Estudos Bíblicos: Adoração

Estudos Bíblicos: Adoração – Lição 06 – Adoração, Música e Louvor

Comentários à Lição de Jovens – Escola no Ar

por: Pr. Rúben Costa Freitas


Texto Central: “Cantai ao Senhor um cântico novo, cantai ao Senhor todas as terras.” (Salmos 96:1)


Sábado
Prévia da Semana

Em nossa experiência de adoração, não apenas num momento de culto, mas a nossa vida como um todo, a música e louvor estão presentes em forma artística e da nossa atitude para com Deus, Suas bênçãos e a Sua correção em nos moldar a imagem e semelhança de nosso Criador e Salvador.

O objetivo aqui não é estabelecer e normatizar princípios de como se usar a música em nossa adoração pública e particular, e sim colocar-nos dentro da perspectiva adequada de adoração, uma resposta de amor e reconhecimento de quem Deus é e de quem eu sou. Por que devo adorá-Lo? Como Ele deseja ser adorado? Enfim, a forma do meu relacionamento com o Deus Criador e com o meu Salvador.

O texto base do estudo da semana nos leva a lembrar da nossa experiência diária com Deus. Não é uma imposição cantarmos um cântico novo, mas a adoração além de se basear e se focar em Deus, ela é uma resposta do reconhecimento daquilo que Deus realiza em minha vida. Proteção, amparo, força, livramento, cura, realizações pessoais, conquistas do Seu povo – é em resposta “as misericórdias do Senhor…” que “renovam-se a cada manhã” (Lamentações 3:22 e 23). E todos devem fazer parte desta adoração.

Assim, eu estabeleço um relacionamento real, sincero e onde há uma interação. Deus derrama as Suas bênçãos em minha vida e eu respondo com amor, alegria, reconhecimento e com a inteligência e razão, dialogando com Ele, através das atitudes da minha vida, do meu louvor em forma de atos, escolhas e arte (música).

Vamos compreender neste estudo o que Deus espera então da adoração que oferecemos a Ele.

Pense: A vida de Cristo foi uma vida de adoração ao Pai em cada respirar. Em tudo Cristo buscava fazer a vontade de Deus, tendo em vista que “Disse-lhes Jesus: A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra” João 4:34. E a sua vida?

Desafio: Compreender que adoração é mais do que um momento de culto, mas é a nossa resposta de relacionar-nos com Deus, reconhecendo-O como Criador ou rejeitando-O como Salvador. Todas as áreas da nossa vida se relacionam com a adoração. Esta é a questão central do Grande Conflito – A quem adorar? Deus ou o que se opõe a Deus?


Domingo
De quem é essa música mesmo?

Ao compararmos dois tipos de adoradores, podemos entender melhor o que Deus deseja e espera de nós. O contraste é marcante, não apenas pelos resultados finais, mas também pela maneira de se alcançar os resultados. Embora, sem necessariamente traçar um paralelo direto do modelo de adoração destes personagens, é possível perceber algumas características básicas do perfil de ambos. Vejamos:

Saul Davi
1. Nunca se arrependeu; 1. Confiava em Deus e agia de acordo com a Sua vontade;
2. Não aceitava a correção; 2. Permitiu-se ser possuído pelo Espírito do Senhor;
3. Confiava em si mesmo, não em Deus; 3. Alegrava-se na presença de Deus e buscava-a sempre;
4. Não permitiu que o Espírito de Deus o conduzisse; 4. Era reverente e cuidadoso em ser obediente continuamente;
5. Ficava aborrecido com a presença de Deus e a obediência a Ele. 5. Consciente de que precisava ser transformado para se relacionar com um Deus puro.
6. Considerava-se justo e correto, sem necessidade de mudar nada em sua vida.

Esta última característica é a fundamental entre os dois no seu conceito de adoração. Ao nos aproximarmos de Deus e buscar relacionar-nos com Ele, entendemos que precisamos mudar. Não apenas superficialmente, formas, atos e externos, mas numa profunda transformação, de dentro para fora.

Uma transformação que se inicia nos motivos centrais de nossa vida e que deve nos levar cada vez mais próximos de Deus e não trazer Deus para mais próximo de nós. Depois de nos dar Seu Filho, que mais poderia Ele fazer por nós? Quão mais próximos de nós Deus pode chegar, tendo-se feito Ele mesmo um de nós, e até colocado-se em nosso lugar? A verdadeira adoração nos eleva a Ele. Transforma-nos à Sua imagem e semelhança.

