A Adoração

Fundamentos de Louvor e Adoração

por: Asaph Borba

Ser um adorador é o que Deus mais deseja que sejamos. Deus me chamou e nos chamou para sermos adoradores, Deus te fez para ser um adorador. Deus nos chamou para servi-Lo, para fazer a Sua obra, essa é uma das mãos pelas quais fomos formados, mas na outra mão Deus nos fez para termos comunhão com Ele. E adoração nada mais é do que termos comunhão com Deus.

Quando Deus criou o homem no jardim do Éden, o criou para ter comunhão com Deus. Uma comunhão verdadeira, uma comunhão despretensiosa. A adoração começa num lugar secreto, intimo de comunhão com Deus. Sem essa disposição de estarmos presença de Deus, não existe seminário de adoração, não existe nenhuma fórmula que se possa ensinar na vida da igreja de como é a verdadeira adoração.

Adoração não tem nenhuma fórmula para se conseguir, a não ser estar na presença do Pai, no lugar secreto em intima comunhão com Ele. Adoração é o homem em comunhão com Deus. É Deus no cair da tarde no jardim do Éden, visitando o homem e a mulher que Ele criou e chamando-os pelo nome. É isso que Deus deseja e essa é a verdadeira adoração a que Deus nos convida.

Precisamos ter um lugar secreto de comunhão com Deus, de intimidade. Um lugar onde ali a nossa vida é gerada, a onde a nossa vida é reformada, a onde a nossa vida é transformada, e curada por Deus. Onde as nossas mazelas, nossos problemas, nossos pecados, ficam diante do Senhor no Seu altar. Isso é adoração.

Começa com essa disposição de desejarmos parar o mundo, parar com a agitação, parar com que estamos fazendo, deixar as coisas passageiras e nos voltarmos para o eterno. II Coríntios 4:18 – “não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas.”

Adoração é um convite de Deus para o eterno. Adoração é quando decidimos investir a nossa vida no eterno. E parar para ouvir a voz de Deus, isso é o eterno. Todo o resto é passageiro, tudo tem um fim. Nossa própria vida aqui nesta terra tem um fim.

Em João 4:23 – “Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores.” Este texto é chave para a vida de adoração da igreja. E o primeiro princípio aqui é que Deus não procura adoração. Deus procura adoradores. Porque a adoração é um produto e adorador é uma maneira de ser. Deus procura o ser que adora e não o produto. O nosso enfoque deve ser no que é ser um adorador.

Existem algumas fórmulas gostosas e boas de como ministrar o louvor, existem coisas que podemos fazer para que melhore tecnicamente a adoração. Mas a adoração tem a ver com o coração. A igreja tem gasto uma grande parte do seu esforço, de seus recursos, de seu potencial tentando produzir adoração, mas o que Deus mais quer é um coração de adorador. Um coração totalmente dele. O que significa um coração totalmente dele? O que isso significa na nossa vida.

Temos então cinco perguntas para meditarmos:

  1. A quem adoramos?
  2. Por que adoramos?
  3. Aonde adoramos?
  4. Quando adoramos?
  5. Como adoramos?

Neste texto vamos tratar da primeira pergunta: A quem adoramos?

O primeiro enfoque que a igreja precisa ter é qual o alvo da nossa adoração. Existem muitas pessoas que adoram a adoração. Estão mais envolvidas com o produto, com a música, com o cantar do que com o ser um adorador. E isso acontece porque a igreja tem o foco errado de quem é o alvo da nossa adoração. O que Deus quer ampliar em nossa vida como adoradores é a quem nós adoramos.

Quando Jesus responde a Satanás na tentação do deserto, Ele diz “ao Senhor teu Deus adoraras e somente a Ele darás culto”. Aqui Jesus define a quem adoramos: “só ao Senhor teu Deus”. E quando a Bíblia enfoca “só o Senhor teu Deus” ela está incluindo aqui uma Trindade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Esse é o nosso alvo, o nosso foco. É para este foco que devemos olhar: é a Deus que nós queremos, é por Ele que somos apaixonados, é a Ele que desejamos adorar. Ele é o alvo da nossa adoração. Ele é o grande “Eu Sou”. Aquele que tem que ser entronizado, que tem que ser constantemente enfocado pela igreja.

