Estudos Bíblicos: Adoração

Estudos Bíblicos: Adoração – Lição 08 – Conformidade, Concessão e Crise na Adoração

Comentários de César Luís Pagani


Texto Central: “Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que, pela prática, têm as suas faculdades exercitadas para discernir não somente o bem, mas também o mal”. (Hebreus 5:14)


Discernimento entre o bem e o mal – Diga-se a priori que não há o que discutir fora dos parâmetros bíblicos. Deus definiu eternamente o que é bem e o que é mal. Houve um tempo na eternidade em que o mal (pecado) não existia. O pecado ou transgressão da Santa Lei foi uma ideia totalmente estranha que surgiu, fincou raízes e produziu frutos na mente do mais sábio dos anjos. Não aconteceu de um momento para o outro, porém foi-se fertilizando até transformar-se em ódio a Deus e aberta rebelião.

As multiformes culturas que surgiram no mundo, desde o início até o tempo presente, variam grandemente em suas especulações sobre o que é bom e o que é mau. A isso chamamos de relativismo cultural. Esse sistema filosófico advoga que o bem e o mal são relativos a cada cultura. O que é considerado bem numa, pode não sê-lo em outra. No relativismo não há autoridade mais elevada que o pensamento humano para definição de justiça, injustiça, bem e mal.

Em verdade, o socialmente aprovado como bem é aceito pelo homem. Perceba-se novamente que o pensamento do homem é o parâmetro. As ações, conceitos e comportamentos considerados maus também são definidos pelo socialmente rejeitável.

Quando Deus criou a árvore do conhecimento do bem e do mal, este já era sabido por causa da rebelião no Céu. Estava oculto ao conhecimento de Adão e Eva, não, porém, a Deus.

O que é bom e o que é mau na adoração ou culto a Deus? Devemos deixar que a sociedade cristã os defina ou procuraremos na Revelação seu verdadeiro sentido? Não nos esqueçamos que mesmo a sociedade cristã não está totalmente isenta de erros teológicos e de pensamento. Há que se considerar que a sociedade cristã está dividida em numerosas denominações, cada uma defendendo seus pontos de vista daquilo que é bom ou mau, embora concordem em alguns pontos.

Uma diz: o domingo é o dia santo. Outra replica: o sábado é o dia do Senhor. Quem estará certa? A Palavra de Deus revela que um desses dias é profano e outro é sagrado. Não há razões plausíveis para apoiar uma contestação ao que a Bíblia revela.

Mesmo nas congregações IASD há coisas que são consideradas boas ou más, contudo, não fundamentadas num “assim diz o Senhor”. Nos tempos de EGW as vestes vitorianas que se arrastavam pelo chão acumulando sujeira das ruas eram consideradas decentes, até que o Senhor apresentou à Sua serva aquilo que era bom a respeito. Homens cristãos fumavam nas antessalas dos templos junto aos aquecedores antes e depois do culto. Isso era considerado bom até que a corrupção do tabaco foi mostrada em sua verdadeira identidade.

Na adoração, conforme o tempo passa, os conceitos mudam. Não deveria ser assim. A verdade é sempre verdade e a mentira é sempre mentira. Fogos estranhos nunca poderão converter-se em fogos sagrados. Aquilo que é acatado como apropriado pela congregação no culto pode não ser exatamente o que Deus aceita como bom. O gosto divino deve ser consultado e não o nosso.


Domingo
Aos Olhos de Deus
(Gênesis 6:5; Deuteronômio 12:8; Deuteronômio 13:18; Jeremias 17:5-9; João 2:25; Romanos 3:9-12)

“O Senhor não vê como vê o homem…” (I Sm 16:7)

“Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal e a opressão não podes contemplar…” (Ha 1:13)

O que Deus viu desde a queda do homem? Um fratricídio (Caim) somando-se aos pecados de Adão e Eva; o primeiro consórcio de bigamia (Lameque e suas duas mulheres), mais o duplo homicídio que esse perpetrara. Logicamente esses fatos estão registrados no relato sagrado, mas muita coisa má aconteceu aos olhos de Deus durante 1656 anos (até o dilúvio).

