoração

Estudos Bíblicos: Adoração – Lição 08 – Conformidade, Concessão e Crise na Adoração

Comentários do Prof. Sikberto Renaldo Marks


Texto Central: “Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que, pela prática, têm as suas faculdades exercitadas para discernir não somente o bem, mas também o mal”. (Hebreus 5:14)


Sábado à tarde
Introdução

A adoração, parece, agora serve a todos os fins. Na Bíblia, sabemos, serve ao relacionamento com o Criador. Mas atualmente, no mundo, a adoração tem outros fins, e isso é perigoso para o povo de DEUS.

Os grandes líderes políticos, empresariais e religiosos estão dando início a um movimento global de adoração, mas não para um relacionamento com DEUS, e sim, para salvar a globalização dos negócios. É que o mundo está indo de mal a pior, a olhos vistos. Por um lado, as catástrofes naturais aumentam e não dão sinais de estabilizarem. Qualquer pessoa de são juízo sabe que essas catástrofes não podem continuar piorando indefinidamente. Por outro lado, a sociedade está apodrecendo, já cheirando mal. É a corrupção de todos os dias, a criminalidade, a violência, as drogas, a imoralidade, o desrespeito ao próximo, o aumento do ódio, e assim vai. Pois bem, o que esses líderes pensam é auxiliar as igrejas do mundo inteiro para que se unam e sirvam como motor na construção de uma nova humanidade, uma nova cidadania. E veja só: Quem está sendo incumbido para uma reforma geral da humanidade? As igrejas unidas sob o comando da Igreja Católica. Isso exatamente quando os seguidores da Bíblia se preparam para a última advertência ao mundo, sobre a iminente volta de JESUS, pois o colapso da sociedade baseada no pecado está por ocorrer.

Por isso é tão importante estudar sobre a verdadeira adoração. Esse é o assunto dessa semana: comparar o que é adoração segundo estabelecido pelo Criador, e o que é a adoração estabelecida pelo Seu inimigo, por meio da manipulação de seres humanos. É importante para o povo de DEUS discernir isso nesses últimos dias.


Primeiro dia
Aos Olhos de Deus
(Gênesis 6:5; Deuteronômio 12:8; Deuteronômio 13:18; Jeremias 17:5-9; João 2:25; Romanos 3:9-12)

Vamos imaginar um pouco a nossa situação. Ela nos parece normal, porque nascemos num ambiente degenerado e não conhecemos outro. Esse já é o ambiente de nossos pais, avós, bisavós, isto é, há uns seis mil anos. O ambiente vai degradando sempre mais, e nos acostumamos com ele, e nos parece impossível ser diferente. Muitas vezes reclamamos de algumas coisas mais radicais, como da violência, das drogas ou da corrupção. Porém, em geral, achamos normais muitas situações que DEUS nunca aprovaria. É que somos influenciados pelo ambiente e por sua cultura dominante. Mas servos de DEUS não podem se conformar com aquilo que parece normal, porque segundo os critérios da perfeição, são coisas grosseiras e deploráveis.

Somos todos pecadores, e nenhum de nós serve de exemplo a qualquer outra pessoa. Todos necessitamos da transformação do ESPÍRITO SANTO.

E o que é um pecador? É uma pessoa cuja natureza tende à prática de maldades; alguém que facilmente fracassa em querer fazer o bem. Um pecador, mesmo que queria ser uma boa pessoa, não vai conseguir o tempo todo; ela vai cometer erros, ou até mesmo vai pecar em coisas que já sabe que são condenáveis por DEUS. Enfim, pecadores têm atração pelo que é mau, talvez não por tudo que é mau, mas cada pecador tem seus pontos fracos em que tende a cair em erro. A nossa mente tem uma tendência a apreciar muitas coisas que nos são nocivas. A nossa mente é enganosa porque ela tem a natureza do mal, vivemos em um ambiente em que se valoriza o mal e não o bem, e, para piorar, nos acostumamos a apreciar mais o mal que o bem. Portanto, os seres humanos gostam de enganar os outros, acham que isso é ser inteligente. E em certos episódios, os seres humanos até gostam de ser enganados. Por exemplo, os que se drogam sabem que isso lhes faz mal, mas continuam se drogando. E é cada vez maior o número de pessoas que caem nas drogas, mesmo sabendo que faz mal, ou até que vai morrer. Haveria muitos outros exemplos desse tipo para inserirmos aqui. Em resumo, até gostamos de ser enganados, mas gostamos mais de enganar, isto é, de levar vantagem na contabilidade da enganação.

