A Música Coral no Culto

por: autor desconhecido [*]

Todos nós sofremos e exercemos influência. Por isso, os grupos sociais se envolvem em fases e “modas” que vêm e vão. Alguns anos atrás, o que predominava na música sacra eram os quartetos. Houve, também, um tempo de ouro para os corais. Atualmente, estamos passando pela fase dos Conjuntos. Infelizmente, junto com esta “nova fase”, há um conceito de que Coral é coisa do passado, superada. Quem está sofrendo de forma muito especial com tudo isto, é a liturgia do Culto.

Deus é um Deus de variedade. O que seria da Natureza se todas as flores fossem amarelas? Como seria o mundo se todos os frutos fossem vermelhos? Não queremos dizer que a única música de igreja seja aquela realizada por um Coral. Há lugar para solos, duetos, quartetos, etc. Deus inspirou nos homens diferentes maneiras e métodos para atender as mais diversas situações que a Sua Causa enfrenta na tarefa de levar o Evangelho do Reino a todo o mundo. Entretanto, um Coral tem um importante papel a desempenhar na liturgia do Culto. Na verdade, a atividade do coro deve ser um Ministério. O Ministério da Música no Culto é tão importante quanto o Ministério da Palavra.

Um Coro é uma representação da Congregação que veio diante da presença de Jeová para adorá-Lo em espírito e verdade. Através da música, ele apresenta a Deus a reverência, louvor e ação de graças daquele grupo de fiéis. O Coral deve ser um importante meio de integração dos diversos membros da igreja. Nele estão representadas algumas famílias que constituem aquela comunidade religiosa.

Além de tudo isto, um coral ajuda muito a criar um clima de majestade e poder na hora do Cântico Congregacional. Ele “puxa” o canto, pois lá estão os melhores cantores da igreja. A reverência no culto melhora muito quando o Coral participa. A Música sensibiliza as emoções e cria nos adoradores uma boa disposição mental para ouvir a Palavra de Deus.

Coral na Igreja não “foi” uma “fase a mais” dentro da música sacra. Ele foi instituído por Deus no passado, deve existir no presente e haverá de continuar pela eternidade sem fim.

Na consagração do Templo que Salomão havia acabado de construir, “o sagrado coro uniu suas vozes com toda espécie de instrumentos musicais, em louvor a Deus. Enquanto as vozes, em harmonia com os instrumentos musicais, ressoavam através do templo e eram levadas pelos ares através de Jerusalém, a nuvem da glória de Deus tomava posse da casa, como outrora havia enchido o tabernáculo”. — Ellen G. White, História da Redenção, pág. 194.[1]

Hoje, no Céu, existe um Coral em plena atividade: “Em meio das antífonas do coro celestial, Deus ouve o clamor do mais débil ser humano”. — Ellen G. White, Parábolas de Jesus, pág. 174.

Conforme o plano divino, a música sacra para coral deverá permanecer pelos séculos sem fim: “Ao revelar-lhes Jesus as riquezas da redenção e os estupendos feitos do grande conflito com Satanás, a alma dos resgatados fremirá com mais fervorosa devoção, e com mais arrebatadora alegria dedilharão as harpas de ouro; e milhares de milhares, e milhões de milhões de vozes se unem para avolumar o potente coro de louvor”. — Ellen G. White, O Grande Conflito, pág. 675.

Coral não é modismo. E uma instituição criada por Deus que deverá permanecer eternamente com os mesmos objetivos pelo qual foi criada: aproximar a criatura do Criador; [adorá-lO em espírito e verdade; ministrar Sua palavra Eterna; ensinar ao adorador o modo, o princípio, a norma, o estilo musical a ser adotado no culto, de acordo com o momento histórico vivido pela congregação. Por isso o uso do coral, assim como o uso da música como um todo, não deveria ser apenas algo relacionado ao entretenimento ou ao evangelismo, sim um ministério musical, de acordo com os inúmeros exemplos localizados na Bíblia (p. ex. I Crônicas 15:16-24; I Crônicas 16: 37-43; I Crônicas 25; Colossenses 3:15-17; etc). para que tal ministério seja eficiente, os participantes devem ser santos aos olhos de Deus, como o foram os levitas, escolhidos pelo Altíssimo como ministros de música não apenas por sua qualidade vocal ou instrumental, mas por serem consagrados, por serem irrestritamente fiéis à verdade vinda do alto! Oremos sem cessar e tenhamos coragem para edificar em nossas igrejas hoje aquilo que o próprio Deus edificou no passado[2].]


Notas:

[*] Os editores do Música Sacra e Adoração desconhecem a autoria deste artigo. Qualquer indicação neste sentido, por parte de nossos atentos leitores, será bem-vinda.

[1] Para reforçar a importância do evento citado acima, a Sra. White fez mais algumas referências sobre o mesmo assunto: uma delas foi publicada em 1864, na primeira parte do quarto volume do livro Spiritual Gifts, página 114; outra, saiu na edição de 9 de Novembro de 1905 da revista Review and Herald.

[2] Todas as expressões, frases e textos entre [colchetes] não constam do texto original, foram adições dos editores do Música Sacra e Adoração.