Já nos dias de Noé a avaliação do Senhor sobre o crescimento do pecado é assustadora: “Viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a Terra, e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era má continuamente.” (Gn 6:5) “Quando o Senhor viu que as pessoas eram muito más e que sempre estavam pensando em fazer coisas erradas, ficou muito triste por haver feito os seres humanos. O Senhor ficou tão triste e com o coração tão pesado…” (Idem, versos 5 e 6 – NTLH)

Deus conhece muito mais profundamente que ninguém a natureza humana. Ele não analisa apenas ações, mas pensamentos, motivações, intenções. Também o inconsciente (que no processo psíquico pode influenciar o comportamento); o subconsciente (um nível abaixo do consciente) e o consciente em si, isto é o que se passa na mente do homem. “Todo caminho do homem é reto aos seus próprios olhos, mas o Senhor sonda os corações.” (Pv 21:2) “Eu Sou Aquele que sonda [investiga] mentes e corações…” (Ap 2:23)

O coração humano (natureza carnal) é enganoso e desesperadamente perverso. Ele está debaixo do pecado segundo as expressões paulinas, isto é, sob a condenação explícita da Lei de Deus. Não há um justo sequer no sentido lato da palavra. Todos se desviaram de Deus; erraram o alvo, opuseram-se a Ele. São inúteis aos olhos do Céu.

Mesmo homens e mulheres que consideramos santos, não eram impecáveis (Abraão, Isaque, Jacó, Davi, Salomão, Pedro, Tiago, João…)

Nós que pertencemos, creio eu, à geração final, estamos testemunhando contragosto uma espiral ascendente de maldade que choca e mesmo apavora.

Aqui em nosso berço esplêndido, o Brasil, a violência atinge dados alarmantes. Só em 2004 houve 48.345 assassinatos oficialmente registrados, fora os desconhecidos. Esses índices são 40 vezes superiores à taxa de criminalidade da Inglaterra, França, Alemanha, Áustria, Japão e Egito.

Que dizer de sequestros, arrombamentos, furtos, roubos, corrupção em todos os níveis da sociedade, infanticídios, abusos de todos os tipos e em todas as faixas etárias, mais o chamado bullying [1]? E a esquizofrenia agressiva no trânsito, nos estádios, nas ruas? Mais as guerras religiosas movidas por grupos radicais que assassinam vítimas inocentes em nome de suas crenças? Chega-se a configurar uma cultura de violência.

A definição exata e pormenorizada do que é mau aos olhos divinos encontra-se nas Escrituras Sagradas, pois para os homens sobram-lhes os ais cominados pelo Livro Santo: “Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal; que fazem da escuridade luz e da luz, escuridade; põem o amargo por doce e o doce, por amargo!” (Is 5:20) Não dá para confiar nas conceituações humanas.

“Vivemos em meio de uma epidemia de crime, diante da qual ficam preocupados os homens pensantes e tementes a Deus em toda parte. A corrupção que predomina está além da descrição da pena humana. Cada dia traz novas revelações de conflitos políticos, de subornos e fraudes. Cada dia traz seu doloroso registro de violência e ilegalidade, de indiferença aos sofrimentos do próximo, de brutal e diabólica destruição de vida humana. Cada dia testifica do aumento da loucura, do assassínio, do suicídio. Quem pode duvidar que agentes satânicos se achem em operação entre os homens, numa atividade crescente, para perturbar e corromper a mente, contaminar e destruir o corpo?” CSS, 25.

Perplexos fazemos a Deus a mesma pergunta do profeta Habacuque: “Até quando, Senhor, clamarei eu, e Tu não me escutarás? Gritar-Te-ei: Violência! E não salvarás?” (cap. 1:2). A despeito de tudo, sabemos que o Senhor fará justiça logo, logo. Ele não poupará os impenitentes violentos. Que à espada fere, à espada cairá.


Segunda
A Arte (e o Mal) das Concessões
(I Reis 11:1-13)

Ou a arte de “abrir mão”, de transigir ou de ser tolerante com algo. Arte aqui não tem o sentido de habilidade, mas de compromisso sem preocupação com os princípios envolvidos. Talvez artimanha caberia melhor.

Deus faz ilimitadas concessões por Sua graça, porém, de maneira alguma comprometendo Seu caráter e justiça perfeita. O fato de ser longânimo por não querer que ninguém se perca é uma concessão divina.

A primeira concessão de caráter pernicioso registrada nas Escrituras está em Gn 6:5: “Viram os filhos de Deus [descendência santa] que as filhas dos homens [descendência ímpia] eram formosas e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram.” Houve então mistura da santa semente com os ímpios e aí “viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a Terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era má continuamente” (v. 5). Cristo não concorda com Belial. Comprometer princípios para obter certas “vantagens” demonstrar-se-á ruinoso. Não há harmonia entre as trevas e a luz.

As concessões de Salomão

O primeiro comprometimento de Salomão ocorreu quando fez um casamento político, tomando como esposa a filha de Faraó, que era idólatra. Deus havia deixado muito claro que nenhum israelita deveria consociar-se com mulheres estrangeiras. O princípio da separação dos ímpios foi totalmente ignorado pelo rei. Depois de certo tempo, o rei, não contente com uma só mulher – porque era moda que os reis exibissem seu poder possuindo haréns enormes -, arrumou mais 700 esposas e 300 concubinas. Efeito: “Suas mulheres lhe perverteram o coração.” (I Rs 11:3). O pior é que o nível espiritual do povo não ficou acima do patamar espiritual de seu monarca. Se um homem tão honrado por Deus pôde fazer tudo o que fez, porque o povo tinha de ser “santinho”?

Talvez o sábio rei tivesse pensado que um só casamento com mulher estrangeira lhe seria danoso. Afinal, quem era o homem mais inteligente do mundo? Esse matrimônio foi a porta aberta para a entrada de um milhar de mulheres pagãs.

Para agradá-las ele construiu templos a todos os seus deuses (Astarote, Milcom, Quemós, Moloque…) em Judá e ia aos “cultos” com elas para “adorar”.

Certo dia Davi fez concessões aos seus olhos, ao invés de proceder como Jó: “Fiz aliança com meus olhos; como, pois, os fixaria eu numa donzela?” (Jó 31:1). O efeito desse comprometimento egoísta foi um adultério seguido de conspiração de morte, assassinato doloso, formação de quadrilha com Joabe e outros oficiais para provocar a morte de Urias, cinismo, hipocrisia e obstrução de justiça (ele era o rei e juiz e impediu que a justiça fosse feita).

Uma concessão (se pecaminosa) leva a outra… e outra… e outra. Derribadas as barreiras morais por causa de permissões perniciosas, o mal se infiltra até chegar muitas vezes a ponto sem retorno. A história de Judas Iscariotes que o diga!

“O povo de Deus é chamado para uma obra que requer dinheiro e consagração. As obrigações que sobre nós repousam trazem-nos a responsabilidade de trabalhar para Deus até o máximo de nossa capacidade. Exige Ele serviço não dividido, a inteira devoção do coração, alma, espírito e forças.” CSM, 35.

“Talvez nos lisonjeemos de estar isentos de muitas coisas de que outros são culpados; mas se temos alguns pontos fortes no caráter, e apenas um ponto fraco, existe ainda comunhão entre o pecado e a alma. O coração está dividido em seu serviço, e diz: ‘Um pouco do eu e um pouco de Ti.’ O filho de Deus deve esquadrinhar o. pecado que tem acariciado e com que tem condescendido, e deixar que Deus lho extirpe do coração. Precisa vencer aquele único pecado; pois isto não é sem importância aos olhos de Deus.” MJ, 91.


Terça
Falsa Adoração
(I Reis 12:25-33)

Como balanço final das apostasias de Salomão e da improbidade de Roboão, seu filho, aquilo que Deus nunca havia desejado aconteceu: a divisão da nação israelita (ver I Rs 11:11).

O Senhor escolheu um plebeu por nome Jeroboão, ex-servidor de Salomão que se havia rebelado contra ele, para ser o rei dos estados do Norte. Sabedor da mensagem de Deus enviada a Jeroboão mediante o profeta Aías, Salomão “procurou matar a Jeroboão”, provavelmente com receio de que esse, depois de entronizado, juntasse os exércitos das dez tribos do Norte e tentasse reunificar o reino sob seu comando.