Mas para que possamos viver esta adoração, precisamos nos submeter, obedecer; reconhecer a Deus como Criador e nós, as criaturas; Ele como o Ser supremo, e nós os mortais; Ele puro, e nós impuros. É o mesmo exemplo entre Caim e Abel.

Pense: “Não há segurança para o povo de Deus a não ser na obediência irrestrita à Sua Palavra. Todas as Suas promessas são feitas sob a condição de fé e obediência, e o desrespeito aos mandamentos expressos motiva o fracasso de sua experiência no cumprimento das ricas disposições das Escrituras”. Signs of the Times, 11 de maio de 1888.

Desafio: O principal desafio que fica é o de estabelecer um relacionamento de adoração e obediência diária a Deus em todas as áreas da minha vida.


Segunda-feira
O papel da música na adoração

Dado o exemplo agora vamos à aplicação prática. Davi entendeu o que Deus desejava dele: Reconhecer a sua necessidade de arrependimento, de transformação.

É imprescindível que eu reconheça a pequenez e inutilidade humanas diante de Deus. Só assim Ele pode trabalhar em mim. Não há espaço para o Espírito Santo num coração que está cheio de orgulho e de auto suficiência. Somente quando olho para Deus e vejo a Sua grandeza, o Seu poder e a Sua pureza, é que posso, numa medida precisa, entender quem eu sou – pobre, cego, miserável e nu.

Eu, você, todos nós somos assim – desprovidos de qualquer atributo que nos torna mais aceitáveis ou simpáticos a Deus. Quando consigo ver essa diferença absurdamente infinita entre eu e Deus, chego à mesma conclusão que Davi:“Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus” Salmo 51:17.

Do chão de nossa insuficiência o Senhor pode nos erguer e nos reconstituir àquilo que Ele nos criou – à Sua imagem e semelhança. Mas devemos nos lembrar de que isto é um processo (santificação) e não o resultado de um único momento. E isso deve nos trazer alegria ao invés de provocar uma onda de baixa auto estima como muitos cristãos se permitem viver.

A disposição de Deus em me transformar deve nos dar a noção exata do Seu amor por nós e do grande valor que possuímos para Deus. Não é o nosso senso de valor próprio que nos valoriza, mas o valor que Deus atribui a mim pelo Seu amor. Olhando para a grandeza do Seu amor, podemos não a nossa maldade, mas antes o infinito amor de Deus que nos deu a Jesus.

Cada vez que adoramos a Deus, nos lembramos de que somos pó e Ele é eterno. Que somos maus e Ele é bom, mas que “pelas suas pisaduras fomos sarados” Isaías 53:5. Assim podemos ter uma visão clara de quem é Deus e de quem eu sou, e porque devemos adorar a Ele.

Pense: “Quanto mais uma pessoa vê o caráter de Deus, tanto mais humilde ela se torna, e tanto menos se estima. Na verdade, isso é prova de que ela contempla a Deus, de que se encontra em união com Jesus Cristo. A menos que sejamos mansos e humildes, não podemos, na verdade, pretender possuir nenhuma visão do caráter divino”. Filhos e Filhas de Deus [MM 1953], p. 68.

Desafio: Ser humildes para que Deus trabalhe em nossa vida. Para que você possa permitir a transformação que o Espírito Santo deseja e precisa realizar no meu e no seu caráter. Só assim posso mudar o rumo do meu destino, da morte para a vida.

Compartilhe, no comentário de hoje, uma forma prática de como dar início a esse processo de reconhecimento da minha pequenez diante de Deus.


Terça-feira
Algo sobre o que cantar

Mesmo que precisemos desta visão da infinita distância entre Deus e eu em todos os aspectos (moral, físico, espiritual, etc.) a nossa adoração também é baseada na experiência que tenho com Deus a cada dia. Deus me protege, me livra, me ajuda, me fortalece, me faz conquistar, me corrige, me julga, me coloca no lugar de homem, mas também me traz bem próximo do Seu coração.

É destas experiências diárias que surge o louvor dentro da adoração a Deus. No exemplo de Davi nesta semana, vemos e estudamos em cada salmo, música, expressão de louvor, gratidão, dúvidas e questionamentos que é naquilo que Deus faz que trazemos a Ele nos momentos de culto e adoração, público e particular.

