Estudos Bíblicos: Adoração

Estudos Bíblicos: Adoração – Lição 04 – Alegria Diante do Senhor: Santuário e Adoração

Comentários do Pr. Albino Marks


Texto Central: “E regozijem-se ali perante o Senhor, o seu Deus, vocês, os seus filhos e filhas, os seus servos e servas, e os levitas que vivem nas cidades de vocês por não terem recebido terras nem propriedades” (Deuteronômio 12:12 – NVI)


Sábado
Introdução

Deus orientou a Moisés:“E farão um santuário para mim, e eu habitarei no meio deles”.– Êx 25:8 – Nova Versão Internacional

Do capítulo 25 ao capítulo 40 de Êxodo, são descritos os detalhes do santuário como a provisão de Deus em favor do pecador, para ensinar aos israelitas o plano da salvação pela graça. Em cada detalhe do santuário e de seus serviços, Deus revelou aos nossos antepassados espirituais a grandeza imensurável de Seu eterno reino da graça, a eternidade de Seu amor e a imutabilidade de Sua justiça. Estes e os outros atributos do caráter de Deus e a Sua justa e amorosa manifestação em favor de Seu povo, deviam despertá-lo para um profundo e respeitoso espírito de adoração.

Estas manifestações foram vivenciadas na vida, no ministério e no sacrifício expiatório de Jesus. Portanto, as lições espirituais transmitidas pelos serviços e símbolos do santuário são para todas as gerações de filhos de Deus, porque são típicas da redenção do pecador por meio de Cristo Jesus. Constituem um poderoso convite para a adoração.

A adoração neste espírito culmina em felicidade:“Depois Salomão mandou o povo para casa, feliz e com coração alegre por toda a bondade que o Senhor havia mostrado a seu servo Davi e a seu povo Israel. E eles abençoaram o rei.”– 1Rs 8:66 – Bíblia Viva.
Que espetáculo maravilhoso deve ter sido o retorno dos filhos de Israel aos seus lares depois de adorar. Suas vozes ecoando pelas quebradas das montanhas e espalhando-se em harmoniosas melodias pelos vales e prados floridos. Quisera ter estado lá e vivido esses momentos de glória.

Pense: “Prestem culto ao Senhor com alegria; entrem na sua presença com cânticos alegres”.– Sl 100:2 – Nova Versão Internacional.

Desafio: “Majestade e esplendor estão diante dele, poder e dignidade no seu santuário”.– Sl 96:6 – Nova Versão Internacional.


Domingo
“Para Que Eu Possa Habitar no Meio Deles”
(Êxodo 25:1-9)

Deus ordenou para Moisés:“E me farão um santuário, para que eu possa habitar no meio deles”.– Êx 25:8 Almeida Revista e Atualizada.

Por que Deus orientou o povo de Israel para construírem o santuário? Como este se tornaria a Sua morada, não poderia ter Ele edificado o local sem a interferência de humanos? Sem dúvida alguma, poderia tê-lo feito. No entanto havia conceitos profundos envolvidos na edificação do santuário. Seria o local onde Deus se manifestaria de modo poderoso para os Seus filhos. Eles deviam participar na edificação contribuindo com o melhor que possuíam de bens materiais para que o seu próprio coração sempre estivesse disposto a participar da adoração. Deviam compreender que tudo pertencia a Deus e tudo dEle recebiam.

Nesta maneira de edificar o santuário estava o ensino de que o seu próprio corpo devia ser preservado nas melhores condições físicas, porque Deus quer habitar na vida e no coração de cada um de Seus filhos.“Vocês serão santos para mim, porque eu, o Senhor, sou santo, e os separei dentre os povos para serem meus”.Lv 20:26 – Nova Versão Internacional.

Paulo apresenta este ensino com grande poder e convicção para a Igreja apostólica. Nos apelos dirigidos aos crentes em várias de suas Epístolas, está ligando a vida cristã e a adoração com os ensinos do santuário.“Portanto glorifiquem a Deus com o seu próprio corpo”.– 1Co 6:20 – Nova Versão Internacional.