Sabem o que é um ídolo? É tudo o que fica entre você e Deus. Ao ouvirmos a palavra idolatria, nós muitas vezes pensamos em “santinhos”, amuletos. Idolatria é qualquer coisa que fique entre nós e Deus. Qualquer coisa que tira do foco do “quem é digno de adoração”. Os ídolos deste mundo hoje não são mais feitos de madeira, de bambu ou de gesso. Os ídolos deste mundo atualmente são mais poderosos porque eles roubam o coração, roubam a alma, roubam o espírito, estão roubando o coração de toda uma geração. É preciso que estes ídolos sejam acusados, retirados, para que o foco de a quem devemos adorar seja ampliado na vida da igreja.

Hoje adoramos um sistema. Mas a nossa visão deve ser Deus. O centro de todas as coisas deve ser Deus. A nossa visão, o centro de todas as coisas deve ser a glória de Deus. Todas as outras coisas são estratégias preciosas que Deus nos dá para viver, mas temos que adorar e invocar é a Deus. O Deus Pai, o Deus filho, o Deus Espírito Santo deve ser colocado à frente da igreja em tudo que fazemos, em tudo que nós somos.

Ele é o nosso “quem” e isso só é galgado em nosso coração quando nós conhecemos a Deus. Não podemos entronizar Deus se não o conhecemos. O que devemos fazer é levar todo irmão, toda irmã, todo novo convertido a ter essa visão pessoal de Deus. É algo que Deus quer gerar no coração de cada um de seus filhos.

É essa visão que sustenta a vida. Quem tem uma visão de Deus de que Ele é o nosso “quem” jamais voltará atrás. Quem tem uma visão clara de Deus em seu coração, a revelação de que Ele é o centro de todas as coisas, que Ele é a razão de todas as coisas. E galgar com Ele nessa comunhão significa que pode desaparecer o mundo em baixo de nós que ficamos agarrado e sustentado na mão de Deus.

Na minha experiência pessoal quando eu estava em Cuba ministrando para os irmãos, recebi a notícia de que minha esposa grávida de oito meses fora assaltada e baleada na frente de nossa casa e estava na UTI. Quando soube da notícia, me faltou o chão embaixo. Mas eu tinha uma corda que me segurou e me sustentou que era a minha comunhão com Deus.

Eu tinha certeza que a minha vida e a vida de minha família estavam nas mãos de Deus e que ali eu estava seguro. Eu tinha a corda da fé, do conhecimento da presença de Deus.

E aquilo que o diabo veio para roubar, matar e destruir começou a se fortalecer. É nessas horas começamos a conhecer mais a Deus. É nas horas mais difíceis que Deus se amplia. Esse “quem” precioso e maravilhoso começa a se ampliar na nossa frente, na hora da luta, das tribulações. Tudo o que é natural acaba, tudo o que confiamos neste mundo acaba, mas quem conhece a Deus jamais será abalado.

E esta situação em que eu estava vivendo foi um milagre atrás do outro. Enquanto eu estava em Cuba, sendo moído, sem poder sair da ilha, sem poder agir por mim mesmo, só podia ficar pendurado no meu “quem” precioso, no meu Deus amado. Esse “quem” que adoramos deve estar na frente das nossas vidas em todos os momentos sejam eles bons ou ruins, nos momentos de dificuldade e até mesmo nos momentos de terror, nos momentos de perseguição.

Conheço irmãos no Oriente Médio que a única coisa que lhes resta é essa corda. Perderam tudo por causa da guerra no Iraque. Eu estava nestes dias no Oriente Médio, quando saí às pressas do Líbano para a Ilha de Chipre para poder retornar ao Brasil porque os aeroportos estavam fechados.

Conheci um irmão Iraquiano que perdeu tudo. Ele saiu de sua casa com a esposa, o filho e caminhou quilômetros e quilômetros com a roupa do corpo, debaixo de bombardeiro. Quando conseguíamos contato com ele, ele dizia: “Eu estou firme. Deus está cuidando de nós.” Nesta situação, ele estava lá adorando com seu alaúde tocando pra Deus. Este é uma pessoa que conhece e que sabe a quem adora.

Adoração não é um fruto de estarmos no sentindo bem ou mal. É fruto de nós conhecermos a Deus.


Fonte: Missão Vivos


Tags: