Estudos Bíblicos: Adoração

Estudos Bíblicos: Adoração – Lição 07 – Adoração nos Salmos


Sábado à tarde

Verso para Memorizar:“Como é agradável o lugar da Tua habitação, Senhor dos Exércitos! A minha alma anela, e até desfalece pelos átrios do Senhor; o meu coração e o meu corpo cantam de alegria ao Deus vivo” ().


Leituras da semana: Salmos 20:3; 49; 54:6; 73; 78:1-8; 90:1, 2; 100:1-5; 141:2

A palavra hebraica traduzida como “Salmos ” vem de uma raiz que significa “cantar com acompanhamento instrumental”. Portanto, os salmos eram canções que estavam intrinsecamente envolvidas com a adoração em Israel. Embora tenhamos as letras (os textos dos salmos), não temos as músicas. Como seria fascinante ouvir essas canções, em sua língua original, cantadas com suas melodias originais!

Os Salmos são ricos e profundos, abrangendo uma ampla variedade de temas e emoções, tratando de tudo, desde a história do povo de Israel à dor mais íntima e pessoal do salmista. Nesse sentido, eles falam a nós porque, embora como Igreja, sejamos parte da longa história que remonta a Israel, também temos nossa dor pessoal. É difícil não nos identificarmos, em um momento ou outro, com algumas das angústias expressas nos Salmos . Ao mesmo tempo, porém, é fundamental que estendamos a mão e nos apeguemos à esperança manifestada neles.

Nesta semana, estudaremos os Salmos e alguns dos temas encontrados neles, e como esses temas se relacionam com a questão da adoração e o que isso significa para nós hoje.


Domingo

Adoremos o Senhor, nosso criador

Os salmos de louvor descrevem quem é Deus e por que Ele é digno de adoração. Eles declaram Sua grandeza, e chamam os adoradores para vir com alegre adoração para honrá-Lo.

1. O que os exemplos a seguir têm em comum? Salmos 90:1, 2; 95:1-6; 100:1-5

2. O Salmo 19 é outra canção de louvor a Deus como criador. Qual é a sua mensagem essencial? Por que ela é tão importante, diante dos argumentos de que existimos apenas como resultado de forças naturais desorientadas, que nos criaram unicamente por acaso?

3. Observe como o salmista muda repentinamente da discussão da glória de Deus revelada nos Céus para Sua Palavra revelada. Essa mudança abrupta é intencional. Leia João 1:1-3; Colossenses 1:16, 17; Hebreus 1:1-3. Que grande verdade o salmista está enfatizando?

O mesmo Deus que criou o mundo com Sua Palavra, também deu as leis morais, físicas e sociais, para governar a família humana. O Antigo Testamento claramente identifica Deus igualmente como criador do mundo e doador da lei escrita. Os escritores do Novo Testamento veem Jesus Cristo como criador e doador da lei, e também como o Verbo que Se fez carne, que viveu entre Suas criaturas, a fim de revelar a elas o Pai e para morrer como seu substituto. Assim, somente Ele é digno de adoração e culto.

Vemos nos Salmos um dos princípios fundamentais da adoração, como vemos na mensagem do primeiro anjo (Apocalipse 14:7). Adoramos o Senhor porque Ele é nosso criador. O fato de ser Ele o criador está diretamente ligado ao Seu papel como Redentor (Apocalipse 14:6). Criador e Redentor: se esses atributos não são razões para louvar e adorar, que outras razões poderíamos ter?

Como você pode conhecer melhor o Senhor através de Suas obras criadas?


Segunda

Juízo de Seu santuário

Enquanto muitos salmos foram escritos para adoração pública, muitos outros são orações de angústia e sofrimento pessoal. Essas lamentações normalmente contêm uma descrição do problema, a súplica do sofredor por ajuda , uma afirmação da confiança do escritor em Deus e suas razões para isso.

No Salmo 73, o suplicante fica irado porque, enquanto ele sofre injustiça, os perversos prosperam e vivem sem preocupações.