O relacionamento com Deus não sofreu alterações desde a criação do homem no Jardim do Éden. Adão e Eva foram criados com o senso da dependência de Deus e com profundas motivações para adorá-lO. A adoração fundamentava-se na entrega espontânea à vontade de Deus.

Pense: “Eu sou o Senhor que os tirou da terra do Egito para ser o seu Deus, por isso sejam santos, porque eu sou santo”.– Lv 11:45 – Nova Versão Internacional.

Desafio: “Não as adorarás, nem lhes darás culto, porque eu sou o Senhor, o teu Deus”.– Êx 20:5 – Almeida Revista e Atualizada.


Segunda-feira
Corações Dispostos
(Êxodo 35)

Caldas Aulete em seu dicionário, define adoração como“culto ou homenagem que se rende à divindade”.

Teologicamente, o ato de adorar pode ser definido como: intercâmbio inteligente entre Deus e o homem, no qual o homem compreende sua posição de inferior e dependente em relação à divindade, infinitamente superior e fonte de toda a bênção.

Sem o reconhecimento da dependência de Deus e da Soberania divina, a adoração torna-se formal, vazia e sem sentido.

O povo de Israel compreendeu esta dependência e Soberania quando Deus pediu dádivas para a construção do santuário. Todos de coração“disposto”trouxeram suas oferendas.

A entrega, a rendição espontânea, sempre é motivada pelo amor. Tocado pelo amor de Deus, a resposta é dado por amor.

Que Deus deseja receber dádivas do homem como parte da adoração, é declarado no Salmo 96:8:“Tributai ao Senhor a glória devida ao seu nome; trazei oferendas e entrai nos seus átrios”.Com quem ou o que relaciona-se a oferenda apresentada perante o altar? Com as necessidades da Igreja?

Se a dádiva não estiver relacionada com o Soberano doador e não representar um ato de adoração, o ato de ofertar não está sendo compreendido corretamente e não atinge o seu verdadeiro propósito: desenvolver no adorador o caráter à semelhança dAquele a quem adora. A dádiva não deve ser uma resposta a uma necessidade, mas a resposta de amor do homem ao amor de Deus pelo pecador. Amar alguém maior, reconhecendo sua Soberania e apresentando-Lhe uma dádiva.

Pense: “Jacó não estava a fazer um contrato com Deus. O Senhor já lhe havia prometido prosperidade, e este voto era o transbordar de um coração cheio de gratidão pela certeza do amor e misericórdia de Deus. Jacó entendia que Deus tinha direitos sobre ele, os quais ele devia reconhecer, e que os sinais especiais do favor divino a ele concedidos exigiam retribuição. Assim, toda a bênção que nos é concedida reclama uma resposta ao Autor de todas as nossas mercês”. –Patriarcas e Profetas, págs. 185 e 186.

Desafio: “E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades”. –Fp 4:19 – Almeida Revista e Atualizada.


Terça-feira
O Holocausto Contínuo
(Êxodo 29:38-39; Hebreus 10:1-4; I Pedro 1:18-19)

O holocausto contínuo era o centro de toda a adoração do ritualismo israelita. Sem ele, a adoração não faria sentido. Revelando fé nesse sacrifício, o pecador não se apressava para ofertar o seu cordeiro, mas trazia-o na oportunidade das grandes festas espirituais de adoração, que se repetiam três vezes ao ano. Desta maneira era ensinado ao israelita que a adoração não ficava restrita ao santuário. Porém, o pecador, consciente de seu pecado, revelava o arrependimento, fazia a sua confissão e suplicava perdão, pela fé na provisão diária no Santuário, no local onde se encontrava. O seu lar era um lugar de adoração.

Sem o Velho Testamento, apresentando o plano da graça redentora através de tipos, em ritos e símbolos nos serviços de adoração do santuário, do tempo de Cristo para os nossos dias não saberíamos explicar a passagem de um Homem pelo mundo, que se proclamou o Filho de Deus, o Filho do Homem e o Salvador do Mundo. Não teríamos motivos para adorá-lO. Seria apenas mais um, como muitos outros que apareceram e aparecem. Seria mais um Maomé, Buda, Confúcio, Crishna…, nada mais.