Agora avalie pecadores vivendo em ambiente culturalmente favorável a pecados, em que se valoriza o que é errado e não se valoriza o que é correto. Como um ser humano, por sua própria força iria conseguir mudar a sua natureza? Não há como, ao natural, pois a tendência da humanidade é a que estamos presenciando: degeneração até o colapso da sociedade humana, mesmo que haja muita gente tentando reformar essa sociedade.

Para que escapemos da tendência da deterioração, devemos renunciar a fazer a nossa vontade e adotar a vontade de DEUS. Mas isso não é o mesmo que abdicar do livre-arbítrio. Não é! Aliás, seguir a vontade de DEUS é adotar o livre-arbítrio. Acontece que a nossa vontade é contra nós, contra o nosso futuro, contra o nosso bem-estar, contra o nosso bom relacionamento com outras pessoas. A nossa vontade nos prejudica, porque é a vontade de um pecador. Não podemos confiar nela; ela nos engana; e por meio dela, outros também nos enganam, inclusive satanás. A vontade de DEUS, que é o nosso Criador, é de alguém que nos ama. Ela é boa, considera o nosso futuro eterno para o nosso bem. Ela quer nos libertar de nossa situação embaraçosa que nos faz sofrer e morrer. Em síntese, a vontade de DEUS é a mesma que seria a nossa vontade se nunca tivéssemos pecado.Logo, adotar essa vontade é viver melhor, ter esperança, ter bom relacionamento, ter melhor saúde aqui mesmo, e saber que o futuro na pior das hipóteses será apenas interrompido pela morte, mas depois, com a segunda vinda de JESUS, seremos agraciados com a vida eterna e felicidade absoluta. Quem é mais livre: aquele que opta pela vida eterna, ou aquele que opta pelo sofrimento e morte?

Portanto, devemos andar com DEUS como fez Enoque. Isso quer dizer, gradativamente nos libertar também daqueles atos que a sociedade não condena, e que, muitas vezes nem mesmo na igreja se acha que está errado. Alguns exemplos? Lá vão só alguns: pirataria de programas de computador, músicas, filmes, etc.; compras sem nota fiscal para pagar menos; piadas que denigrem outras pessoas ou que são sensuais; falar de negócios aos sábados; ir ao cinema ou assistir determinados filmes em casa; assistir novelas, ou o que é pior, o BBB ou a Fazenda, etc.; gastar dinheiro em coisas supérfluas ou que exaltem o “eu”; falar mal da vida alheia; tratar mal o cônjuge mas pregar bonito na igreja; ser mau exemplo aos irmãos; aconselhar uma coisa mas fazer outra; e assim vai.

Que tal se a comissão da igreja se reunisse por tais tipos de assunto? Precisamos muito mais de aconselhamento mútuo, de leitura da Bíblia e dos livros do Espírito de Profecia, do que de comissões e de disciplinas. Os grandes problemas devem sim ser motivos de análise nas comissões, mas o grande número dos tais pequenos problemas, em que um só deles é capaz de tirar uma pessoa da vida eterna, esses devem ser tratados por meio de ensinamentos, aconselhamentos, reavivamento, reforma, na busca de sermos cada vez mais semelhantes a CRISTO.


Segunda
A Arte (e o Mal) das Concessões
(I Reis 11:1-13)

Bem, como a lição apresenta, o ser humano tornou-se, à semelhança de satanás, um agente político. À vista da normalidade nesse planeta, isso é bom, mas à vista de DEUS, nem tanto. O que é política? Dizem muitos, é a ciência pela qual se governa uma nação, buscando o bem comum, a ordem, a justiça, a oportunidade a todos, o desenvolvimento igualitário, etc. Seria bom se fosse isso mesmo. Na realidade, política está sendo o uso do poder para beneficiar a poucos sobre o trabalho de muitos. Nesse caso, a teoria e a prática não coincidem. O que vemos é que política está sendo o jogo dos interesses dos grupos, e vence o que tem mais poder. Ou seja, muitos cedem para poucos receberem. O problema da política são os políticos, não a sua teoria.

É disso que a lição fala hoje. As concessões ou a condescendência com um adversário, que, com o tempo, passamos a ter como aliado. Para isto, analisemos o caso de Salomão. Sendo filho de Davi, aprendeu muito com seu pai. Todos nós, por sermos falhos, devemos saber distinguir os bons exemplos de nossos pais e os exemplos deles que não devemos seguir. Afinal, nem nós, nem nossos pais, nem algum dos nossos antepassados foram ou são perfeitos. Todos erramos. Salomão recebeu especial inteligência e sabedoria de DEUS para governar o povo escolhido, e de distinguir o bem do mal. Davi fez as conquistas, Salomão deveria enfatizar no aspecto espiritual. Um preparou o terreno, o outro deveria ocupá-lo conforme DEUS estava instruindo. Assim a nação seria uma bênção para o mundo inteiro, ou seja, uma poderosa nação do ponto de vista material, mas também uma abençoada nação do ponto de vista espiritual. Seria um atrativo para as demais desejarem conhecer aquele DEUS de Israel. O que aconteceu foi o contrário. O próprio rei de Israel se afastou do DEUS verdadeiro e se aproximou dos deuses que não são nada.

Como foi isso? Salomão passou a fazer acordos políticos com as nações vizinhas. Selava esses acordos com casamentos. Esse era o costume da época, e foi ao longo da história. Acordos políticos eram celebrados com casamentos, pois o rei oferecia a sua filha. Salomão acabou casando-se com 700 mulheres, e tinha mais 300 concubinas. A concubina era outra mulher, mas não com os direitos daquela(s) com que se casavam naqueles tempos. Cada uma daquelas mulheres, à exceção talvez de algumas esposas de Israel, adoravam outros deuses. E, aos poucos, Salomão foi fazendo concessões. Por exemplo, ele tolerava os rituais delas em seu meio. Algumas vezes observava esses rituais. E o tempo foi passando, e os tais rituais não mais o incomodavam, pois estava acostumando com eles, e não os achava mais algo como “fogo estranho”. Já fazia parte da rotina diária. E ele continuava se casando. Veja bem, ele em seus 40 anos de reinado, casou-se, em média, mais de 17 vezes ao ano, isto é, 3 casamentos em média a cada dois meses. Isso em média. Não acha que é um tanto exagerado se casar tanto? Haja impostos para sustentar tanta mulherada. Calculamos só com as esposas, sem as concubinas, pois então seriam em média exatamente 25 casamentos a cada ano, dois por mês. Haja impostos para tanta festa!

DEUS fez a mulher para ser completa para um homem. Uma esposa é ótimo, duas não é nada bom. Não porque o problema esteja com duas mulheres, mas porque esse não é o plano de DEUS. O Criador fez a mulher tão completa que basta uma, assim como ela deve ter um só marido. Ou seja, o amor de um homem, ou de uma mulher, deve ser dedicado a apenas um cônjuge. Não há como ser fiel a mais de um cônjuge do mesmo modo como não se pode ser fiel a dois deuses.

Agora tente imaginar: se o rei chegou a ter centenas de mulheres, como é que ainda lhe sobraria algum amor para DEUS?É assim hoje. Se gostamos de dezenas ou de centenas de coisas que vêm do mundo, como ainda teremos amor para o nosso DEUS Criador e Redentor?

Tantas mulheres para Salomão! Elas passaram a fazer exigências. Elas eram mulheres pagãs, vindas de palácios de reinos pagãos, onde a nobreza fazia o que desejassem. Elas não eram mulheres israelitas, que foram educadas na submissão a DEUS, a serem humildes, do mesmo modo como DEUS requer dos homens. Então, temos aqui, um homem com um tipo de educação, e centenas de mulheres com outro tipo de educação e cultura. E Salomão foi fazendo concessões, e quando percebeu, já havia construído templos para essas mulheres, estava adorando como elas adoravam, e o verdadeiro templo, que ele mesmo construíra e inaugurara, estava ocioso e sub-utilizado. Lá estava a arca do concerto, sobre ela a luz visível de DEUS, e o rei indo adorar imagens pagãs! Dá para imaginar a situação?