“Durante os anos da apostasia de Salomão, o declínio espiritual de Israel foi rápido. Como poderia ter sido diferente, se o seu rei se unira com agentes satânicos? Através desses agentes o inimigo operou para confundir a mente do povo com respeito ao verdadeiro e ao falso culto. Eles se tornaram presa fácil. O intercâmbio matrimonial com os pagãos tornou-se uma prática comum. Os israelitas depressa perderam sua repulsa pela idolatria. Adotaram-se costumes pagãos. Mães idólatras levaram seus filhos a observar ritos pagãos. A fé dos hebreus tornava-se rapidamente uma mistura de ideias confusas. O comércio com outras nações colocou os israelitas em íntimo contato com os que não tinham amor a Deus, e seu amor por Ele foi grandemente diminuído. Seu agudo senso do elevado e santo caráter de Deus foi amortecido. Recusando seguir na trilha da obediência, transferiram sua vassalagem para Satanás. O inimigo regozijou-se no seu êxito em obliterar a imagem divina da mente das pessoas que Deus escolhera como Seus representantes. Por meio do intercâmbio matrimonial com os idólatras e da constante associação com eles, Satanás ocasionou aquilo pelo que estivera labutando há muito tempo – a apostasia nacional.” FEC, 499.

Como lemos na narrativa bíblica, Jeroboão fugiu para o Egito e pediu asilo político a Sisaque (ou Shosheng I), fundador da 22a dinastia, ficando ali até a morte de Salomão com cerca de 60 anos de idade.

Se…

A prosperidade do reino do Norte dependia do apego do rei e seus sucessores às ordens divinas: “Se ouvires tudo o que Eu te ordenar, e andares nos Meus caminhos, e fizeres o que é reto perante Mim, guardando os Meus estatutos e os Meus mandamentos, como fez Davi, Meu servo, Eu serei contigo, e te edificarei uma casa estável, como edifiquei a Davi, e te darei Israel.” (I Rs 11:38)

Jeroboão, porém, não confiou em Deus que lhe garantira até uma dinastia. Temendo perder os súditos porque três vezes ao ano todo o Israel se reunia para comemorar as festas da Páscoa, Pentecostes e Tabernáculos, o rei astutamente se valeu da propensão idolátrica do povo, que já estava acostumado à adoração de ídolos pelo mau exemplo de Salomão, e construiu dois santuários: Um em Betel, ao Sul e outro bem ao Norte, na cidade de Dã. Dois bezerros de ouro semelhantes ao boi Ápis do Egito foram postos nos santuários e o rei proibiu qualquer súdito de ultrapassar a fronteira-sul para ingressar nos estados de Judá e Benjamim, principalmente adorar em Jerusalém.

Ele não entendeu – ou não quis entender – que a idolatria não era o caminho para manter o povo junto a si. Veja o seu argumento para evitar que os súditos fossem influenciados pelo serviço do templo: “É muito trabalho para vós o subir a Jerusalém. Vês aqui os teus deuses, ó Israel, que te fizeram subir da terra do Egito.” (I Rs 12:28) Deus fora muito claro em Suas advertências. A estabilidade do reino de Jeroboão estava vinculada ao restabelecimento do verdadeiro culto a Deus e à obediência aos Seus mandamentos, estatutos, juízos, declarações e ordens.

Outra falsidade cometida por Jeroboão foi instituir um sacerdócio com todo tipo de pessoas, principalmente não-levitas; o que era terminantemente vedado. Chegou até a estabelecer uma festa no calendário religioso no dia 15 do oitavo mês – uma cópia da Festa dos Tabernáculos com data diferente. Disse um exegeta bíblico que Jeroboão manipulou todos os preceitos religiosos a seu bel-prazer.

Isso me traz à mente o que muitos grupos dissidentes da IASD fazem. Criam ensinos completamente diferentes do corpo doutrinário ASD, estabelecido ao longo dos anos sob a direta influência do Espírito Santo e persuadem seguidores. Creio que até novas liturgias implantam. Muitos têm mídias influentes para divulgar suas ideias e espalhar a rebelião. É-nos defeso ou não permitido ajuizar sobre esses irmãos afastados. Deus é o Justo Juiz. Cabe-nos ser fiéis àquilo que as Escrituras ensinam, sem nos desviarmos para a direita ou para a esquerda. A igreja só se firma e progride mediante um “assim diz o Senhor”.