4. Leia o Salmo 73. O que provocou a mudança em sua atitude diante do problema? Que mensagem podemos tirar desse texto, no contexto do ministério de Cristo no santuário celestial, com suas verdades sobre Deus e sobre o plano da salvação? Daniel 7:9, 10, 13, 14, 25, 26

O juízo nos Salmos , e na Bíblia como um todo, é uma espada de dois gumes: punição merecida sobre os ímpios e defesa dos oprimidos e humildes (Salmos 7:9, 10; 9:7-12; 75:2; 94:1-3, 20-22; 98:9). O Salmo 68:24 retrata como os ímpios veem Deus entrando no santuário em grande procissão. O trono de Deus, que representa justiça e misericórdia, é simbolizado pela arca da aliança no lugar santíssimo do santuário. Assim, o santuário, o lugar de adoração, se torna um porto de refúgio para os aflitos.

Aqui também vemos o tema do juízo repetido na mensagem do primeiro anjo: “…dizendo, em grande voz: Temei a Deus e dai-Lhe glória, pois é chegada a hora do Seu juízo” (Apocalipse 14:7). Uma das coisas que fazem Deus tão digno da nossa adoração é que podemos realmente crer que, no fim, não somente ocorrerá o juízo, mas que ele será justo e verdadeiro, bem diferente da justiça falível e imperfeita, mesmo sendo administrada nos melhores tribunais humanos. Desde a morte de Abel, cujo sangue clamou da terra (Gênesis 4:10), até hoje e até o último dia da história da humanidade caída, os crimes, a injustiça e as desigualdades deste mundo certamente clamam por justiça. A boa notícia é que podemos crer que, em Seu tempo e modo, Deus corrigirá tudo, por mais difícil que seja, hoje, percebermos e compreendermos isso (I Coríntios 4:5).

Você já observou injustiças? Já foi vítima de injustiças? De que maneiras você pode aprender a confiar em Deus e na promessa da justiça definitiva e verdadeira, tão rara no mundo de hoje?


Terça

“Como os animais que perecem”

Como vimos ontem, e como sabemos muito bem, neste mundo reinam grande desigualdade e injustiça. Um percentual relativamente pequeno de pessoas vive no luxo, em contraste com grandes multidões que lutam com dificuldade para sobreviver. O abismo entre ricos e pobres parece crescer constantemente; e o que piora a situação é que, muitas vezes, o rico se torna mais rico explorando o pobre. Na Bíblia, o Senhor advertiu sobre essa exploração e injustiça. Os culpados de tal exploração, que não se arrependerem nem abandonarem essa prática, terão muitas explicações que dar no dia do juízo.

5. Como o Salmo 49 se relaciona com o que lemos ontem? Qual é sua mensagem fundamental? Onde podemos encontrar o evangelho nessa passagem? Que esperança suprema é apresentada?

É tão fácil se apegar às coisas deste mundo, especialmente se você tem muitas coisas, como os ricos. No entanto, como diz o salmo, e como já devemos saber, as coisas deste mundo são fugazes, transitórias e se perdem facilmente. Tudo pelo que você tem trabalhado, tudo que você tem lutado para conseguir, tudo que é importante para você, pode ser tirado, perdido, destruído da noite para o dia. Vivemos à beira de um precipício, pelo menos nesta vida. Felizmente, como esse salmo mostra, e como grande parte da Bíblia atesta, esta vida não é tudo que existe.

6. Considere os versos 7-9 do Salmo 49. Dado o contexto imediato, qual é a sua mensagem?

7. De acordo com o salmista, quantos dependem de Cristo para a salvação? Escolha a resposta certa:

A) Somente os pobres ( )
B) Somente os ricos ( )
C) Todos precisam ( )

Você já se flagrou sentindo inveja dos que têm mais do que você? Por que é tão importante entregar esses sentimentos ao Senhor? Como tais emoções atrapalham sua vida espiritual, seu relacionamento com Deus e sua fé em geral? Você acha que concentrar a mente em Jesus, na cruz e na salvação libertam a pessoa da inveja?


Quarta

Adoração e o santuário

“Suba à Tua presença a minha oração, como incenso, e seja o erguer de minhas mãos como oferenda vespertina” (Salmos 141:2).