Na epístola aos Hebreus, Paulo culmina com uma conclusão inequívoca: Sangue de animais não tem a menor possibilidade de eliminar pecados. Isto significa e equivale a dizer que se Cristo não tivesse vindo como o único sacrifício real para eliminar o pecado, todo o serviço ritual de adoração não teria o menor sentido. No entanto, sem os holocaustos do santuário, nós também não teríamos fundamentos para adorar. Adorar a quem e por quê? A Realidade, Jesus, projeta sombras para os tipos.

Pense: “Pelo cumprimento dessa vontade fomos santificados, por meio do sacrifício do corpo de Jesus Cristo, oferecido uma vez por todas”. –Hb 10:10 – Nova Versão Internacional.

Desafio: “Vejam! É o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. –Jo 1:29 – Nova Versão Internacional.


Quarta-feira
Comunhão com Deus
(Êxodo 25:10-22; Salmos 37:23; Salmos 48:14; Provérbios 3:6; João 16:13)

Para a adoração encontrar o seu verdadeiro sentido é necessário que o adorador, compreendendo sua posição de dependência, se aproxime de Deus como seu Senhor e Soberano do Universo. Sempre foi assim que os verdadeiros adoradores se relacionaram com Deus.

Este reconhecimento conduz à comunhão. Entregando a sua vida a Alguém maior, em quem pode confiar sem temor algum, desenvolve-se uma relação de companheirismo e intimidade. A correta compreensão deste relacionamento dá sentido à vida e à experiência espiritual. O dia de sábado torna-se um encontro feliz de comunhão com o Criador, Senhor e Redentor.

Qual o objetivo de Deus no ato de adoração? Para Moisés Deus deu a orientação:“E me farão um santuário, para que eu possa habitar no meio deles”. –Êx. 25:8. Um santuário para servir de habitação para Deus entre o seu povo. Mas o que realmente deseja Deus alcançar com esta vivência em meio ao seu povo?“Ali virei aos filhos de Israel para que por minha glória sejam santificados”.– Êx. 29:43. Santificar, em harmonia com o pensamento de Deus, é tornar semelhante a Ele. Esta semelhança é operada pela presença de Sua glória. A glória de Deus é o Seu caráter. Portanto, pela contemplação de Seu caráter e pela comunhão o homem é feito semelhante a Ele. Mas este ato envolve aceitação e rendição. Não é o homem que se torna a si mesmo semelhante ao Modelo, mas é Deus que o faz revelando e comunicando os atributos de Seu próprio caráter ao caráter do homem.

Pense: “Se desviares o teu pé de profanar o sábado, e de cuidar dos teus próprios interesses no meu santo dia, mas se chamares ao sábado deleitoso e santo dia do Senhor digno de honra, e o honrares não seguindo os teus caminhos, não pretendendo fazer a tua própria vontade, nem falando palavras vãs, então te deleitarás no Senhor. Eu te farei cavalgar sobre os altos da terra, e te sustentarei com a herança de teu pai Jacó; porque a boca do Senhor o disse”.– Is 58:13 e 14 – Almeida Revista e Atualizada.

Desafio: “Que este Deus é o nosso Deus para sempre; ele será o nosso guia até o fim”.– Sl 48:14 – Nova Versão Internacional.


Quinta-feira
Alegrar-se Diante do Senhor
(Levítico 23:39-44; Deuteronômio 12:5-7; Deuteronômio 12:12; Deuteronômio 12:18; Deuteronômio 16:13-16)

Quando os judeus voltaram do exílio babilônico, a primeira coisa que fizerem foi“reconstruir o altar do Deus de Israel, para nele se oferecerem holocaustos.”– Ed 3:2.

Este acontecimento ensina a grande lição de que o maior entrave entre Deus e o homem é o pecado. O altar é o lugar onde o homem se reconcilia com Deus, confessando e abandonando os seus pecados e recebendo o perdão. O salmista diz o que acontece no íntimo do homem quando participa desta experiência:“Como é feliz o homem que tem suas desobediências perdoados e seus pecados cobertos”.– Sl 32:1 – Bíblia Viva.