“O que devemos fazer é consultar a lei e os ensinamentos de Deus. O que os médiuns dizem não tem nenhum valor.” (Is 8:20 – NTLH)


Quarta
Elias e os Profetas de Baal
(I Reis 18)

O episódio bíblico do bravo e solitário profeta Elias enfrentando 450 profetas de Baal e mais 400 profetas do poste-ídolo ou Astarote no Monte Carmelo, expõe ao ridículo a farsa do culto pagão e desnuda sua malignidade. O culto falso era de extensão nacional. A religião oficial do Estado era o paganismo fenício implantado pela rainha Jezabel com o consentimento do esposo.

Chegara o dia de confrontar o Deus vivo com os imaginários Baal e Astarote. Presentes os líderes do culto falso e o representante de Jeová, o Deus verdadeiro. O povo de Israel foi convocado a comparecer e testemunhar as cenas que iriam se desenrolar.

A “liturgia” do culto a Baal ficou bem evidente quando os dois altares foram montados e os sacrifícios postos sobre eles. Para “complicar” mais o sacrifício verdadeiro, Elias mandou cavar uma vala em que poderiam caber cerca de doze litros de água. Ordenou ainda que fossem cheios quatro cântaros de água e o conteúdo derramado sobre o holocausto e a lenha. Por três vezes esse derramamento foi executado.

Elias não fez nenhuma demonstração espetacular de poderes, para que a glória do que iria acontecer não fosse dada a ele, mas ao Senhor.

Os profetas (850) encenaram um espetáculo que durou várias horas. Quando não se possui a verdade, o show deve ser bem feito para impressionar a multidão. Eles começaram clamando em altas vozes, saltando, contorcendo-se e retalhando a própria carne com facas e lancetas. Mas o sangue que escorria de suas feridas era humano, não propiciatório, inócuo em termos de merecimento. O segundo ato da apresentação começou ao meio-dia e foi até a hora do sacrifício da tarde.

Elias não aguentou a pantomima e começou a zombar da religião falsa. Acusou Baal de ser indiferente, dorminhoco ou muito ocupado para atender a seus servos. Essa era uma provocação estudada para mostrar que ele, um simples homem, desafiava e blasfemava do deus fenício e nada acontecia.

Uma breve oração do profeta e o Poderoso Senhor de Israel enviou fogo dos céus, e tão ardente que consumiu o holocausto, a lenha, fundiu as pedras e incendiou a água do rego (água pegando fogo?).

O povo despertou como de um coma e adorou a Deus, reconhecendo a loucura de seu procedimento apostatado.

Os cultos falsos de muitas igrejas cristãs têm muito espetáculo visual, controle emocional sobre a congregação, horas intermináveis de reuniões, gritos, exuberância gestual, encenações e “curas” públicas. Isso sem falar na arrecadação de recursos, que parece ser uma das partes principais.

“Os anjos de Satanás são sábios para fazer o mal, e produzirão aquilo que alguns pretenderão que seja luz avançada, proclamando-a como nova e maravilhosa; mas ao passo que, em alguns aspectos a mensagem pode ser verdade, estará misturada de invenções humanas, e ensinará por doutrina mandamentos de homens. Se já houve tempo em que devêssemos vigiar e orar com sincero fervor, esse tempo é agora. Muitas coisas aparentemente boas terão que ser cuidadosamente consideradas com muita oração, pois são enganadores ardis do inimigo para levar as pessoas a um caminho tão próximo ao da verdade, que dificilmente poderá ser distinguido dela. Os olhos da fé, porém, podem discernir que ele diverge, se bem que quase imperceptivelmente, da senda reta. A princípio talvez se pense que ele é positivamente direito, mas depois de algum tempo, vê-se que diverge largamente do caminho que conduz à santidade e ao Céu. Meus irmãos, advirto-vos a fazer retos caminhos para os vossos pés, para que o coxo se não desvie do rumo.” Manuscrito 111.