Em poucas palavras, é isso que hoje acontece conosco: satanás procura que façamos pequenas e quase insuspeitas concessões na igreja, que chamamos de mundanismo. Essa é uma estratégia quase perfeita para subjugar o povo de DEUS. Ela é uma estratégia que quase parece vinda de um grande amigo. Por exemplo, muitos membros e até pastores a utilizam para atrair pessoas para a igreja, afim de convertê-las. Há inclusive alguns projetos oficiais dessa natureza. Mas, como a sábia história já cansou de provar, se alguns por essa via se convertem, muito maior é o número dos que saem, para o mundo, por essa porta. E outra coisa, se o DEUS a quem adoramos necessita de métodos do mundo para converter alguém, então Ele não é DEUS como diz ser, nem o ESPÍRITO SANTO tem algum poder. É isso que se faz crer por tais métodos que muitos de nossos líderes insistem em usar para alcançar seus alvos. DEUS não necessita dos nossos métodos, muito menos dos métodos do mundo. Afinal, Ele é o Criador, e fez o Universo a partir do zero, do nada, do vazio. Se Ele foi capaz disso, então deve ser capaz de coisas menores que a criação, das quais necessitamos para converter pessoas.

Ellen G. White escreveu sobre Salomão. Algumas citações abaixo permitem um bom estudo do que se passou com o homem mais inteligente de todos os tempos, mas que não era nada perto da astúcia política de satanás, que o engambelou e levou, a ele e à nação, a um estrondoso fracasso.

“Salomão presumia que sua sabedoria e o poder do seu exemplo haveriam de levar suas esposas da idolatria à adoração ao verdadeiro Deus, e também que as alianças assim formadas atrairiam as nações circunvizinhas em mais íntimo contato com Israel. Vã esperança! O erro de Salomão em considerar-se suficientemente forte para resistir às influências de associações pagãs foi fatal. E fatal foi também o engano que o levou a esperar que, não obstante a desconsideração de sua parte para com a lei de Deus, outros poderiam ser levados a reverenciá-la e obedecer-Lhe aos sagrados preceitos” (Profetas e Reis, 54).

“Tivesse Salomão continuado a servir ao Senhor em humildade, todo o seu reinado teria exercido poderosa influência para o bem sobre as nações circunvizinhas – nações que tinham sido tão favoravelmente impressionadas pelo reinado de Davi, seu pai, e pelas sábias palavras e magnificentes obras dos primeiros anos de seu próprio reinado” (Profetas e Reis, 47).

“Durante os anos da apostasia de Salomão, o declínio espiritual de Israel foi rápido. Como poderia ter sido diferente, se o seu rei se unira com agentes satânicos? Através desses agentes o inimigo operou para confundir a mente do povo com respeito ao verdadeiro e ao falso culto. Eles se tornaram presa fácil. O intercâmbio matrimonial com os pagãos tornou-se uma prática comum. Os israelitas depressa perderam sua repulsa pela idolatria. Adotaram-se costumes pagãos. Mães idólatras levaram seus filhos a observar ritos pagãos. A fé dos hebreus tornava-se rapidamente uma mistura de ideias confusas” (Fundamentos da Educação Cristã, 499).

“O arrependimento de Salomão foi sincero; mas o dano que o exemplo de suas más práticas produzira não podia ser desfeito. Durante sua apostasia, houve no reino homens que permaneceram fiéis a seu encargo, mantendo sua pureza e lealdade. Muitos, porém, foram levados a se transviarem; e as forças do mal postas em operação pela introdução da idolatria e práticas mundanas não poderiam facilmente ser detidas pelo penitente rei” (Profetas e Reis, 84).

A igreja adventista, atualmente, não fracassará diante do mundanismo. Haverá uma sacudidura. Fracassarão todos aqueles que insistirem em introduzir e manter métodos do mundo para substituir a inteligência e o poder do ESPÍRITO SANTO. Há uma conspiração contra a vinda da Chuva Serôdia sobre a igreja. Por um lado, muitos de nós combatem a divindade do ESPÍRITO SANTO, sendo Ele, agora, o agente divino principal para a conclusão da obra na Terra. Por outro lado, muitos tentam substituir a tarefa do ESPÍRITO SANTO por métodos mundanos. O maior estrago para a igreja não são as ações flagrantemente contra o ESPIRITO SANTO, e sim, as ações sutis por parte daqueles que tentam substituir o poder de DEUS pelo poder do demônio, e permanecem na igreja sendo louvados e inclusive promovidos. Os inimigos de fora da igreja são fracos perto daqueles que se tornam inimigos e que estão dentro das trincheiras, fazendo de conta que lutam alinhados com DEUS, mas, como Salomão, estão levando muitos à perdição sem saírem da igreja.