Não posso apenas agradecer a Deus e louvá-Lo por Suas inumeráveis bênçãos em minha vida, o que de fato Ele faz, mas também vou suplicar por necessidades urgentes que estão presentes em minha vida e que seria hipocrisia disfarçá-las ou ignorá-las.

A adoração também está fundamentada naquilo que Deus já fez por mim no passado e a certeza que isso me dá quanto ao futuro. É baseado na cruz que posso sonhar com o Céu. Foi baseado na Criação que o povo de Deus no passado poderia aguardar com convicção o cumprimento da promessa do sacrifício de Jesus por toda a humanidade pecadora.

E também é através das manifestações divinas que vou reconhecendo a Sua vontade, quer seja de aprovação ou de reprovação. Não podemos nos esquecer do fato de que a adoração deve provocar transformação em mim, não em Deus. É a minha adequação à vontade manifesta de Deus, seja para o que foi revelado no passado ou no presente.

A minha resposta deve ser dada em forma de atitudes e comprometimento.

Pense: “A reprovação divina cumpriu sua obra em Davi. Ele foi levado a se compenetrar, como nunca antes, da santidade da lei de Deus e da necessidade de obediência estrita. O favor manifesto à casa de Obede-Edom levou Davi novamente a esperar que a arca trouxesse uma bênção a ele e a seu povo”. Patriarcas e Profetas, p. 706.

Desafio: Como posso encontrar, a cada dia, inspiração para cantar um cântico novo de alegria, louvor, gratidão e reconhecimento por tudo o que o nosso Pai de amor faz por mim, sem deixar de levar a Ele também nossos problemas e dificuldades, com a fé e confiança de que Ele está sempre atento e cuida de nós.


Quarta-feira
Eu vou cantar, cantar, cantar

A música faz parte de todas as culturas, em todos os lugares, e também é parte do culto e da adoração dos cristãos. Desde antes de Cristo, a Bíblia relata que a música está ligada à adoração. A música traduz em poesia, com uma força ímpar, os momentos alegres e tristes da nossa caminhada cristã.

Ela é uma parte da nossa experiência, além de ser, também, uma maneira de preservar e consagrar determinadas situações, verdades, pessoas e momentos passados com Cristo. Todos nós temos uma música ou um hino preferido que, muito possivelmente, retrata com maior clareza a nossa relação com Deus. Temos maior necessidade de força, da presença de Deus, da certeza do Seu amor, da segurança, do Seu poder; enfim, a música tem o poder de marcar e identificar momentos especiais e marcantes do nosso relacionamento, reflexão e comunhão com Deus.

Das espiadelas que a Bíblia nos permite dar no Céu, podemos aprender o tema dos louvores e da música hoje no Céu e durante a eternidade – Cristo – como Criador e como Salvador. Esse é um tema do qual jamais nos cansaremos ou nos esgotaremos de louvar, em adoração a Deus. Nos uniremos aos anjos, nas melodias celestiais, para oferecer a Cristo a nossa gratidão, amor, louvor e adoração por ser Ele o nosso Criador e o nosso Salvador.

Parar e pensar que Deus deu a Cristo; Ele não emprestou, não alugou, Ele deu. Cristo terá a forma humana por toda a eternidade. Ele está para sempre ligado a nós. As marcas da cruz permanecerão com Ele como prova do Seu infinito amor por mim e por você, por toda a humanidade, para que pudéssemos ter a oportunidade da salvação. Só nisso já temos assunto para muitos louvores.

Quando chegarmos ao Céu “Os cânticos de triunfo se misturarão à música das harpas angelicais, e o próprio Céu pareceu transbordar de alegria e louvor. O Filho de Deus triunfou sobre o príncipe das trevas e conquistou a morte e a sepultura”. The Present Truth, 18 de fevereiro de 1886.
A nossa “tarefa” musical, desde já, ao nos prepararmos para a eternidade é começarmos a “ensaiar” a nossa voz, o nosso coração, para nos unirmos aos anjos e ao coral de salvos de todas as gerações para louvarmos a Deus. A nossa música aqui deve ser uma música que nos eleve ao Céu, nos permita sentir o clima do ambiente celestial.

Pense: “A melodia de louvor é a atmosfera do Céu; e quando o Céu vem em contato com a Terra, há música e cântico”. Educação, p. 161.

Desafio: Alinhar a nossa vida, a nossa experiência e relacionamento com Cristo com as músicas que nos aproximam de Deus. Não permitir que nenhum tipo de música seja uma ferramenta para nos afastar do nosso Pai, o Criador da música.