Outro identificativo da religião falsa – “A passos rápidos aproximamo-nos desse período. Quando as igrejas protestantes se unirem com o poder secular para amparar uma religião falsa, à qual se opuseram os seus antepassados, sofrendo com isso a mais terrível perseguição, então o dia de repouso papal será tornado obrigatório pela autoridade combinada da Igreja e do Estado. Haverá uma apostasia nacional que só terminará em ruína nacional.” Manuscrito 51, 1899.

“A história se repetirá. A religião falsa será exaltada. O primeiro dia da semana, um dia comum de trabalhoque não possui santidade alguma, será estabelecido como o foi a estátua de Babilônia. A todas as nações, línguas e povos se ordenará que venerem esse sábado espúrio… O decreto impondo a veneração desse dia se estenderá a todo o mundo.” The Seventh-day Adventist Bible Commentary, vol. 7, pág. 976.


Quinta
A Mensagem de Elias
(Malaquias 3:16-18; Malaquias 4:1-6)

A mensagem de Elias junta-se à de Josué e à de Malaquias: “Até quando coxeareis entre dois pensamentos… Escolhei hoje a quem sirvais… Vereis a diferença entre o que serve a Deus e o que não O serve.”

Considerando que apesar do fato de ser um alto privilégio servir a Deus com a vida, os pensamentos, os lábios, o corpo, os talentos, os recursos financeiros e tudo o mais, há a opção contrária (que é perfeitamente garantida pela permissão divina) de não servi-Lo. Metade do serviço a Deus e metade ao ego não são aceitas. Ou tudo é dEle ou nada!

Coração uno ou dividido

“O Senhor não aceita corações divididos. Quer o homem todo. Ele fez tudo quanto há no homem. Ofereceu um sacrifício completo para redimir seu corpo e a alma. O que Ele requer daqueles a quem criou e redimiu resume-se nas palavras: ‘Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento… Amarás o teu próximo como a ti mesmo.’ Mt 22:37 e 39. Deus não aceitará nada menos do que isso.” Special Testimonies on Education, págs. 80-83.

“O povo de Deus é chamado para uma obra que requer dinheiro e consagração. As obrigações que sobre nós repousam trazem-nos a responsabilidade de trabalhar para Deus até o máximo de nossa capacidade. Exige Ele serviço não dividido, a inteira devoção do coração, alma, espírito e forças.” CM, 35.

Motivação escusa e inaceitável do serviço – Há pessoas que se contentam com “um serviço feito com coração dividido, servindo ao Senhor apenas para escapar do castigo do pecado” CPPE, 357, 358. Não é preciso confirmar que também esse tipo de submissão é pecaminosa.

O coxear entre dois pensamentos, conforme as palavras de Elias, é vaguear entre a entrega completa e a meia entrega. Uma parte para Deus e uma parte para o mundo.

Servindo a Deus e ao diabo? Pode?

“Qual deve ser, porém, a resposta do cristão a todas as tentações do maligno? Ele deve dizer: ‘De modo algum cederei minha influência para o avanço de outra coisa, a não ser a causa de Cristo. Não pertenço a mim mesmo; fui comprado por preço. Não devo viver para agradar a mim mesmo, pois fui adquirido e resgatado pelo sangue de Cristo. Não me é possível dar a Cristo mais do que aquilo que pertence a Ele; pois todo momento de minha vida Lhe pertence. Sou Sua propriedade, um servo empregado para fazer a vontade de meu Mestre.Esta é a única posição que podemos ocupar com segurança; e se os membros individuais da igreja se apercebessem disso, que poder seria exercido pela igreja para atrair e conquistar almas para Cristo! É esse trabalho feito com o coração dividido, a tentativa de servir ao mesmo tempo a Deus e ao diabo, que deixa a igreja tão destituída do Espírito de Deus.E Recebereis Poder, 350.

Conclui-se: “Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé; provai-vos a vós mesmos.” (II Co 13:5)


[1] Bullying é um termo de origem inglesa utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo (bully) ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir outro indivíduo (ou grupo de indivíduos) incapaz/es de se defender. A palavra “Bully” significa “valentão”, o autor das agressões. A vítima, ou alvo, é a que sofre os efeitos delas. Também existem as vítimas/agressoras, ou autores/alvos, que em determinados momentos cometem agressões, porém também são vítimas de bullying. (voltar)


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