Terça
Falsa Adoração
(I Reis 12:25-33)

Que tragédia em família! Davi fora escolhido para substituir a Saul enquanto este ainda estava vivo. Saul tentou matar Davi várias vezes, porém, este não atentou contra a vida do rei, mesmo sabendo ser o substituto escolhido por DEUS. Agora Salomão repete o erro de Saul. Jeroboão fora escolhido para ser o seu substituto após a sua morte. Dessa vez os dois erraram. Jeroboão levantou a sua mão contra Salomão, e este planejava a sua morte, aliás, foi o penúltimo registro na Bíblia sobre esse rei, o último foi a sua morte (I Reis 11:40 a 43). A que ponto chega o ser humano! Como é que um homem tão sábio e inteligente, filho de um rei fiel a DEUS, consegue cair tanto por conta do poder da idolatria?

Jeroboão, ao contrário de Davi, fugiu para o Egito, onde aprendeu sobre idolatria. Davi havia escolhido o deserto, como séculos antes acontecera com Moisés. Essa é a questão: onde nos posicionamos? Em que terreno buscamos apoio? Muitas vezes nos situamos no terreno encantado de satanás, e mesmo tendo sido escolhidos por DEUS, podemos ser dominados pelo inimigo, e dentro da causa de DEUS, servir como inimigos (anticristos) entre as fileiras do exército do Senhor.

Saul começou bem, mas terminou mal. Davi começou bem, errou muitas vezes, e terminou bem. Salomão começou muito bem e terminou mal. Jeroboão nem começou bem, e terminou pior ainda. Roboão começou mal e terminou mal. O que cada um desses personagens escolhidos de DEUS fez de sua vida? Como é fácil escolhidos tomarem caminhos em direção ao inimigo! É só olhar demais para o “eu”!

DEUS não tirou todo o reino do descendente de Salomão. Não tirou por amor a Davi. Deu duas tribos a Roboão, filho de Salomão, que se havia tornado arrogante e prepotente, e dez tribos deu a Jeroboão. Apesar de haver prometido por meio do profeta que seria rei, Jeroboão temeu que o povo, indo frequentemente adorar em Jerusalém, e participando das festas no Reino do Sul, onde se encontrava o Templo de Salomão, onde estavam os sacerdotes, onde os levitas ensinavam, onde se localizava a presença visível de DEUS, temeu que aos poucos o povo retornasse ao rei do sul, por isso resolveu mudar o sistema de adoração. O que aprendera no Egito, durante a sua fuga de Salomão, misturou com a adoração a DEUS, e inventou um sistema de adoração específico de seu reino. Fez dois bezerros de ouro, assim como Arão já havia feito e se deu mal. Pois o ser humano tem uma dificuldade de aprender com os erros do passado, erra outra vez da mesma forma. Como somos fracos!

Jeroboão resolveu fazer o que bem mais tarde fez a igreja católica. Ele misturou verdade com mentira, para formar um sistema de engano em que caem todos aqueles não bem fundamentados na verdade pura. O que foi que esse homem fez, segundo 1 Reis 12:25-33?

a) Utilizando o precedente histórico de Arão, fabricou dois bezerros de ouro. Ele disse: esses são os deuses que vos tiraram do Egito! E a maioria do povo acreditou, afinal, foi o rei quem disse. Como pesa a influência de um líder, assim para o bem como para o mal!

b) DEUS designou Jerusalém como o lugar de Sua habitação visível, onde Salomão construiu o templo. Mas Jeroboão escolheu outras duas cidades. Uma foi Betel, que significa “casa de DEUS”, onde no passado Abraão havia sacrificado (Gên. 12:8) e onde Jacó teve o sonho da escada (Gên. 28:10 a 12). E escolheu mais outra cidade para adoração, Dã. Geograficamente favorecia, encurtando as caminhadas.

c) Ele mudou o sacerdócio. DEUS ordenara que os encarregados das coisas do templo deveriam ser levitas, e os ministradores do templo, descendentes de Arão. O novo rei escolheu gente do povo, os levitas se recusaram a servir a outros deuses.

d) Mudou as datas das festas anuais especiais. A festa dos tabernáculos era no sétimo mês, mas ele criou outra festa, e a fez no oitavo mês.

