Perseverando em Louvor

por: Williams Costa Junior

Muitos cristãos encontram dificuldade em cumprir a orientação bíblica de dar graças a Deus por tudo (I Tess.5:18). Quando menos esperam, são surpreendidos falando palavras rudes e fazendo reclamações. Alguns, quando aborrecidos, fazem grosserias, criticas mordazes e chegam até a blasfemar.

O que fazer para dar graças a Deus em todas as circunstancias, mesmo nas indesejáveis? Como manter espírito de louvor durante todos os momentos da vida?

Davi, o “senhor louvor”, provavelmente enfrentou o mesmo problema, apesar de, no fundo do seu coração, querer ardentemente viver louvando o nome de Deus com ação de graças. Isto fica claro em vários momentos no final do Salmo 119: “Viva a minha alma para Louvar-Te” (verso 175). “Profiram louvor os meus lábios” (verso 171). “A minha língua celebre a Tua lei” (verso 172). “Suspiro, Senhor, por Tua salvação” (verso 174).

Não era por falta de vontade que ele não louvava. Mas Davi não era perfeito, e muitas vezes caiu em pecado. Algumas de suas quedas se transformaram em escândalo, as quais trouxeram vergonha à sua família e à nação. Naturalmente isto aconteceu quando ele perdeu a comunhão com Jesus e, conseqüentemente, deixou de louvá-Lo por tudo em todos os momentos.

Infelizmente, o que aconteceu com Davi acontece muitas vezes conosco. Mas, pela graça de Deus, Davi foi um vitorioso. Apesar de suas inúmeras falhas e fracassos, ele foi o homem “segundo o coração de Deus”! O amor de Deus é incompreensível! Mas como isso foi possível?

O Salmo 119 nos dá algumas sugestões de como ele conseguiu a vitória, apesar de seu fracasso.

“Sete vezes no dia eu Te louvo” (verso 164). Davi descobriu que louvar a Deus pela manhã e ao final da tarde, não era suficiente. Ele sentiu que precisava louvar a Deus muito mais.

O que deveria ser isso na prática? Logo que acordava, louvava a Deus. Durante a refeição matinal, louvava a Deus de novo. No meio da manhã louvava novamente. Na hora do almoço, mais uma vez Deus era louvado. Estivesse onde estivesse, no meio da tarde, palavras de ação de graças saiam de seus lábios. No jantar, mais louvor, e acredito que ele não dormia sem antes dar louvor a Deus. Isto, todos os dias. Mas nem todos os dias eram bons e perfeitos. Nem sempre as coisas aconteciam da maneira como ele queria, mas todos os dias ele louvava ao Senhor da vida.

Faz sentido. Tem menos probabilidade de cair em tentação quem usa seu livre-arbítrio para escolher o habito de louvar a Deus. A bíblia não esta querendo nos dizer que ao “fazermos” essa “ação”, somos salvos. Somos salvos pelos méritos de Jesus e não por nossas obras.

Com tudo isso, talvez esta sugestão do salmista não seja suficiente para o seu caso. Como Davi sabia que era um homem fraco, não confiava em seus próprios méritos e queria agradar o Deus a quem amava, ele terminou sugerindo outra coisa para resolver o problema “Levanto-me à meia noite para Te dar graças.” (Salmo 119: 62).

Isso parece loucura, mas essa passagem nos mostra uma coisa maravilhosa. Não é nossa “penitência” de louvor que nos fará vitoriosos. Mas o fato de usarmos nosso livre-arbítrio para escolhermos louvar a Jesus nos dará o poder do Céu para vencermos nossas fraquezas na terra. Davi sabia disso. Ele sabia que era fraco, mas tinha a certeza de que, se tivesse comunhão com Deus através do louvor, ele seria um vitorioso, e para conseguir isso, estava disposto até a acordar à meia-noite para dar graças a Deus.

Para Daniel, era suficiente comungar com Jeová três vezes por dia. Talvez para outras pessoas seja necessário louvá-Lo sete vezes por dia. Outros, quem sabe, tenham necessidade de acordar de madrugada para dar graças a Deus. Por estranho que isso possa parecer, o coração da mensagem da Palavra de Deus é o seguinte: a vitória sobre o pecado só será possível se estivermos continuamente em comunhão com Aquele que nos garantiu a total vitória sobre o pecado, vertendo Seu sangue na cruz do Calvário. Só Ele é vitorioso. Quanto mais estivermos em comunhão com Ele, mais perto estaremos de alcançar a Sua vitória, que será nossa, se O aceitarmos e louvarmos.


Fonte: Revista Adventista, Março, 1993, p. 12.