8. Que imagem está sendo usada nesse verso? O que ela representa?

Todo o ritual do santuário do Antigo Testamento estava centralizado no conceito de sacrifício. Por mais que o inimigo do ser humano o tenha pervertido, até o ponto em que sacrificavam os próprios filhos a fim de (como eles acreditavam) apaziguar um deus irado (ou deuses), o sistema sacrifical foi destinado a apontar para a morte de Jesus, em favor de toda a humanidade. Ele devia mostrar a futilidade das nossas obras para nos salvar, mostrar que o custo do pecado foi a vida de uma vítima inocente, e que o Senhor tinha um plano pelo qual os pecadores poderiam ser perdoados, purificados e aceitos pelo Senhor, por meio de Sua graça.

Não é de admirar, então, que muitos salmos, tão importantes para a adoração em Israel, utilizassem imagens e exemplos do ritual do santuário. Leia Salmos 20:3; 43:4; 51:19; 54:6; 118:27; 134:2; 141:2. Medite no serviço do santuário: o sacrifício de animais, o ministério dos sacerdotes, os móveis no pátio, o lugar santo e o santíssimo.

9. Que verdades sagradas podemos tirar do santuário terrestre sobre a obra de Jesus em nosso favor? Por que essas verdades devem ser tão importantes em nossa adoração ao Senhor?

10. Leia Salmos 40:6-8 e Hebreus 10:1-13. Como Paulo relaciona Salmos 40:8 com o sistema de sacrifícios?

A ênfase do autor é que temos salvação por meio de Cristo não por intermédio da morte de animais. Somente através de Cristo há verdadeiro perdão dos pecados. Todo o sistema terrestre era apenas um precursor do que Jesus faria em favor da humanidade. Ele estava dizendo a seu público, mais provavelmente judeus crentes em Jesus, que eles precisavam deixar de olhar o sistema terrestre e focalizar sua atenção e adoração em Jesus. Em outras palavras, embora todo o serviço do santuário apontasse para Cristo, eles precisavam, como cristãos, se deslocar dos símbolos para a realidade, que era Jesus e Seu ministério em favor deles no santuá­rio celestial, depois de Sua morte expiatória.

11. Como podemos ter certeza de que não tornamos o culto e seus detalhes um fim em si mesmo? Como podemos fazer com que cada aspecto de nossa adoração nos conduza para Jesus e Sua obra em nosso favor?


Quinta

Para que não nos esqueçamos!

Os Salmos 78, 105 e 106, que estão entre os mais extensos, são hinos impor­tantes que deviam ser cantados ou recitados para lembrar a Israel acerca da liderança de Deus no passado.

12. Leia Salmos 78:1-8. Por que Deus quer que o povo lembre sua história? Leia também Deuteronômio 6:6-9 e I Coríntios 10:11. Como podemos aplicar esse princípio em nosso contexto e experiência, que são bem diferentes da história deles?

Uma das formas pelas quais Deus Se revela é através da história. No entanto, cada geração deve ter uma nova experiência com Ele, com base nessa história. Por essa razão, não apenas a música, mas a proclamação da Palavra de Deus na adoração é vital tanto para as gerações do passado quanto para as novas gerações, para manter diante das pessoas a liderança de Deus no passado. O Salmo 78 é uma advertência de que a história não deve se repetir, mas, ao mesmo tempo, é uma lembrança reconfortante da maneira graciosa pela qual Deus lidou com Seu povo rebelde. Parece haver uma urgência na promessa imperativa, “contaremos à vindoura geração os louvores do Senhor, e o Seu poder” (v. 4). Salmos 105:2 nos convida: “Cantai-Lhe salmos; narrai todas as Suas maravilhas”.

O Salmo 119, o mais longo poema no livro de Salmos , contém o frequente refrão: “ensina-me os Teus estatutos”, indicando a importância das Escrituras como base para o ensino da piedade e justiça. Paulo repete esse pensamento quando instrui o jovem pregador, Timóteo: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça” (II Timóteo 3:16).

Paulo exorta Timóteo: “Prega a palavra” (II Timóteo 4:2). Negligenciar a proclamação da Palavra na adoração é diluir o poder que o evangelho tem de alcançar corações, mudar vidas e enriquecer a experiência de adoração dos fiéis.