Esta experiência ensina que a felicidade é uma dádiva de Deus para o homem. É o fruto da bênção do amor, da graça do perdão e do poder transformador de Deus no íntimo do homem contrito e arrependido.

O israelita tinha dois grandes motivos para viver e expressar alegria. No dia da expiação todos os pecados do indivíduo e da nação eram perdoados e apagados. A este dia da expiação seguia-se a festa dos tabernáculos ou das cabanas. Constituíam sete dias de alegria por essa bênção de Deus. Essa alegria perdurava ao retornarem para seus lares. Era uma nação perdoada e aceita por Deus. (Lv 23:39-44 e Dt 16:13-16).

A festa das colheitas era outro grande motivo para alegra. Traziam os frutos da colheita, os dízimos e as ofertas voluntárias para o Senhor e uma grande provisão de alimentos para se alegraram durante os dias da festa. (Dt 12). Era um povo abençoado por Deus em seu labor.

O relacionamento de intimidade com Deus confere ao homem a dádiva da felicidade. A felicidade é permanente e traz consigo a alegria, a paz, a serenidade, a confiança e outras bênçãos.

Pense: “Como é feliz aquele que tem suas transgressões perdoadas e seus pecados cobertos”.– Sl 32:1 – Nova Versão Internacional.

Desafio: “Ó Senhor dos Exércitos, como é feliz aquele que em ti confia”.– Sl 84:12 – Nova Versão Internacional.


Sexta-feira
Estudo Adicional

Em Malaquias 1:6 o Senhor declara:“O filho honra o pai, e o servo ao seu senhor. Se eu sou pai, onde está a minha honra? E se eu sou Senhor, onde está o respeito para comigo?Como Pai que também é Soberano, o Senhor espera este ato de reconhecimento da parte do homem que está na posição de filho e súdito.

A adoração é a resposta, envolvendo um profundo sentimento de gratidão a Alguém tão grande e perfeito, que o homem possa ver e subsistir, mas que revela todo o Seu amor para o homem e quer torná-lo semelhante a Ele.

Jesus declarou:“Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de Mim. E em vão Me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens”.– Mt 15:8 e 9. Não é a parte humana que determina a conduta para o ato de adoração, mas a divina.“De que me serve a Mim a multidão de vossos sacrifícios? Diz o Senhor. Estou farto dos holocaustos de carneiros, e da gordura de animais cevados, e não Me agrado do sangue de novilhos, nem de cordeiros, nem de bodes”. –Is 1:11. Na aparência dos atos externos, Israel era um povo religioso. Apresentava grande número de sacrifícios, mas a verdadeira religião era pobre. Como povo perdeu de vista o propósito de Deus na prática dos atos espirituais. Deram pompa e beleza ao formalismo, mas não compreendiam suas necessidades internas. Não compreendiam que adoração é muito mais do que imolar sacrifícios. Não compreendiam que a verdadeira adoração requer o sacrifício vivo de si mesmo. O que Deus requer neste ato é a rendição própria e não sacrifícios substitutos.

Pense: “Tua, Senhor, é a grandeza, o poder, a honra, a vitória e a majestade; porque teu é tudo quanto há nos céus e na terra; teu, Senhor, é o reino, e tu te exaltaste por chefe sobre todos. Riquezas e glória vêm de ti, tu dominas sobre tudo, na tua mão há força e poder; contigo está o engrandecer e a tudo dar força. Agora, pois, ó nosso Deus, graças te damos, e louvamos o teu glorioso nome”.– I Crôn. 29:11-13. Almeida Revista e Atualizada 1ª Edição.

Desafio: “Quem me oferece sua gratidão como sacrifício, honra-me, e eu mostrarei a salvação de Deus ao que anda nos meus caminhos”.– Sl 50:23 – Nova Versão Internacional.


Fonte: Publicado originalmente em https://www.escolanoar.org.br


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