Muitos hoje criam seus próprios conceitos quanto à adoração. Quantos líderes que não têm leitura da Bíblia nem do Espírito de Profecia, mas elaboram planos para a igreja, recebe cargos de liderança, pregam, ensinam, dão opiniões, dão exemplo, são influência, e introduzem os seus próprios conceitos, geralmente copiados do mundo. O que faz sucesso no mundo é trazido para a igreja. E com base nisso, muitas pessoas se convertem, e são batizadas. Porém, muitas dessas pessoas, a exemplo dos que as trouxeram para a igreja, se não buscarem por si mesmas o que DEUS realmente deseja, se perderão juntas com quem as converteu. Elas seguem um caminho que as leva para a destruição (Mat. 15:13 e 14), enquanto outras, que estão decididas a seguir a DEUS, abandonarão tais caminhos (2 Cor. 11:16).

“Durante as reuniões em Orebro, fui impelida pelo Espírito do Senhor a apresentar Sua lei como a grande norma de justiça e a advertir nosso povo contra a falsa santificação moderna, que tem sua origem na adoração da vontade, e não na submissão à vontade de Deus. Esse erro está rapidamente inundando o mundo, e, como testemunhas de Deus, seremos convidados a dar decidido testemunho contra ele. É um dos maiores enganos dos últimos dias e constituíra uma tentação para todos os que creem na verdade presente. Aqueles cuja fé não está firmemente estabelecida sobre a Palavra de Deus serão enganados. E a parte mais triste de tudo isso é que bem poucos dos que são enganados por esse erro encontram novamente o caminho para a luz.

“A Bíblia é a norma para provar as alegações de todos os que professam santificação. Jesus orou que Seus discípulos fossem santificados pela verdade, e Ele diz: “A Tua palavra é a verdade” (João 17:17); ao passo que o salmista declara: “A Tua lei é a verdade.” Sal. 119:142. Todos aqueles a quem Deus está guiando manifestarão elevada consideração pelas Escrituras nas quais é ouvida Sua voz. A Bíblia ser-lhes-á “proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra”. II Tim. 3:16. “Por seus frutos os conhecereis.” Mat. 7:16″ (Fé e Obras, 51).


Quarta
Elias e os Profetas de Baal
(I Reis 18)

Quanto barulho nesse nosso mundo! Parece que tudo se faz com barulho. Principalmente a adoração. E o barulho sempre está no limite, não da capacidade auditiva das pessoas, mas na potência dos aparelhos de som. Se a tecnologia continuar avançando, e ela está, bem logo teremos cultos, em muitas igrejas, em que se pode ouvir a gritaria, não do outro lado da rua, mas a dois quilômetros de distância. Bem logo haverá aparelhos com tal potência. E muitos pregarão utilizando esses aparelhos, a plena capacidade. Que ninguém duvide. Refiro-me, não em relação às igrejas populares, mas a algumas de nossa denominação.

Quando o reformador Elias, sozinho, por ordem de DEUS, foi enfrentar centenas de profetas de Baal, que serviam a um deus inexistente, pois não passava de um ídolo inerte, a cena foi, no mínimo, hilariante. Imagine só, esses profetas, com seus batuques e tambores, batendo, pulando e gritando cada vez mais algo. Elias se divertia com a falta de sucesso deles. Era tanta a confiança de Elias em seu DEUS que ele sabia não ser necessária aquela êxtase toda. Barulho se faz quando falta fé, ou quando não se está ligado humildemente a DEUS. Aí se substitui o insucesso por som alto, dança, pulos e sensações esquisitas, quando não faz parte algum tipo de droga, como em alguns tipos de rituais pagãos. Pularam, gritaram e se retalharam, até a exaustão. E nada de alguma manifestação da parte daquele deus. Era evidente, pois o deus Baal não tinha, sequer, vida. Elias, enquanto isso se divertia e zombava deles, tão certo estava do DEUS a quem servia. Ele sabia que o DEUS verdadeiro não precisa de barulho para responder.