Quantas vezes você já teve a experiência de algo maravilhoso e miraculoso que o Senhor fez em sua vida, mas se esqueceu logo depois e demonstrou medo e falta de fé, quando uma nova crise surgiu? Seja no culto coletivo ou na sua comunhão particular, como você pode aprender a manter viva em sua mente a direção de Deus em sua vida? Por que isso é tão importante?


Sexta

Estudo adicional

Leia de Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 44-51: “A Criação”; Educação, p. 159-168: “Poesia e Cânticos”; Testemunhos Para a Igreja, v. 8, p. 107-115: “Esquecimento”.

O Livro dos Salmos cumpre um papel único na Bíblia. . . [Os salmos] funcionam nas Escrituras como a batida do coração da religião de Israel. Neste livro de orações o povo da aliança encontrou sua escada para o Céu. Ela se estende das mais baixas profundezas da agonia e sofrimento humanos às mais altas alegrias da comunhão com Deus. Lamentos e gritos de desespero se alternam com hinos de gratidão e louvor. . . Esse intercâmbio vivo entre o homem e Deus é talvez a razão mais profunda pela qual o Livro dos Salmos tem sido estimado pelos que buscam a Deus, em todas as gerações, como a joia de valor inestimável na Bíblia hebraica”. Além disso, eles são uma “revelação do próprio coração de Deus. Eles permanecem como inspirados exemplos de como Deus deseja que respondamos, pela fé, às revelações autênticas de Si mesmo e de Seus feitos nos livros de Moisés” – Hans K. LaRondelle, Deliverance in the Psalms [Libertação nos Salmos ] (Berrien Springs, Mich.: First Impressions [Primeiras Impressões], 1983, p. 3, 4).

Perguntas para reflexão
1. Uma coisa é ter confiança na justiça do juízo final de Deus no fim do tempo; temos que confiar nessa esperança e promessa. Ao mesmo tempo, isso significaria que não precisamos trabalhar pela justiça e juízo agora, porque sabemos que isso acabará acontecendo pela ação de Deus? Como alcançar o equilíbrio entre buscar justiça agora e saber que um dia ela ocorrerá?
2. De que maneiras o culto de adoração de sua igreja pode ser melhorado para assegurar que Cristo seja exaltado em todos os aspectos da adoração?
3. Se sua igreja não canta salmos nos cultos, peça a um músico que escreva a música para um salmo que possa ser cantado pela congregação.

Respostas Sugestivas: 1: Reconhecimento do poder e grandeza de Deus; convite para louvar e adorar o Criador. 2: As criaturas celestiais e o ser humano celebram a grandeza do Criador e a fidelidade de Suas leis, confirmando Sua obra de criação. 3: A Palavra de Jesus (o Verbo) criou o mundo, encarnou na Terra e merece nossa adoração. Jesus, Sua lei e Sua Palavra são perfeitos. 4: Entrou no santuário e percebeu que Cristo é o nosso intercessor; eficiente advogado dos fieis, mas justo juiz dos perversos, que terão fim. 5:Apesar das desigualdades e injustiças, todos perecem, da mesma forma que os animais; Deus julgará e remirá os fieis do poder da morte.6: Ninguém pode salvar uma pessoa da morte. Somente Jesus Cristo, por meio de Seu sangue, pode oferecer vida eterna. 7: c 8:Rituais do santuário; intercessão e sacrifício de Cristo por nós; as cerimônias do santuário deviam ser um ato de comunhão com Deus. 9:O sistema sacrifical apontava para a morte de Jesus para nos salvar. Por amor, Ele nos criou e nos redimiu. Por isso O adoramos. 10: Deus inspirou o sistema de sacrifícios, que simbolizava Cristo que, ao dar Sua vida na cruz, fez a vontade de Deus e cumpriu Sua lei. 11: Tudo deve nos conduzir para Cristo e Sua obra salvadora. Exaltar mais a Cristo e cuidar para que o ser humano não seja idolatrado. 12:Devemos nos lembrar do cuidado de Deus no passado para manter a confiança e obediência, evitando os erros dos antigos.

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