Quinta-feira
Cantando a respeito do Salvador

Ao cantarmos com músicas ou com a nossa vida, fazemos isso dentro da perspectiva da cultura em que vivemos. Portanto, há uma variedade enorme de maneiras e formas de adorar a Deus através da música. Falamos isso de músicas que têm em vista a adoração a Deus e buscam nos elevar até Ele e não simplesmente qualquer música que se limita a fazer referência a Deus. Esse tipo não pode ser considerada música legítima de adoração.

Jesus é bem claro quando diz que: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus” Mateus 7:21. Assim, podemos aplicar o mesmo princípio às músicas de adoração. Nem toda a música que fala o meu nome é digna de me louvar, mas aquela que busca me adorar da forma adequada, segundo orientação dada por Mim, em obediência.

Não nos propomos desde o início a falar sobre normas e princípios musicais, mas a questão aqui é adoração. Assim, sobre adoração, não podemos deixar de dizer que a música que nos leva a adorar a Deus é aquela que nos leva e nos ajuda a glorificar a Deus, não apenas no momento da adoração, mas também nos momentos de comunhão e relacionamento no cotidiano da vida.

Também deve ser uma música que nos aproxima de Deus, do Céu, da eternidade. Uma música que abra as portas do nosso coração para que o Espírito Santo nos mostre a Sua mensagem que nos faça dar “Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem” Lucas 2:14.

Deve ser uma música que nos leve ao Céu lembrando que o único caminho para Cristo, necessariamente, tem que passar pela cruz. A única maneira de podermos entender verdadeiramente o amor de Cristo é olhando para o sacrifício feito no Calvário. Ali, naquele dia, aquele ato redentor, é a prova incontestável de que o Pai nos ama e fez tudo o que era possível para nos salvar. Se a música não nos levar por este caminho até o Céu, não pode ser uma música de adoração.

Ela precisa ser um instrumento que nos permita entrar em contato com as nossas emoções, mas sem nos fazer reféns delas. Precisa ser uma música que estimule a nossa razão, sem nos fazer prisioneiros da lógica. E também não pode ser esvaziada dos conteúdos e formas espirituais, para que ela tenha poder de nos elevar a Deus.

Pense: “A música só é aceitável a Deus quando santifica e enternece o coração. Muitos, porém, que se deleitam na música não sabem coisa alguma sobre produzir melodia ao Senhor em seu coração”. Signs of the Times, 22 de junho de 1882.

Desafio: Vamos fazer um esforço para aprender, desde já, a cantar as melodias do céu em nosso coração, não apenas com a nossa voz. O exterior precisa ser o fruto daquilo que já brotou em nosso coração, as sementes dos frutos do Espírito.


Sexta-feira
Como devemos adorar?

A música tem feito parte da nossa adoração e continuará parte dela na eternidade. Os anjos louvam e adoram a Deus constantemente, adorando por ser Ele o nosso Criador e Salvador.

Nossa adoração é também fruto da nossa experiência de sermos resgatados, dia a dia, da nossa vida de pecado e miséria, pelo Senhor . A nossa adoração é baseada em nossa experiência de sermos redimidos.

Jamais podemos nos esquecer que em nossa adoração devemos ser transformados por Deus. Não melhorados, mas modificados, mudados, completamente transformados. Éramos trevas, com Cristo somos luz para o mundo. Éramos perdidos, em Cristo somos salvos.

Pense: “Muitas vezes, perdemos grandes bênçãos quando negligenciamos o louvor ao Doador. Façamos melodia para Ele com nosso coração e voz. Podemos chegar mais perto do Céu nas asas do louvor. Deus é adorado por cânticos e músicas nas cortes celestiais. E quando expressamos assim nossa gratidão, nos aproximamos do culto das hostes celestiais”. Signs of the Times, 26 de janeiro de 1882.

Desafio: Viver uma vida de adoração no modelo bíblico, “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus” I Coríntios 10:31.


O Pr. Rúben Costa Freitas é Bacharel em Teologia e Pscologia, o Pr. Ruben foi por 6 anos preceptor no Centro Universitário Adventista de São Paulo – UNASP-SP, antigo IAE em São Paulo/SP. Hoje atua como Capelão no CEVISA – Centro de Vida Saudável, em Engenheiro Coelho/SP.


Fonte: https://www.escolanoar.org.br


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