Chegou, afinal, a vez de Elias. O que ele fez? Desafiou ainda mais os profetas de Baal, mandando encharcar a oferta sobre o altar, a lenha, e até transbordar uma vala que fez ao redor do altar. Então, solenemente ele se ajoelhou e fez uma oração sem gritaria, sem som alto e sem pulos e danças. E imediatamente veio a resposta. Aqui está a diferença entre dois cultos, a DEUS e a satanás.

Há alguns meses atrás me encontrei, por descuido, num culto pentecostal. Lá um pastor, altamente graduado, ao final do culto, acompanhado por um quarteto que cantava em som alto e batia forte numa bateria, fazia algo que ele mesmo chamou de apelo. Todos os presentes ficaram em pé, e levantaram as mãos, e diziam aleluia; alguns até choravam. Pelo que vi, pois para azar meu, estava na plataforma, umas duas ou três pessoas ficaram em atitude discreta. Aí pensei: como é fácil enganar o povo de DEUS, é só fazer barulho. Como é fácil encher as igrejas de gente, é só apelar ao êxtase, e o pessoal cai direitinho. Cai mesmo. Como me senti mal naquele culto pentecostal! Principalmente porque aconteceu numa igreja adventista.

É bom, oportuno, nosso povo ler os livros do Espírito de Profecia. Não digo isso a ministros como esse, pois já se vendeu ao inimigo. A propósito, àqueles que ainda tenham alguma dúvida sobre muitos dos CDs e DVDs que circulam em nosso meio, e que são música gospel, apropriadas para danças, com barulho tipo rock, leiam alguns livros publicados pela editora UNASPRESS. A CPB também tem literatura boa sobre esse assunto, a partir de EGW, e coerentemente não publicou sequer um livro que defenda o ritual barulhento. Nem a Revista Adventista. Nela podemos encontrar dezenas de artigos a favor da música e do culto como DEUS deseja. Então, como se explica a barulheira em muitas de nossas igrejas? Se as nossas publicações oficiais se posicionam claramente, como que a prática vai num sentido oposto? Mais abaixo Ellen White vai responder. Os livros que estou sugerindo são:

Cristãos em Busca do Êxtase, por Vanderlei Dorneles.

Música Sacra, Cultura e Adoração, por Wolfgang Hans Martin Stefani.

O que DEUS diz sobre a música? Por Eurydice V. Osterman.

E mais um livreto pequeno, tem só 80 páginas, mas o suficiente para entender sobre o assunto, “Música, Adventismo e Eternidade“, por Dario Araújo (para acessar, clique no nome; para obter um exemplar, tem que procurar com o autor).

Há outros livros bons; procure no SELS mais próximo. E há também ao menos um site excelente para esse assunto: www.musicaeadoracao.com.br. Aliás, quem é diretor de música, ou cuida do som na igreja, precisa ler algo sobre a música na igreja, pois, em suas mãos está pesada responsabilidade, que se errar, pode causar grandes estragos na igreja, bem como sobre si atrair graves acusações no dia do juízo. E quem deseja ouvir boa música, pena que em língua inglesa, acesse: www.rejoice.org, e não se arrependerá. Vai ver que dá para fazer música alegre, porém, solene.

E continuo fazendo a pergunta: afinal, nós, os leigos, a qual classe de pastor devemos dar ouvidos? Àqueles que defendem a música gospel em nossos cultos? Àqueles que são contra essa música? Ou aos que são indiferentes? É impossível seguir a mais de um deles. Está maduro o tempo de se definir essa questão, pois se nós não o fizermos, DEUS enviará o seu Elias, ou Ele mesmo tomará as providências, que conhecemos por sacudidura.

Agora, a resposta à pergunta acima, por EGW: “Impossível é calcular demasiado grandemente a obra que o Senhor há de efetuar mediante os vasos por Ele designados na execução de Seu pensamento e propósito. As coisas que descrevestes como ocorrendo em Indiana, o Senhor revelou-me que haviam de ocorrer imediatamente antes da terminação da graça. Demonstrar-se-á tudo quanto é estranho. Haverá gritos com tambores, música e dança. Os sentidos dos seres racionais ficarão tão confundidos que não se pode confiar neles quanto a decisões retas. E isto será chamado operação do Espírito Santo [já está sendo]. O Espírito Santo nunca Se revela por tais métodos, em tal balbúrdia de ruído. Isso é uma invenção de Satanás para encobrir seus engenhosos métodos para anular o efeito da pura, sincera, elevadora, enobrecedora e santificante verdade para este tempo. E melhor nunca ter o culto do Senhor misturado com música do que usar instrumentos músicos para fazer a obra que, foi-me apresentado em janeiro último, seria introduzida em nossas reuniões campais. A verdade para este tempo não necessita nada dessa espécie em sua obra de converter almas. Uma balbúrdia de barulho choca os sentidos e perverte aquilo que, se devidamente dirigido, seria uma bênção. As forças dos agentes satânicos misturam-se com o alarido e barulho, para ter um carnaval, e isto é chamado de operação do Espírito Santo” (Mensagens Escolhidas, 36).


Quinta
A Mensagem de Elias
(Malaquias 3:16-18; Malaquias 4:1-6)

A pergunta de Elias aos que o assistiam no embate entre os 450 profetas de Baal e ele, profeta do Senhor: Até quando estareis indecisos entre dois senhores? Se o Senhor é DEUS, então decidam por segui-Lo; se Baal é Deus, então sigam-no. Mas não fiquem entre um e outro sem se definir.

Como Elias diria essas palavras a nós hoje? Talvez dissesse assim: Até quando ficareis um pouco na igreja e um pouco no mundo? Decidam-se em definitivo, se o Senhor da Igreja é DEUS, então fiquem só com Ele, mas se o mundo é que garante o vosso futuro, então deixem a igreja, e fiquem no mundo.

Por que ele diria algo assim? Porque estamos no final dos tempos. Veja o verso que a lição destaca em Malaquias, sobre Elias: “Então vereis outra vez a diferença entre o justo e o perverso, entre o que serve a DEUS e o que não O serve” (Mal. 3:18). Ou seja, no final, no mundo, vai haver duas classes de pessoas: as que seguem inteiramente a DEUS, e as que seguem inteiramente a satanás. Só duas classes porque há só dois senhores. Se houvesse mais, haveria mais classes, cada uma optando por um senhor. No final dos tempos, enquanto o povo de DEUS que se entregou inteiramente a DEUS estiver pregando o Alto Clamor, isso já durante a vigência do decreto dominical, haverá grande sacudidura entre esse povo. E haverá um poderoso reavivamento entre aqueles que não forem sacudidos. E em babilônia haverá um movimento tremendo de gente saindo, e vindo unir-se com os não sacudidos do povo de DEUS. E assim se concluirá o grandioso trabalho, de um modo bem simples.


Aplicação do estudo
Sexta-feira, dia da preparação para o santo Sábado:

Na lição dessa semana deve ficar bem entendida uma coisa importante: o caminho para o Céu é estreito e árduo, cheio de ciladas, que requer esforço, persistência e determinação, com humilde entrega diária. Quem não estiver ao lado de JESUS, não vai vencer. Quem disser que a salvação é algo simples, estará enganando. Na verdade, a salvação, em si, até é bem simples, pois basta entregar-se a JESUS e permitir o ESPÍRITO SANTO fazer o seu trabalho de santificação. O complicado é dominar a vontade, e querer largar das coisas do mundo. Assim como no tempo de Elias, hoje entre o povo de DEUS, a grande maioria vai se perder porque não consegue largar do mundanismo. Portanto, está coxeando entre dois senhores, o mundo e DEUS. Quer ser salvo, mas gosta do mundo. Se continuar assim, vai ficar no mundo.

Outra coisa, não há como salvar alguém utilizando métodos e recursos do mundo. Há recursos do mundo que enchem igrejas. Muitas igrejas populares utilizam, e alguns de nossos ministros, não são poucos, também já os utilizam. Mas por meio de tais artifícios essas pessoas se perderão, e principalmente os líderes que os utilizam, pois nisso o ESPÍRITO SANTO não está atuando. As pessoas que se batizam por essa via, o fazem por emoção, assim como compram mercadorias numa loja. Os apelos emocionais até servem para vender produtos, mas nunca para salvar um ser humano para a vida eterna.

Estamos em tempo de reforma e reavivamento, e a pergunta de Elias, “até quando coxeareis entre dois pensamentos” ainda tem um curto prazo para ser respondida.


Sikberto Renaldo Marks é professor titular no curso de Administração de Empresas da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ (Ijuí – RS)


Fonte: Cristo em Breve Virá


Índice Geral por Tema Índice Geral por Autor
Tags: